Honorato Silva,
Presidente da JSD
O desemprego jovem é uma realidade no nosso país e Fafe não escapa à regra. Segundo os registos mais recentes, existem cerca de 450 jovens desempregados no nosso concelho, havendo ainda um número desconhecido de jovens que nem estudam, nem trabalham. Esta realidade é um problema para desenvolvimento de Fafe e da fixação dos jovens fafenses no município.
Enquanto presidente da Juventude Social Democrata de Fafe (JSD-Fafe), tenho assistido a muitos momentos de brainstorming e debates construtivos entre os militantes sobre este tema que tanto preocupa a nossa estrutura. Considero que é a hora de agir e começar a arregaçar as mangas criando maior aproximação entre os jovens e a nossa terra, pois os jovens de hoje são o futuro de amanhã!
Conforme já referi, na JSD-Fafe temos discutido inúmeras temáticas e janelas de oportunidade para resolver este tipo de questão relacionada com o desemprego jovem, nomeadamente destaco os temas da Incubadora de Empresas, da Agricultura, do Setor Económico do Têxtil e do Turismo.
Relativamente à Incubadora de Empresas, considero que a existência de um local que permita aos jovens iniciar um novo projeto empresarial a preços reduzidos, com principal ênfase em empresas na área das novas tecnologias, irá permitir criar empregos qualificados.
No setor agrícola, verifico uma falta de aposta do executivo municipal que consequentemente leva ao afastamento dos jovens desta atividade, não potenciando um setor tão importante para a economia local. Acredito que a criação de hortas urbanas e a realização de ações pedagógicas nas escolas, como por exemplo um evento intitulado “Um Dia no Campo”, onde os estudantes teriam uma experiência em ambiente rural, seriam a chave para desmitificar este problema.
O setor têxtil é aquele que emprega mais pessoas no nosso município, nomeadamente jovens. Assim sendo, este deve ser uma aposta constante nas políticas municipais. Urge a criação de um centro tecnológico desta indústria por forma a criar recursos humanos mais qualificados, soluções industriais mais otimizadas e infraestruturas de apoio. A Câmara Municipal deve ser um facilitador na cooperação entre os agentes económicos e na dinamização do têxtil como um produto ligado à marca da cidade.
Em relação ao turismo, Fafe no passado ficou conhecida como a “Sala de Visitas do Minho”, rótulo esse com o qual estou em completo desacordo e que até considero injusto, dado que temos vizinhos que possuem melhores resultados neste setor. Existe uma grande oportunidade em Fafe com o curso de Turismo que está a ser lecionado no IESF, onde poderemos ir buscar know-how para promoção da marca Fafe. Uma das ideias que pode ser potenciada através desta oportunidade é a criação dos “Caminhos para S. Bentinho da Porta Aberta”, ou seja, caminhos pedestres com estruturas de suporte que garantam a segurança dos peregrinos na sua caminhada.
Fafe apresenta hoje muitos dos seus espaços públicos subaproveitados do ponto de vista da sua dinamização e acesso aos turistas. Defendo a criação de planos de atividade periódicos mais frequentes, como por exemplo, no caso do Museu Automóvel, que não se percebe como não tem uma dinâmica acentuada, numa cidade conhecida por ser a catedral dos rallys. Para além do desporto motorizado, a “Estátua da Justiça de Fafe” é outro grande símbolo da cidade. Não querendo colocar em causa a sua localização, considero urgente alterar o acesso a este monumento.
Estas são algumas das problemáticas e medidas discutidas no seio da JSD-Fafe, no entanto, surgem sempre mais questões relacionadas com a gestão do município.
Para quando uma nova Piscina Municipal? Porque razão é que os rendimentos alocados ao Parque Eólico não são investidos no norte do concelho? Porque não existe uma comissão organizadora envolvendo a sociedade civil para as Festas da Cidade? Porque não se aproxima o Rally de Portugal ao centro de Fafe? Porque não existe um Plano Municipal de Voluntariado?
Caros fafenses, muito mais haveria a dizer, admito que estou bastante preocupado com o futuro do nosso concelho, concretamente em fixar os jovens em Fafe. Não querendo ser um sonhador, acredito muito no nosso potencial e que Fafe poderá ter um enorme impacto nacional e internacional construindo uma grande obra que nos orgulhe. Numa altura em que se fala tanto em fundos comunitários, porque não tornar realidade os nossos “Passadiços de Fafe” ou o “Miradouro nas Serras de Fafe numa Plataforma Suspensa em Vidro”?
Marco, 2018