A próxima 2ª feira (5 de Abril) marca mais uma etapa no novo programa de desconfinamento.
Vários sectores da sociedade regressam à normalidade (seja lá isso o que for) e abandonam o recolhimento. Vamos sair de casa e vamos circular no espaço público tornando mais frequentes os contactos e, naturalmente, os contágios.
O boletim diário da DGS vai começar a apresentar um número crescente de casos e vamos ouvir falar da subida do R, ou do Rt ou do R0. O Sr. Costa já veio ameaçar com retaliação se nos portarmos mal. Mas não o levem demasiado a sério. Claro que temos que fazer a nossa parte mas o que vai acontecer é o que descrevi acima. Para isso não é preciso ser especialista em nada.
Certo é que já ninguém aguenta estar metido em casa e todos queremos trabalhar, estudar, divertir-nos, conviver (com gente de fora do agregado familiar), "pintar a manta". Essa ânsia vai fazer com que baixemos a guarda e vai permitir que o vírus circule mais. O que é diferente é a existência de uma parte (muito pequena é certo mas centrada nos mais vulneráveis) da população que já está vacinada.
Vamos acreditar que isso vai ajudar a que baixe o número de infecções na sua forma mais grave. Que isso permita manter os nossos hospitais dentro de limites de ocupação aceitáveis. Que se consiga prestar os melhores cuidados de saúde. Que não se deixe para trás os outros doentes que estão esquecidos há um ano.
Mas também que consigamos tirar os nossos idosos dos lares. Que os deixemos apanhar sol e respirar ar puro. Que os deixemos estar com os seus familiares. Para que possamos dar vida aos seus últimos tempos entre nós. Porque morrer é difícil mas morrer só é infinitamente pior.
Ricardo Gonçalves
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