segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Arquivo Distrital de Braga recebe conferência sobre o mestre do rococó em Portugal


Iniciativa assinala, a 26 de novembro, os 250 anos da morte de André Soares

O Arquivo Distrital de Braga recebe na terça-feira, às 18h00, a primeira conferência das comemorações dos 250 anos da morte e dos 300 anos do nascimento do arquiteto André Soares, o expoente do rococó e tardo-barroco português. A sessão, intitulada “André Soares, um arquiteto de Braga, do Minho e de Portugal. 1720-1769”, vai ser dinamizada pelo historiador de arte Eduardo Pires de Oliveira. A entrada é livre.

As comemorações preveem uma série de momentos em várias localidades do país até final de 2020, como visitas guiadas, livros, exposições e conferências. Por exemplo, o livro "18 olhares sobre André Soares" vai ser lançado no dia e local de batismo daquele artista: a 3 de dezembro, na Igreja de S. João do Souto, em Braga. A sua apresentação está prevista às 18h00, pelos investigadores Henrique Barreto Nunes e Teresa Andresen. A obra de 500 páginas conta com autores das universidades do Minho, Católica, Porto, Lisboa, Nova de Lisboa, Minas Gerais, Diamantina e Alcalá de Henares, entre outros.


O objetivo das comemorações é levar a um maior conhecimento do trabalho de André Soares junto do público em geral e promover a sua visibilidade mundial, afirmando o turismo cultural e a arte portuguesa no mundo. “Este é um dos artistas mais injustamente ignorados na arte rococó europeia; a sua obra teve seguidores até na Espanha e no Brasil”, refere Pires de Oliveira.

André Soares produziu dezenas de obras de arquitetura, talha, ferro, desenho e cartografia, destacando-se pela criatividade e ousadia. O seu primeiro grande projeto foi o novo Paço Arquiepiscopal de Braga, a pedido de D. José de Bragança. Seguiram-se naquela cidade mais 21 obras, como no Mosteiro de Tibães, no Palácio do Raio, na Capela de Sta. Maria Madalena da Falperra, na Igreja e Convento dos Congregados e no Bom Jesus. O seu talento estende-se pelo Norte do país, como a talha da Capela da Sra. d’Agonia (Viana do Castelo), do Palácio de Mateus (Vila Real), na Sé de Lamego, além de obras em Guimarães, Vila Verde, Esposende, Ponte de Lima, Amares, Arcos de Valdevez, Penafiel e Vila Nova de Gaia.

Eduardo Pires de Oliveira nasceu há 68 anos em Braga e tem cerca de 250 livros e artigos científicos sobre temas de História de Arte e Património. Esteve nas origens da UMinho, integrado na Unidade de Arqueologia, passando em 1994 para a Biblioteca Pública de Braga. Em 2012 tornou-se o primeiro a entrar num doutoramento em História da Arte em Portugal por um currículo considerado relevante, ou seja, sem necessidade de uma licenciatura prévia; defendeu uma tese sobre André Soares. O investigador do ARTIS/Universidade de Lisboa é membro da Associação Portuguesa de Historiadores de Arte, da Associação dos Arqueólogos Portugueses e o único bracarense na Academia Nacional de Belas-Artes, que em 1994 lhe deu o Prémio José de Figueiredo. Colaborou em escavações arqueológicas nas ruínas de Bracara Augusta e em Conimbriga, cofundou a associação ASPA, pertenceu ao Centro de Estudos Lusíadas da UMinho, foi bolseiro cinco vezes da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou com figuras diversas como Eduardo Souto Moura e Jorge de Alarcão, deu aulas e tem sido palestrante em vários países.

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