segunda-feira, 6 de abril de 2020

#passaapalavra: Filipe Teixeira é Gestor de Projetos Nacionais e Europeus, nasceu em Paris, em 1975, e reside em Fafe desde 1998.


JORNALdeFAFE:  Habilitações literárias e profissionais...
FILIPE TEIXEIRA: Licenciei-me em Gestão de Empresas pela Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho em 1998. Obtive duas Pós-Graduações, uma em Gestão de Projetos Territoriais pela Universidade Paris XII e outra em Prospetiva e Planeamento do Desenvolvimento Regional e Local, pela Faculdade de Ciências e Sociais da Universidade Católica, respetivamente, em 2000 e 2008.
Iniciei a minha atividade profissional no início de 1999, na ADRAVE – Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave e durante cerca de 18 anos, entre outras atividades, elaborei, concebi, implementei e coordenei vários projetos de desenvolvimento de natureza regional e europeia na área do desenvolvimento económico, apoio ao empreendedorismo, inovação e competitividade das PME’s do Vale do Ave e obviamente de Fafe.

  Das dezenas de projetos desenvolvidos para a Região, destaco dois, que na altura, foram inovadores na Região Norte: INVEST IN AVE, projeto implementado em 2005, que pretendeu tornar-se um importante suporte para a tomada de decisão do investidor e procurou criar condições atrativas para o investimento nacional e estrangeiro do Vale do Ave, através de um portal on-line e de um autêntico Atlas prático que juntou a informação dispersa sobre a oferta de terrenos e infraestruturas para a localização industrial e promoveu o Vale do Ave e suas potencialidades. Na altura, nenhuma entidade central, regional e tão pouco local tinha uma ferramenta com este grau de precisão, atualizado e online. Atualmente, as ferramentas disponibilizadas aos empresários, investidores pelas entidades centrais, regionais e até locais são inúmeras e até se sobrepõem, por vezes.
 O segundo projeto, é o projeto-piloto ATC4 Excellence da Comissão Europeia, dinamizado em 2012, e que tinha como objetivo melhorar os processos de gestão dos clusters europeus.

O projeto, tornou na ADRAVE, na altura, a única Entidade em Portugal qualificada para apoiar as entidades gestoras de clusters para processos de reconhecimento internacional, e para formar os gestores de clusters nacionais. Um cluster, é uma rede colaborativa que abrange uma fileira setorial que integra empresas, associações empresariais, entidades públicas e instituições de Ensino Superior que partilham uma visão estratégica comum, para, através da cooperação e da obtenção de economias de aglomeração, atingir níveis superiores de capacidade competitiva. Hoje perante esta atualidade da pandemia COVID 19, os clusters têm um papel importante de apoio e de procura de soluções contra esta “guerra”. “Falta apenas colocar as rodas em movimento” afirmava há dias o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.



JORNALdeFAFE: O que faz atualmente?

FILIPE TEIXEIRA: Desde 2018 trabalho no INVEST Santo Tirso, que concentra as funções de Gabinete de Dinamização Económica criado, em 2015, para dar apoio às empresas, aos empreendedores e aos investidores no concelho de Santo Tirso. Integro uma equipa multidisciplinar de 9 colaboradores e co dinamizo as áreas de Empreendedorismo, da Diplomacia Económica e dos Projetos Nacionais e Europeus. Tenho implementado e coordenado, entre outros, 2 Projetos na área do Empreendedorismo e da Inovação Social: SANTO TIRSO EMPREENDE e LACES – Economia Social com resultados e impactos muitos positivos para o concelho, mas também para a região.

O meu maior orgulho, foi ter contribuído para em 2019, o INVEST Santo Tirso ter obtido o segundo lugar na categoria de “Desenvolvimento do Ambiente Empresarial”, uma das seis categorias do Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia, coordenada pelo IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação. É um reconhecimento notório e externo do vibrante ecossistema empresarial existente em Santo Tirso, apoiada pelo INVEST Santo Tirso.

JORNALdeFAFE: O que representa este território para si?



FILIPE TEIXEIRA: Este território de 219 km² com cerca de 49.000 habitantes representa muito para mim. FAFE representa um PASSADO nos olhos de um jovem lusodescendente nascido em Paris de pais fafenses que pertencem a geração que foi nos anos 60-70, em condições difíceis, deixando um país sob a ditadura, sem liberdade, à procura duma independência económica. Até aos meus 15 anos, o retorno a Portugal, era anual... "o meu querido mês de Agosto"... entre Fafe e Póvoa de Varzim, mas com o decorrer do tempo e com a integração no grupo de amigos do meu primo Pedro, o retorno a Portugal, tornou-se, desde que o sucesso escolar seguisse obviamente, um momento trianual (Páscoa, Verão e Natal).

 Com os meus 23 anos feitos, a experiência do Programa Erasmus, na Universidade de Coimbra foi marcante, não só pela lindíssima cidade que é Coimbra, pela tradição académica que é única no Pais, mas também pela multiculturalidade existente com os alunos Erasmus oriundo de vários países. Recordo-me sempre que quando algum estudante ou professor me perguntava donde eu era, com orgulho, afirmava sempre, de FAFE!! Na altura, recordo-me como se fosse hoje num teste oral na Faculdade de Direito, o meu Prof. João Calvão da Silva que foi ministro da Administração Interna do XX Governo Constitucional de Portugal e que faleceu em 2018, infelizmente, me perguntou no início a minha origem em Portugal, de Fafe!!; e talvez ou não, tive uma boa nota por ter receio de algo!! Dizia ele: Com Fafe ninguém Fanfe… Pois.. um excelente Professor.


Em 1998, decidi viver em Fafe, e não como aqueles que vêm à procura de realizar um sonho, ou simplesmente em nome da aventura, a ver se dá ou não dá, para experimentar, ou porque são forçados pelos pais. Mas sim com o intuito de contribuir para o desenvolvimento local e regional de Fafe. Nessa altura, estavam a ser criadas, as Agências de Desenvolvimento Regional e ingressei na entidade que integrava o meu concelho que era ADRAVE, localizada em Vila Nova de Famalicão. Relativamente a integração social em Fafe, foi muito fácil porque a rede de amigos, nomeadamente os da BURACA e Jov'S, irão se reconhecer, era disponível quer nos momentos bons quer nos maus.





Desde então até ao PRESENTE, esse território que é FAFE e a região do Ave, onde se integra, tornaram-se o meu foco: promoção da modernização, do conhecimento e da inovação do território do Vale do Ave. Nesses 18 anos passado em prol do Ave e de Fafe a nível nacional e europeu, destacaria 3 momentos simbólicos para mim de dimensão oposta, com momentos de saudades….
O primeiro momento marcante decorreu em 2000 e 2012, com o processo de geminação entre as localidades de Sens e de Fafe: em 2000, acompanhei um grupo de jovens de Fafe liderado pelo Presidente da Câmara de Fafe, Dr. José Ribeiro, a Sens para um Encontro Europeu de 200 jovens oriundos das Cidades geminadas com Sens. Fafe era a cidade convidada. Este encontro serviu para criar as bases para o referido processo de geminação, mas também, foi o “palco” para me cruzar com a minha futura mulher que integrava a comitiva dos jovens. Em 2012, aceitei com muito orgulho integrar a comitiva camarária que se deslocou a Sens para a Cerimónia de Assinatura. Momento único que une dois municípios para criar sinergias e “pontes” económicas e culturais entre eles. Passado quase 10 anos, o protocolo existe, mas não passou do papel… salvo momentos muito esporádicos. Uma boa política de geminação entre dois territórios permite construir os alicerces para que desta estratégia resultem negócios e parcerias duradouros e sustentáveis com impacto nos territórios.
  


O segundo momento, decorre em 2012, a Coordenação das Coletividades Portuguesas de França (CCPF), com o apoio da ADRAVE, organizou o 15° Encontro Europeu de Jovens Lusodescendentes, na região do Vale do Ave com cerca e 45 jovens de 18 a 30 anos, vindos da União Europeia, interessados por questões culturais relacionadas com as suas raízes. Fafe, com o apoio do Município liderado pelo Dr. José Ribeiro foi um dos territórios visitado e, foi possível nesse encontro ao longo, de um dia, tonar-se um momento único, porque grande parte desse jovens não conheciam Fafe e ficaram profundamente marcados, pelas suas paisagens idílicas em que se cruzam os seus montes e o seus vales de grande beleza percorridos por rios e ribeiros, a qualidade da sua saborosa gastronomia e do seu artesanato, passando pela arquitetura brasileira fruto da Emigração das suas gentes. Fafe é a “Sala de Visitas do Minho”!! E isso ninguém nos tira.


O último momento marcante, por vários motivos, foi a dinamização do 1º Salão da Inovação Rural do Ave, integrado nas Feiras Francas e ExpoRural do concelho de Fafe, em Maio de 2013, poucos dias após o falecimento do meu pai. Ao longo de 4 dias, a população de Fafe teve acesso a um espaço físico com um conjunto de projetos inovadores, desenvolvidos na região Minho, de natureza empresarial, académica e institucional e que passado 7 anos algumas empresas presentes são reconhecidas no mercado nacional e não só: compota bisnaga MeiaDúzia, Cerveja Artesanal LETRA entre outras. Em paralelo, dinamizamos workshops destinados a futuros jovens empreendedores fafenses e um Showcooking com Lígia Santos, a primeira Masterchef de Portugal que presenteou os presentes com um exercício de inovação, associado ao prato mais conhecido e tradicional de Fafe – a vitela assada. Finalmente, não posso deixar de destacar, sobre o lema da “Inovação na Tradição” que defendo tanto, esteve patente, impulsionado pelo Município, uma exposição de produtos artesanais em palha que mostrou novos cenários de conhecimento e novas possibilidades funcionais, orientada para uma economia que valoriza as culturas locais e as suas potenciais sinergias endógenas. Estiveram expostas peças com modelos inovadores que mostraram as imensas possibilidades que os produtos em palha elaborados em Fafe, podem trazer à moda e ao comércio. A “Inovação na Tradição” também é possível em Fafe e recomenda-se e necessita de ser apoiada!




FAFE representa um FUTURO que é necessário preparar com TODOS!
Dou um exemplo, atualmente, com esta pandemia COVID 19, vão existir dificuldades no presente e várias incertezas quanto ao futuro. É exigido a todos nós uma aposta no diálogo e na solidariedade que permita criar as melhores condições para ultrapassar o momento atual, mas também a recessão que se adivinha após a pandemia. E não vejo melhor slogan “Com Fafe Ninguém Fanfe” para caracterizar essa batalha como uma guerra cujo inimigo é invisível. E o papel do Município é preponderante como líder territorial em total simbiose com os agentes públicos, sociais e económicos do território FAFE para o bem de TODOS!


JORNALdeFAFE: Fafe tem apostado no Desenvolvimento Económico?
FILIPE TEIXEIRA: É uma pergunta interessante. Se vamos ao significado do conceito que está relacionado com a melhoria do bem-estar da população, sendo geralmente medido através de indicadores de educação, saúde, segurança, justiça, rendimento, pobreza, entre outros, podemos dizer que Fafe tem apostado no Desenvolvimento Económico, porque todos esses indicadores o demonstram graças às sinergias dos diversos agentes públicos, sociais e económicos de âmbito local, nacional e europeu.
O concelho de Fafe ocupa, em 2019, o 75º lugar a nível nacional, na análise realizada ao desempenho das Autarquias portuguesas nas áreas do investimento, turismo e qualidade de vida realizada pela conceituada empresa Bloom Consulting. A nível da região Norte, o território FAFE ocupa um simpático lugar 26º comparando com os municípios à nossa volta.
Os investimentos por parte do Município, na última década, nas áreas da educação, social, saúde, viária e cultural entre outros. reforçaram esse lugar.
Recentemente, o investimento por parte do Município, de cerca de 2 milhões de euros, no nó de Arões, pretenderá contribuir para o desenvolvimento do concelho, gerando mais crescimento, mais emprego qualificado e melhor igualdade. Todos nós o desejamos, particularmente as empresas situadas no Espaço Industrial de Arões/Golães, e respetiva população.
A meu ver, um investimento desta natureza e dimensão com fundos próprios sem ter direito a cofinanciamento europeu disponível para requalificação de zonas de acesso a Espaços Empresarias, é um risco que com certeza quem de direito mediu o retorno a breve, longo prazo tendo em conta que o argumento principal é o tempo ganho que é de 5 a 10 minutos.
A experiência na coordenação de um trabalho regional sobre essa matéria leva-me a partilhar que atualmente, os principais fatores e critérios relevantes para os investidores nacionais/estrangeiros são: o talento, a política do solo, a qualidade de vida e a conectividade/sustentabilidade ambiental. Sou mais apologista de dinamizar e requalificar uma zona empresarial existente como a do Socorro, e/ou criar uma nova zona como se prevê em Regadas. Considero este último espaço estratégico, porque ficará próxima da futura nova ligação que irá assegurar o acesso mais rápido e eficiente entre a Zona Industrial de Cabeça de Porca, do concelho de Felgueiras à rede de autoestradas envolvente, cofinanciada por fundos europeus e o Município de Felgueiras, através, do Programa de Valorização das Áreas Empresariais.

Mas, desenvolvimento económico abrange, também, crescimento económico em total sinergias com o tecido empresarial, e nesse capítulo, acho que é imprescindível, o Município posicionar FAFE num Horizonte Global dinâmico e competitivo. A competitividade, o empreendedorismo, a inovação e a internacionalização são hoje fatores essenciais para o desenvolvimento económico sustentado do país, da região e do concelho de Fafe, em particular, contribuindo positivamente para a criação de um ambiente favorável ao surgimento de novas empresas e ao fortalecimento das atuais.
Neste novo contexto, as políticas de intervenção a cargo dos Municípios enfrentam hoje novos desafios, tendendo naturalmente a emergir novas tipologias de projetos de intervenção sobre o território municipal, novas parcerias público-privadas, novos tipos de relacionamento do Município com os agentes empresariais e, consequentemente, novas necessidades de conhecimento técnico de suporte ao processo de tomada de decisão.
Assim, torna-se imprescindível criar instrumentos “incubadores” do espírito empresarial no concelho, capazes de disseminar o espírito empreendedor, que necessitam de estar associados à criação de diversos instrumentos que incentivem a iniciativa empreendedora, oferecendo o ambiente propício ao desenvolvimento de novos projetos. A disponibilização de informação sobre o financiamento de novos projetos empresariais, bem como a facilitação de contactos e novos instrumentos de acesso a capital, é assim, um fator fundamental para o sucesso das empresas, nomeadamente nos três primeiros anos de atividade.
Também a competitividade e a captação de investimento estrangeiro e nacional são cruciais. O Investimento direto estrangeiro tem sido apontado como um fator crítico para a competitividade e sustentabilidade dos territórios e devemos aproveitar esta “onda positiva” que coloca Portugal como um dos melhores destinos estrangeiros segundo um estudo recente da “EY Attractiveness Survey – Portugal” e FAFE não “foge a regra”. Quando me deparo, em termos de localização, que o concelho de Fafe representa um ponto de ligação importante entre o Vale do Ave e a vizinha Espanha, via o interior transmontano com ligações diretas por autoestrada às cidades de V.N de Famalicão e Porto, bem como às cidades de Chaves e Verin, na vizinha Espanha. Quando temos um polo competente de ensino profissional e superior, uma qualidade de vida interessante e um ecossistema empresarial tradicional, mas dinâmico. Eu preconizo que sejam implementadas rapidamente políticas municipais de atração de investimento, entre outros, um Regulamento de Projetos Económicos de Interesse Municipal Fafense, uma “Via Verde Fafense para o Investimento”, uma estratégia de marketing territorial de captação bem definida quer por via on-line(site e redes sociais), presencial e network com entidades europeias de investimento.
  
Em termos de Inovação é curioso constatar o seguinte: nos últimos anos houve um esforço considerável por parte da União Europeia na implementação de Inovação na Sociedade em Geral, mas houve muito pouco investimento em como aprender sobre a Ciência da Inovação e a Educação em Inovação. Precisamos de olhar a forma como inspirar os nossos jovens e empresários a serem criativos e depois apoiá-los para se tornarem empresários inovadores e isso, devemos, em parceria com os agentes económicos regionais e locais, tornar-se uma obrigatoriedade.

É suma, considero importante, a breve trecho, reforçar ou encetar iniciativas em 5 áreas: promoção e valorização do tecido empresarial fafense; Estratégia consolidada de captação de novos investidores nacionais e estrangeiros; estímulo ao empreendedorismo fafense; apoio aos empresários fafenses no desenvolvimento de projetos empresariais; capacitação dos Agentes Económicos fafenses. Caso contrário, a cerca de 30 anos FAFE perdeu a ligação ferroviária e hoje o território FAFE poderá perder o “comboio da Competitividade” num mundo cada vez global, por opção própria, infelizmente.
  
JORNALdeFAFE: Desenvolvimento Económico, não é só empreendedorismo e atração de investimento?
FILIPE TEIXEIRA: As áreas do atracão de investimento e da promoção e apoio ao empreendedorismo são efetivamente duas áreas muito importantes dentro deste contexto. Não são, no entanto, as únicas. Temos de um lado, apoiar o tecido empresarial, no sentido de reforçar a sua capacidade de inovar e internacionalizar, mas também temos que impulsionar a cooperação entre as empresas instaladas nas Zonas Empresariais e dinamizar uma política de retenção das empresas locais, por outro lado, sem esquecer o potencial do turismo e do setor agrícola moderno e agroalimentar que cada vez são mais uma oportunidade para os territórios de baixa densidade como Fafe. Finalmente, a valorização dos recursos endógenos e o talento das pessoas são também áreas fundamentais da promoção do desenvolvimento económico.
A meu ver, nos últimos cinco anos e dependendo da estratégia de cada Município, vimos ser criadas estruturas integradas nos respetivos Municípios como por exemplo, Invest Santo Tirso, Guimarães Marca, Famalicão Made In e InvestPorto e outras que funcionam como empresa municipal como o Invest Braga. Todas têm uma Visão que passa por contribuir para a criação de um ecossistema empresarial mais dinâmico, inovador e competitivo do seu território, apoiando-se numa equipa especializada multidisciplinar. Este tipo de estrutura representa, por um exemplo, um mecanismo fundamental para a fixação e/ou crescimento das empresas. O impacto em termos de aceleração de processos, burocráticos e logísticos, é notório.
A meu ver, FAFE, na sua dimensão, obviamente, deverá em passo “acelerado” caminhar para esse tipo de estrutura, porque este tipo de estrutura incorpora a nova geração de funções de uma autarquia, caso contrário, tornar-se a uma entidade com um apartado!

JORNALdeFAFE: A 'Justiça de Fafe' e o seu slogan 'Com Fafe Ninguém Fanfe' são referidos em muitos lados, mas não há aproveitamento dessa imagem, será este um ponto a explorar para criar a verdadeira marca 'Fafe'?
 FILIPE TEIXEIRA: Não é fácil de responder a essa pergunta. Estou 100% de acordo consigo!
A “justiça de Fafe” está sempre associada aos fafenses, em geral, como algo negativo. Apologia da justiça popular, porque tem a imagem da estátua com a particularidade de representar um homem a bater noutro com um pau na defesa da Honra
Estátua, essa que está colocada nas traseiras do Tribunal de Fafe, insinuando que quando a justiça oficial não funciona, a mão popular apresenta-se. A meu ver, deveria, dado, que é um ex-libris da cidade, estar mais visível e de fácil acesso.
Desde 2015, talvez para contrariar esta imagem, FAFE acolhe uma iniciativa diferenciadora de louvar, conhecida como 'Terra Justa - Encontro Internacional de Causas e Valores da Humanidade', que procura alertar, provocar e envolver as pessoas a refletir sobre a importância das causas e valores da humanidade.
Pegando, nessa iniciativa e nos objetivos associados, poderíamos pensar em criar uma marca territorial, dado que é um ativo que permite a ligação de um determinado território com os seus públicos: Externos (turistas, potenciais investidores, outros); acima de tudo, com o seu público “Interno” (munícipes). Por esta razão, defendo a criação e dinamização de um Conselho Consultivo para a Competitividade de Fafe que une instituições, empresários, investidores, empreendedores e figuras públicas em torno de um desenvolvimento regional sustentável e que um dos primeiros assuntos a abordar é a marca FAFE e sua relação com cada um de nós, como sendo um ativo único que pode ser decisivo para o futuro do concelho.
A atualidade vem reforçar também o meu pensamento acerca da marca FAFE e ao slogan 'Com Fafe Ninguém Fanfe', porque tal como referi, anteriormente sobre o FUTURO do Território FAFE; é JUNTOS que vamos conseguir combater este inimigo invisível, COVID 19. Este slogan é o símbolo da característica do nosso território e do seu Povo! Quando eu vejo vários movimentos a serem criados em Portugal para ajudar a combater este vírus sinto orgulho em ser Português.  Teve de vir um vírus para deixarmos de ser individualistas e passarmos a ser unidos para o bem de cada um. Num mundo empresarial eu defendo há muitos anos o valor de Coopetição Empresarial: cooperando mesmo se cada um compete entre si, num mundo Global…
Sinto orgulho em ser Fafense quando eu vejo um movimento como “Fafe - ajuda aos profissionais de saúde” criado por um grupo de pessoas/empreendedores que se uniu com o intuito de fornecer material hospitalar gratuitamente às Unidades de Saúde e de Segurança, Lares de idosos, assim como aos profissionais de saúde da zona de Fafe e arredores. Eles têm feito um trabalho extraordinário com apoio do Ecossistema Empresarial Fafense e de entidades púbicas locais, produzindo cerca de 1.000 viseiras de proteção.  Isto é verdadeiro símbolo do slogan 'Com Fafe Ninguém Fanfe'.
Tal como em Fafe, a nível nacional, foi criado um movimento, da qual faço parte, movimento #tech4COVID19 que reúne uma equipa de mais de 4.300 pessoas de 250 empresas diferentes das mais variadas áreas de atividade, com um objetivo comum: unir o talento português no desenvolvimento de soluções tecnológicas que ajudem a população a ultrapassar o desafio do COVID-19.
As ilações a tirar em relação a este tema da Marca Fafe, é preparar os alicerces para junto com o Município, líder territorial e os agentes públicos, sociais e económicos do território FAFE alavancar uma marca territorial que todos se revêm, com os nossos valores e identidade, sem perder a noção de desenvolvimento e crescimento, para o bem de TODOS!

Finalmente, deixo uma palavra final: vamos ficar em casa e passar mais tempo com aqueles que precisam de nós. Vamos TODOS ficar bem!

1 comentário:

  1. Todos os agradecimentos à empresa de empréstimos Elegant por me ajudar a garantir US $ 1.000.000,00 para estabelecer meu negócio de supermercado de gêneros alimentícios em diferentes lugares. Eu tenho procurado por uma ajuda financeira nos últimos quatro anos. Mas agora, estou completamente estressado, livre de toda a ajuda do agente de empréstimos, Sr. Russ Harry. Portanto, aconselharei qualquer pessoa que buscar fundos para melhorar seus negócios a entrar em contato com essa grande empresa em busca de ajuda, e ela é real e testada. Você pode contatá-los através do e-mail --Elegantloanfirm@Hotmail.com- ou Whats-app +393511617486.

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