“Se Eu Quiser Falar Com Deus” é a primeira exposição a inaugurar em 2025 no Palácio Vila Flor, em Guimarães. Já este sábado, 1 de fevereiro, às 16h00, inaugura-se esta exposição de pintura, desenho e instalação, que é uma espécie de rememoração intuitiva de um presente que nos escapa, reunindo obras de António Gonçalves, Diogo Nogueira, Joana Araújo, Natacha Martins e Sofia Vermelho.
Em “Se Eu Quiser Falar Com Deus”, confrontados com a tragédia de não percebermos o que acontece, parece que os nossos sentidos se viram inevitavelmente para a frente, na procura de horizontes de fuga num desconhecido que precisamos com urgência de descobrir, de descobrir como se tudo terminasse logo ali, depois da derradeira descoberta. Face ao que vemos, parece que nos estamos a preparar para captar predisposições que vêm do fundo pelo lado da frente da nossa face, onde cada perfil é uma superfície de combate, uma constatação que se releva no facto de sermos diferentes uns dos outros. Tudo o que existe nesta exposição desenrola-se e determina-se sob um olhar que deverá ser atento (um olhar que é nosso e que se projeta no que virá a seguir), embora sem existir uma referência explícita ao futuro. Perante estas obras, a disposição dos nossos órgãos, o design do nosso sistema nervoso e as manifestações dos nossos impulsos vêm-se organizados pelas imagens que sondamos como se fossem pequenas cápsulas de tempo, como algo que se desenrola sem perspetivas temporais.
Entre os artistas envolvidos nesta exposição estão António Gonçalves, com formação em Belas Artes desenvolvida no Porto com licenciatura em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e doutoramento em História da Arte, bem como em Cuenca (Espanha); Diogo Nogueira, que vive e trabalha entre o Porto e Paris sendo licenciado em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e tendo completado uma pós-graduação em Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha. Encontra-se atualmente a concluir o diploma em Artes Plásticas na École nationale supérieure des beaux-arts de Paris e a sua prática artística abrange os domínios da pintura, desenho, cerâmica e instalação, participando, desde 2018, em diversas exposições, tanto em contexto nacional como internacional, tendo já sido distinguido pelos seus trabalhos com uma abordagem impregnada de humor; Joana Araújo, com estudos na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, licenciando-se em Artes Plásticas (pintura) e frequentando ainda o mestrado na mesma área. Desde 2019, começou a integrar exposições coletivas em diferentes galerias e instituições do país, tendo já sido selecionada para integrar várias Bienais de Arte; Natacha Martins, que utiliza a pintura e os ambientes de pintura para explorar o caráter irracional e delirante da condição humana. O seu trabalho reflete incisivamente sobre o conceito de desejo no quadro da contemporaneidade, sobretudo no domínio do tecnológico. Nascida em Aveiro, recebeu já vários prémios e nomeações, tendo sido Artista Representante de Portugal na Jeune Création Européenne Biennale D'Art Contemporain 2019-2021; e Sofia Vermelho, que se licenciou em Pintura na Faculdade de Belas Artes do Porto e é artista e cofundadora da Vertigo, coletivo artístico de eventos híbridos entre arte e rave no qual desempenha funções de produção e curadoria. A sua prática expressa-se através da pintura como linguagem porta‒voz, permeada por uma sensorialidade carnal, interessando‒se também pelo desenho, cerâmica e performance.
Esta exposição, realizada em coprodução d’A Oficina e de Guimarães Project Room, pode ser visitada no Palácio Vila Flor por público de todas as idades pelo valor de 2 euros (ou 1 euro com desconto) até 14 de junho, de terça a sexta das 10h00 às 17h00 e ao sábado das 11h00 às 18h00. |
Sem comentários:
Enviar um comentário