domingo, 2 de maio de 2021

“UM OUTRO OLHAR” – RICARDO E CARLOS, DOIS AMIGOS FAFENSES QUE APOSTARAM NA CONSTRUÇÃO METÁLICA DE QUALIDADE

 


Bom dia ricardo e carlos, desde já, agradeço – vos por terem disponibilidade em participar nesta entrevista.

tenho vindo a acompanhar o vosso percurso profissional, desde a vossa última empresa onde eram colaboradores da NORCHAPA até a vossa empresa atuaL.

confesso que o vosso perfil e formação complementam-se, associado a um percurso profissional que vos juntou há cerca de 4 anos, com outro colaborador da antiga empresa que É de vzela, para criar uma empresa de fabricação de estruturas de construções metálicas, sensibilizaram-me a serem os próximos a convidar para a nossa entrevista.

Gostava que cada um me partilhasse as suas origens, o seu percurso escolar e formativo. Gostavam de estudar? ou eram mais trabalhos práticos? Tem alguém na vossa família ou amigos como modelo empreendedor?

Ricardo: Antes de mais, em nome de toda a equipa da Peixoto, Neves & Freitas agradecer-te o convite para esta entrevista.

Filho de uma família humilde, nasci e cresci em Cepães. O meu pai era funcionário da CP e a minha mãe costureira, cedo tive que me lançar no mundo do trabalho e continuar os estudos á noite, pois eram outros tempos. 
Comecei a trabalhar aos 14 anos no armazém de uma empresa têxtil, tendo depois ingressado na Marinha, onde ainda pensei em fazer carreira, mas voltei para Fafe, e comecei a trabalhar na antiga Coopser. E foi nessa experiência que o gosto e curiosidade pela metalomecânica me despertou o interesse desta área. A Coopser entretanto dirigida por um familiar tornou-se na Norchapa. Trabalhei cerca de 20 anos na Norchapa, onde fiz amigos para a vida.
 
Carlos: Nasci em Fafe, fui criado em Antime onde andei na escola primária de Adonela - Antime, frequentei o ensino preparatório no ciclo em Fafe. Ajudava os meus pais nos campos que eles cultivavam, aos 14 anos comecei a trabalhar na construção civil como aprendiz de serralheiro.
Aos 16 anos ingressei na Coopser (cooperativa de serralheiros de Cepães) como serralheiro, cheguei inclusive a ter cotas da cooperativa.  Foi nestas primeiras experiências em serralharia que soube que era nesta área que queria continuar a trabalhar. Com o passar dos anos fui tirando algumas formações, que permitiram ter um conhecimento mais aprofundado na área da metalomecânica.
 

Como surgiu a ideia inicial de ser empreendedor?

Ricardo: A ideia surge naturalmente. Foi uma decisão muito ponderada e pensada, mas estava na hora de dar oportunidade a outras pessoas de me substituírem onde eu trabalhava. Percebi que com o Carlos e o Pedro teríamos a equipa certa para iniciarmos um projeto nosso, e foi isso que aconteceu.
 
Carlos: Confesso que esta aventura não estava nos meus planos em 2017. Quando o Pedro e o Ricardo me lançaram o desafio aceitei de imediato. Sabia que a equipa estava bem formada, o Pedro mais na área comercial, o Ricardo na direção de obra e eu dedicado à produção.
 

A empresa que dirigem os dois atualmente com o Pedro Peixoto, foi criada em 2017, no concelho de vIzela. 
contem-me mais sobre a trajetória da vossa empresa até à data de hoje, que tem crescido de forma sustentável, partilhando as suas atividades, os seus produtos, serviços e sua dimensão em termos de mercado.

No final de 2017 criámos e sediamos a empresa em Vizela por uma questão estratégica de localização. Certos que foi numa altura em que o mercado da construção se encontrava numa fase de crescimento e foi de uma forma muito natural que começamos o nosso percurso.
A maior dificuldade é também o maior gozo. Começamos do zero, cada um trouxe as ferramentas que tinha em casa de fazer as suas bricolagens e fomos à luta.

O primeiro trabalho adjudicado à PNF remontou-nos a tempos passados. Uns suportes de candeeiros exteriores para uma quinta. Pedimos uma forja emprestada a um amigo e forjamos o ferro à moda antiga.
De uma forma muito natural, fomos executando novos trabalhos, e passamos do ferro forjado à mão à construção e reconstrução de unidades industriais. Terminamos o ano de 2018 com cerca de 20% da faturação para mercados externos.

A nossa área de atuação está focada na construção industrial, no entanto o sector da metalomecânica complementa a construção em várias áreas, e como tal, neste percurso de 3 anos a PNF já colaborou em projetos nas mais diversas áreas: têxtil, alimentar, calçado, hotelaria, controlo de acessos às praias, cutelarias, obras públicas, habitação, tratamento de resíduos…
 



 
Quais são as dificuldades que encontram na gestão do dia a dia da vossa empresa?

Neste momento o maior desafio traduz-se na instabilidade das matérias-primas, quer na sua escassez quer na variação diária dos custos das mesmas.
 

Quais são as maiores satisfações e desilusões que tiveram, até agora, com a vossa empresa?

A maior satisfação de toda a equipa da PNF é o feedback dos nossos clientes, e saber que os nossos clientes nos recomendam a outros possíveis clientes. As desilusões vão sendo ultrapassadas no dia-a-dia.

 
Quais são os próximos desafios para a vossa empresa?

Ricardo: Crescimento de forma sustentável. (Com os pés bem assentes na terra).

Carlos: Presença outros mercados, para isso iniciamos este ano o processo de certificação EN 1090 e EN 9001.
 
 
Quais são as características pessoais mais importantes para a vossa empresa? Isto é, que importância dão às relações externas na vossa empresa? 
E para vocês como empresários, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas influentes?

Ricardo: Comprimento das nossas responsabilidades e honestidade, todas as pessoas são importantes e tratadas como tal. A relação de confiança e segurança estabelecida com os nossos clientes e fornecedores projetam nos para futuros negócios.

Carlos: Boa relação e cooperação com todos os colaboradores. O nosso desejo é que todos os nossos clientes estejam satisfeitos com os serviços contratualizados a PNF, isso é a nossa melhor referencia para outros clientes.
 
 


Como se vê cada um como pessoa? Como lidam com o fracasso e o sucesso?

Ricardo: Determinado e objetivo. O fracasso é sempre uma oportunidade de melhorar e o sucesso transmite-me confiança para continuar o caminho traçado.
 
Carlos: Vejo-me com uma pessoa de trabalho. Lidar com o fracasso, tento reagir bem o que em algumas circunstâncias não é fácil, mas também tento sempre tirar as devidas lições para não cometer o mesmo erro que levou a esse fracasso. Lidar com o sucesso é bem melhor fico feliz, mas não demasiado eufórico, sou muito terra-a-terra.
 

Conseguem conciliar cada um, no vosso dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

Ricardo: Sempre que possível, todos nós gostaríamos de poder dar mais tempo à família, mas nem sempre é possível pois o trabalho ocupa-me grande parte das 24h, mas sinto total apoio da minha família, o que é fundamental para realizar qualquer sonho.
 
Carlos: Sim, tenho conseguido conciliar a atividade profissional com a pessoal. O dia começa bem cedo, levar colaboradores que moram no nosso conselho de Fafe para a nossa fábrica em Tagilde - Vizela, e no fim do dia o retorno para Fafe, onde ainda tenho de ajudar a minha esposa a cuidar dos cavalos e dos cães entre outras atividades da propriedade.
 

No vosso percurso de empresários, querem partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que vos marcou?

No nosso dia-a-dia é normal surgirem situações caricatas. Lembro-me há uns meses atrás o administrador de uma empresa nossa concorrente abordar uma equipa de trabalho da PNF numa obra, fazendo-se passar por fiscal camarário.

Momento positivo, olhando para a primeira encomenda feita à PNF no final de 2017, uns suportes em ferro forjado a dezenas de milhares de m2 edificados em Abril de 2021.
 

Se tivessem um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Ricardo: Nunca desistam dos seus sonhos, toda a estrada têm buracos, pedras e obstáculos, por vezes difíceis de ultrapassar, mas não impossíveis.

Carlos: Não tenham medo, vai ficar tudo bem. Podem ter certeza.
 



A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-vos na vossa forma de trabalhar? na competitividade da empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?

Ricardo: No início, um pouco apreensivo, com a situação, mas não pelo contrário ainda reforçamos mais as encomendas. 

Carlos:  No início da pandemia pensamos que o mercado iria abrandar, mas felizmente no nosso setor, isso não aconteceu, tivemos até de ter reforçar a nossa equipa que hoje é composta por 18 pessoas.

 
Finalmente, transitando a nossa entrevista para uma parte mais pessoal, pretendia saber qual é vossa visão, dado que lidam diariamente com o setor da construção, sobre o futuro deste setor na região do ave, mais particularmente em fafe e vizela, as suas fragilidades e suas potencialidades?

O sector da construção continua numa fase de crescimento, contudo sabemos que o impacto económico da pandemia irá fazer com que este ritmo da construção abrande de forma significativa nos próximos tempos. Da mesma forma que as empresas, especialmente da região do Ave se adaptaram e reorganizaram com os efeitos adversos da pandemia, conseguirão encontrar soluções e oportunidades numa fase onde a crise económica se poderá fazer sentir com mais força.

A adaptação de edifícios a novos modelos de negócio será uma realidade cada vez mais presente na nossa região. Uma parte significativa do nosso volume de negócios já demonstra claramente esta adaptação a uma nova realidade.

 
Finalmente, tenho as seguintes perguntas e peço, a ambos, uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:


Hobbies?

Ricardo: Teatro. Um bichinho que nasceu comigo, e se estende a toda a minha família, esposa e filhos. Obrigado ao Enfim teatro da Sociedade de Recreio Cepanense, onde abraçamos esse projeto fabuloso.
 
Carlos: Montar a Cavalo

 
Local de Férias preferido?

Ricardo: Portugal, um país lindíssimo com muitos recantos para descobrir.

Carlos: Portugal Interior
 
 
Adoras?

Ricardo: Viajar, conhecer novas culturas.

Carlos: Gosto muito de ter amigos e família em casa.
 
 
Detestas?

Ricardo: Hipocrisia, mentiras.

Carlos: Hipocrisia, pessoas cínicas.
 
 
Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

Ricardo: Estar com a Família e Amigos, viajar.

Carlos: Levantar ao som do canto dos pássaros, tomar um bom pequeno-almoço com a minha esposa, dar uma caminhada pelo meio do pomar e vinha, um mergulho na piscina ou nas lagoas do Rio Ferro, uma sesta e ao fim do dia um Passeio a cavalo.
 
 
Qual é tua música preferida?

Ricardo: : Um Bom Fado.
 
Carlos: Quem me dera (Marisa)

 
qual foi o filme que te marcou?

Ricardo: Flôr do deserto. Um filme fantástico com uma história verídica.
 
Carlos: Austrália

 
Prato preferido?

Ricardo: Não poderia deixar de ser uma boa Vitela à moda de Fafe.

Carlos: Não diria apenas um, mas um bom churrasco de boi.
 
 
sobremesa preferida?

Ricardo: Tarte de amêndoa. (Feita por mim).

Carlos: Tarte de whisky.
 
 
PODES ME PARTILHAR 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

Ricardo: Crescer mais como Homem, empresário, e concretizar pelo menos mais alguns dos meus sonhos.

Carlos: Uma viagem prometida a minha esposa aos Açores, aprender a conduzir bem uma charrete e um piquenique com os amigos.

 
Desporto preferido?

Ricardo: Futebol

Carlos: Desportos Equestres
 
 
Qual é o teu clube?

Ricardo: F.C.Porto

Carlos: Simpatizante do F.C. Porto e da Associação Desportiva de Fafe

 
Se não fosses empresário, eras?

Ricardo: Comercial, Relações Públicas, tudo o que tenha a ver com o contacto com pessoas.
 
Carlos: Voluntário em acções humanitárias

 
Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Ricardo: Seguir o percurso onde me encontro hoje á mais tempo.
 
Carlos: Ter avançado para este projecto PNF mais cedo.
 

O que representa Fafe para ti?

Ricardo: O meu porto de Abrigo.
 
Carlos: As minhas origens, sítio onde cresci e fui criado, onde gosto muito de viver, cidade tranquila, bonita, onde ainda se pode respirar ar puro.

 
Se amanhã, fosses um eleito político local em fafe, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Ricardo: Maior apoio aos empresários para o desenvolvimento dos seus projectos, disponibilização de meios menos burocráticos para agilização de processos.
Se não o fizerem correm o risco dos empreendedores procurarem apoios nas cidades vizinhas que estão com grande abertura nesse sentido.

Carlos: Sou neutro

 
Qual é a tua regra de Ouro?

Ricardo: Transparência e honestidade.

Carlos: Honestidade ONDE UM APERTO DE MÃO FIRMA UM CONTRATO
 

Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Ricardo: Agradecer o convite para a tua entrevista, e agradecer a todas as pessoas que nos acompanham no nosso dia-a-dia como clientes, Parceiros de negócios, família e amigos, e um agradecimento impar á nossa equipe de colaboradores que são fantásticos, a todos o meu obrigado. 
 
Carlos: Neste momento tão único nas nossas vidas com esta pandemia mundial da COVID-19, que afetou significativamente as nossas vidas, que cada um de
nós possa continuar a acatar as orientações das autoridades, e termos respeito uns pelos outros não importa onde nos encontramos, para o mais rapidamente voltarmos a normalidade.



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