“Operariada”, criação de Tânia Dinis e Catarina Laranjeiro, propõe traçar a história de mulheres que trabalharam grande parte da sua vida na indústria têxtil no Vale do Ave. Realizada em estreita colaboração com esta comunidade, esta criação é concebida a partir da recolha das suas memórias mediadas por recursos audiovisuais. Em torno desta criação, decorre já no próximo domingo (26 janeiro) uma conversa com a comunidade na Casa da Memória de Guimarães (CDMG) e, no sábado 1 de fevereiro, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) será o palco para a apresentação da respetiva performance fruto deste projeto. Ambos os momentos convidam gratuitamente o público.
A história das mulheres que, traçando têxteis, traçaram a história do Vale do Ave, interliga-se com as profundas mudanças na paisagem que a indústria provocou. Esta é também a história de mudanças que não aconteceram: as relações de poder e de resistência, a vulnerabilidade laboral, os abusos morais e sexuais, a que muitas mulheres foram (ou ainda são) sujeitas. Realizada em estreita colaboração com sete operárias da indústria têxtil, esta criação trabalhou com memórias presentes, que através da mediação audiovisual e arquivística, se propôs reapropriar e ressignificar no passado, materializando-se em sessões públicas em Guimarães e Famalicão. No âmbito desta criação, a Casa da Memória acolhe uma conversa com a comunidade no dia 26 de janeiro, às 16h00, com a participação de Ludgero Almeida, Virgílio Ferreira, Tânia Dinis, Catarina Laranjeiro e profissionais da indústria têxtil, e moderação de Mafalda Araújo. Na semana seguinte, mais precisamente no dia 1 de fevereiro, às 19h00, é apresentada a performance na Black Box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Esta produção da Associação Cultural - Tenda de Saias conta com a participação de uma alargada equipa com diversas valências, sendo Tânia Dinis e Catarina Laranjeiro responsáveis pela criação, texto, pesquisa, imagens e interpretação. As imagens de arquivo, matéria do processo de investigação e criação, contaram com a contribuição de imagens pessoais de Tânia Dinis, Catarina Laranjeiro, bem como da Fundação Narciso Ferreira, Fotografia Alvão, Lda - Centro Português de Fotografia, A MURALHA - Associação de Guimarães para a defesa do Património, e Arquivo Municipal Alfredo Pimenta. A performance contará com Ana Pinheiro, Laura Lopes, Maria Elsa Carneiro e Rosa Sousa em palco. Este projeto, realizado com o apoio da Fundação GDA e do Município de Guimarães, é dirigido a maiores de 14 anos e a entrada é gratuita, até ao limite da lotação disponível. |
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