domingo, 16 de maio de 2021

“UM OUTRO OLHAR” – ORLANDO, UM FAFENSE QUE CRIOU UMA EMPRESA PARA IMPULSIONAR UM NOVO MUNDO BANCÁRIO

 


Bom dia caro amigo orlando, agradeço-te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista.

TENHO VINDO A ACOMPANHAR O TEU PERCURSO PROFISSIONAL, COM ORGULHO E AMIZADE que nos une há 15 anos.
PARA TAL, ALÉM TEU PERCURSO, O TEU PERFIL DE EMPREendedor DE SUCESSO que criou uma start up na área financeira, em valongo, juntamente com dois outros empreendedores oriundos tal como tu da banca tradiocional, SENSIBILIZARAM-ME A TE CONVIDAR PARA A NOSSA ENTREVISTa.

Neste sentido, a minha primeira pergunta é da praxe e é mais pessoal, 

Gostava que me partilhasses as tuas origens e o teu percurso escolar e formativo. Gostavas de estudar ou eras mais virAdO para o trabalho prático? Tens alguém na tua família ou amigos como modelo empreendedor?


Olá Filipe. Obrigado pelo convite. É uma honra poder partilhar contigo experiências e visões. Acredito piamente que hoje a maior matéria prima é o conhecimento. Cabe a cada um de nós partilhar e saber cuidar dele. 

Devo dizer que é de louvar esta tua iniciativa de dar a conhecer o ecossistema empresarial da jurisdição Fafense. Costumo dizer que fazem cada vez mais falta personalidades que façam unir pontes e sejam facilitadores e interconectores entre pessoas com a sua heterogeneidade. E tu és uma delas e como tal é mais do que merecido esse reconhecimento.

Sobre mim…vamos lá então. Orlando Gomes Costa, 42 anos, licenciado em Gestão pela Universidade do Minho e com formação executiva na Universidade Católica Portuguesa em Motivação e Liderança. Para além desta vertente académica, enveredei também em ganhar competências na área de PNL – Programação Neurolinguística (Life Training Academy), na área Desportiva como Treinador de Futebol certificado e Formador Certificado. Se gostava de estudar…hum..Sabes que o conceito de estudar na minha opinião muda e o grau de gosto que temos pelo estudo respetivamente. Posso dizer-te que se fosse hoje novamente para a Universidade teria certamente outro tipo de aproveitamento e de envolvimento com o estudo.
Sinto agora, já com experiência adquirida no contexto profissional, que iria tirar bem mais proveito e sabedoria do que tive com 20 anos. 

Para mim o sector da educação deveria ser profundamente reestruturado. Deveria no inicio da aprendizagem saber ajudar-nos a perceber qual o nosso melhor talento e potencia-lo ao mesmo tempo que nos dá formação de bases e valores e depois sim, já num contexto de iniciação profissional voltar a dar possibilidade de estudarmos efetivamente as áreas onde tínhamos predilecção e vocação. 

No meu caso, enquanto estudava, gostei sempre de perceber num primeiro grau para que é que me servia aquela matéria/conteúdo e depois sim dedicava-me. Na família alguém empreendedor? Sim, um Tio meu, Alberto Costa, que com 14/15 anos saiu de Chaves para Moçambique à procura do seu futuro e que singrou como contabilista lá, tendo de voltar para Portugal e começar de novo, fruto do movimento de independência de Moçambique. Influenciou-me muito na minha juventude ao escolher a área de Economia/Gestão.
 
 
Como surgiu a ideia inicial de seres empreendedor?


A ideia de ser Empreendedor não surge inicialmente. Ela acontece naturalmente e quando te apercebes, sim, dás por ti que poderás ser empreendedor. Porém não se confunda a ideia de Empreendedor como alguém que cria um negócio. Pode-se ser empreendedor como trabalhar por conta de outrem. Pode-se ser empreendedor como alguém que realize ações sociais e ambientais sem qualquer carácter de lucro. Encaro empreendedor como alguém que procura sempre fazer algo de novo, algo diferente. Alguém que nunca descansa, como que viciado em criar, desenhar e criar novos desafios. Para os outros e para si. Porém recordo-me que me apercebi de ter este lado mais activo para criar algo de novo na Universidade do Minho quando me envolvi com a Associação Académica como membro da Direção e depois como Presidente da Associação de Estudantes de Gestão de Empresas. Aí percebi a paixão que tenho de sonhar e fazer sonhar os outros e contagiar a ideia de que nada é impossível.  

 


 
neste sentido a empresa nbanks que diriges atualmente com o nuno e o ricardo, que são oriundos de paredes e gaia respetivamente, foi criada em 2018, em valongo.
conta-nos mais sobre a trajetória fantástica da vossa empresa até à data de hoje, partilhando as suas atividades, os seus produtos, os seus serviços e sua dimensão em termos de mercado.

Antes da Empresa ser criada há uma História e Estórias. Eu conhecia há muitos anos o Nuno no contexto profissional bancário, sendo ele Gerente de Balcão e eu consultor de Investimentos. Porém mesmo dentro desse contexto de estarmos a trabalhar num Banco, sempre partilhamos a ideia de criar um modelo novo. Um modelo em que o centro estaria o cliente e os produtos seriam secundários. Na verdade uma pessoa não precisa propriamente de uma entidade financeira. Precisa apenas que lhe prestem serviços financeiros. E isso faz toda a diferença. Ora se o centro da atenção de uma empresa fôr o cliente e não o produto e ainda por cima com a liberdade de não estar preso a uma entidade financeira, está aí encontrado o modelo perfeito para uma era em que a liberdade de escolha, independência e informação isenta irá vingar.
No sector bancário e nos outros sectores em geral. Se reparares a grande transformação que a tecnologia nos está a dar é movimentada pela forte vontade de cada um de nós ter fontes de informação fidedigna, ter capacidade de intervir na nossa decisão mas ao mesmo tempo assegurarmos que estamos protegidos de não haver alterações por terceiros. Assim de repente até estou quase a explicar o que é Blockchain. 

Sendo eu e o Nuno de áreas como o Marketing e Gestão, fizemos juntar o Ricardo com forte expertise na área de Tecnologias e assim em equipa edificarmos o projeto nBanks. Há ainda o António que se juntou a nós e que aporta um profundo conhecimento na área de robotização de processos e é um grande Profissional. A empresa começou assim com diferentes graus de conhecimento e experiências, mas com forte vontade de trabalharmos em conjunto. Começamos com um vídeo e um powerpoint a falar com centenas de pessoas potenciais investidoras para embarcar na viagem connosco. Finalmente em Setembro de 2018 fizemos a primeira ronda em que reunimos o suficiente para pôr a ideia a trabalhar e a ser desenhada. E é uma sensação incrível ver um projeto a nascer e a sair do papel para a realidade. 
Dedicamos muito tempo à construção da mesma e hoje a nBanks é um software que optimiza a gestão financeira e contabilística de empresas e contabilistas, criando um ecossistema de trabalho entre si e em que processos como a agregação de contas bancárias, conciliação bancária, integração com diversos softwares e com diversas fontes de informação da Autoridade Tributária, Segurança Social, efatura, entre outras fontes, são integradas num único sitio fazendo poupar imenso tempo e recursos a milhares de profissionais. Em pouco mais de 1 ano de comercialização já temos mais de 1200 perfis empresariais e contabilísticos. 

Em pleno COVID não posso dizer que seja mau. Porém queremos mais e agora mesmo estamos já a expandir para vários Países Africanos e América Latina. Mas há ainda MUITO, mas mesmo MUITO trabalho a fazer. Inclusive vamos muito em breve abrir soluções para particulares de modo a que estes também possam usufruir deste movimento de OPEN BANKING em que o que prevalece é o perfil e a vontade do cliente. Finalmente cada pessoa perceber qual a melhor solução para si e ter ferramentas que lhe permita ajudar a planear a sua vida financeira e a assegurar que toma melhores decisões, é o nosso sonho. Tem de haver sempre um sonho para quem cria algo e esse sonho está cada vez mais perto.   
 
 
Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia da vossa empresa?

Torna-se um desafio incrível ter de gerir empresas que estejam em crescimento. Pessoas a entrar e em que tens de passar a mensagem do que é a filosofia da empresa e ao mesmo tempo todos nós termos de fazer papéis multifacetados. No inicio é assim. Temos de vender, cada um de nós, ao mesmo tempo que temos de falar com o contabilista para fechar processos. Falar com todos os fornecedores ao mesmo tempo que temos de gerir as relações institucionais com os investidores. Estar presente em fóruns e congressos a representar a empresa. Instituir processos que permitam automatizar o máximo possível a componente administrativa da empresa para que possas estar mais liberto para as áreas criticas da empresa. 
Mas no inicio, tudo é critico. Tens de tomar centenas de micro decisões e em que não tomar decisões pode sair mais caro do que tomares más decisões. Ter consciência de que vais errar, mas que vais acertar a maior parte das vezes e o desafio também de começares a confiar no trabalho de cada um dos novos colaboradores que te vão ajudando a fazer crescer a empresa.
 
 


Quais são as maiores satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a vossa empresa?

A maior satisfação é vê-la crescer e a ter reunido um grupo de investidores que confiam plenamente na nossa gestão e equipa. 
A desilusão sinceramente é ainda não ter chegado ao nível que ambicionamos. Mas admito também que quando és ambicioso, todo o caminho te parece curto. Olha que é difícil saberes conviver contigo mesmo quando tens vontade, desejo e ambição de fazeres sempre mais. Nunca olho para trás. Como tal não conto as pegadas que já fiz, mas sim sempre o longo caminho que ainda me falta percorrer. Outra desilusão é ainda não ter tempo de fazer as ações de coaching 1x1 que pretendo fazer com a equipa na regularidade pretendida, pois adoro partilhar o que aprendi em Programação Neuro-Linguística e assim potenciar o que de melhor cada um pode ter dentro de si. Claro está que a pandemia também não ajuda para isso. Mas felizmente estamos cada vez mais perto de a ultrapassar. 

 
Quais são os próximos desafios para a vossa empresa?

Assegurar um crescimento sustentável, com diversificação cada vez maior de mercados e geografia e sem nunca perder a sua identidade e bom planeamento. Estamos agora a criar estrutura de negócio em diversos Países Estratégicos para o nosso crescimento e o maior desafio é sabermos estar à altura dessas oportunidades. 
Todos os dias surgem novas oportunidades que temos vontade de agarrar e como tal, um dos desafios, é precisamente agarrar aquelas que poderão potenciar mais o negócio com o menor risco possível. A tentação de fazer sempre coisas novas é grande mas também temos de ter a noção de que não é possível abraçar o mundo ao mesmo tempo. Temos de o ir abraçando conforme a dimensão dos nossos braços.
 


 
Quais são as características pessoais mais importantes para a vossa empresa? Isto é, que importância dás às relações externas na vossa empresa? 
E para ti como empresário, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas influentes?

Sinceramente mais do que capacidades técnicas, conta muito os seus “soft skills”. Numa empresa com estas características de crescimento, cada um de nós tem um papel importantíssimo. Cada um de nós num enquadramento de equipa tem um valor intrínseco enorme. Como tal, a capacidade de comunicar com os outros, a empatia, a vontade de aprender mais e a vontade de trabalhar em equipa é um requisito fundamental. 
Não divido Relações Externas ou Internas. Para mim uma boa relação interna faz gerar uma boa relação externa. Costumo dizer que se tivermos membros da nossa equipa felizes, esse estado de felicidade vai-se refletir na maneira como se abordam as pessoas que nos abordam, sejam eles Fornecedores, Clientes ou outros. E seja a que horas fôr. Garanto-te que não há melhor marketing para uma empresa ou instituição do que um colaborador feliz. E para tal nem sempre a solução passa pela compensação monetária. Infelizmente agora, confesso, é muito mais difícil conseguirmos falar com todos os membros da equipa pessoalmente, quando a distância física ainda vinga, mas quando possível devemos manter sempre o nível de motivação elevada. Por isso para mim o mais importante é a equipa, pois ao faze-lo sei que os clientes, fornecedores e quem se envolve connosco terá sempre um bom impacto.

 
Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

Vejo-me pelo nível de pessoas com quem lido. Costumo dizer que somos a média das pessoas com quem nos relacionamos. E felizmente se tenho o hábito de lidar com gente intelectualmente séria, esforçada, confiante, sonhadora e ambiciosa é porque é provável que eu próprio serei assim. Confesso porém que lido melhor com o que pretendes referir como fracasso do que com o sucesso. Pois sei que não há fracasso. Há aprendizagem. Aprendo sempre com o erro. Fracasso é falhar algo e nunca aprender. Isso sim é um fracasso redondo. 
O sucesso é algo que confesso nunca penso se o atingi, pois conforme referi antes, parece que é sempre aquele “oásis” que parece estar ali mesmo ao pé e afinal está sempre mais à frente. Ou se atingi algo que procurava, já estou de imediato a pensar em algo novo. Pelo que na verdade, o sucesso pode ser nada mais nada menos do que a sucessão de pseudo fracassos, desde que a aprendizagem seja garantida.
 


Consegues conciliar, no teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

É o maior esforço que faço confesso. Acredito no balanço correto entre a vida pessoal e profissional. 
aqui pessoal incluo a vida familiar. Sou uma pessoa que precisa muito do convívio com a minha mulher e filha. Carrego as baterias com elas, mesmo às vezes estando no portátil a trabalhar. Mas basta aquele aconchego da proximidade com a minha família para que possa depois estar ao mais alto nível profissionalmente. E basta depois em casa todos termos regras em que não há mais do que uma televisão, não há telemóveis à refeição, entre outras regras para que mesmo sendo poucos minutos por vezes diariamente, ao menos garantimos que estamos juntos o maior tempo possível.

 
No teu percurso de empresário, queres partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou?

Sim. Anedótico sem dúvida. E os meus sócios vão-se rir quando lerem a npssa entrevista 
O nosso primeiro escritório neste projeto era um pequeno escritório na Lixa com perto de 12m2. Tinha a particularidade de o WC não ter candeeiro a funcionar convenientemente (estava constantemente a piscar) e nem janelas para o exterior. E apesar de estarmos constantemente a dizer à senhoria que teria de tratar do candeeiro (ainda por cima colocado bem alto), resolvemos encontrar uma solução logo na 1ª semana. Fomos a uma loja de conveniência e compramos lanternas de mineiros para se colocar na cabeça sempre que nos teríamos de dirigir ao WC. Era absolutamente genial e uma boa forma de encontrar soluções em vez de estarmos à espera que nos arranjassem soluções. Ainda hoje nos rimos quando nos lembramos disto. 
 

Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Qualquer contexto oferece adversidades e oportunidades. Felizmente fomos estando habituados durante gerações a convivermos num contexto em que o risco se ia diluindo quase ao ponto de acharmos que a vida por si ofereceria pouco risco. Esta pandemia agora volta a abrir a perspectiva de que a vida tem o seu risco. Mas risco é também sinal de potencial retorno. Por isso confiança….o maior conselho é confiança. 

 
A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-vos na vossa forma de trabalhar? na competitividade da empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?

Mesmo sendo uma empresa de teor tecnológico, claro que foi afetada, pois desengane-se aquele que ache que basta ter uma empresa com ligação web e que tira máximo proveito desta aceleração digital que ocorreu. Uma empresa que lançou o seu produto em 2020 naturalmente que foi afetada. Porém, fruto do forte pendor de gestão cautelosa adotada tivemos oportunidade de ter capacidade de tomar as melhores decisões e inclusive fizemos uma nova ronda de capital que fez tornar a empresa ainda mais forte. 
Assim e com a sustentabilidade da empresa totalmente garantida, permitiu-nos agora estarmos mais fortes e até aproveitar para desenvolver novos produtos e serviços. A nível de gestão de equipa e de articulação entre todos nós, confesso que senti o impacto de não ver as pessoas diariamente e eu sou pessoa de pessoas. Porém o profissionalismo de cada um dos membros da equipa fez compensar esse efeito nefasto. Sairemos agora desta pandemia porém com a descoberta de que poderemos perfeitamente conviver com um cenário hibrido de conciliar presença no escritório e com regime de teletrabalho. Lá está todo o tipo de cenários oferecem-nos aspectos positivos e menos positivos profissionalmente falando claro, pois humanamente perderam-se vidas estupidamente e de lamentar profundamente.




Finalmente, transitando a nossa entrevista para uma parte mais pessoal, pretendia saber qual é tua visão sobre o mundo financeiro, as suas fragilidades e suas potencialidades? Sei que a nbanks pretende criar um novo mundo bancário.

Sim, conforme referi antes estamos a criar um novo modelo de relacionamento bancário. Um mundo em que simplificamos operacionalmente o dia a dia de empresários e contabilistas com a fácil capacidade de agregar informação bancária e agilizar a sua conciliação bancária e contabilística, bem como integrar informação fiscal, tributária, mapas de responsabilidades de crédito e demais informações habitualmente dispersas e de difícil tratamento. 
Assim para além de fazer poupar imensas horas de trabalho a gestores e contabilistas, estamos também a construir um modelo independente em que o cliente é sempre o nosso foco, sendo os produtos bancários apenas um factor secundário. Por isso construindo uma inteligência agnóstica, em que o cliente e o seu perfil é o mais central e de fácil usabilidade, passamos a marcar uma nova posição no mercado bancário. Somos a única plataforma independente a trabalhar o conceito de Open Banking completamente orientado para o cliente final. E a fazer avivar valores como independência, isenção e equidistância. Valores estes muito procurados pelos cidadãos em geral e agora os “millennials” ainda mais adoptam esta tendência digital de desburocratizar processos, ter fácil acesso e soluções práticas à distância de um click.
 
 
tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Música (ouvir e tocar), ler, escrever e correr.
 
Local de Férias preferido?

Seja onde for, desde que esteja com a Família estou bem.
 
Adoras?

Honestidade
 
Detestas?

Snobismo
 
Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

Ir levar e buscar a minha filha à escola. Adoro a conversa matinal e a de final de tarde, em que todos os dias ela é capaz de trazer coisas novas para eu também aprender, ou eu a poder ajuda-la a criar novos horizontes.
 
Qual é tua música preferida?

Please – U2. Secção rítmica, letra, disrupção que eles fizeram na altura com este single e álbum no plural.
 
qual foi o filme que te marcou?

Whiplash – Nos limites. Grande, grande filme. Papelaço do J.K.Simmons
 
um livro?

O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco. Dos mais difíceis que li. Mas depois de o conseguir “desencriptar” foi uma descoberta fenomenal.




PRATO preferido?

Polvo à Lagareiro.
 
Restaurante preferido?

Não tenho nenhum restaurante preferido, confesso. Muitos espalhados pelo País são fenomenais. Em Setúbal por exemplo há ótimos para comer chocos. Na zona da Apúlia para comer Peixe ou Polvo. Em Chaves para se comer iguarias maravilhosas e claro está Fafe para comer a famosa Vitela. Mas um preferido não tenho.
 
PODES ME PARTILHAR 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

Aprender a tocar piano (só sei cantar e tocar guitarra razoavelmente); Fazer viagem de volta ao mundo de longo curso; Conduzir bólide de F1 (esta é mais difícil eu sei, mas quem sabe)?
 
Desporto preferido?

Desportos motorizados (Moto GP e F1)
 
Qual é o teu clube?

Grupo Desportivo de Chaves
 
Se não fosses empresário, eras?

Historiador certamente. Adoro História.
 
Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Ter tido receio de mudança em demasiadas vezes.
 
O que representa Fafe para ti?

Representa o crescimento da minha família. A minha filha é Fafense e sempre será. A minha mulher também Fafense, teve o condão de me convencer de que valeria a pena viver aqui desde 2007 e para mim, mesmo sendo difícil de me adaptar vindo da cidade do Porto, apaixonei-me por coisas simples como a natureza, o ar limpo, a calmia e a representativade diária de que mesmo trabalhando no Porto e viajando bastante por vários locais por motivo de trabalho, regresso ao meu abrigo e à cidade que passei a gostar. 
Representa ainda pessoas transparentes, que são o que são genuinamente e com uma ligação especial à Justiça e ao movimento cultural do inicio do século XX, com um símbolo cultural que felizmente voltou a estar ativo através do Teatro Cinema de Fafe. 
Representa ainda os DEEP, o grupo de Pop Rock, do qual fiz parte juntamente com o Ruca, o João Pedro, o Pedro e a Joana anteriormente.
Representa ainda e espero que não me interpretem mal , como uma das regiões com maior potencial para abraçar o futuro mas que teima ainda em não o conseguir fazer. Fafe não pode ser apenas o “Salão de Visitas do Minho”. Tem de ser uma Janela do Mundo. Tem uma história e tradição que não pode ficar apenas como porta do Minho.

 


Se amanhã, fosses um eleito político local em Fafe, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Uma questão muito interessante que me colocas. E eu em concreto posso ter uma maior independência de olhar para este belo concelho, pois sou natural do Porto e vim residir para Fafe há 13 anos. Proponho que olhemos para Fafe como se fosse um produto. 
E como tal que vantagens e desvantagens apresenta para quem necessita desse produto (habitantes) e o que podem fazer os seus gestores (Autarquia e instituições de serviço camarário)? 
De bom, apresenta características muito próprias e que pela sua genuinidade podem ser potenciadas como factor diferenciador Aspectos como :

-Gastronomia (pratos típicos);

-Localização (Auto-estrada pertíssimo que nos liga a qualquer lado de Norte a Sul – embora com preço elevadíssimo de portagens que poderia ser promovida a possibilidade de reduzir o mesmo - );

-Cluster têxtil (tecido industrial que promove dinamicidade à região);

-Eventos cíclicos (destaca-se o Rally de Portugal, entre outros);

-As suas gentes (características de resiliência e pragmatismo de salutar);

-Espaço de crescimento natural (Fafe ainda apresenta dimensão geográfica com grande capacidade para crescer na sua periferia).
 
Por outro lado, apresenta a meu ver factores que podem e devem ser melhorados para potenciar a curto prazo, que serão críticos para poderem ser considerados como estratégicos a longo prazo para manter a região activa e capaz de manter anualmente uma taxa migratória positiva, isto é, número de cidadãos que passam a residir em Fafe superior aos que deixam de residir em Fafe, já para não considerar a comparação da taxa de natalidade e mortalidade no concelho. Factores como:

- A promoção de turismo estrutural e não pontual. Repito estrutural e não pontual
Verdadeiramente Fafe hoje não apresenta oferta turística  estruturada e unidades hoteleiras em quantidade compatível com o produto que poderia promover. Se pensarmos no que Fafe poderia oferecer como roteiro para um turista passar um fim de semana em Fafe, começaríamos por onde? Que programas a apresentar? Quais as unidades hoteleiras onde ficar e em quantidade suficiente? Qual o roteiro gastronómico e vinícola? Que visitas guiadas poderiam ser desenhadas ? Pensando na igreja românica de Arões, as histórias ricas e a influência brasileira na região, os espaços verdes como a Barragem da Queimadela, a casa do Penedo, a Aldeia do Pontido, entre outros. Que história bonita poderíamos contar para convencer alguém a visitar Fafe para um fim de semana ou uma semana? Há imenso que contar, mas mais do que tudo saber contar essa história. 
Hoje a tecnologia permitira facilmente criar estruturas organizadas para em colectivo pensar em estruturar o turismo de Fafe para benefício de todos. Claro que a componente de investimento é um factor critico para fazer crescer este mercado, mas Fafe apresenta empresários qualificados, com provas dadas na gestão dos seus negócios que certamente poderiam participar activamente neste tipo de projectos desde que bem rotulados e desenhados. Para além da forte ligação que existe com os emigrantes e em que muitos deles certamente poderiam participar em promover a sua região natal;

- Continuar a  assegurar no mais curto espaço de tempo que serviços básicos de saneamento e assistência primária aos seus habitantes possam ser assegurados em todo o concelho, pois antes de olhar para fora, temos de olhar para dentro e ter a capacidade de promover a melhoria interna, pois cada fafense satisfeito com o seu concelho é o maior e melhor promotor da região;

- Fafe tem que estar atento à capacidade de reter os seus jovens cidadãos, sobretudo aqueles que por motivo de estudos superiores tenham a necessidade de sair para ganhar competências universitárias e que provavelmente não retornam mais à sua cidade natal para residir permanentemente, por falta de capacidade da própria região em criar postos de trabalho para sectores mais qualificados (sobretudo sector privado). E hoje há mais do que condições tecnológicas para um executivo camarário poder ter a percepção de qual a taxa de sucesso de retenção desses jovens;

- Fafe tem ser activa na capacidade de atrair investimento para estabelecimento de pólos tecnológicos, isto é, Fafe ter a capacidade de atrair empresas como a SIBS, a Critical Software, Microsoft, Entidades Bancárias, entre outras, para que estas mesmas possam facilitar a construção de postos de trabalho qualificado e que naturalmente fazem impulsionar a capacidade de atrair outros cidadãos para residirem em Fafe, pois pelas razões que descrevi em supra, seria fácil convencer alguém residir em Fafe. Neste aspecto não vejo porque Fafe não pode ter o mesmo desempenho a este nível que o Fundão, Arcos de Valdevez, Chaves e outros municípios com características semelhantes;

- Criar condições para que o tecido empresarial local possa ser mais competitivo do que outras regiões geográficas que paulatinamente estão a ganhar quota de mercado às empresas locais. Em concreto porque não criar uma Central de Compras Integrada e Automatizada, verdadeiramente global para assegurar que as empresas locais que vão adquirir isoladamente as mesmas mercadorias aos mesmos fornecedores possam ter preços e condições negociais vantajosas? 
Ações que possam promover o benefício colectivo não deixando de preservar o espaço e identidade de cada empresa ou empresário. Todos já percebemos que sozinhos poderemos ir mais rápido, mas juntos iremos mais longe…

- E mais outras ideias que poderiam ser exploradas e que certamente os “agentes vivos” da região estarão atentos para tentar promover estas ou outras soluções melhores. Da minha parte perfeitamente disponível para debater e partilhar ideias deste teor para promover o bem comum.
 
 
Qual é a tua regra de Ouro?

Nunca chegar atrasado a uma reunião. O tempo dos outros deve ser respeitado.
 
Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Espero ter sido agradável para quem esteve a ler esta entrevista. 
É uma honra ter tido oportunidade de partilhar visões e um pouco da minha vida. 
E para ti, um bem-haja pelo trabalho que fazes e a título puramente altruísta.


A NBANKS ONLINE:

- Site institucional: www.nbanks.net

-  Facebook: //www.facebook.com/nbanksofficial/

-YOUTUBEhttps://youtu.be/dg0LL_feotY





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