Nestes dias de calor mais intenso uma sombrinha sabe sempre bem. Espero que esteja de acordo comigo...
À falta de espaço nas imediações da sede da Junta de Freguesia de Revelhe para estacionar o meu carro - porque começaram as obras de construção de uma nova garagem e porque também estão a decorrer em simultâneo obras no salão da junta e, ainda, porque os funcionários do antigo Lar da Criança ocupam a maioria dos lugares de estacionamento ali disponíveis - vislumbrei uma sombrinha ali ao lado e pumba, meti lá o meu carro. Ontem já tinha feito um par de boas ações e pensei para comigo que aproveitar-me daquela sombrinha não seria pecado nenhum!
Passado um par de horas, recebo um telefonema do diligente Diretor de Centro Social e Paroquial de Revelhe a questionar se o carro, que ele conhece muito bem, que se encontrava estacionado junto das instalações do antigo Lar da Criança (repito com tristeza, “antigo”) pertencia ao digníssimo Presidente da Junta de Freguesia de Revelhe. Estranhei a pergunta, pensando que a razão de tal telefonema fosse para dar notícias sobre as verdadeiras razões do encerramento do Lar da Criança e sobre os crimes que aquelas crianças cometeram para serem desterradas desta terra que as acolhia… lá respondi que sim, que aquele carro que beneficiou daquela merecida sombrinha era meu. De imediato, o Diretor com um tom de implacável juiz me comunica que ninguém e muito menos o Presidente da Junta ali poderia estacionar, pois, se assim fosse, perderia a autoridade perante os funcionários que ainda ali cumprem horário. Como bom penitente e piedoso pecador, pedi perdão e prometi não voltar a pecar, desculpem, não voltar a estacionar ali.
Confessado o meu crime, ditem a minha sentença.
Passado mais de um mês do encerramento da Lar da Criança de Revelhe, que muito envergonhou a Freguesia de Revelhe, permanecem sem resposta muitas interrogações levantadas no pretérito dia 18 de junho. Sr Padre José Carlos deixe que lhe pergunte: Enquanto Diretor do Centro Social e Paroquial de Revelhe onde estava essa diligência e proteção que agora demonstra por estas paredes sem vida, permitindo que ocorressem os “supostos crimes” sobre as crianças e que ditaram o encerramento do Lar que as acolhia? Não se sente responsável pelo ocorrido? Não era o senhor o timoneiro da casa?
Prevejo a sua resposta: A culpa é do Padre Flores ou do Padre Manuel, talvez do Padre Miguel ou do Padre Vítor Sá, do Padre Manuel Torre não será porque a esse não deixaram mandar. Já sei, a culpa é do presidente da junta e esse aí não poderá estacionar!
Na capa do jornal “Notícias de Fafe” saído para as bancas hoje, refere que nas antigas instalações do Lar da Criança irá funcionar uma nova resposta social: “Camas de apoio a Alta Hospitalar”.
Sei, de fonte segura, que o Senhor Arcebispo através, do seu Chanceler Cónego Avelino, juntamente com o Sr. Diretor da Segurança Social de Braga se empenhou para se encontrar esta saída.
Quem me conhece, sabe que colaborei sempre os pastores que serviram a Paróquia de Santa Eulália de Revelhe.
Revelhe precisa de um Pastor, não de um juiz e muito menos de um justiceiro.
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