Notas informativas das intervenções feitas em plenário sobre diversos temas como Defesa, segurança, competitividade, Ucrânia e Mercosul do Eurodeputado Hélder Sousa Silva
Podem acompanhar a vida parlamentar do deputado em:
“Acordo UE-Mercosul é um dos mais importantes
passos dados pela UE”
O eurodeputado Hélder Sousa Silva considerou hoje o Acordo UE-Mercosul como um
dos mais importantes passos dados pela União Europeia. Porém, o português, que é
também membro da Delegação para as relações com o Mercosul, alertou que é
preciso “potenciar os que vão ganhar” e “apoiar os que, eventualmente, possam
perder”.
Invocando a urgência deste importante acordo, Hélder Sousa Silva, que é membro da
Delegação para as relações com o Mercosul e presidente da Delegação para as
relações com a República Federativa do Brasil, relembrou que em 20 anos de
negociações perdeu-se tempo e competitividade, o que nas suas palavras “é
inaceitável”.
Considerando o acordo de comércio a estabelecer entre a UE e os quatro países do
Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), um acordo “equilibrado”, pois irá
permitir a criação do maior mercado mundial, onde residem mais de 700 milhões de
consumidores, o eurodeputado deixou um alerta: “Temos de potenciar os que vão
ganhar - e são muitos - e de apoiar os que, eventualmente, possam perder”.
Consciente de que em qualquer acordo equilibrado e justo, não ganhamos em todos
os domínios, Hélder Sousa Silva acredita que, neste caso, os benefícios globais para o
espaço da União Europeia são muitíssimo superiores a quaisquer prejuízos.
Reforçando que “qualquer parceria comercial que a União Europeia estabeleça, deve
ser equilibrada e justa para todas as partes”, o eurodeputado do PSD lembra que os
critérios democráticos, económicos, ambientais e sociais que hoje se praticam na UE,
serão exigidos aos parceiros do Mercosul.
Recorde-se que as trocas comerciais atuais em bens e serviços, entre a União Europeia
e os países do Mercosul, já ascendem a mais de 90 mil milhões de euros por ano, com
taxas alfandegárias que variam entre os 10% e os 55%, de ambos os lados. Com o
acordo firmado, estas taxas desaparecerão, de forma a criar uma grande zona de
comércio livre, que garanta os produtos nos consumidores mais baratos e com as
mesmas garantias de qualidade que hoje existem.
Na sua intervenção, Hélder Sousa Silva frisou ainda que “a União Europeia será tanto
mais rica e mais desenvolvida, quando mais parcerias conseguir estabelecer;
diversificando também os seus interlocutores comerciais”.
INTERVENÇÃO DO EURODEPUTADO HÉLDER SOUSA SILVA SOBRE
A BÚSSOLA PARA COMPETITIVIDADE DA UE
A competitividade económica da União Europeia
tem de sair do papel para a ação
É preciso que a "Bússola para Competitividade" saia do papel e passe para o terreno.
Foi nestes termos que o eurodeputado Hélder Sousa Silva se dirigiu hoje ao
Parlamento Europeu, em Estrasburgo, reclamando “coragem política”, tanto das
instituições da UE como dos seus 27 Estados-membros.
Reconhecendo que a União Europeia enfrenta, atualmente, um dos momentos
mais críticos da sua história económica, o eurodeputado português afirmou que
a UE está num “ponto de viragem”, onde a sua capacidade de reinvenção
determinará “se a Europa será protagonista ou mera espectadora”.
Considerando a “Bússola para a Competitividade”, apresentada pela Comissão
no final do mês de janeiro, como “um documento importante, ambicioso e
enquadrador”, Hélder Sousa Silva diz que o mesmo “carece de ser
operacionalizado”. Aquando da sua apresentação, a presidente da Comissão
Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a “Bússola para a Competitividade”
transforma as recomendações do relatório Draghi num roteiro de ação. Agora, o
eurodeputado português pede que as instituições da UE e os Estados-membros sejam
corajosos na aplicação deste documento, que classificou como “o primeiro passo”.
Neste documento, a Comissão assenta na inovação, transição verde e autonomia
económica estratégica, o caminho para a competitividade económica da UE, no
mandato 2024-2029. Hélder Sousa Silva defendeu na sessão plenária de hoje que o
programa InvestEU deve ser “o centro da operacionalização da competitividade
europeia”. E justifica: “Cada euro investido através do InvestEU gera até 15 euros de
investimento adicional”. Assim sendo, e nas palavras do eurodeputado eleito pelo PSD,
“o InvestEU comporta-se como um instrumento de soberania económica, capaz de
criar uma verdadeira estratégia de investimento à escala Europeia”.
“COMISSÃO EUROPEIA NÃO PODE ESPERAR ATÉ 2028 PARA AGIR”
Eurodeputado Hélder Sousa Silva defende
maior investimento da UE na Defesa
O eurodeputado Hélder Sousa Silva defendeu, no Parlamento Europeu, uma maior
capacidade própria da União Europeia na base industrial de defesa. Para o efeito, o
representante português propôs que esse reforço da defesa seja financiado por
empréstimos com condições semelhantes ao PRR e por um maior envolvimento do
Banco Europeu de Investimento.
No plenário de Estrasburgo, Hélder Sousa Silva alertou para a necessidade de um
maior investimento na defesa do espaço europeu, considerando o mundo atual em
que vivemos, tendo ainda sublinhado que “os países que não têm meios militares
próprios, tornam-se dependentes da boa vontade dos outros”, o que cria uma ideia
errada de segurança.
Congratulando-se com o facto de a União Europeia ter, finalmente, considerado a
segurança e a defesa como prioridades, o eurodeputado português defendeu que o
investimento nesta importante área deve ficar na Europa, explicando que o mesmo
tem um efeito multiplicador na economia, uma vez que impulsiona o emprego, a
investigação científica e o desenvolvimento social, podendo ainda produzir-se
equipamentos de duplo-uso, para serem utilizados e aplicados noutras áreas.
Para que o reforço na defesa se concretize na União Europeia sem sacrificar o modelo
social europeu, o deputado eleito pelo PSD propôs que este seja financiado, “por
exemplo, através de empréstimos europeus tipo PRR”; sugerindo ainda um maior
envolvimento do Banco Europeu de Investimento; assim como uma maior liberdade
fiscal dos Estados-membros.
No caso de Portugal, Hélder Sousa Silva afirmou que o nosso país “pode e deve
integrar-se melhor nos clusters europeus de defesa, beneficiando economicamente da
reindustrialização da Europa”.
Reiterando que “a diplomacia só é eficaz quando está apoiada numa capacidade de
defesa credível”, Hélder Sousa Silva terminou com um alerta à Comissão Europeia para
que não espere até 2028 para agir, justificando que “isso seria perder mais três anos e
dar vantagem competitiva aos nossos adversários”, afirmou.
“A guerra contra a Ucrânia é
também uma guerra contra a União Europeia”
“Vamos continuar a apoiar o povo ucraniano até a Ucrânia ser um país livre”. Foi
com esta afirmação que o eurodeputado Hélder Sousa Silva encerrou hoje a sua
intervenção, na sessão plenária de Estrasburgo dedicada ao apoio da UE à Ucrânia.
Lembrando que este mês assinala-se o terceiro ano de guerra na Ucrânia, decorrente
da ocupação ilegal que a Rússia, unilateralmente, decidiu fazer, o eurodeputado
português defendeu que a União Europeia (UE) deve continuar a apoiar a Ucrânia:
“Mesmo sem terem entrado formalmente na União Europeia, nós consideramos os
nossos irmãos ucranianos tão europeus como nós e, por isso, a guerra contra a Ucrânia
é também uma guerra contra a UE”, afirmou.
Recordando os milhares de mortos, feridos e desalojados, assim como os biliões de
euros de prejuízo, Hélder Sousa Silva considerou esta guerra “o cúmulo da injustiça” e,
por isso, advertiu: “Não nos podemos calar”.
Falando num povo destroçado e em gerações perdidas, que “simplesmente querem
ser membros da UE e da NATO”, o eurodeputado português lamentou que um povo
sofra desta maneira, porque simplesmente “quer entrar na ‘primeira divisão’ mundial
dos países que cultivam os valores da Paz, dos diretos humanos e do Estado de
Direito”.
E em defesa destes valores que a Europa advoga, Hélder Sousa Silva pediu aos
eurodeputados presentes no plenário de Estrasburgo para que continuem a apoiar o
governo da Ucrânia e o seu povo.
Soberania da Europa pode ser ameaçada
por ataques a cabos submarinos
A soberania da União Europeia e dos seus Estados-membros pode ser ameaçada por
ataques às infraestruturas críticas, pelo que o trabalho em rede e em parceria com a
NATO é fundamental para a segurança da UE. A ideia foi defendida pelo
eurodeputado Hélder Sousa Silva, na sessão plenária de Estrasburgo, onde abordou
as ameaças à soberania europeia, através de dependências estratégicas em
comunicação.
Começando por demonstrar que as ameaças que estamos sujeitos nos dias de hoje são
híbridas, Hélder Sousa Silva afirmou que não é apenas a guerra convencional que
ameaça a UE e os seus Estados-membros, mas também os possíveis ataques diretos ou
indiretos às infraestruturas críticas da Europa. Essas infraestruturas podem ser os
cabos submarinos, que transportam dados; os gasodutos e linhas de transporte de
energia; ou até mesmo os sistemas de alimentação e de água potável, que podem ser
alvo de sabotagem.
Por isso, defendeu o eurodeputado português, “quer a nível dos Estados-membros,
quer a nível da União, o planeamento, a vigilância e deteção, e a intervenção imediata,
devem ser objetivos que temos de priorizar”.
Para uma maior segurança e proteção destas infraestruturas, Hélder Sousa Silva
propõe um trabalho imediato em rede, e em parceria com a NATO, assim como uma
forte fiscalização, com aplicação de sanções severas aos prevaricadores.
Recorde-se que na recente visita do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, ao
Parlamento Europeu, este responsável destacou a importância de um compromisso
financeiro robusto para a Defesa, com uma parte significativa dos recursos direcionada
para a segurança de infraestruturas sensíveis, como os cabos submarinos. Cerca de 15
a 20% desses cabos submarinos passam, atualmente, na zona de soberania marítima
portuguesa. Exemplo relevante é o projeto “EllaLink”, em que um cabo submarino de
fibra ótica liga Sines a Fortaleza, no Brasil, ou seja, liga a Europa à América do Sul.
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