quarta-feira, 18 de março de 2020

#passaapalavra: Gil Soares é arquiteto, dirigente associativismo, colaborador do jornal Povo de Fafe. Nasceu em Fafe, em 1979, e reside em Travassós.


JORNALdeFAFE: Gil Soares, um Arquiteto ao serviço das associações fafenses? 
GIL SOARES: As associações fafenses, como muitas associações por esse país fora, não têm recursos para pagar os serviços profissionais de um arquiteto. Aí entro eu e o meu gabinete (eng.º Tiago e arqº Edgar Costa), para dar esse apoio. As pessoas perceberam que eu também fui e sou dirigente associativo (em várias coletividades) e, devido a esse facto, sinto as associações nas suas necessidades e dificuldades, com conhecimento de causa. Nunca nenhuma associação fafense ficará sem um projeto de arquitetura por falta de dinheiro. Estou ao serviço das associações pelo respeito ao trabalho, esforço e dedicação dos seus diretores e pela importância que elas conferem ao panorama sociocultural e desportivo do concelho. O último projeto apoiado foi o parque de lazer do Club Alfa! Um projeto inovador que muito vai engrandecer a freguesia de Regadas...


JORNALdeFAFE: Um homem com um percurso rico no associativismo? 
GIL SOARES: Um percurso mais variado que rico. O meu pai fundou o escutismo, em Travassós, e, desde muito novo, tornei-me escuteiro. Foi algo natural. Quase todos os jovens foram escuteiros nessa época. Foram 16 anos fantásticos! Em 1993 ingressei no Grupo Coral, durante seis anos. Tinha formação musical, advinda dos tempos de seminarista. Quando ingressei, em 2001, na Universidade Lusíada de Famalicão tive de abandonar o Escutismo. Na Universidade fiz parte de várias Comissões de Praxe e fui fundador/presidente do Núcleo de Arquitetura e Artes, em 2003/2004. Em 2004/2005 fui presidente da Associação Académica, no ano letivo em que terminei o curso. Na AAUL-F e no NAAUL-F percebi que um bom líder tem de ter uma grande equipa, pois só assim se consegue realizar um bom trabalho. Quando assumi a presidência da associação académica herdei dividas no valor de 50 mil euros. No fim do mandato tivemos um saldo positivo de 7000 euros. Ainda fizemos obras no bar académico e na sede. Organizamos várias atividades inovadoras, para além das tradicionais. Fiz parte, embora pouco tempo, da Tuna Académica, pois os compromissos associativos não permitiram uma maior continuidade.  A partir de 2005 fui diretor do G.D. Travassós, durante sete anos. Fui treinador das camadas jovens de 2006 a 2008.  Em 2008 foi criada a secção de futsal do clube, na qual fui jogador.  A partir de 2018 tornei-me diretor no Grupo Nun’Álvares.  Apoio várias coletividades, principalmente em Travassós, e sinto-me integrado nelas: o GAT e o Travassós Running. Como costumo referir: não faço parte, mas sou parte! Relativamente a Comissões de Festas fiz parte, em Travassós, na de S. Sebastião (2008): Santíssimo Sacramento (2018) e Nª Sª das Graças (2019). Fui colaborador do jornal Desportivo de Fafe (2005/2006); revista Dom Fafes 13/14 (2007); Correio de Fafe e Rádio Clube de Fafe (2006 a 2011); no jornal Fafexpresso (2011); Revista Factos (2016/2017); Revista Club Alfa (2019);




 





JORNALdeFAFE: Seminarista? 
GIL SOARES: Frequentei o Seminário de Nª Sª da Conceição de 1990 a 1993. Anos maravilhosos! Ingressei com o intuito de ser padre e sinto que tinha vocação! Talvez se tenha perdido um bom sacerdote… Mas sempre tive a paixão pelo desenho e um antigo professor do seminário, o arqº Varandas, incutiu-me a paixão pela arquitetura.  A vida no seminário tinha um carácter muito social. Os seminaristas eram uns privilegiados. Tínhamos as melhores condições físicas e humanas possíveis! Desde as condições do edifício aos campos de futebol e ringue, assim como os melhores professores! Foram 3 anos que guardo, para sempre, com saudade!

JORNALdeFAFE: Habilitações académicas e profissionais?
GIL SOARES: Licenciatura em arquitetura. Inscrevi-me para um mestrado, porque tive um convite para dar aulas na universidade, mas depois de iniciar o percurso profissional não mais me dediquei à dissertação. Iniciei a minha atividade profissional no início de 2008. Em 2010 fiz parte de um projeto de mediação imobiliária, mas percebi que tinha de voltar, unicamente, à profissão de arquiteto.

JORNALdeFAFE: Como vai parar à política? 
GIL SOARES: Em 1994 filiei-me na Juventude Socialista. Surgiu o convite pela Natália Bento e, numa idade muito nova, acedi e iniciei este percurso. Foi um “grito de raiva” pelo afastamento do meu pai do seu partido, o PSD! Não vou dizer que me tornei socialista pelos ideais ou coisa parecida!  O meu pai tinha feito parte do executivo (secretário) da Junta de Freguesia de Travassós, pelo PSD, nos anos 80. A política fazia parte da minha vida, desde muito novo. Acompanhava o meu pai nas campanhas eleitorais de bandeira do PSD na mão. A família, da parte da minha mãe, é simpatizante do Partido Socialista. Em 1997 fui convidado para a lista do PS em Travassós, pelo saudoso José Manuel Ferreira. Só em 2005 volto à atividade política pela mão do então líder da JS, João Vieira Mendes, que me chegou a formular o convite para assumir a liderança da JS-Fafe. Estava a terminar o curso e não aceitei, mas fiz parte do secretariado liderado pelo Daniel Bastos. Em 2009, o ex-presidente da junta de Fafe, José Mário Silva, fez com que me tornasse militante do PS. Pertenci a Comissões Políticas Concelhias e ao Secretariado presidido por José Ribeiro (2016-2018). Fui presidente da Assembleia de Freguesia de Travassós de 2013 a 2017, pelo PS.  Em 2018 concorri ao congresso nacional e tenho participado em reuniões da Comissão Política Nacional. Como não fui convidado para pertencer à Comissão Política Concelhia, após o próximo congresso apenas me tornarei um militante para pagar quotas!







JORNALdeFAFE: PS ou Fafe Sempre? 
GIL SOARES: O meu ponto de decisão prende-se com a pessoa de Antero Barbosa.  Sou seu apoiante, como é sobejamente conhecido, e terá o meu singular apoio nas próximas eleições! Se for candidato, pelo PS, ser-lhe-á feita justiça! Mas, de certo modo, estará limitado nas escolhas para as listas (Câmara; Juntas e Assembleia Municipal). A batalha será mais fácil para o partido e, desse modo, não precisará de mim, nem de outros como eu, para dar o “corpo às balas”. Voltar-se-á à hegemonia socialista de outros tempos! Se for candidato pelo “Fafe Sempre” terá a liberdade de escolher os vereadores e assessores, de vários setores políticos e da sociedade, em geral! Não quer dizer que não o faça pelo PS mas, presumivelmente, ficará condicionado a alguns nomes! O Fafe Sempre permitiu mostrar o quanto valemos como pessoa! O PS, atualmente, deve estar a contar com a candidatura de Antero Barbosa porque não se preocupou em estabelecer um diálogo com vários militantes. Não sente essa necessidade!  Toda a gente sabe que, separando as forças políticas: PS; Fafe Sempre; PSD; Independentes por Fafe; Bloco de Esquerda; CDS e CDU; a que mais força tem, atualmente, é o Fafe Sempre. Foi alicerçado com muitos socialistas e independentes que deram tudo desde o zero.   Foi construído com as “nossas” mãos e com o desgaste das nossas solas. E, perante estes factos, seria hipócrita se não escolhesse o Fafe Sempre, com Antero Barbosa! O PS apenas se serve do valioso símbolo. Não tem a garra do Fafe Sempre!

JORNALdeFAFE: Em 2021 realizar-se-ão eleições autárquicas. Há a possibilidade de integrar uma lista à Câmara?  Em Travassós fala-se de uma possível candidatura à junta. Será candidato? 
GIL SOARES: Se for convidado terei bem definidas as condições que me farão aceitar a integração numa lista à câmara. Mas será difícil! Não tenho “padrinhos” nem ando a “lamber botas”. Não aceitei nas últimas eleições porque achei que o lugar que me propuseram não era condizente com dois fatores: primeiro, os meus conhecimentos em algumas matérias, principalmente em termos de urbanismo, que acho ser muito importante para o desenvolvimento estratégico de Fafe; e, outro, relacionado com o que eu poderia valer no terreno a nível de votos. Felizmente consegui provar, mesmo com o meu tempo limitado, que ainda consigo “alguns votos”. Quanto a uma eventual candidatura à Junta de Freguesia refiro que não está nos meus horizontes! No entanto poderei avançar, após consultar a minha namorada, com quem tenho uma vida em comum, e perante algum desagrado que possa advir do processo, mais especificamente perante alguns candidatos que possam ir a sufrágio.  Mas com diálogo tudo se resolve! Ressalvo que nunca seria candidato contra João Sousa (PSD). Gosto do trabalho que tem feito e acho que se deveria recandidatar, a um último mandato, para realizar obras que serão as de maior impacto!



JORNALdeFAFE: E os projetos com as juntas de freguesia, como aparecem?
GIL SOARES: Os projetos para as juntas aparecem, acima de tudo, pela amizade e, espero eu, por algum reconhecimento do trabalho profissional. Naturalmente, poderiam ser entregues a outros arquitetos e que estariam, também, bem entregues. O primeiro projeto foi solicitado pela U.F. Aboim; Gontim; Felgueiras e Pedraído. Era o presidente António José Novais. As obras foram as da ampliação da sede de Aboim, que ficou notável, com uma estrutura em aço corten e a recuperação da Escola de Pedraído. A freguesia de Paços, pelo seu presidente Joaquim Barbosa, também solicitou vários projetos, entre os quais o Memorial da Ponte de Paços. Vai ser uma obra de referência pelo seu carácter simbólico! De forma natural também apoio a Junta de Travassós! É a minha freguesia! E, inclusive, pela amizade que tenho com os membros do executivo. Outras juntas costumam solicitar determinados projetos para candidaturas, assim como o apoio a várias coletividades das suas freguesias. Eu interajo com vários presidentes de junta, de diferentes cores políticas, e sabem que estou sempre disponível para os ajudar, mesmo que o trabalho não seja remunerado!




JORNALdeFAFE: O limite dos projetos possíveis para Fafe é o céu? 
GIL SOARES: Fafe, acima de tudo, tem de ter uma visão estratégica. O céu pode ser o limite…para os projetos públicos: zonas industriais; pavilhões desportivos; piscinas; courts de ténis; percursos pedonais de ligação à barragem; espaços de memória; museus, incubadora de empresas, centro BTT; escola de pilotos, entre outros. O único limite, para a sua concretização, é a questão económica! Aí é que o limite pode ser o inferno! Nada se faz sem dinheiro e sem saúde financeira aliada a uma boa gestão dos dinheiros públicos, assim como a necessidade de financiamento por parte do Estado ou da Comunidade Europeia. Mas há uma parte muito importante: o investimento privado! Para isso é necessário criar condições! Eu comecei por referir a visão estratégica e isso passa, desde logo, pelo planeamento do território e cativar capital de investimento. Fafe tem de aproveitar a especulação imobiliária do concelho vizinho de Guimarães, com um mercado mais caro, e valorizar as acessibilidades, principalmente a variante de ligação. Um dos fatores mais importantes seria a revisão do Plano Diretor Municipal, de forma a criar mais espaços de construção, em zonas estratégicas. O Nó de Arões é importantíssimo, tanto para a indústria/comércio, como para o espaço habitacional. Agora não podemos atrofiar as freguesias que se servem dele. Se as vias de comunicação são o primeiro fator para o planeamento, elas terão de servir, primeiramente, para o desenvolvimento do espaço edificado. Há medidas que o município vai implementar que ajudam esse desenvolvimento, em termos de regulamento edificatório. Mas não podemos ter boas estradas a servir, maioritariamente, zonas classificadas como “espaços agrícolas” ou “florestais”. Fafe pode se desenvolver mais e melhor e, para isso, é preciso pensar com todos e não por todos!



JORNALdeFAFE: O que falta à política fafense? 
GIL SOARES: Falta, acima de tudo, conhecerem Fafe. E quando digo “Fafe” não é só a cidade, mas todo o concelho! Aos partidos políticos falta união interna! Fala-se muito nessa palavra, mas é só “para inglês ver” ou ler! Quem anda na política tem a legitima ambição de fazer carreira, mas tem faltado coerência e as guerras internas fragmentaram os principais partidos. Tem faltado a “palavra”. O que hoje é, amanhã já não o é! Falta qualidade nas campanhas do “bota abaixo”, porque ninguém quer provar que é melhor, mas sim quem é o pior!  Tem faltado “ouvir”, pois quando assumem um cargo parece que ficam logo com a sabedoria toda!  Faltam pessoas com qualidades técnicas/competência, os designados “quadros”. Muitos falam em os trazer para os partidos, depois ninguém os quer para não tirar o lugar a alguém! Falta alguns saírem da política, porque já nada têm para dar! Falta sentir a realidade das freguesias. Umas recebem muito para servir pouco e outros pouco para servirem muito. Falta sentir o concelho de Fafe a começar das freguesias para a cidade e não ao contrário! Todo o território tem potencialidade nos mais variados campos de intervenção!


JORNALdeFAFE: Se tivesse de construir uma equipa para a Câmara, quem convidaria e para que cargo?
GIL SOARES: Em todos os partidos, movimentos ou população, em geral, conheço muita gente competente para determinados cargos. Há nomes por quem tenho muito respeito: o atual presidente, Raúl Cunha, que apesar das divergências reconheço um bom trabalho, mas acho que será o último mandato; José Ribeiro também tem de ser tido em conta por tudo que deu a Fafe, embora presumo que será o seu último mandato. Pompeu Martins seria um bom deputado; Carlos Cunha será uma aposta no futuro, após saída do governo; Daniel Bastos poderia assumir um cargo interno, de chefia, ligado à cultura/desporto/associativismo. Licínio Gonçalves também é um nome que, no futuro, tem de ser tido em conta pela sua experiência profissional. Francisco Lemos, pela sua experiência em determinadas áreas será, também, uma aposta no futuro.  Se fosse hoje e tendo em conta que se trataria de uma candidatura independente, perante provas que já deram, ou dão, pensando que fariam uma boa equipa multidisciplinar,    escolhia: - Antero Barbosa (presidente/administração/Obras Municipais/Gestão Financeira…); Silvia Soares (ação social/recursos humanos…); - José Batista (ambiente; cemitério; proteção animal; fundos comunitários…); - Fátima Caldeira (Cultura; Educação, Associativismo…),- Eugénio Marinho (Urbanismo/Empreendorismo…). A este elenco juntava Nuno Cobanco (chefe de gabinete); Carlos Afonso (Cultura); Filipe Teixeira (empreendorismo/apoio empresas/comércio); Pedro Sousa (Educação/ Associativismo), Leonel Castro (Ambiente/Agricultura/Turismo) e Tiago Ribeiro e Fortunato Novais (Urbanismo). Todos eles têm, inclusive, conhecimento em diversas áreas que não as que estão a eles atribuidas. Empresa Municipal de Água de Fafe: Parcidio Summavielle. Presidente Assembleia Municipal: José Rodrigues. Provedor do munícipe:  António Abreu. Proteção Civil: Gilberto Gonçalves. Provavelmente, “amanhã”, tenha outros nomes. Atualmente seriam estes!

quarta-feira, 11 de março de 2020

#passaapalavra: António Daniel é professor de Filosofia. Autor do blogue Filosofia na Madeira Torres. Um fafense de corpo e alma.



JORNALdeFAFE: habilitações literárias e profissionais... escolas onde lecionou...
António Daniel: Antes de mais deixem-me dizer-vos que esta iniciativa é uma pedrada no charco. É uma óptima ideia e é uma forma de dar voz a quem nunca teve nos fabulosos jornais que temos em Fafe, jornais muito paroquiais.
Licenciai-me me Filosofia em 92 e fiz o mestrado em Cultura Portuguesa em 2000. Lecionei em Barcelos, Fafe, Mirandela, Aljustrel, Lourinhã, Mafra e Torres Vedras. Promovo formação no Centro de formação de Torres Vedras. E por aqui fiquei.

JORNALdeFAFE: Há quantos anos saiu de Fafe? O que representa esta cidade para si?
António Daniel: Saí de Fafe há alguns anos. Há cerca de 30. Inicialmente, prolonguei o meu vínculo de fim de semana, posteriormente tornei-me visitante esporádico até que cortei com o cordão umbilical há cerca de 5 anos. Daí para cá, vou acompanhando pelas redes sociais o que na minha terra se tem feito. Por vezes assisto às reuniões do executivo pelos meios existentes. Não perco é um resultado da desportiva e fico francamente aborrecido quando empata ou perde.
A segunda questão é de difícil resposta. A representação é sempre uma construção e a forma como construímos depende da idade e do contexto. Sempre gostei de Fafe, dos seus recantos, das suas ruas e da minha de forma particular. Apesar de ter vivido em três ruas, uma teve particular importância: a Travessa da Rua do Maia. Foi lá que vivi toda a minha infância. As primeiras quedas de bicicleta, os primeiros arranhões a subir árvores. Era o meu mundo.
Entretanto, entre os vinte os os 30 e tal, pensamos em tudo menos no significado da vida. Até que aos 40, recuperamos a memória, sentindo a necessidade de voltarmos de onde partirmos. Por isso, os anos passam mais rápido porque começamos a perceber o que é realmente isto tudo. Percebemos o afeto, a dimensão do carinho, o calor do ventre, a mundividência dos rostos dos nossos velhotes. Tudo isso é irrecuperável. O cheiro da vitela atenua a angústia da presença ausente.

JORNALdeFAFE: Como se vê Fafe à distância?
António Daniel: É-me difícil responder a essa questão. Parece sempre que lá estou. Quando percorro uma rua qualquer, comparo-a sempre às nossa ruas. Contudo, Fafe não é diferente de todas as outras terras. A única diferença é que é a nossa terra. Tem uma boa situação geográfica, boa estrutura viária, mas ganha-se muito mal. Fafe é uma óptima terra para quem tenha um salário mediano ou alto. Facilmente nos conduzimos a Braga ou ao Porto. Para quem ganhe pouco a situação é diferente, apesar de ter havido uma melhoria substancial na oferta e acessibilidade cultural. Mas a essência está lá.
Somos generosos e superlativos, mas também demasiadamente conformistas. Ainda estamos muito subalternos ao srº abade. Talvez efeitos colaterais do cónego. Sempre gostei das nossas Igrejas. Apesar de ser vizinho da Matriz, a nova acolhe a minha preferência. Mas fiquei chocado com o que fizeram com a Nova. Aqueles frescos pseudo-renascentistas… Na Matriz também fizeram asneira com as portadas de vidro. Valha-me Deus. Temos sempre de estragar tudo. Mas em geral, há manifestamente melhor gosto e mais cuidado.
Repeitamos o Sº Abade mas continuamos a abusar do «filho da puta». Certo dia fui ao supermercado com a minha filha ainda pequena. Estávamos junto aos legumes e uma senhora apontando para a alface disse «esta filha da puta está com má cara». A partir daí, sempre que eu colocava alface no prato da minha filha, ela afirmava que não queria «filha da puta». Por vezes é catártico, mas abusamos no viés linguístico.
Mas Fafe continua a ser uma cidade desconhecida para a grande maioria das pessoas. Os eventos que acontecem ficam-se pelo microcosmos do norte. Abaixo do Mondego não chega a mensagem da vitela, nem do rali e muito menos do ciclismo que ninguém vê. É um problema. Por exemplo, são raras as publicações nacionais onde surja alguma atractividade de Fafe. Uma coisa é a perceção de quem é daí natural, outra a perceção de quem não conhece nem sabe onde fica Fafe. Mas faço o meu papel. Os meus alunos dizem-me sempre quando a desportiva joga no canal 11.
"Finalmente ao nível político, cheira-me a mofo. Tudo com um discurso amorfo, sem rasgos. Sinceramente é uma pena o PSD. Sempre me meteu pena. Constituído por gente válida mas que raramente despontou, quer pela hegemonia do PS, quer pela própria incapacidade da estrutura do partido. É realmente uma pena não haver alternância de poder. Depois tudo anda à volta do PS, das suas questiúnculas, dos seus amores e desamores, dos oportunismos e aproveitamentos. Não gosto. É um ambiente podre que não transmite confiança. Parece tudo confeccionado a lume brando, sempre com os mesmos ingredientes."

JORNALdeFAFE: Há 8 anos os seus artigos apontavam um apoio a Parcídio Summavielle, manteria o apoio?
António Daniel: Não sei avaliar. Nem sei se Parcídio quer mesmo o poder. Espero que não. Certa vez, nos longínquos anos 80, realizou-se a chamada Rampa da Penha. Era uma prova automobilística. Já na altura havia a febre do automobilismo em Fafe. Era uma demonstração de virilidade. Também fui ver a dita Rampa e, à vinda, «apanhei» boleia com o Parcídio numa velha carrinha Peugeot. Bom, ele sempre foi um pouco, digamos, proactivo na condução. Foi bastante frenética a descida da Penha até à estrada nacional 206. Chegando lá, ainda havia Arões e muitas curvas… Creio que perdi uns anos de vida. Cheguei a casa e pensei que, sendo filho único, não devia andar mais no carro do Parcídio. Os anos passaram, e por vezes essa excitação hormonal vivida na juventude pode ser muito bem canalizada aquando da meia idade. Pensei nisso em relação ao Parcídio. Até que… bem até que ele se lembra de promover uma caça ao javali; não havendo javalis em Fafe a única forma de promover a caça é soltar alguns nas serranias para servirem de tiro ao alvo. Ora, isso desgostou-me. É uma actividade pseudo-turística , perfeitamente desenquadrada das nossas paisagens, artificial e marialva. São estes os contextos em que avaliamos o vínculo e a sensibilidade à terra. Fez-me lembrar os anos oitenta e o excesso hormonal.

JORNALdeFAFE: O que mudaria na gestão da cidade?
António Daniel: Apesar do que disse atrás sobre o clima político, Raul Cunha parece-me ser uma pessoa bastante ponderada. É uma mais valia considerável não ser de Fafe. Tem feito projectos interessantes, os equipamentos existentes têm sido razoavelmente utilizados. Contudo, há uma dificuldade enorme na captação de investimento. Há concelhos vizinhos que conseguem mais e melhor. Mas há algo que poderia ser feito. A educação continua a ser um problema. Há tempos fui a Fafe e aproveitei para degustar a vitelinha. No restaurante onde almocei, entrou um casal estrangeiro, creio terem sido refugiados. Foi constrangedor a dificuldade de comunicação do funcionário do restaurante com os clientes. Estes com um inglês perfeitamente compreensível, o funcionário incapaz de transmitir uma qualquer ideia. Está a ver, aqui está uma iniciativa que o poder político podia muito bem levar a cabo. Até mesmo a junta que mais parece uma central de condecorações e de festanças, podia desenvolver uma espécie de centro de explicações ao nível das línguas para pessoas necessitadas ou para profissionais de certos serviços.
Em termos arquitetónicos, Fafe ainda possui espaços que não devem existir no centro de uma cidade. Os terrenos baldios dão uma péssima imagem. Apesar das alterações feitas e concretizadas no Parque da Cidade, a Feira Velha merecia outro enquadramento, assim como a Igreja Matriz e terrenos anexos.
Um outro aspecto onde se poderia investir é a criação de espaços no centro da cidade, com a aquisição de edifícios classificados e sua reconstrução, para implementação e desenvolvimentos de startups, tentando atrair alguns estudantes de Fafe ou que frequentem a Universidade do Minho em Guimarães. Recuperavam-se imóveis classificados, promovia-se um centro urbano mais atraente e incentivava-se o investimento.
Ao nível cultural, muito se tem feito. Aliás, o Pompeu Miguel gosta de Fafe. Isso é sintomático. Foi um dos melhores se não o melhor vereador, apesar de estar a tornar-se muito político, demasiadamente político pela cena conciliadora. A política faz-se de rupturas. Espero que esteja redondamente enganado.

JORNALdeFAFE: Agradecemos a sua colaboração. Pedimos que nos indique uma pessoa para continuar a rúbrica #passaapalavra.
António Daniel: Para a próxima entrevista proponho o nosso conterrâneo Rui Oliveira. Uma pessoa extraordinária, inteligente, que tem feito carreira no ensino universitário. A última vez que o encontrei foi na Costa da Caparica onde reside. Mas estou com ele muitas vezes no éter na net.

Grandiosa Manifestação Nacional de Mulheres 2020


No passado dia 8 de Março e pelo quarto ano consecutivo, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) organizou a grande Manifestação Nacional de Mulheres 2020, em Lisboa.
Proposto por Clara Zetkin, o Dia Internacional da Mulher é o símbolo da luta emancipadora das mulheres e permanece como um importante dia de luta, dando força às revindicações atuais de igualdade de direitos, de progresso social e de paz.
Foram muitos milhares de mulheres e homens solidários que saíram à rua pela luta e pela conquista de uma verdadeira política de igualdade. Mulheres de todos os distritos do País, agricultoras e estudantes, artistas e intelectuais, trabalhadoras dos serviços, operárias e professoras, mulheres de todas as idades, com um único lema: a força da unidade das mulheres em defesa dos seus direitos e pela paz no mundo.

Forte adesão das mulheres do Distrito de Braga
Uma extraordinária Manifestação Nacional de Mulheres que contou com o entusiasmo e o envolvimento empenhado dos Núcleos e dos órgãos de Direcção do MDM, desde o trabalho preparatório, na organização, na alegria e na determinação que se transmitiu a todas que nela participaram. O Núcleo de Braga do Movimento Democrático de Mulheres saúda todas as mulheres que estiveram presentes neste grandioso dia, que elevaram bem alto a sua voz na exigência da igualdade na vida - por melhores condições de vida e de trabalho, pelo combate de todas as formas de violência e pela paz no mundo. Saudamos também todas as mulheres e organizações sociais que publicamente apoiaram os objetivos desta manifestação. Foram mais de duas centenas de participantes do distrito que marcharam nas ruas de Lisboa e regressaram a casa com o entusiasmo e baterias carregadas para dar continuidade às atividades dos seus Núcleos.

«E desde já, queremos convidá-las a comemorar o Dia Internacional da Mulher do próximo ano, em 2021, na Manifestação Nacional de Mulheres, no dia 7 de Março, no Porto, e no dia 13 de Março, em Lisboa.
(...) Vamos continuar a unir forças e vontades. Daqui levamos mais força para a luta de todos os dias, porque não nos faltam razões. (...) estaremos nas ruas, afirmando que as comemorações do 8 de Março fazem parte do importante património histórico de luta e profundamente ligado à luta emancipadora das mulheres em Portugal.»
Excerto da intervenção de Isabel Cruz, do Secretariado Nacional do MDM
Projeto 2020 “Para além do Amor”
E porque a luta continua, o Movimento Democrático de Mulheres encontra-se desde já empenhado no próximo projeto que terá a duração de dois anos. “Para além do Amor” debruçar-se-á sobre as violências contra as mulheres e a violência do namoro. Um tema bastante atual e que, infelizmente continua na ribalta dos assuntos mais abordados do ano. Todos os dias, milhões de mulheres e jovens são vítimas de violência física, psicológica, moral e sexual. Lembremo-nos que só em 2019 foram assassinadas 27 mulheres em Portugal no contexto de violência doméstica.
A violência contra as mulheres têm consequências devastadoras para a saúde, bem-estar e realização pessoal, com forte impacto negativo na família, na sociedade e no próprio desenvolvimento do país.
O MDM pretende que as mais diversas entidades possam ajudar no desenvolvimento deste projeto, prosseguindo na reflexão e atuação sobre as causas e responsáveis pelas diversas dimensões da violência contra as mulheres.
Serão vários os contatos, mas o MDM de Braga conta desde já com o apoio do Comando Territorial de Braga que dará também desenvolvimento a um projeto denominado “Violência não é opção!”. Cabe às mulheres e aos seus movimentos organizados progredir na defesa dos direitos, da autonomia e da liberdade. O MDM esteve, está e estará empenhado nesta luta!
Não há igualdade nem emancipação enquanto a violência fizer parte da vida das mulheres! Este é o combate do nosso tempo em nome dos valores de igualdade, direitos, integridade, segurança e dignidade das mulheres!
Pelo Núcleo de Braga do Movimento Democrático de Mulheres

Tens uma banda?

A Arte In Web está a organizar uma nova coletânea destinada a divulgar novos projetos musicais da região do Minho, a Colectânea ArteInWeb 2020.

Para qualquer informação adicional podem utilizar este email: aeccaldas@hotmail.com 

CAMPEÕES REGIONAIS PETANCA: LURDES CASTRO E GUILHERME MATOS


Guilherme Matos e Lurdes Castro sagraram-se campeões regionais de petanca 2020 na variante de mão a mão (um contra um) em representação do Clube Amigos da Petanca (Lordelo, Paredes) e do Clube Petanca de Estorãos (Fafe), respetivamente.

Gabriel Freitas (Clube Petanca das Taipas, Guimarães) foi o finalista vencido, Antero Conceição (Associação Bússola Partilhada, Gafanha da Nazaré) obteve o 3° lugar e Maria Del Carmen (Clube Amigos da Petanca) é a vice-campeã.

A eliminatória da APZN - Associação de Petanca da Zona Norte, disputada este domingo no Clube Caçadores de Rebordosa, apurou 4 atletas (3 masculinos e 1 feminino) para a final nacional agendada para 3 de maio.

Participaram 69 jogadores (61 homens e 8 senhoras) dos 8 clubes filiados, sendo o Clube Amigos da Petanca o mais representado com 16, seguido pelo Clube Petanca das Taipas com 10, Clube Caçadores de Rebordosa e Clube Petanca de Estorãos 9, Clube Petanca de Rebordosa 8, Associação Bússola Partilhada e Centro Recreativo e Cultural de Briteiros 7 e Casa do Pessoal da RTP-Porto 3.

No próximo domingo, o Parque Rio Ferreira, Lordelo, irá ser o palco da eliminatória nortenha de doublete (dois contra dois), que irá apurar os campeões regionais e representantes da APZN na final nacional marcada para 4 e 5 de julho.



quinta-feira, 5 de março de 2020

#passaapalavra: Pedro Sousa é Professor, Jornalista, Blogger e Dirigente Associativo.


Natural de Regadas, nasceu em Fafe em janeiro de 1979. Antes de entrar na Escola primária já era Lobito nos Escuteiros de Regadas. Frequentou a catequese. Foi seminarista. Estudou em Coimbra. Participou ativamente na política partidária. Sócio fundador de várias associações.






JORNALdeFAFE: Regadas é uma terra de paixão para si.
Pedro Sousa: Claramente! Regadas é a minha terra. Embora na Faculdade me conheciam e tratavam por ‘Fafe’, Regadas é a minha terrinha. Obviamente, esta pertence a Fafe e não consigo distanciar uma da outra.
 
JORNALdeFAFE: Sendo o Pedro Sousa uma pessoa de mil ofícios, nunca deixou de afirmar que é da aldeia, mas nunca pensou em fazer-se passar, como muitos o fazem, por um menino da cidade?
Pedro Sousa: Sinceramente, não! Também ouvi isso em alguns colegas, sobretudo na política. Mas eu sou da aldeia. Nunca entendi muito bem isso. E a minha aldeia é do tamanho do mundo! E qual cidade? Eu já vivi mais anos em Coimbra do que em Fafe e nem por isso deixei de ser o ‘Fafe’…

JORNALdeFAFE: Sabemos que esteve ligado e até fundou várias associações. Pode falar um pouco sobre estas aventuras?
Pedro Sousa: Teríamos muito para falar. Mas tentarei resumir. Antes de entrar na Escola Primária, penso que teria 5 anos, entrei para os escuteiros. O meu pai foi escuteiro muitos anos e incentivou-me a ingressar. Comecei nos Lobitos, era a minha Chefe a Alice Teixeira, e fazia muitas atividades connosco, até nos levava a sítios visitar. Depois foi com o Chefe Raúl Teixeira (Chefe dos Bombos Amigos da Borga) que passei a minha adolescência. Primeiro nos Exploradores e depois nos Pioneiros. O Raúl é o meu ‘mestre’ chefe de referência. Aprendi com ele, sobretudo, o lado humanista de lidar com os outros. Fui também Caminheiro e Dirigente, mas estes momentos não foram os melhores. Estas idades são mais perigosas e quem estava nos Caminheiros percebia pouco de relações humanas. Muitos pensam que chegam a Chefes, têm o lenço verde, e já podem mandar nos outros e isso não cativa as pessoas. Como Dirigente, só gostei mesmo de ser Secretário Administrativo do Campo do CNE em Apúlia. Eramos uma equipa de amigos de vários núcleos de Braga e conseguimos administrar e construir uma boa sede, sendo que dávamos prioridade às pessoas, às famílias, ao humanismo, como estava escrito no regulamento interno. Mas tudo tem o seu tempo…

JORNALdeFAFE: E outras associações?
Pedro Sousa: Em Coimbra, como todos os estudantes da Academia, fui sócio da AAC (Associação Académica de Coimbra). Sócio fundador da Associação Solar da Praça, uma Associação a que ainda hoje pertenço e pago quotas, compramos uma casa para instalar a nossa República da Praça, que foi despejada com a nova lei do arrendamento, e os atuais residentes e os antigos contribuem para pagar o empréstimo. Sócio fundador e dirigente do CLUB ALFA, esta é a menina dos meus olhos, neste momento já não pertenço sequer aos órgãos de gestão, mas estou à frente da parte pedagógica e artística e estamos a criar a Academia Club Alfa, um projeto que já está a nascer fisicamente em Regadas. Ainda agora, acabamos de candidatar uma outra fase do projeto que tem tido um apoio incansável do Arquiteto Gil Soares e espero vê-lo de pé ainda em 2020.

Também fui sócio-fundador da ACSSR, sócio número 11, mas abandonei quando me apercebi que as pessoas que fomos buscar para ajudar na construção, afinal só queriam agarrar o poder para dar ‘tachos’ à família e amigos e começaram a candidatar-se contra o Álvaro Teixeira que tinha sido o grande impulsionador. Como não me identifico com este tipo de atitudes, depois de trabalhar no Boletim e apoio pedagógico à borla, afastei-me da associação e dessas pessoas. Pessoas essas que fizeram listas contra a junta de então. Não posso admitir a ninguém que é apoiado por outras pessoas e na primeira oportunidade dão facadas nas costas a quem os apoiou! Isto é oportunismo! Estão no seu direito, mas eu também estou no meu e quero distância desse tipo de gente!

JORNALdeFAFE: A sua vida profissional já conhece um vasto currículo.
Pedro Sousa: Mais ou menos. Ainda não tanto quanto o desejava, mas também ainda me faltam uns anitos para a reforma… J

JORNALdeFAFE: Certo, mas lemos no seu blogue que já deu aulas em vários sítios e desempenhou cargos de relevo.
Pedro Sousa: O meu percurso não foi sempre fácil. Depois de concluir a licenciatura, fiz logo o estágio pedagógico. Aí até me senti um pouco rico. J O estágio ainda era remunerado e nunca tinha ganho tanto dinheiro. Mas depois veio o caminho do calvário. Eu queria mesmo ser professor, mas estava tudo cheio. Felizmente apareceram umas formações em Lisboa, mas o IEFP só pagava a três ou quatro meses. E eu rezava para não me acontecer nada, porque andava com o dinheirinho todo contado. Os meus pais ajudaram-me sempre, se não fosse assim não conseguia ir trabalhar, mas eu também não queria estar a depender deles. Foi duro! Foram dois anos muito difíceis.

JORNALdeFAFE: E quando volta a Coimbra?
Pedro Sousa: Aí foi a sorte grande! Coimbra é mesmo a minha cidade da sorte. Eu pertenci a uma República de Estudantes e tinha um colega a trabalhar na ARCA (Associação Recreativa de Coimbra artística), como eu estava a dar formação em Lisboa e mais tarde em Coimbra, falei a esse colega que existiam os CEF (Cursos de Educação e Formação) e eles não tinham, poderia ser mais uma fonte de receita porque aquela entidade já passava por algumas dificuldades financeiras. Esse meu colega disse que não tinham dinheiro para contratar alguém para fazer as candidaturas e eu disse que as fazia de graça e se fossem aprovados os cursos seria o Coordenador e Professor até me preencherem o horário. E foi assim que entrei na ARCA. Uma Escola de excelência. Tinha a Escola Universitária das Artes de Coimbra e a Escola de Artes de Coimbra (Escola Profissional). Aprovamos logo 7 cursos. Arranjei trabalho para mim e ainda tiveram de contratar mais professores. Depois desta aposta ganha, o meu colega pede-me ajuda para candidatar uns Cursos de Especialização Tecnológica, já tinha tentado mas ninguém o ajudava. Criámos o Departamento de Formação da ARCA, o Dr. Marcos Júlio era o Diretor Financeiro, eu o Diretor Pedagógico e havia uma senhora, Drª Paula Almeida, que era a Secretária desta Direção. Uma equipa fantástica. Aprovamos também 6 cursos. E eis que vêm vários milhares para serem aplicados na ministração daqueles cursos.