domingo, 13 de junho de 2021

“UM OUTRO OLHAR” – JOSÉ, UM FAFENSE QUE IMPULSIONA MARCAS INTERNACIONAIS DO SETOR DO CALÇADO A PRODUZIREM EM PORTUGAL




Bom dia caro amigo josé, agradeço-te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista.

TENHO VINDO A ACOMPANHAR O TEU PERCURSO PROFISSIONAL, COM ORGULHO E AMIZADE que nos une há 15 anos. PARA TAL, ALÉM TEU PERCURSO, O TEU PERFIL DE EMPREendedor DE SUCESSO que criou uma empresa no setor do calçado, em felgueiras, juntamente com tua esposa mariana, SENSIBILIZARAM-ME A TE CONVIDAR PARA A NOSSA ENTREVISTa.

Neste sentido, a minha primeira pergunta é da praxe e é mais pessoal, Gostava que me partilhasses as tuas origens e o teu percurso escolar e formativo. 
Gostavas de estudar ou eras mais viradO para o trabalho prático? Tens alguém na tua família ou amigos como modelo empreendedor?

Obrigado Filipe pelo convite. Aproveito também para te elogiar por esta iniciativa.

Sou natural de Felgueiras, da freguesia de Sousa. As minhas origens são bastante humildes, o meu Pai era operário fabril e a minha Mãe doméstica.
Concluí o 12º ano com algum sucesso, embora nunca tenha sido um estudante muito aplicado, “esforçava-me” apenas o suficiente, pois priorizava bastante a minha vida social.
Na minha família, tinha o exemplo dos meus irmãos, que constituíram uma fábrica de calçado. 
Como modelo de empreendedorismo, gosto de seguir e modelar algumas pessoas de referência como, Jeff Bezos, Elon Musk, Bernard Arnault, Belmiro de Azevedo... entre outros. Adoro biografias e livros de empreendedorismo.

 
Como surgiu a ideia inicial de seres empreendedor?

Iniciei a minha atividade profissional com 18 anos, numa empresa de calçado, ligado ao departamento comercial, usufruindo da vantagem de falar Inglês e Francês, pois na altura havia falta de profissionais com essas competências. Estive nesta empresa 12 anos, onde adquiri todo o conhecimento comercial, técnico e produtivo. 
Aos 28 anos era diretor geral desta empresa que empregava quase 100 pessoas.

A ideia de criar a minha empresa, surge algum tempo depois. Na altura trabalhava numa empresa de calçado como diretor comercial (onde estive por 2 anos), mas não estava completamente satisfeito. Acrescido a isso, tive o convite de uma marca internacional para os agenciar em Portugal, o qual aceitei e assim iniciei a minha carreira empreendedora.



 
neste sentido a empresa new concept shoes que diriges atualmente com a mariana, foi criada em 2014, em felgueiras. conta-nos mais sobre a trajetória fantástica da vossa empresa até à data de hoje, partilhando as suas atividades, os seus produtos, os seus serviços e sua dimensão em termos de mercado. sei que trabalham com grandes marcas internacionais de calcado.

Exatamente. A New Concept Shoes foi criada com a Mariana (minha esposa), que é natural de Fafe. A nossa empresa dedica-se ao agenciamento de marcas internacionais, com o objetivo de desenvolver e produzir calçado em Portugal. Iniciámos com o mercado Francês, alargando posteriormente para outros mercados, quer Europeus, quer Norte Americanos.

Neste momento somos 6 funcionários, trabalhamos em parceria com cerca de 25 fábricas de calçado, maioritariamente localizadas em Felgueiras, mas também em Guimarães e S. João de Madeira. 

Atualmente representamos cerca de 20 marcas internacionais, das quais destaco a Palladium, Azzaro, Redskins e Bisgaard.
 

Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia da vossa empresa?

As maiores dificuldades prendem-se com a concorrência de países de mão-de-obra barata. Muitas marcas deslocaram as suas produções para Países Asiáticos e Africanos. As empresas portuguesas tiveram de se reinventar, apostando na qualidade superior e serviço de excelência.
Neste momento, o nosso maior concorrente é Itália, país onde muitas marcas de luxo continuam a preferir produzir, no entanto, temos vindo a “ganhar terreno”, apostando cada vez mais no design próprio, no melhoramento dos processos de industrialização e sempre com um serviço superior e qualidade de produto elevado.
Posso dizer que o calçado português é fashion!
 
 
Quais são as maiores satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a vossa empresa?

As maiores satisfações foi ver a empresa crescer de forma sustentada. É ver a satisfação dos nossos clientes e as suas marcas a crescer. É atrair o investimento em Portugal e fomentar o emprego.
Quanto a desilusões, não vejo as situações menos boas como desilusões, mas como uma oportunidade para aprender.
 

Quais são os próximos desafios para a vossa empresa?

Melhoria contínua dos serviços, oferta de design e criação de marca própria.

 



Quais são as características pessoais mais importantes para a vossa empresa? Isto é, que importância dás às relações externas na vossa empresa? E para ti como empresário, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas influentes?

Acredito que as relações pessoais são a base de qualquer negócio. Na New Concept Shoes, seguimos uma conduta de valores pessoais, que regem as nossas decisões.
Pessoalmente considero todos os contatos importantes. As empresas são feitas pelas pessoas que nelas trabalham, toas as pessoas envolvidas no ramo são importantes para atingirmos o resultado final pretendido.
Pelo que respeito de igual forma um fornecedor, fabricante ou cliente. Só em equipa e respeito poderemos singrar.
 
 
Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

Sou obcecado pela excelência. Sucesso é algo que procuro no que faço, quanto ao fracasso, como disse anteriormente, não vejo as coisas como fracasso, mas sim como uma forma de aprendizagem.
 
 
Consegues conciliar, no teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

Nem sempre é fácil, mas estou a trabalhar para equilibrar todas as áreas da minha vida. Acredito que para ser um bom profissional, necessitámos de equilibrar todas as outras áreas da nossa vida.
 
 
No teu percurso de empresário, queres partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou?

Recordo-me de um episódio que aconteceu nas minhas primeiras viagens de negócio para o Sul de França. Só consegui ligação aérea por Genebra (Suíça). Quando cheguei, por volta das 23:30, aluguei uma viatura e pedi um GPS (na altura não havia telemóveis com Google maps e a maioria dos carros não tinham GPS). Acontece que os GPS estavam esgotados e a única opção era alugar uma viatura de luxo, a qual já incluía GPS. Mas como o valor era muito elevado, optei por pedir um mapa e seguir caminho. 
O destino ficava a 350 Km e desconhecia por completo o local do hotel. Cheguei a Lyon 3 horas depois, mas não sabia qual a saída que deveria tomar. Andei cerca de 2 horas de carro a tentar encontrar uma indicação que tivesse o nome da rua do hotel, até que já cansado, optei por desistir e dormir no carro, até aguardar que amanhecesse para pedir indicações a algum local. Por coincidência, mesmo em frente do local onde parei, tinha uma indicação que dizia: “Hotel Embassador a 1Km”.... o meu destino.

 



Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

O mundo está cheio de oportunidades para quem as quer aproveitar. Cria um sonho, elabora um plano e trabalha até o conseguires alcançar.
 

A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-vos na vossa forma de trabalhar? na competitividade da empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?

Em termos de volume de negócio, felizmente não afetou. No entanto, a nível da forma de trabalhar sim afetou. Durante este período, as ferramentas como Zoom meeting, teams ou Skype, tornaram-se uma rotina diária. Na impossibilidade de viajar, a realidade virtual foi a solução para desenvolvimento de coleções e negócios com os nossos clientes.

Acredito que teve um impacto positivo, pois conseguimos superar um problema que nos parecia devastador. Para além disso, com esta pandemia, ficámos mais sensíveis ao nosso planeta e ao problema da poluição e destruição provocada pela mesma. Atualmente, apostamos cada vez mais em produção sustentável, usando materiais reciclados e produtos naturais.
 
 
Finalmente, transitando a nossa entrevista para uma parte mais pessoal, pretendia saber qual é tua visão sobre o setor do calçado na região, as suas fragilidades e suas potencialidades?

Como referi anteriormente, Portugal é um país extremamente atrativo para a produção de calçado. Quer geograficamente, quer como um país europeu que tem responsabilidade social com os trabalhadores. 
Receio que esta crise tenha aumentado a taxa de endividamento de algumas empresas, e é importante ter uma retoma rápida, para permitir o pagamento de empréstimos contraídos para fazer face a alguma quebra provocada pela pandemia.



 
tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Ler
 
Local de Férias preferido?

Vários, desde que sejam à beira-mar.
 
Adoras?

Desporto
 
Detestas?

O frio
 
Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

À beira-mar a contemplar o mar
 
Qual é tua música preferida?

Tenho várias... em cada altura da minha vida, há sempre uma música que me marcou mais
 
qual foi o filme que te marcou?

Will Smith : À Procura da Felicidade
 
um livro?

O Segredo
 
Prato preferido?

Tenho vários... gosto muito de comer J
 
Restaurante preferido?

Também tenho vários, dependendo do que quero comer.
 
PODES ME PARTILHAR 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

Criar uma marca de calçado
Poder trabalhar de qualquer parte do mundo
Ajudar pessoas a concretizar os seus sonhos
 
Desporto preferido?

Futebol
 
Qual é o teu clube?

Benfica
 
Se não fosses empresário, eras?

Professor
 
Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Não mudava nada
 
O que representa Fafe para ti?

A cidade que me acolheu e que me apaixonei com o decorrer do tempo
 
Se amanhã, fosses um eleito político local em Fafe, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Apesar da na minha idade jovem, ter feito parte de quadros políticos da juventude, cedo me dececionei com a forma como os políticos agem/decidem, sempre a pensar em ganhar eleições. Não gosto também do “sistema” ainda atual.

Penso que tanto o país, como os distritos e concelhos, deveriam ser geridos como uma empresa privada. O recrutamento das pessoas a trabalhar no “sistema”, deveria ser bastante criterioso e apenas os melhores seriam selecionados.

Quanto a Fafe em particular, penso que está claramente parada no tempo, muito agarrada ao passado. É necessário criar condições para reter os nossos jovens e atrair investimento privado. Não querendo me alongar demasiado neste tema, penso que é tempo de mudar, renovar e inovar, aproveitando todas as potencialidades que o concelho nos oferece.
 
Qual é a tua regra de Ouro?

Trata os outros como gostarias que tratassem a ti
 
Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Creio que não Filipe.

Agradeço-te e congratulo-te uma vez mais, por este tipo de iniciativa.


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