quarta-feira, 20 de maio de 2020

#passaapalavra: Paulo Matos é Produtor de Espéctaculos, Consultor, Agente e Management de artistas nacionais e internacionais, dirigente da Associação Humanitaria dos Bombeiros Voluntarios de Fafe. Nasceu no Porto, em 1977, e reside em Fafe.



Tenho o nono ano de escolaridade, frequentei a Escola Primária da Devesinha, o colégio Dão Diogo de Sousa, até ao 7 ano, e a escola secundaria de Fafe até ao 8 ano, depois completei o 9 ano na AEF. Anos maravilhosos, que recordo com muita saudade, desde os amigos de escola, os funcionários, os professores… que que em conjunto com os meus pais, me ajudaram a ser a pessoa que hoje sou.
Em 1993(com 16 anos) a 1996, com o objetivo de um dia puder ser “independente”, deixei os estudos por opção e fui trabalhar para a empresa do meu pai e do meu tio “Moveis Bruno” e em paralelo,já fazia as funções de músico, management, agenciamento, produtor de alguns espetáculos. Atividade que a partir de abril de 1997, comecei a desenvolver como profissional fixo, montando a minha própria marca.
Ao longo de todos estes anos, sinceramente não sei dizer a quantidade de concertos ou eventos que produzi, agenciei e participei. Diretamente, serão mais de 2500 (em território nacional (continente e ilhas) e território internacional) … Muitos mais serão… Tenho todos apontados, todos fixos na memória!Um dia faço a contabilidade global e mando escrever um livro, está na moda.
Sei que fiz ao volante o país de uma ponta à outra, não sei quantas vezes, mas foram muitas, mesmo muitas vezes…. Bons tempos!!! Algumas vezes, parava a meio para visitar. Outras, para poder apanhar o avião, fosse em Lisboa, ou fosse no Porto.Outras para ir parar no hospital, como aconteceu na semana académica dos Açores em 1997, num concerto com os Xutos & Pontapés, e em 2001 durante as festas do concelho de Fafe, muito stress, pouco descanso…  Vida de estrada!Só entende quem por lá passa. Houveram mais idas aos hospitais, mas estas já chegam para exemplificar…
Música, moda, teatro e televisão são as áreas onde atuei desde 1995, em muitas festas populares/religiosas pelo país, semanas académicas (Fafe, Figueira da Foz, Madeira, Açores, Vila Real, Coimbra, Minho, Lisboa, Almada, Oliveira do Hospital, Mirandela, entre muitas outras localidades do país), festas concelhias por todo país, digressões com vários artistas nacionais e internacionais.Foram a minha área de atuação ao longo da minha carreira profissional. Infelizmente agora está parada por obrigação do governo. Por causa desta pandemia devido ao corona vírus.Espero agora pelo futuro, para poder rapidamente dar continuidade aos vários projetos de estrada, que estava a liderar para o ano de 2020 e 2021…
É com muito orgulho que sou Diretor de Produção e Produtor dos espetáculos principais das festas do concelho de Fafe desde 1997.Embora como produtor faço as festas desde 1996. Por isso, quero deixar o meu agradecimentoà Associação Empresarial de Fafe, Rancho Folclórico de Fafe, Banda Faz de Conta, Empresa Municipal de Turismo, Naturfafe, Cofafe, Grupo Nun’Alvares, Município de Fafe, entidades que muito me ajudaram a crescer e que confiaram sempre no meu trabalho e nas equipes que dirigi. Sem eles o meu percurso nunca teria sido o mesmo.
A Semana Académica de Coimbra, o Natal dos Hospitais, os vários programas televisivos que produzi e agencie para a RTP, são marcos de uma carreira que é enorme e diversificada nas áreas dos eventos, com muitos espetáculos em Portugal Continental, Ilhas e pela Europa, junto das nossas comunidades.Muito trabalho e muita estrada! Tenho imenso orgulho e prazer de ter trabalhado e aprendido muito com técnicos excelentes, desde a montagem dos palcos, camarins, estruturas, geradores, backline, som, iluminação, vídeo, road managers, produtores.
Muitos foram os artistas que tive o privilégio de coordenar os seus concertos e espetáculos como: Luz Casal; The Waterboys; Boney M; Patrice; Gentleman; Ivete Sangalo;Fafá de Belém; Daniela Mercury; Calema; Pedro Abrunhosa; Amor Electro; Delfins; Quinta do Bill; Paulo de Carvalho; Simone de Oliveira; The Kelly Family; Toni Carreira; Paulo de Carvalho; Jorge Palma; Neguinho da Beija Flor; Mariza; Clã; Deolinda; Ana Moura; Xutos e Pontapés; Amistades Peligrosas; D´zrt; Harlem Gospel Choir; Aurea; The Gift; Marco Paulo; Mafalda Veiga; Alcoolémia; Moonspell; Peste & Sida; Liquido; Asher Lane; Gabriel o Pensador; Los del Rio; Orishas;Luís Represas; Fernando Pereira;  Os Malucos do Riso; Agir…  São alguns dos mais de 700 artistas com quem já trabalhei.
Quando iniciei esta atividade, consciente do desgaste, dizia que seria até aos 40 anos.Hoje perto de completar 43 anos, vivo o drama de toda a “malta” dos eventos, fomos os primeiros a parar e não sabemos quando poderemos regressar.

JORNALdeFAFE: FAFE TEM APOSTADO NA CULTURA?


Paulo Matos: Ao nível cultural, em Fafe muito se tem feito ao longo dos anos. Isso é um facto e penso que até o mais distraído consegue ver isso … O município, as associações, e alguns agentes particulares, têm feito um trabalho positivo pela cultura em Fafe. Embora,por vezes faça uma ou outra crítica, sempre construtiva e sem “maldade” nenhuma.Críticas fundamentadas na minha visão, pelo que vejo e analiso aqui ao longo dos anos e em vários concelhos do nosso país. Gosto sempre de fazer esse exercício de comparação, comparar o que aqui se faz, a forma como se faz e o seu resultado no final.Faço essa comparação com os vários municípios com quem trabalho pelo país. Seja num evento pequeno, médio, ou numa enorme feira/festa por exemplo. É uma junção de pensamentos, que analiso o que fazem bem fora e que tento transportar sempre para a terra que amo, que é a minha, Fafe.
Julgo que ao longo dos anos tem existido, uma falta, falha ou défice de planeamento, alguma falta de rasgo, e até alguma falta de visão também, para se trabalhar o assentar um plano, de raiz, com chão, suportado num guião devidamente coordenado. Um projeto que pense, que faça acontecer, que atraia, que saiba educar, para se poder ter mais e produzir mais, para se exportar também o que se faz cá, os produtos dos nossos eventos, a nossa cultura, as nossas raízes,  para o exterior, seja na área que for. Afinal temos muito para mostrar, muito para dar em Fafe e a Fafe. Temos mesmo muito!!!
Penso desde há muitos anos, que existe em Fafe a necessidade urgente da criação de um plano politico/cultural.Por exemplo, um plano em que se junte todos os eventos do território do nosso concelho, que possa potenciar o que de bom se faz por cá.Uma agenda anual bem promovida e bem sustentada, devidamente comunicada mensalmente, de 15 em 15 dias, ou até de 8 em 8 dias, agora com as redes sociais isso pode ser feito ao segundo, basta querer.
Se observarmos ao longo dos últimos anos, Fafe tem tido boas programações culturais ano após ano, com um investimento brutal, por parte da autarquia, de fazer inveja a muitos concelhos pelo país, mesmo sendo menor o investimento de algumas associações, ou organizações privadas. Mas parece-me assim uma coisa desfasada, sem harmonia, com défice enorme de coerência.O retorno tem sido pouco ou nenhum, diria muito pouco infelizmente.Espero sinceramente que o que penso não seja o real, gostava que o real fosse diferente.Penso que nunca se fez um estudo para perceber o impacto destas iniciativas. Caso tivesse sido feitopoderíamos estar agora aqui com outro tipo de avaliação, mas há muito a mudar.
Não podemos “sair à rua”, só a culpar a autarquia, o presidente ou o vereador. Os eventos fazem-se, o investimento é feito, quer a nível económico, tempo, serviços,etc… Ao nível de impacto promocional/retorno económico, penso que de factopouco ganhamos com o que se tem feito e é uma pena.
Para tentar não ser derrotista, e querendo ser otimista, parece-me que se poderia tirar outro rendimento do que se faz. A promoção dos eventos, das ações, sai quase sempre tarde, muito pouco marketing positivo à volta das ações que se fazem, não há envolvência, ou pouca há, ou há quando convém que haja e aparece num formato tipo industrial e instantâneo.Julgo que não devia ser assim, porque aí o investimento também é feito e se formos verificar as rubricas percebemos que existe grande orçamento, portanto deveria ser mais bem rentabilizado…
Temos locais fantásticos em Fafe para se trabalhar a cultura, as artes, a indústria criativa. Temos uma sala belíssima, uma das mais bonitas do país, quase sem espaço na sua agenda mensal (o que é muito bom sinal), bem equipada, mas isso não chega, ou parece que não tem chegado. Infelizmente temos alguns exemplos de espetáculos com as salas constantemente vazias ou quase e outros onde até o público fica no palco, ao pé dos artistas, é bonito do ponto de vista “para a foto”. Mas é uma pena para o seu global e retira potencial ao todo, seja em que situação for, mas falo também por mim, por experiências minhas, a organizar ou a produzir.
Já fiz concertos no multiusos para 100 pessoas, e até menos, uma tragédia.No teatro cinema quase vazio.Em praças ao ar livre com pouquíssimo público.Aliás conheço organizações que desde o início da preparação do evento, na preparação do local, começam logo a pensar e “apertar” as salas, ou os recintos, para que os poucos pareçam muitos. São factos, infelizmente… Daí considerar que existe uma lacuna, desde a forma como se tem “educado” o público, ao longo dos anos, até à execução final do evento ou das ações/organizações.
Precisamos da definição de um bom planeamento. Um planeamento que tem deser estratégico, bem direcionado, simples, direto, que deve ser sempre liderado pelo município.Deve, porque o município devidamente envolvido, dá o conforto a todos os intervenientes.
Precisamos de um bom projeto politico/cultural, assente num prazo de planeamento, um prazo de execução, um prazo de promoção, num esquema de união de esforços, onde se tem que acrescentar uma parceria, ou mais, forte com as associações locais. Porque a parceria, já existe. As verdadeiras associações culturais, pois existem outras, no meu entendimento, que apenas servem para fazer “má concorrência” em Fafe.Infelizmente isso também é um facto, que toda gente conhece e comenta.
Uma verdadeira associação deve pelo menos ter um plano de atividades anual, vasto, extenso, transparente, deve movimentar os seus associados e a comunidade em geral, várias vezes ao ano e deve estar, ou pelo menos, tentar estar posicionada em todos as ações do município, até para aumentar a sua visibilidade. Lamentopensar assim!Gostava de pensar de todas o que penso de algumas.Mas se estiver errado, que seja só eu, seria um ótimo sinal. Foi sempre assim que me situei nas várias associações por onde passei, ao longo da minha vida e foram várias. E a verdade é que umas recebem muito para servir pouco e outras recebem pouco para servirem muito.Temos variados exemplos em Fafe, basta que estejamos atentos.
As associações, com toda a sua autonomia, com o seu bairrismo, com a sua organização, as suas criações, com tudo de bom que as envolve, as pessoas que movimentam à sua volta, também se deveria juntar, às várias escolas do concelho e a todos os agentes culturais, numa união de esforços, por Fafe, pela nossa cultura, pelas nossas raízes, por todos nós e com o tempo, eu acho que algo de muito melhor se conseguiria, penso eu. Caberia ao município, além do apoio, a coordenação e fiscalização desse “movimento de parceria ou uma cooperativa” como o quisessem apelidar, penso que o desaparecimento da EMT e mais recentemente da Naturfafe, foi prejudicial e nesse aspeto. Eram entidades que poderiam ajudar o município a fazer essa ponte… Tenho a certeza que com essa união de esforços, com essa parceria, ir-se-ia “educar” mais público a participar nas várias ações, a ir mais vezes aos espetáculos e a cativar outros potenciais espectadores e até patrocinadores.Divulgava-se melhor, melhorava-se a cultura, melhorava-se as pessoas e servia também muito mais a economia local.
O Dr. Pompeu Martins, tem sido um bom vereador da cultura, ao exemplo do que foi o Dr. Antero Barbosa e o Dr. Jaime Silva, claro que colocando-os, cada um no seu tempo. O Dr. Pompeu Martins, tem tentado fazer sempre mais e nota-se bem o quanto gosta de Fafe, sei que quer sempre mais para Fafe, com os de Fafe.Sou amigo dele e tenho uma consideração enorme pela boa pessoa que ele é, já conversei com ele várias vezes sobre tudo que aqui menciono.Penso que está muito só “no terreno”, penso! Com certeza que a sua equipe é pequena … Também sei que muitas vezes quer agradar a tudo e a todos, politicamente falando deve ter de ser assim, o problema é que isso muitas vezes corre mal, porque falta um guião, falta um projeto. Eu acho que ele deve estar com todos, mas na mesma medida, e não pode ser só dar, o município também têm de receber…
Estamos num concelho muito politizado, onde muitas vezes as diferenças não se respeitam e isso é grave e penaliza muitas vezes o vereador, o executivo no seu global, a cultura em geral no nosso território. Fafe como um todo! São muitos os “incêndios para apagar” e como todos sabem os bombeiros não são muitos infelizmente…
O tempo tem-nos mostrado que o que se passa cá dentro, pouco passa para fora, ou melhor, em resultados práticos.Se fizermos uma análise rigorosa aos resultados, é fácil verificar que  pouco se tem materializado e não tenho dúvidas que existe potencial para mais!!!! Muito mais!!!
Quando falo no projeto politico/cultural, além de envolver as associações, as escolas, os agentes locais, os grupos, deveria também de envolver os alunos dos cursos de indústria criativa da AEF, assim como alguns cursos do IESF, das academias de música, de dança, bailado, etc…  Seriam uma mais valia para muitos setores desse projeto, esse planeamento deve também ter um olhar forte para a promoção (nacional e internacional). Os eventos, as iniciativas que se façam podem também promover as associações. E não tenho dúvidas, que poderiam também ser um ótimo veículo para ajudar na criação e educação de mais público para os espetáculos, sejam eles no teatro cinema, pavilhão multiúsos, ou numa praça qualquer ao ar livre. Seria ótimo também para os alunos, pois ficariam muito mais próximos da sua área de trabalho futuro, ajudavam a educar e quem sabe ganhavam até um posto de trabalho…. Faz todo sentido o município apoiar bem as associações, todos os agentes culturais.
Sou um defensor que o município deve ser o “conforto” de todas as associações, de todos os agentes, mas as associações, os agentes culturais, devem também ser o conforto do município …




JORNALdeFAFE: FAFE TEM APOSTADO NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO?
Paulo Matos: É uma pergunta interessante. Embora eu não seja economista, não sejapolítico, portanto não tenho essa grande base de conhecimento e tudo que possa dizer a respeito disto, não passa de uma opinião pessoal, sincera, também em jeito de critica, mas sempre em formato construtivo, porque a destrutiva não serve para nada. Quem me conhece sabe, que não sou um “critico” destrutivo, mesmo em relação a mim pessoalmente sou o meu maior critico, mesmo quando me dizem maravilhas das minhas produções ou ações, para mim nunca está lá no ponto, quero sempre mais e melhor…
Voltando à sua pergunta, sempre que penso no desenvolvimento económico vem-me à cabeça a perda do comboio… Que enorme perda!!!Como é possível querermos desenvolver, avançar, estar na linha da frente, se em 86, penso eu,na altura do início do grande desenvolvimento nacional segundo dizem e pregam os nossos atores políticos e lideres, atuais e à época, e no meio de tanto progresso e desenvolvimento anunciado, começaram logo por nos penalizar, tiraram-nos um meio que julgo essencial… Repare, nós agora com a autoestrada para toda a Europa aqui bem no coração da cidade, com o normal serviço de transportes que temos, que não é ótimo, mas serve, somando o comboio, que já cá estava, não seriamos um concelho melhor? Mais preparado? Quando penso nisso a sério, primeiro vem-me a saudade, porque cresci junto à antiga linha, junto à estação, sabia sempre quando ele chegava, quando partia, ele tratava de me avisar sempre… Ainda hoje o oiço muitas vezes, mas em sonhos.Às vezes até me revolto, porque acho uma perda irreparável, para toda população, com consequências brutais a todos os níveis, desde 86 até hoje. Pior que isso tudo, para o nosso futuro, para o futuro dos nossos filhos… Ou seja, em 1986 quando se pregava crescimento, nós infelizmente perdemos logo um grande veículo económico.Como se diz no futebol, entramos a perder … e a perder por 15 a 0, já pensou como se recupera uma desvantagem de 15 golos?
Perdemos a Fábrica de Ferro, perdemos a Alvorada, perdemos a Fábrica do Bugio, entre muitas outras que movimentavam o concelho, que sustentavam muitas famílias, que davam vida a Fafe, muita vida…
Na altura da pregação do ouro, na altura dos milhões a entrar no país, no grande desenvolvimento tecnológico, Fafe perdeu os alicerces e ninguém ajudou a segurar, não se quis saber??? Deixou-se cair!!! Foi uma evolução de que não gosto. No nosso caso essa evolução quase aniquilou tudo. O resultado disso é o que somos atualmente. Basta olhar diariamente para o nosso centro, à nossa volta… Mas nem tudo é mau!
O município de Fafe ao longo dos anos tem apostado muito na educação, na saúde, na segurança, na cultura, no turismo.Junto dos mais pobres, dos idosos, no bem-estar da população, na nossa qualidade de vida.
Honraseja feita, também a Junta de Freguesia de Fafe, que desde há muitos anos tem feito um trabalho notável e de louvar na comunidade. Digo o mesmo em relação a todas as juntas de freguesia do concelho, que vão fazendo o que podem.
Sabe, Fafe tem tido bons políticos, no executivo, na oposição e até no café, conheço vários. As más decisões também fazem parte, é um facto. Nem tudo é mau, também é verdade.  Sinceramente julgo que os nossos decisores políticos locais não têm tido a culpa toda, no que considero más decisões do global.Claro que lhes falta o verdadeiro poder. Talvez as ordens superiores sejam mais fortes, e sabemos que não estamos em Lisboa, no centro de decisão, onde esta o verdadeiro poder nacional…  Às tantas os nossos nem consigam fazer muito mais… Isso também me preocupa muito!Mas sei que não sou eu que vou mudar, nem quero, nem posso…. É uma pena que nos marginalizem, que nos olhem apenas como números numa tabela de Excel…
É muito fácilver os investimentos por parte do Município, nos últimos dez/quinze anos, por exemplo, nas áreas da educação, social, saúde, cultura, desporto, rede viária entre outros. Por exemplo, recentemente gastou-se cerca de 2 milhões de euros no nó de Arões. Penso que esse investimento, que foi nosso, de todos nós, pretenderá contribuir para o desenvolvimento do concelho.O município com esse investimento, quer “ajudar” a gerar mais crescimento, como é obvio, quer atrair mais empresários, como objetivo de gerar mais empregos.Prevê-se uma nova zona industrial em Regadas. Com isso vamos ganhar novas ligações, mais rápidas e mais eficientes para todos ao concelho de Felgueiras e à sua rede de autoestradas.Penso que isso é bom e pode trazer muito desenvolvimento económico.Falta saber se esse desenvolvimento se transformará em crescimento a médio/longo prazo.
Sobre o nó de arões ouvi dizer que quem deveria ter pago essa obra era o estado, através de Lisboa, pelos vistos falharam e o município de Fafe, atravessou-se.Honra seja feita ao seu presidente, não falharam, estiveram lá.Penso que na situação da requalificação das escolas foi igual, falharam com o município.Mas o município não deixou de cumprir com o concelho e isso é rasgo do presidente, do executivo em geral…
Tenho pena é que ao nível do comércio, pequeno comércio, as coisas sejam diferentes.Penso que aí também se apostar muito mais, pouco ou nada se tem feito.Vejo o nosso comércio no fundo da linha, mesmo no fundo, ou no fundo do poço.Faço sempre um pequeno exercício quando penso no comércio local, que é recuar o meu pensamento para há 30 anos e depois coloco-me de novo na atualidade, é uma sensação má, triste, um vazio, uma escuridão que não passa, teima em não passar ao longo dos anos. É duro ver a luta diária dos nossos comerciantes.Falo diariamente com dezenas de comerciantes e sei dos seus lamentos, das suas lutas, das suas ideias, o que pensam o que se tem feito. Tenho muitos familiares comerciantes, eu saí daí, do pequeno comércio. Penso nos resultados e constato que os resultados práticos são maus, muito maus… E não é só o município que tem responsabilidades nisso, os comerciantes e principalmente a AEF tem estado todos mal, muito mal, na definição de uma estratégia, lá está, de um plano… Porque não sabem juntar-se, aliarem-se. Todos juntos criarem uma direção, um rumo a seguir, com guião.Ou não souberam até aqui…. Francamente, vejo um cenário complicado, com um futuro cinzento, muito negro.Ainda por cima agora com esta situação nova do corona vírus, estado de calamidade, emergência… Temo que se complique ainda mais a vida do nosso comercio local.Algo de muito urgente tem e deve ser feito nessa matéria, ajudar o comercio local.
Tenho pena que não se rentabilize mais um produto como o rally, um veículo de atração de milhares de turistas e que poderia estar mais bem rentabilizado, podia e devia.Porque a marca que Fafe tem no rally é muito forte e é rentabilizada/explorada todos os dias ao longo do ano, por outros e não por nós. Não podemos pensar que a marca Fafe no rally é só para ser lucrativa no dia do rali, com a transmissão televisiva do troço da Lameirinha e com a promoção do rally de Portugal.Há muitíssimo mais além disso!!!!! Veja-se como as localidades se promovem com o rally em França, Espanha, Alemanha, Argentina, Monte Carlo, Suécia, México…Aqui em Portugal, Arganil por exemplo, porque não me apetece falar de outros nacionais, em tom de brincadeira não lhe quero “atirar milho”… Sonho ver pelo menos o troço da Lameirinha, cheio de símbolos/marcas dos nacionais e mundiais, ali disputados.Já vi turistas, finlandeses, espanhóis, irlandeses, entre outros, a tirar fotos à estrada do Confurco, ao alcatrão!!! Apenas porque estava no chão desenhada a bandeira da Escócia e porque sabem que ali é a Catedral, sabem que estão na capital dos ralis.
Imagine se, por exemplo,se nas bermas laterais (ao longo do troço) existissem bandeiras, dos países dos pilotos que já por lá passaram. Ou murais com fotos, frases, um “monumento” simbólico à catedral ou capital dos ralis. Não iria atrair mais povo??? Já reparou que marcas como a Hyundai, Vodafone, Samsung, já gravaram vídeos promocionais, naquela zona de Fafe?? E a Casa do Penedo ali tão perto, a Barragem de Queimadela, o Pontido, o moinho de Aboim, a quinta do Confurco, os vinhos Norte em Várzea Cova, a igreja da Lagoa, as tasquinhas e o povo dali. Quem gosta vem e pode ficar e se ficar, ganham os hotéis, os cafés, as lojas…
Sonho também com um Museu Automóvel maior, melhor com as marcas do wrc ali representadas, com um mural onde estariam os nomes de todos os participantes dos ralis em Fafe, com a marca Fafe ali bem representada.Uma escola do rally também deveria estar ali a complementar.Creio que o investimento não seria exagerado.Temos em Fafe muita gente que ajudaria nesse sentido, sei disso, desde pilotos, copilotos, mecânicos, fãs… Todos que sentem a marca Fafe nos ralis!!!!
Voltando ao troço da Lameirinha, a marca Fafe deveria estar bem presente ali, até porque se se fizer uma análise aos vídeos das transmissões televisivas do rally em Fafe, só no saltovê-se Fafe representado, ao contrário das outras localidades.
Lembro-me que quando iniciei a minha ida às ilhas como profissional dos espetáculos (1997) via muitos turistas a fazer dezenas de km em estradas muito complicadas, nada como são agora, zonas de só passar uma viatura, apenas para tirar fotos a umas casinhas muito lindas e características em Santana, umas 5 ou 6 não serão mais.Claro que outras coisas bonitas aparecem pelo caminho, isso todos sabemos. Hoje vão tirar fotos e já passam lá um ou dois dias, nas casinhas, com as plantas, com as flores, a fazer os trilhos de Santana, foi só um pequeno exemplo de que uma coisa pode atrair as outras.
Fafe tem tantas paisagens bonitas, tantas casinhas bonitas, tantas flores e plantas bonitas, tem as pessoas, os restaurantes, as tasquinhas!!!! O rally e as nossas serras de Fafe têm um potencial enorme.  A nossa gastronomia, o nosso povo, temos tanto para oferecer!
Penso que devem ser feitas algumas situações urgentes, como parcerias público-privadas, chamar agentes empresariais.Disponibilizar a informação ao máximo, sobre os financiamentos de projetos empresariais, os instrumentos de acesso a capital, a facilitação de contactos. Tudo isto, são fatores fundamentais para a tentativa do sucesso, para atrair empresas.
Portugal foi recentemente eleito por várias publicações, como um dos melhores destinos estrangeiros a visitar, como um dos melhores destinos turísticos, existem muitos estrangeiros a investir no norte do país, está à vista de todos!  Porque não aproveitar essa onda, para captar investidores nacionais e internacionais, através da criação de uma grande estratégia de comunicação, bem definida, bem orientada, quer por via on-line(redes sociais e site oficial), com a presença forte em várias feiras nacionais e internacionais?
Deveria também estimular-se mais o empreendedorismo dos fafenses, apoiar os empresários, apoiar os jovens, são o futuro. Penso que não nos podemos esquecer, as áreas da promoção e apoio ao empreendedorismo, são muito importantes dentro do processo de um projeto de desenvolvimento económico, olhando para Fafe, o seu território como um todo, Fafe não é só a cidade.
A Associação Desportiva de Fafe, pode também ser um excelente meio/veículo de divulgação/promoção do concelho, do nosso território.Já tivemos várias vezes esse exemplo para a economia local, por exemplo.Se na cultura precisamos de um projeto politico/cultural, no desporto também precisamos de um bom plano politico/desportivo. Não tenho dúvidas nenhumas que a ADF, foi, é e será um excelente veículo para a promoção e para a economia local.Mas não está bem definido o alvo, o objetivo… como chegar lá e de que forma trabalhar esse processo…Essa mais valia que temos que é o futebol, não nos podemos esquecer que é das maiores indústrias mundiais e assim sendo, temos de a potenciar ao máximo.
Um outro aspeto onde se poderia e deveria investir é a criação de espaços no centro da cidade, para implementação e desenvolvimento de micro empresas, pequenas empresas, atrair jovens e estudantes de Fafe que saem formados das nossas escolas profissionais, ou que frequentem o IESF, Universidade do Minho, mesmo os polos que estão em Felgueiras da Universidades do Porto.Estamos perto de Guimarães, Felgueiras, Celorico, Cabeceiras, das gentes de terras de Barroso, de Braga, Porto…. Estamos a 45m do aeroporto, do Porto de Leixões, do mar…. Temos de tentar atrair, isso faria com que existissem mais pessoas no centro e ajudaria o também comercio local, os restaurantes, os cafés, etc… Isto não é utopia, tenho colegas do Porto, Guimarães, Felgueiras, Amarante, Braga, Caminha, Marco de Canaveses, Funchal, Montalegre, Chaves, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, entre outros, que conheci porque estudaram em Fafe e viviam em Fafe.Porque não vêm agora? Porque fugiram? Sei inclusive de alguns que tentaram fazer a sua vida cá, mas não deu certo.
Muito haveria ainda para dizer, a volta de outras temáticas, de outras situações, mas não sou economista, não sou político.Não tenho essas capacidades de estratégia local.
Para finalizar, sinto que há uma dificuldade enorme na captação de investimento para cá, seja no comércio, seja na indústria, seja na cultura. Isso nota-se bem! Os nossos concelhos vizinhos que conseguem ter mais e melhor, basta que estejamos atentos para perceber como lá se faz. Um grande exemplo disso é o quadrilátero, e é uma pena nós não podermos estar lá.A história da vitela não chega a todo lado, o ciclismo também não, o Terra Justa quase ninguém vê, poucos participam, quase ninguém conhece, apesar do grande investimento promocional que o município faz ano após ano.Se repararem são raras as publicações nacionais onde constem as atividades que se fazem em Fafe, de forma assídua. E isso no global …é mau!

JORNALdeFAFE: O QUE REPRESENTA ESTA CIDADE PARA SI?
Paulo Matos: Fafe representa tudo… tudo mesmo! Foi aqui que vivi desde a minha infância. Foi em Fafe que quis crescer, fazer a minha vida.Sempre que estou fora, regresso a correr e não consigo estar longe por muito tempo. Fafe também representa o futuro que é necessário prepararmos com urgência e com todos!
Costumo dizer que Fafe é a capital do mundo, a terra mais bonita do planeta… E para mim é, sem dúvida!
Tenho aqui a minha família praticamente toda, os meus filhos, alguns dos meus amigos, um dos meus locais de trabalho, as nossas ruas, os nossos jardins, as nossas pessoas, a nossa gastronomia, os nossos bombeiros, a nossa mágica ADF.
Enfim, Fafe é a minha praia, onde me sinto bem e onde gosto muito de estar, em suma, como sou um homem também da música e se me permitem, como diz o nosso hino, deixo-vos a pensar:
A nossa terra é formosa
Como ela não há igual
É a mais perfeita rosa
Das terras de Portugal
Terra formosa que as mais
Escureces com tantos brilhos
Viste nascer nossos pais
Verás nascer nossos filhos
Fafe querido és sem favor
Jardim florido do nosso amor
Ergue-te tanto a nossa voz
És o encanto de todos nós
Se o Minho é terra de fama
Duma estranha sedução
Esta terra que a gente ama
É do Minho o coração
Terra de sol e de flores
De risos e de alegrias
És berço dos meus amores
E das lindas romarias
Fafe querido és sem favor
Jardim florido do nosso amor
Ergue-te tanto a nossa voz
És o encanto de todos nós


JORNALdeFAFE: O QUE MUDARIA NA GESTÃO DA CIDADE, NA CULTURA, NO ASSOCIATIVISMO, UMA VEZ QUE TAMBÉM ESTÁ NESSE MOVIMENTO DESDE MUITO JOVEM
Paulo Matos: Não sou planeador, não sou político, não sou o Dr. Raúl Cunha, nem sou Dr. Pompeu Martins, eles é que são os gestores das áreas que mencionou. Vejo-os como pessoas ponderadas e justas e sei que querem o melhor para Fafe. A gestão do concelho é para o Dr. Raul e ele com os seus vereadores fixos, os seus opositores vereadores, as suas equipes, os presidentes de junta, saberá o melhor a fazer.
A cultura e o associativismo estão entregues ao Dr. Pompeu Martins e a estratégia é dele, da sua equipe… Como fafense quero e espero que façam o melhor.
Mas “nadando” sobre a vossa pergunta, mudava já a Feira Velha, foi lá que cresci, é parte da minha “casa”.Foi lá que fiz alguns dos bons espetáculos da minha carreira.Foi lá que sonhei e ajudei a sonhar, sei disso…  Portanto nada melhor para mim que iniciar a mudança por aí!Até porque olhar para aquilo magoa-me, desde que tombaram a escola e o jardim estragaram tudo.Nem consigo descrever! Agora que está assim, acho que poderíamos ter ali uma praça brutal, e já vem atrasado. Uma praçamais bonita, que lhe dê outro brilho.Não seria preciso gastar muito dinheiro.Uma praça que dê seguimento ao Parque da Cidade, num só, com ligaçãojunto da palmeira. Podemos dizer que o Parque da Cidade agoraestá mais bonito e ainda com potencial de crescimento para ficar ainda mais bonito. Não construía só a piscina interior, como querem fazer, seria muito mais ambicioso e colocaria também uma exterior, ao exemplo do que foi feito pelo município de Esposende,apoiada por uma boa zona extra, com bares e várias sombras, uma zona com relva, outra com areal, ao exemplo da “praia” de Mangualde ou então da Praia das Rocas em Castanheira de Pera. Com o parque como está, acrescentava ali os campos de ténis, conforme esta projetado.Acho que seria um excelente investimento, com retorno a médio prazo e Fafe necessita disso.
Mudava também a zona do mercado, acho que se deveria construir um novo centro de restauração/bares/convívio. Pensoque isso já foi conversado,portanto seria ir em frente, sem medo, com rasgo.Anexar ali um novo Museu Automóvel que deveria ter alusões ao rally, karting, todo terreno e aos desportos motorizados que se praticam em Fafe, em parceria com as devidas associações e clubes locais.Um verdadeiro museu!
Quanto ao resto, sinceramente, concordo com o que está aserplaneado e executado.Somos conscientes e o orçamento é o que é. Lógico que só quem lá está é que sabe. Falar de fora é sempre muito mais fácil. Adoro ser um treinador de bancada.
Quanto à cultura e conforme já referi, daria prioridade à criação de um projeto politico/cultural, isso é o ponto um, que abrangesse e em sintonia com toda a oposição, associações, entidades locais, juntas de freguesia.Tentava perceber o que de facto todos pretenderiam para a cultura em Fafe, quais as ideias, os seus projetos, quais os objetivos, quais os horizontes, a partir dai definia um guião, uma agenda anual sustentada com a prata da casa (feiras francas, festas do concelho, festival da vitela, festas populares do concelho, Terra Justa, festivais de música, festivais de teatro, festivais de folclore, verão cultural, semana do emigrante, teatro cinema, pavilhão multiusos, torre do relógio, parque da cidade, centro da cidade, eventos das freguesias,etc.…) em parceria com todos e para todos, em comunidade. Sem o ponto um devidamente estruturado, é adiar o problema. Tudo bem feito, bem direcionado, poderia ser garantido um retorno económico muito melhor/maior, mais ativo ao longo do tempo e a vertente turística iria aumentar, não tenho dúvidas.
Tentava também dar mais vida ao Jardim do Calvário com a criação de eventos próprios ao fim de semana, direcionados para os mais jovens e os menos jovens, que alimentassem também o centro da cidade.OJardim do Calvário é lindo e tem um potencial enorme, todos conseguimos ver isso. Quantos de nós, dos nossos pais e dos nossos avós namoram no Jardim do Calvário? É um local emblemático da nossa cidade.
Quanto ao associativismo, é sempre um prazer para mim poder falar de tão nobre tema. Desde pequeno que pertenço ao mundo associativo, desde os Kapas da Feira Velha, São Lourenço, Aro 27, Clube CB os Justiceiros (onde fui presidente do  conselho fiscal e presidente da direção), GD Fornelos, GD Regadas, SR Cepanense (onde fui treinador de futebol dos escalões de juvenis), Associação Desportiva de Fafe (vice presidente da direção, onde entre outras funções, fui fundador da revista ”A desportiva” e do site oficial do clube, jogador de futebol e cheguei até a fazer dois jogos com a equipe sénior, na pré-época de 94, com o mister Paulo Cesar e mister Alfredo Guimarães, membro integrante do grupo Fighters Boys, tendo-o liderado por 2 épocas), Clube Náutico de Fafe desde 2008 até agora, na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe (fundador do site oficial e redes sociais, entre outras funções, onde destaco a organização do Congresso da Liga Portuguesa dos Bombeiros em Fafe, em 2017).Aqui penso, muito honestamente, que não se trata de mudar, o município tem tido um papel determinante, fundamental, no meio do associativismo.
O município de Fafe tem sido um dos maiores responsáveis, pelo sucesso e desenvolvimento das várias associações locais, com as suas atividades.Alguns das falhas que lhe aponto é que dão e não fiscalizam, parece não existir um plano. Não sei se o termo fiscalizar se encaixa bem, mas não me ocorre outro e falo pelas associações por onde passei, onde tenho estado e pelas que conheço, pelo que vejo e oiço.As associações não perdem autonomia com isso. A situação do investimento do município é real, existe, e existe dependência. Tenho um certo trauma por ver algumas que fazem muito e recebem pouco, existem outras que fazem pouco e recebem muito. Este paradigma também tem de ser mudado. O facto é que se não for a ajuda que o município dá às associações parte delaspassavam muitas dificuldades, ou então nem existiam sequer. Basta olharmos para as adjudicações/subsídios que saem do município e depois tentarmos perceber os orçamentos das associações, matematicamente falando, o município é o grande sustento de quase todas. Portanto, se o município ajuda, ainda bem que ajuda, deve também fiscalizar e voltamos ao projeto ou aos projetos. É como construir uma casa, primeiro pensamos em comprar o terreno, depois da compra do terreno, temos de pensar e fazer o projeto.
Aqui um projeto político cultural/político desportivo e um bom regulamento, servia para fazer das associações locais ainda melhores veículos para a cultura, para as artes, para o desporto, para a educação, para a economia, para a sociedade.
Vou dar um pequeno exemplo, que quase todos conhecemos: os campeonatos dos escalões jovens que se realizam em Fafe, já participei com uma equipe minha e acompanhei um pouco, porque o meu filho mais novo, já disputou esse campeonato, dois ou três anos (realidade já transportada a nível distrital e nacional).Já repararam quantas crianças, diretores, treinadores, staff, pais, familiares, amigos envolve? É uma coisa brutal! Alguém já se preocupou em perceber o impacto económico desta organização? Pelo que leio e oiço, e perdoem-me se estou enganado, é mais um investimento feito quase na totalidade pelo município, depois pelos pais, pelas associações.Eu acho muito bem esse apoio/investimento por parte do município, porque movimenta muita gente, é muito importante para as crianças, no meu tempo de criança só tínhamos o torneio da câmara e não era para todos. O que acho mal é que não seja devidamente fiscalizado, porque sei que não o é! Quando digo fiscalizar, refiro-me a acompanhar, ver o que está bem, o que esta mal, como se pode melhorar.Já repararam só na parte económica que este pequeno evento movimenta? A parte social? E a parte da saúde? Claro que deve ser mais apoiado, deve ser melhorado. Devem ser criadas mais e melhores condições. Se tudo for bem estruturado, bem assente nesse tal projeto político/desportivo, às tantas temos asas para mais.
Isto é apenas um pequeno exemplo, temos excelentes exemplos do bom que se fez, que se faz em Fafe no meio do associativismo, no meio cultural independente, já há muitos anos. Desde o desporto (Associação Desportiva de Fafe, Andebol Clube de Fafe, Grupo Nun’Alvares, os clubes/associações das aldeias do concelho, a Cercifafe, entre outros que existem, quando falo nas instituições, falo também  das pessoas que lá trabalham por carolice, autênticos guerreiros) à cultura/artes (as bandas de Golães e Revelhe, Academia Atalaya, os muitos excelentes músicos/artistas por aí espalhados (Lex in Justa, The Pend, S´K, Face B, Tendrills, mais recentemente, Válter Lobo, Nuno Marinho, Ezequiel, os Trastes, El Senor), Academia de Bailado de Fafe, a Academia ADN, o Teatro Vitrine, o jogo do pau, o coral Santo Condestável, a Orquestra Club, entre tantos outros que existem em Fafe e de grande talento, como é obvio não me posso lembrar de todos).
Em Fafe temos muita gente boa, excelente, a trabalhar a nível individual e em conjunto nas associações espalhadas pelo nosso território, têm é que ser acarinhados, acompanhados de muito perto e ajudados, para poderem dar seguimento ao trabalho que dia a dia vão dando em prol dos outros.
Puxando agora a brasa para a minha/nossa sardinha, e até em jeito de apelo, gostava de ver mais gente de Fafe a se tornar sócio da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe, sei que não é fácil para todos, mas quem tiver possibilidades, que se faça sócio e que se tornem cada vez mais ativos em prol dos Bombeiros de Fafe, porque quando precisamos eles estão sempre, sempre presente! Eles também precisam de nós.

JORNALdeFAFE: FAFE TEM MARCA PRÓPRIA OU PRECISA AFIRMAR-SE FORA DOS SEUS MUROS?
Paulo Matos: Fafe tem várias marcas próprias e como e evidente precisa e urgentemente de se afirmar fora.
A “Justiça de Fafe”, que para muitos daqui está sempre associada aos fafenses como algo negativo. Algo até de muito mau. Mas não! Nem pensar nisso! Em todo lado por onde tenho passado em lazer ou em trabalho, quando me perguntam qual a minha terra, digo que sou de Fafe e toda gente diz “Fafe, terra da justiça” sempre. E noto que quando o falam, o fazem com simpatia, não com negatividade, mesmo não conhecendo a cidade, falam sempre em tom simpático pela justiça, que é nossa.
É um facto que a Justiça de Fafe é uma marca própria, a nossa melhor marca, que toda gente conhece e bem!!! está mal-aproveitada, o que é uma pena e tem um potencial enorme.
Também são marcas nossas, “Fafe catedral do rally” ou “Fafe capital do rally”,porque pelo mundo inteiro quando se fala ou escreve sobre Fafe no âmbito do rally a definição que usam é capital e/ou catedral (já ouvi de pilotos, jornalistas, publico em geral).Por isso considero que são mais duas marcas nossas.
Portanto, pelo menos aqui consigo identificar três marcas próprias, mas podem até existir mais! “Fafe,Terra Justa”, “Fafe, sala de visitas do Minho”. Só aqui neste bocadinho, já não são 3 mas 6 marcas que se podem destacar, que se podem afirmar.  Fafe precisa urgentemente de se afirmar fora dos seus muros, pelo menos arriscar mais e melhor. Devem ser criados alicerces bem estruturados por todos e entre todos. Escolher a que melhor nos define, para  melhor promover e mostrar a nossa identidade, os nossos valores, a nossa marca. Porque tudo o resto Fafe já tem.


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