Bom dia caro amigo orlando, agradeço-te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista.
TENHO VINDO A
ACOMPANHAR O TEU PERCURSO PROFISSIONAL, COM ORGULHO E AMIZADE que nos une há 15
anos.
PARA TAL, ALÉM TEU PERCURSO, O TEU PERFIL DE EMPREendedor DE SUCESSO que
criou uma start up na área financeira, em valongo, juntamente com dois outros
empreendedores oriundos tal como tu da banca tradiocional, SENSIBILIZARAM-ME A
TE CONVIDAR PARA A NOSSA ENTREVISTa.
Neste sentido, a minha
primeira pergunta é da praxe e é mais pessoal,
Gostava que me partilhasses as
tuas origens e o teu percurso escolar e formativo. Gostavas de estudar ou eras
mais virAdO para o trabalho prático? Tens alguém na tua família ou amigos como
modelo empreendedor?
Olá Filipe. Obrigado pelo convite. É uma honra poder
partilhar contigo experiências e visões. Acredito piamente que hoje a maior
matéria prima é o conhecimento. Cabe a cada um de nós partilhar e saber cuidar
dele.
Devo dizer que é de louvar esta tua iniciativa de dar a conhecer o
ecossistema empresarial da jurisdição Fafense. Costumo dizer que fazem cada vez
mais falta personalidades que façam unir pontes e sejam facilitadores e interconectores entre pessoas com a sua heterogeneidade. E tu és uma delas e
como tal é mais do que merecido esse reconhecimento.
Sobre mim…vamos lá então. Orlando
Gomes Costa, 42 anos, licenciado em Gestão pela Universidade do Minho e com
formação executiva na Universidade Católica Portuguesa em Motivação e
Liderança. Para além desta vertente académica, enveredei também em ganhar
competências na área de PNL – Programação Neurolinguística (Life Training
Academy), na área Desportiva como Treinador de Futebol certificado e Formador
Certificado. Se gostava de estudar…hum..Sabes que o conceito de estudar na
minha opinião muda e o grau de gosto que temos pelo estudo respetivamente.
Posso dizer-te que se fosse hoje novamente para a Universidade teria certamente
outro tipo de aproveitamento e de envolvimento com o estudo.
Sinto agora, já
com experiência adquirida no contexto profissional, que iria tirar bem mais
proveito e sabedoria do que tive com 20 anos.
Para mim o sector da educação
deveria ser profundamente reestruturado. Deveria no inicio da aprendizagem
saber ajudar-nos a perceber qual o nosso melhor talento e potencia-lo ao mesmo
tempo que nos dá formação de bases e valores e depois sim, já num contexto de
iniciação profissional voltar a dar possibilidade de estudarmos efetivamente
as áreas onde tínhamos predilecção e vocação.
No meu caso, enquanto estudava,
gostei sempre de perceber num primeiro grau para que é que me servia aquela
matéria/conteúdo e depois sim dedicava-me. Na família alguém empreendedor? Sim,
um Tio meu, Alberto Costa, que com 14/15 anos saiu de Chaves para Moçambique à
procura do seu futuro e que singrou como contabilista lá, tendo de voltar para
Portugal e começar de novo, fruto do movimento de independência de Moçambique.
Influenciou-me muito na minha juventude ao escolher a área de Economia/Gestão.
Como surgiu a ideia inicial de seres empreendedor?
A ideia de ser Empreendedor não surge inicialmente.
Ela acontece naturalmente e quando te apercebes, sim, dás por ti que poderás
ser empreendedor. Porém não se confunda a ideia de Empreendedor como alguém que
cria um negócio. Pode-se ser empreendedor como trabalhar por conta de outrem.
Pode-se ser empreendedor como alguém que realize ações sociais e ambientais
sem qualquer carácter de lucro. Encaro empreendedor como alguém que procura
sempre fazer algo de novo, algo diferente. Alguém que nunca descansa, como que
viciado em criar, desenhar e criar novos desafios. Para os outros e para si.
Porém recordo-me que me apercebi de ter este lado mais activo para criar algo
de novo na Universidade do Minho quando me envolvi com a Associação Académica
como membro da Direção e depois como Presidente da Associação de Estudantes de
Gestão de Empresas. Aí percebi a paixão que tenho de sonhar e fazer sonhar os
outros e contagiar a ideia de que nada é impossível.
conta-nos mais
sobre a trajetória fantástica da vossa empresa até à data de hoje, partilhando
as suas atividades, os seus produtos, os seus serviços e sua dimensão em termos
de mercado.
Antes da Empresa ser criada há uma História e
Estórias. Eu conhecia há muitos anos o Nuno no contexto profissional bancário,
sendo ele Gerente de Balcão e eu consultor de Investimentos. Porém mesmo dentro
desse contexto de estarmos a trabalhar num Banco, sempre partilhamos a ideia de
criar um modelo novo. Um modelo em que o centro estaria o cliente e os produtos
seriam secundários. Na verdade uma pessoa não precisa propriamente de uma
entidade financeira. Precisa apenas que lhe prestem serviços financeiros. E
isso faz toda a diferença. Ora se o centro da atenção de uma empresa fôr o
cliente e não o produto e ainda por cima com a liberdade de não estar preso a
uma entidade financeira, está aí encontrado o modelo perfeito para uma era em
que a liberdade de escolha, independência e informação isenta irá vingar.
No
sector bancário e nos outros sectores em geral. Se reparares a grande
transformação que a tecnologia nos está a dar é movimentada pela forte vontade
de cada um de nós ter fontes de informação fidedigna, ter capacidade de
intervir na nossa decisão mas ao mesmo tempo assegurarmos que estamos
protegidos de não haver alterações por terceiros. Assim de repente até estou
quase a explicar o que é Blockchain.
Sendo eu e o Nuno de áreas
como o Marketing e Gestão, fizemos juntar o Ricardo com forte expertise na área
de Tecnologias e assim em equipa edificarmos o projeto nBanks. Há ainda o
António que se juntou a nós e que aporta um profundo conhecimento na área de
robotização de processos e é um grande Profissional. A empresa começou assim
com diferentes graus de conhecimento e experiências, mas com forte vontade de
trabalharmos em conjunto. Começamos com um vídeo e um powerpoint a falar com
centenas de pessoas potenciais investidoras para embarcar na viagem connosco.
Finalmente em Setembro de 2018 fizemos a primeira ronda em que reunimos o
suficiente para pôr a ideia a trabalhar e a ser desenhada. E é uma sensação
incrível ver um projeto a nascer e a sair do papel para a realidade.
Dedicamos
muito tempo à construção da mesma e hoje a nBanks é um software que optimiza a
gestão financeira e contabilística de empresas e contabilistas, criando um
ecossistema de trabalho entre si e em que processos como a agregação de contas
bancárias, conciliação bancária, integração com diversos softwares e com
diversas fontes de informação da Autoridade Tributária, Segurança Social,
efatura, entre outras fontes, são integradas num único sitio fazendo poupar
imenso tempo e recursos a milhares de profissionais. Em pouco mais de 1 ano de
comercialização já temos mais de 1200 perfis empresariais e contabilísticos.
Em
pleno COVID não posso dizer que seja mau. Porém queremos mais e agora mesmo
estamos já a expandir para vários Países Africanos e América Latina. Mas há
ainda MUITO, mas mesmo MUITO trabalho a fazer. Inclusive vamos muito em breve
abrir soluções para particulares de modo a que estes também possam usufruir
deste movimento de OPEN BANKING em que o que prevalece é o perfil e a vontade
do cliente. Finalmente cada pessoa perceber qual a melhor solução para si e ter
ferramentas que lhe permita ajudar a planear a sua vida financeira e a
assegurar que toma melhores decisões, é o nosso sonho. Tem de haver sempre um
sonho para quem cria algo e esse sonho está cada vez mais perto.
Quais são as
dificuldades que encontras na gestão do dia a dia da vossa empresa?
Torna-se um desafio incrível ter de gerir empresas
que estejam em crescimento. Pessoas a entrar e em que tens de passar a mensagem
do que é a filosofia da empresa e ao mesmo tempo todos nós termos de fazer
papéis multifacetados. No inicio é assim. Temos de vender, cada um de nós, ao
mesmo tempo que temos de falar com o contabilista para fechar processos. Falar
com todos os fornecedores ao mesmo tempo que temos de gerir as relações
institucionais com os investidores. Estar presente em fóruns e congressos a representar
a empresa. Instituir processos que permitam automatizar o máximo possível a
componente administrativa da empresa para que possas estar mais liberto para as
áreas criticas da empresa.
Mas no inicio, tudo é critico. Tens de tomar
centenas de micro decisões e em que não tomar decisões pode sair mais caro do
que tomares más decisões. Ter consciência de que vais errar, mas que vais
acertar a maior parte das vezes e o desafio também de começares a confiar no
trabalho de cada um dos novos colaboradores que te vão ajudando a fazer crescer
a empresa.
Quais são as maiores
satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a vossa empresa?
A maior satisfação é vê-la crescer e a ter reunido
um grupo de investidores que confiam plenamente na nossa gestão e equipa.
A
desilusão sinceramente é ainda não ter chegado ao nível que ambicionamos. Mas
admito também que quando és ambicioso, todo o caminho te parece curto. Olha que
é difícil saberes conviver contigo mesmo quando tens vontade, desejo e ambição
de fazeres sempre mais. Nunca olho para trás. Como tal não conto as pegadas que
já fiz, mas sim sempre o longo caminho que ainda me falta percorrer. Outra
desilusão é ainda não ter tempo de fazer as ações de coaching 1x1 que pretendo
fazer com a equipa na regularidade pretendida, pois adoro partilhar o que
aprendi em Programação Neuro-Linguística e assim potenciar o que de melhor cada
um pode ter dentro de si. Claro está que a pandemia também não ajuda para isso.
Mas felizmente estamos cada vez mais perto de a ultrapassar.
Assegurar um crescimento sustentável, com
diversificação cada vez maior de mercados e geografia e sem nunca perder a sua
identidade e bom planeamento. Estamos agora a criar estrutura de negócio em
diversos Países Estratégicos para o nosso crescimento e o maior desafio é
sabermos estar à altura dessas oportunidades.
Todos os dias surgem novas
oportunidades que temos vontade de agarrar e como tal, um dos desafios, é
precisamente agarrar aquelas que poderão potenciar mais o negócio com o menor
risco possível. A tentação de fazer sempre coisas novas é grande mas também
temos de ter a noção de que não é possível abraçar o mundo ao mesmo tempo.
Temos de o ir abraçando conforme a dimensão dos nossos braços.
Quais são as
características pessoais mais importantes para a vossa empresa? Isto é, que
importância dás às relações externas na vossa empresa?
E para ti como
empresário, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes,
pessoas influentes?
Sinceramente mais do que capacidades técnicas, conta
muito os seus “soft skills”. Numa empresa com estas características de
crescimento, cada um de nós tem um papel importantíssimo. Cada um de nós num
enquadramento de equipa tem um valor intrínseco enorme. Como tal, a capacidade
de comunicar com os outros, a empatia, a vontade de aprender mais e a vontade de
trabalhar em equipa é um requisito fundamental.
Não divido Relações Externas ou
Internas. Para mim uma boa relação interna faz gerar uma boa relação externa.
Costumo dizer que se tivermos membros da nossa equipa felizes, esse estado de
felicidade vai-se refletir na maneira como se abordam as pessoas que nos
abordam, sejam eles Fornecedores, Clientes ou outros. E seja a que horas fôr.
Garanto-te que não há melhor marketing para uma empresa ou instituição do que
um colaborador feliz. E para tal nem sempre a solução passa pela compensação
monetária. Infelizmente agora, confesso, é muito mais difícil conseguirmos
falar com todos os membros da equipa pessoalmente, quando a distância física
ainda vinga, mas quando possível devemos manter sempre o nível de motivação
elevada. Por isso para mim o mais importante é a equipa, pois ao faze-lo sei
que os clientes, fornecedores e quem se envolve connosco terá sempre um bom
impacto.
Vejo-me pelo nível de pessoas com quem lido. Costumo
dizer que somos a média das pessoas com quem nos relacionamos. E felizmente se
tenho o hábito de lidar com gente intelectualmente séria, esforçada, confiante,
sonhadora e ambiciosa é porque é provável que eu próprio serei assim. Confesso
porém que lido melhor com o que pretendes referir como fracasso do que com o
sucesso. Pois sei que não há fracasso. Há aprendizagem. Aprendo sempre com o
erro. Fracasso é falhar algo e nunca aprender. Isso sim é um fracasso redondo.
O sucesso é algo que confesso nunca penso se o atingi, pois conforme referi
antes, parece que é sempre aquele “oásis” que parece estar ali mesmo ao pé e
afinal está sempre mais à frente. Ou se atingi algo que procurava, já estou de
imediato a pensar em algo novo. Pelo que na verdade, o sucesso pode ser nada
mais nada menos do que a sucessão de pseudo fracassos, desde que a aprendizagem
seja garantida.
É o maior esforço que faço confesso. Acredito no
balanço correto entre a vida pessoal e profissional.
E aqui pessoal incluo a
vida familiar. Sou uma pessoa que precisa muito do convívio com a minha mulher
e filha. Carrego as baterias com elas, mesmo às vezes estando no portátil a
trabalhar. Mas basta aquele aconchego da proximidade com a minha família para
que possa depois estar ao mais alto nível profissionalmente. E basta depois em
casa todos termos regras em que não há mais do que uma televisão, não há
telemóveis à refeição, entre outras regras para que mesmo sendo poucos minutos
por vezes diariamente, ao menos garantimos que estamos juntos o maior tempo
possível.
Sim. Anedótico sem dúvida. E os meus sócios vão-se
rir quando lerem a npssa entrevista
O nosso primeiro escritório neste projeto era um
pequeno escritório na Lixa com perto de 12m2. Tinha a particularidade de o WC
não ter candeeiro a funcionar convenientemente (estava constantemente a piscar)
e nem janelas para o exterior. E apesar de estarmos constantemente a dizer à
senhoria que teria de tratar do candeeiro (ainda por cima colocado bem alto),
resolvemos encontrar uma solução logo na 1ª semana. Fomos a uma loja de conveniência
e compramos lanternas de mineiros para se colocar na cabeça sempre que nos
teríamos de dirigir ao WC. Era absolutamente genial e uma boa forma de
encontrar soluções em vez de estarmos à espera que nos arranjassem soluções.
Ainda hoje nos rimos quando nos lembramos disto.
Se tivesses um conselho
a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?
Qualquer contexto oferece adversidades e
oportunidades. Felizmente fomos estando habituados durante gerações a
convivermos num contexto em que o risco se ia diluindo quase ao ponto de
acharmos que a vida por si ofereceria pouco risco. Esta pandemia agora volta a
abrir a perspectiva de que a vida tem o seu risco. Mas risco é também sinal de
potencial retorno. Por isso confiança….o maior conselho é confiança.
Mesmo sendo uma empresa de teor tecnológico, claro
que foi afetada, pois desengane-se aquele que ache que basta ter uma empresa
com ligação web e que tira máximo proveito desta aceleração digital que
ocorreu. Uma empresa que lançou o seu produto em 2020 naturalmente que foi
afetada. Porém, fruto do forte pendor de gestão cautelosa adotada tivemos
oportunidade de ter capacidade de tomar as melhores decisões e inclusive fizemos
uma nova ronda de capital que fez tornar a empresa ainda mais forte.
Assim e
com a sustentabilidade da empresa totalmente garantida, permitiu-nos agora
estarmos mais fortes e até aproveitar para desenvolver novos produtos e
serviços. A nível de gestão de equipa e de articulação entre todos nós,
confesso que senti o impacto de não ver as pessoas diariamente e eu sou pessoa
de pessoas. Porém o profissionalismo de cada um dos membros da equipa fez
compensar esse efeito nefasto. Sairemos agora desta pandemia porém com a
descoberta de que poderemos perfeitamente conviver com um cenário hibrido de
conciliar presença no escritório e com regime de teletrabalho. Lá está todo o
tipo de cenários oferecem-nos aspectos positivos e menos positivos
profissionalmente falando claro, pois humanamente perderam-se vidas
estupidamente e de lamentar profundamente.
Sim,
conforme referi antes estamos a criar um novo modelo de relacionamento
bancário. Um mundo em que simplificamos operacionalmente o dia a dia de empresários
e contabilistas com a fácil capacidade de agregar informação bancária e
agilizar a sua conciliação bancária e contabilística, bem como integrar
informação fiscal, tributária, mapas de responsabilidades de crédito e demais
informações habitualmente dispersas e de difícil tratamento.
Assim para além de
fazer poupar imensas horas de trabalho a gestores e contabilistas, estamos
também a construir um modelo independente em que o cliente é sempre o nosso
foco, sendo os produtos bancários apenas um factor secundário. Por isso
construindo uma inteligência agnóstica, em que o cliente e o seu perfil é o
mais central e de fácil usabilidade, passamos a marcar uma nova posição no
mercado bancário. Somos a única plataforma independente a trabalhar o conceito
de Open Banking completamente orientado para o cliente final. E a fazer avivar
valores como independência, isenção e equidistância. Valores estes muito
procurados pelos cidadãos em geral e agora os “millennials” ainda mais adoptam
esta tendência digital de desburocratizar processos, ter fácil acesso e
soluções práticas à distância de um click.
tenho as seguintes
perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:
Hobbies?
Música
(ouvir e tocar), ler, escrever e correr.
Local de Férias
preferido?
Seja
onde for, desde que esteja com a Família estou bem.
Adoras?
Honestidade
Snobismo
Descreva o teu dia
perfeito quando não estás a trabalhar
Ir
levar e buscar a minha filha à escola. Adoro a conversa matinal e a de final de
tarde, em que todos os dias ela é capaz de trazer coisas novas para eu também
aprender, ou eu a poder ajuda-la a criar novos horizontes.
Qual é tua música
preferida?
Please
– U2. Secção rítmica, letra, disrupção que eles fizeram na altura com este
single e álbum no plural.
qual foi o filme que te
marcou?
Whiplash
– Nos limites. Grande, grande filme. Papelaço do J.K.Simmons
um livro?
O
Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco. Dos mais difíceis que li. Mas depois de o
conseguir “desencriptar” foi uma descoberta fenomenal.
PRATO preferido?
Polvo
à Lagareiro.
Restaurante preferido?
Não
tenho nenhum restaurante preferido, confesso. Muitos espalhados pelo País são
fenomenais. Em Setúbal por exemplo há ótimos para comer chocos. Na zona da
Apúlia para comer Peixe ou Polvo. Em Chaves para se comer iguarias maravilhosas
e claro está Fafe para comer a famosa Vitela. Mas um preferido não tenho.
PODES ME PARTILHAR 3
coisas que estão na tua lista de desejos?
Aprender
a tocar piano (só sei cantar e tocar guitarra razoavelmente); Fazer viagem de
volta ao mundo de longo curso; Conduzir bólide de F1 (esta é mais difícil eu sei,
mas quem sabe)?
Desporto preferido?
Desportos motorizados (Moto GP e F1)
Grupo
Desportivo de Chaves
Se não fosses empresário,
eras?
Historiador
certamente. Adoro História.
Se tivesses a
oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?
Ter
tido receio de mudança em demasiadas vezes.
O que representa Fafe
para ti?
Representa
o crescimento da minha família. A minha filha é Fafense e sempre será. A minha mulher
também Fafense, teve o condão de me convencer de que valeria a pena viver aqui
desde 2007 e para mim, mesmo sendo difícil de me adaptar vindo da cidade do
Porto, apaixonei-me por coisas simples como a natureza, o ar limpo, a calmia e
a representativade diária de que mesmo trabalhando no Porto e viajando bastante
por vários locais por motivo de trabalho, regresso ao meu abrigo e à cidade que
passei a gostar.
Representa ainda pessoas transparentes, que são o que são
genuinamente e com uma ligação especial à Justiça e ao movimento cultural do
inicio do século XX, com um símbolo cultural que felizmente voltou a estar
ativo através do Teatro Cinema de Fafe.
Representa ainda os DEEP, o grupo de Pop Rock,
do qual fiz parte juntamente com o Ruca, o João Pedro, o Pedro e a Joana
anteriormente.
Representa ainda e espero que não me interpretem mal , como uma das regiões com maior potencial para abraçar o futuro mas que teima ainda em não o conseguir fazer. Fafe não pode ser apenas o “Salão de Visitas do Minho”. Tem de ser uma Janela do Mundo. Tem uma história e tradição que não pode ficar apenas como porta do Minho.
Se amanhã, fosses um eleito político local em Fafe,
que medidas no setor económico ou noutro implementarias?
Representa ainda e espero que não me interpretem mal , como uma das regiões com maior potencial para abraçar o futuro mas que teima ainda em não o conseguir fazer. Fafe não pode ser apenas o “Salão de Visitas do Minho”. Tem de ser uma Janela do Mundo. Tem uma história e tradição que não pode ficar apenas como porta do Minho.
Uma questão muito interessante que me colocas. E eu em concreto posso ter uma maior independência de olhar para este
belo concelho, pois sou natural do Porto e vim residir para Fafe há 13 anos.
Proponho que olhemos para Fafe como se fosse um produto.
E como tal que
vantagens e desvantagens apresenta para quem necessita desse produto
(habitantes) e o que podem fazer os seus gestores (Autarquia e instituições de
serviço camarário)?
De bom, apresenta características muito próprias e que pela
sua genuinidade podem ser potenciadas como factor diferenciador Aspectos como
:
-Gastronomia (pratos típicos);
-Localização (Auto-estrada pertíssimo que nos liga a qualquer lado de Norte a Sul – embora com preço elevadíssimo de portagens que poderia ser promovida a possibilidade de reduzir o mesmo - );
-Cluster têxtil (tecido industrial que promove dinamicidade à região);
-Eventos cíclicos (destaca-se o Rally de Portugal, entre outros);
-As suas gentes (características de resiliência e pragmatismo de
salutar);
-Espaço
de crescimento natural (Fafe ainda apresenta dimensão geográfica com grande
capacidade para crescer na sua periferia).
Por
outro lado, apresenta a meu ver factores que podem e devem ser melhorados para
potenciar a curto prazo, que serão críticos para poderem ser considerados como
estratégicos a longo prazo para manter a região activa e capaz de manter
anualmente uma taxa migratória positiva, isto é, número de cidadãos que passam
a residir em Fafe superior aos que deixam de residir em Fafe, já para não considerar
a comparação da taxa de natalidade e mortalidade no concelho. Factores como:
- A promoção de turismo estrutural e não pontual. Repito estrutural e não pontual
Verdadeiramente Fafe hoje não apresenta oferta
turística estruturada e unidades hoteleiras em quantidade compatível com
o produto que poderia promover. Se pensarmos no que Fafe poderia oferecer como
roteiro para um turista passar um fim de semana em Fafe, começaríamos por onde?
Que programas a apresentar? Quais as unidades hoteleiras onde ficar e em
quantidade suficiente? Qual o roteiro gastronómico e vinícola? Que visitas
guiadas poderiam ser desenhadas ? Pensando na igreja românica de Arões, as
histórias ricas e a influência brasileira na região, os espaços verdes como a
Barragem da Queimadela, a casa do Penedo, a Aldeia do Pontido, entre outros.
Que história bonita poderíamos contar para convencer alguém a visitar Fafe para
um fim de semana ou uma semana? Há imenso que contar, mas mais do que tudo
saber contar essa história.
Hoje a tecnologia permitira facilmente criar
estruturas organizadas para em colectivo pensar em estruturar o turismo de Fafe
para benefício de todos. Claro que a componente de investimento é um factor
critico para fazer crescer este mercado, mas Fafe apresenta empresários qualificados,
com provas dadas na gestão dos seus negócios que certamente poderiam participar
activamente neste tipo de projectos desde que bem rotulados e desenhados. Para
além da forte ligação que existe com os emigrantes e em que muitos deles
certamente poderiam participar em promover a sua região natal;
- Continuar
a assegurar no mais curto espaço de tempo que serviços básicos de
saneamento e assistência primária aos seus habitantes possam ser assegurados em
todo o concelho, pois antes de olhar para fora, temos de olhar para dentro
e ter a capacidade de promover a melhoria interna, pois cada fafense satisfeito
com o seu concelho é o maior e melhor promotor da região;
- Fafe tem que estar atento à capacidade de reter os seus jovens cidadãos, sobretudo aqueles que por motivo de estudos superiores tenham a necessidade de sair para ganhar competências universitárias e que provavelmente não retornam mais à sua cidade natal para residir permanentemente, por falta de capacidade da própria região em criar postos de trabalho para sectores mais qualificados (sobretudo sector privado). E hoje há mais do que condições tecnológicas para um executivo camarário poder ter a percepção de qual a taxa de sucesso de retenção desses jovens;
- Fafe tem ser activa na capacidade de atrair investimento para estabelecimento de pólos tecnológicos, isto é, Fafe ter a capacidade de atrair empresas como a SIBS, a Critical Software, Microsoft, Entidades Bancárias, entre outras, para que estas mesmas possam facilitar a construção de postos de trabalho qualificado e que naturalmente fazem impulsionar a capacidade de atrair outros cidadãos para residirem em Fafe, pois pelas razões que descrevi em supra, seria fácil convencer alguém residir em Fafe. Neste aspecto não vejo porque Fafe não pode ter o mesmo desempenho a este nível que o Fundão, Arcos de Valdevez, Chaves e outros municípios com características semelhantes;
- Criar condições para que o tecido empresarial local possa ser mais competitivo do que outras regiões geográficas que paulatinamente estão a ganhar quota de mercado às empresas locais. Em concreto porque não criar uma Central de Compras Integrada e Automatizada, verdadeiramente global para assegurar que as empresas locais que vão adquirir isoladamente as mesmas mercadorias aos mesmos fornecedores possam ter preços e condições negociais vantajosas?
Ações que possam promover
o benefício colectivo não deixando de preservar o espaço e identidade de cada
empresa ou empresário. Todos já percebemos que sozinhos poderemos ir mais
rápido, mas juntos iremos mais longe…
-
E mais outras ideias que poderiam ser exploradas e que certamente os “agentes vivos” da região estarão
atentos para tentar promover estas ou outras soluções melhores. Da minha parte
perfeitamente disponível para debater e partilhar ideias deste teor para
promover o bem comum.
Qual é a tua regra de
Ouro?
Nunca
chegar atrasado a uma reunião. O tempo dos outros deve ser respeitado.
Há algo mais que
gostarias de dizer, que não foi abordado?
Espero
ter sido agradável para quem esteve a ler esta entrevista.
É uma honra ter
tido oportunidade de partilhar visões e um pouco da minha vida.
E para ti, um
bem-haja pelo trabalho que fazes e a título puramente altruísta.
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