sexta-feira, 30 de abril de 2021

FAFE UP - 12 EMPRESAS DE FAFE DISTINGUIDAS COMO PME EXCELÊNCIA 2020


O IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, IP, revelou, hoje, a lista das 2865 empresas que foram reconhecidas com o estatuto PME Excelência 2020.

Esta iniciativa do IAPMEI foi criada com o objetivo de reconhecer as PME nacionais que se evidenciam pela qualidade dos seus desempenhos económico-financeiros e se mostram capazes de atingir altos padrões competitivos.

Em 2020, entre as 2 865 empresas que conquistaram o estatuto de PME Excelência, 601 são de média dimensão, 2 084 são de pequena dimensão e 180 são microempresas.
Em conjunto, as PME Excelência são responsáveis por 92 657 postos de trabalho e por um volume de negócios superior a 11 mil milhões de euros.
A maioria das destas empresas desenvolvem a sua atividade nos setores do Comércio (28%), da Indústria (23,4%), e ainda no setor do Turismo (17,9%).
Em 2020, é ainda de assinalar o facto de o Porto (601) ultrapassar Lisboa (576) como o distrito com mais PME Excelência, seguidos de Braga (283) e Aveiro (282

Muitos parabéns às 12 empresas de FAFE premiadas recentemente com o galardão PME Excelência 2020, pela qualidade seu desempenho e solidez financeira, em prol do Desenvolvimento Empresarial do Território:
 
- C.F.F. - Clínica Fisiátrica de Fafe, Lda.

- Cadeinor - Mobiliário de Escritório Integrado, Lda.

- Cunha & Mendes Cunha, Lda.

- Farmácia Sousa Alves, Lda.

- Gravotextil - Sociedade de Acabamentos Texteis, S.A.

- Gululupa - Unipessoal, Lda.

- M Look Confecções, Lda.

- Momentopadrão, Unipessoal Lda.

- Oberndorfer, S.A.

- Raffaele Sidoni & Sidoni, Lda.

- Sanilusa - Sociedade Unipessoal, Lda.

- Tecnivap XXI - Comércio de Máquinas para Indústria Têxtil, S.A.



Fonte: IAPMEI


Até já

 


Como tudo na vida, o que começa tem um fim!

É chegada a hora de encerrar este capítulo da minha colaboração com o Jornal de Fafe. Foi uma honra estar entre o naipe de tão ilustres parceiros de opinadores mas outras atribuições clamaram pela minha atenção.

A partir de hoje passo a ser, apenas, um leitor atento e grato pela disponibilidade dos outros para partilharem os seus pontos de vista. A minha intervenção cívica continuará porque nunca fui muito bom a abster-me. Neste caso, continuarei a ter opinião e a expressá-la quando muito bem entender sem outras amarras que não seja a minha consciência.

Muito obrigado pela paciência e pela distinção que me deram ao longo de todas estas semanas no acompanhamento dos meus "desabafos". Muito obrigado ao Jornal de Fafe por se ter lembrado de mim e me ter dado completa liberdade para me exprimir. São espaços destes que precisamos e a minha singela distinção aqui fica. BRAVO!!!!

Para último deixo o apelo para que continuemos unidos e fortes na luta contra a pandemia e desejo a todos a maior sorte do Mundo.

Obrigado!!!!

Ricardo Gonçalves

segunda-feira, 26 de abril de 2021

O TEATRO-CINEMA DE FAFE


A propósito do 12º aniversário da reabertura.

O Teatro-Cinema é um dos principais motivos de interesse arquitectónico da cidade de Fafe, constituindo, para a época da sua abertura, um importante marco cultural. Era mesmo considerado pela imprensa da época “Um dos melhores teatros do norte do País” e o melhor da província.

A iniciativa de adquirir um velho teatro existente no local e de o reconstruir deve-se ao ilustre fafense Dr. José Summavielle Soares, que assim dotou a então vila de Fafe de uma soberba casa de espectáculos que orgulhava (e ainda hoje orgulha) os fafenses. Concluída a obra em Dezembro de 1923, a sua inauguração apoteótica ocorreu em 10 de Janeiro seguinte, com a apresentação da peça “O Grande Amor”, pela companhia de Aura Abranches.

A sua fachada, de decoração invulgar, é de harmonioso recorte. Pintada em tom rosa e com desenhos de cúpidos alados, como que a simbolizar o amor às artes.

A arquitectura do interior é em forma de ferradura, com um tecto abobadado e decorado com motivos pictóricos alusivos a músicos famosos (Chopin, Rossini, Haydn e Mozart), além da figuração do firmamento.

O teatro tem uma lotação aproximada de 300 lugares, incluindo a plateia, as frisas e os camarotes. Como espaço lateral, destaca-se o magnifico salão nobre no 1º andar, a toda a largura do edifício, onde na época áurea da vida social, se realizavam bailes de Carnaval, manifestações de cultura e recreio e outras reuniões onde se juntava a sociedade fafense mais ilustre.

As melhores companhias de teatro do país da primeira metade do século XX por aqui passaram: Aura Abranches no dia da inauguração, Lucília Simões, Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, Chaby Pinheiro, Maria Matos, entre outras.

Pouco depois da sua inauguração, concretamente em Abril de 1924, também já exibia cinema. Naturalmente, mudo. Só nos anos 30 chegaria o sonoro e em 1955 o Cinemascope.

Ao longo de mais de 50 anos, o Teatro-Cinema apresentou inúmeros espectáculos de teatro e milhares de filmes, além de manifestações de diversa índole.

Aquela casa foi ainda sede de importantes comícios da oposição ao regime salazarista, aquando dos seus principais momentos, designadamente as campanhas de Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1958), e as eleições a que concorria a Oposição Democrática, em 1969.

 

 


 

Com o andar dos tempos, o edifício foi-se degradando e deixou de ter condições para a exibição cinematográfica, pelo que foi encerrado ao público em 1981, por determinação da Direcção Geral de Espectáculos, por ameaçar ruína.

Encerrado durante 28 anos, a Câmara Municipal conseguiu finalmente, em 2001, depois de aturadas negociações, adquirir o imóvel, pelo montante de 2,5 milhões de euros.

Em 2008, foi adjudicada à Casais, S. A. a empreitada de recuperação do imóvel pelo valor de € 4.175.111,89. Todo o conjunto do Teatro-Cinema foi devida e pormenorizadamente restaurado no âmbito das obras de requalificação, bem como dotado das mais modernas condições de funcionamento e de utilização.

Por outro lado, em seu redor foi construído um edifício para apoio técnico às actividades do Teatro-Cinema e que inclui a instalação da Academia de Música José Atalaya.

O novo edifício inclui ainda uma sala polivalente – batizada com o nome de Manuel de Oliveira, em homenagem ao saudoso realizador português, com capacidade para cerca de 150 pessoas. Além da exibição de cinema, nessa sala realizam-se audições musicais e outros eventos.

 


 

 

TEATRO DE FAFE

 

«… O Teatro de Fafe era um edifício velho, condenavel, mas o adorável folho de Fafe sr. dr. José Summavielle Soares, adquiriu-o, fez dele o teatro mais moderno, mais luxuoso, mais elegante, mais confortável que em terras de província não existe e que nos grandes meios poucos existirão que forneçam ao artista e ao publico tantas comodidades. Para isso não se tem poupado a despesas, dotando o teatro com tudo quanto há de melhor.

A pintura é a mais fina, feita por artistas do Porto. O mobiliário é luxuoso, artístico, confiado a uma das mais acreditadas casas do Porto – “A Japonesa, Limitada».

Situado na rua Mgr. Vieira de Castro, em frente à majestosa habitação do sr. Summavielle, o teatro, para ficar nas condições em que fica, não podia senão ser adquirido por este senhor, pois que os terrenos laterais e posterior, para onde cresceu o palco e onde se formaram os camarins, pertencem ao sobredito senhor.

Adquirindo a velha casa de espectáculos, o grande e admirável impulsionador de Fafe prestou mais um bom serviço a esta linda e encantadora terra, pois a dotou com um edifício admirável que muito o honra e que, se mais coisas não tivesse a perpetuarem-lhe o nome, o novo teatro era o suficiente para isso.

Ampliado o palco, como dissemos, o teatro sofreu uma transformação completa. Quem conhecia o velho casario e hoje ali entre, defronta com um paraíso. Essa modificação excede a espectativa. Duas ordens de camarotes, frisas, plateia vedada, com um pano de boca moderno, o geral convidativo – o Teatro de Fafe há-de sobressair com a profusão de luz que vai ter em noites de gloria como vae ser a da inauguração que nos dizem está para os primeiros dias de Dezembro.

Ali há higiene, segurança contra incêndios: sim porque o teatro está reconstruído nas mais modernas condições.

A entrada preserva contra os gelos do inverno.

O salão nobre vae ficar uma coisa surpreendente, original, ultrapassando o timbre do luxo.

O frontispício está sofrendo uma pintura artística, adaptável a asa de espectáculos.

Eis o que, em breves palavras, se nos oferece dizer do Teatro de Fafe.

E, para rematar, vamos antecipando as mais entusiásticas felicitações ao sr. dr. José Summavielle Soares».

 

IN: Jornal “O Desforço”, 8 Novembro 1923
















 

 

 

 

 


 

domingo, 25 de abril de 2021

FAFE UP - Portugal foi o primeiro a submeter o Plano de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia

 


Na passada quinta feira, Portugal foi o primeiro Estado-Membro da União Europeia a concretizar a entrega da versão final do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à Comissão Europeia, através da plataforma informática oficial.

O draft do PRR foi entregue em Bruxelas a 15 de outubro de 2020.
Após o período de interação entre o Governo e a Comissão, a nova versão do Plano foi submetida a consulta pública na segunda quinzena do mês de fevereiro de 2021, tendo recolhido contributos de 1700 entidades...

O PRR agora oficialmente entregue integra o trabalho conjunto com a Comissão Europeia e os contributos resultantes da consulta pública. Segue-se o período de decisão sobre o documento pela Comissão Europeia e pelo Conselho EcoFin. O Governo espera que a decisão possa ocorrer durante a Presidência Portuguesa da União Europeia.

A recuperação do país através do PRR assenta no reforço do Serviço Nacional de Saúde, na habitação digna e acessível, na promoção das qualificações, na capitalização e inovação empresarial, no desenvolvimento do interior e nas transições climática e digital.

O montante financeiro do PRR ascende a 16 644 milhões de euros, dos quais 13 944 milhões de euros correspondem a subvenções. O Estado tem em aberto a possibilidade de recorrer a um valor adicional de 2 300 milhões de euros em empréstimos.


Pode visualizar a Versão Final do PRR (em formato PDF) clicando AQUI


Convido a ler o artigo da jornalista Clara Teixeira da VISÃO: "Quando chega o dinheiro da bazuca europeia? Como aceder aos fundos? 10 perguntas e respostas", clicando AQUI


 

sábado, 24 de abril de 2021

FRANCISCO de OLIVEIRA ALVES: homenagem ao Homem e à sua História!



Hoje seria uma noite de festa: o tradicional jantar do 25 de Abril do PS Fafe. 

A pandemia impediu a realização, da mesma, o ano passado e este. 



Se a festa se realizasse, este ano, o amigo e camarada Francisco Oliveira não estaria presente, mas a sua memória seria, certamente,  lembrada e chorada de saudade.



Foi um Homem e a sua História! Alguém que perdurará na nossa memória! 

 A SUA ALMA CONTINUA LIVRE! ATÉ SEMPRE CAMARADA! 




GIL SOARES
Fotos: PS Fafe

Imagem: GS


sexta-feira, 23 de abril de 2021

PERIGO!!!!


 Com o desconfinamento da sociedade começou a subir o número de novos casos!

Nada que não fosse previsível mas que coloca em perigo a continuidade dos processo que, desta vez, se faz por etapas e mediante indicadores de controlo da doença. Apesar de haver quem não concorda com os critérios adoptados (eu, por exemplo) são esses que regem a nossa vida. Foram os que foram definidos pelas autoridades e são para acatar.

Mais uma vez, lanço o apelo para que haja prudência. Todos queremos voltar à vida que já tivemos mas isso tem que ser feito com cautela e faseadamente. A ânsia demonstrada no regresso dos centros comerciais indicia que as pessoas não aprenderam nada. Por incrível que nos pareça!

Ontem o Presidente da Câmara de Fafe vem anunciar uma campanha municipal de testagem junto das empresas, algo que as autoridades há muito prometem mas só agora vê a luz. Com isso vamos disparar o número de casos, inevitavelmente, mas vamos, finalmente, fazer aquilo que os especialistas recomendam há meses. Mais vale tarde do que nunca!

Ao trabalho!

Ricardo Gonçalves

 

segunda-feira, 19 de abril de 2021

MONUMENTO AO BOMBEIRO COMPLETA 30 ANOS


 Este monumento, que representa a Fénix renascida, símbolo maior dos bombeiros portugueses, foi desenhado por António Manuel Santos Santana, artista natural do Porto, fafense por adopção, autor de importantes trabalhos com destaque para o próprio projecto do quartel dos bombeiros locais. O monumento localiza-se na rotunda do extremo Sul da Av. Do Brasil.

Em 1982, Humberto Gonçalves, na qualidade de Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe e Vereador da Câmara Municipal, apresentou uma proposta para a execução do monumento como uma “…homenagem justa, devida e merecida aos Bombeiros de Portugal em geral e aos Bombeiros de Fafe em particular”…, referia a proposta que só viria a ser aprovada em 22 de Novembro de 1989. No ano seguinte a obra foi adjudicada por um valor de 8.300 contos.

O monumento, em betão armado, sem revestimento, apresenta um espelho de água circular com pequenos repuxos; no centro  a representação da Fénix com cerca de sete metros de altura.

Numa cerimónia muito participada, a coincidir com a comemoração do primeiro centenário da Corporação local de Bombeiros, o monumento foi inaugurado em 19 de Abril de 1991.


Reprodução de postal dos anos 90 do séc. XX

domingo, 18 de abril de 2021

“UM OUTRO OLHAR” – SÍLVIA COSTA, UMA EMPRESÁRIA TÊXTIL COM VISÃO SUSTENTÁVEL E DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

 


Bom dia cara amiga sílvia, desde já, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista.

EU JÁ TE CONHEÇO HÁ MAIS DE 20 ANOS, E TENHO VINDO A ACOMPANHAR O TEU PERCURSO PROFISSIONAL, COM ORGULHO E AMIZADE.

PARA TAL, ALÉM do TEU PERCURSO, O TEU PERFIL DE EMPRESÁRIa DE SUCESSO, SENSIBILIZARAM-ME A TE CONVIDAR PARA A NOSSA ENTREVISTa.

Neste sentido, a minha primeira pergunta é da praxe e é mais pessoal, Gostava que me partilhasses as tuas origens e o teu percurso escolar e formativo. Gostavas de estudar ou eras mais virada para o trabalho prático?

Olá, bom dia, meu amigo Filipe!

Obrigada pelo convite. O sentimento é recíproco. Desde já te saúdo pela iniciativa e tua proatividade. É importante haver pessoas como tu, que tenham vontade de mostrar o que há de bom na nossa sociedade!

Sou uma filha de Fafe.

A maioria dos meus estudos até ao 12º ano foram realizados em Fafe. Frequentei a escola primária junto ao centro de saúde, a Escola Prof. Carlos Teixeira e a Escola Secundária de Fafe. Estive 1 ano no colégio S. Gonçalo em Amarante. Posteriormente, formei-me, no curso de Gestão de Empresas, no Instituto Politécnico Portucalense.
Fui sempre uma aluna média. Gostava de estudar, mas confesso que também gostava bastante de tarefas práticas. Fui sempre habituada a tarefas domésticas a trabalhar nas férias na empresa dos meus pais. Lidei desde tenra idade com vendas de vestuário e outros artigos têxteis, por isso havia uma mescla de interesses entre académicos e profissionais.

 
Como surgiu a ideia de seres empreendedora?

Comecei a trabalhar muito cedo, aos 21 anos, ainda não tinha sequer acabado o meu curso.
Sempre fui bastante obstinada em tudo o que decidi fazer. Nesse sentido, junto dos meus pais que tinham uma empresa de bordados e estavam a iniciar a exportação de vestuário em malhas senti um estímulo muito forte para ajudar e principalmente aprender na prática.
Comecei em posição de liderança, agarrava e vencia ou desistia. Começou assim a minha escalada de empreendedorismo!
 

neste sentido a empresa familiar que diriges atualmente, foi criada em 1995, em fafe, pelos teus pais, com o nome Josborda, Lda. atualmente, a empresa tem sede em guimarães com nova designação: bless internacional, lda. conta-nos mais sobre a trajetória da vossa empresa até à data de hoje, partilhando as suas atividades, os seus produtos, e sua dimensão em termos de mercado.

Em 1995 a JOSBORDA, LDA inicia atividade com fabricação bordados e pouco depois também inicia a exportação de artigos de malhas, alargando assim o mercado em que opera. Com 4 máquinas de bordar - 3 com 12 cabeças e 1 com 15 cabeças. Trabalhávamos para clientes nacionais.
Abracei o projeto em 1997 como responsável da área dos bordados, e os meus pais com a confeção de artigos em malha para a Holanda e Alemanha.  Os principais mercados eram criança e senhora.

Entretanto a JOSBORDA dedica-se apenas à exportação e eu fico a 100% na área comercial. Domino inglês falado e escrito. Tenho facilidade em francês, espanhol e alemão.
Desde então desenvolvi a empresa com novos clientes e mercados estando sempre ao leme. Os meus pais estiveram comigo até 2012/2013, altura em que se reformaram e a JOSBORDA passa a ser apenas minha.

Em 2014 cogito obras na empresa para modernizar. A questão que me coloco é se devo ou não ficar em Fafe, pois, apercebo-me do potencial económico da cidade vizinha quer a nível de incentivos fiscais, condições comerciais e condições estruturais.

Fafe é, sem dúvida a cidade onde nasci, fui criada, vivi a minha juventude, mas como qualquer filho, precisamos de voar para expandir horizontes.
Nesta fase, em pleno processo de mudança, tomei a decisão de alterar o nome da firma. Apesar do reconhecimento no mercado, JOSBORDA, em termos de marketing no mercado internacional nosso core não seria o “nome” mais apelativo. Foi fundamental, fazer devidamente a ponte junto dos nossos principais clientes e fornecedores.

Em termos de produtos e know-how, digo com orgulho que BLESS - INTERNACIONAL tem grande facilidade de adaptação.
Fruto de toda a nossa criatividade, trabalho e de todos os ensinamentos adquiridos ao longo de todo o projeto.
A BLESS é hoje uma empresa que exporta para toda a União Europeia. Recentemente temos, inclusive, explorado novos mercados fora da UE, imagina que até para a China já vendemos.
Tivemos a oportunidade de expandir o nosso mercado para oriente com a exposição em Macau a convite da Câmara Municipal de Guimarães - GUIMARÃES MARCA – Projeto da Divisão Económica do qual fazemos parte desde 2016 (um grande input do Município de Guimarães ao seu tecido empresarial)
Na Bless usamos matérias-primas diversas, misturamos malhas, tecidos e feitios, uma diversidade de artigos, que nos permitem oferecer aos nossos clientes, produtos diferenciados, que superam os desafios de todos os dias deste mercado.

No seguimento da nossa visão, em 2016 a Bless certifica-se GOTS, em 2019 torna-se membro SMETA SEDEX.
A responsabilidade social, o desejo de participar ativamente na preservação dos recursos do nosso planeta desafia-nos a implantar na BLESS qualidade de trabalho, transparência, procura de matérias-primas que preservem. Os nossos clientes sabem que estamos à altura deste desafio global.

Neste momento, estamos a trabalhar em novas certificações de modo a que a nossa pegada ecológica e humana se reflita nos nossos produtos.




Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia da tua empresa?

Nos dias de hoje a oscilação de mercado de compra de matérias-primas. A verdade, a especulação que temos vivido nestes últimos dois anos são sem sombra de dúvida a dificuldade maior do dia a dia. Todo o resto faz parte.
 

Quais são as maiores satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a tua empresa?

A maior satisfação é vê-la crescer em qualidade – quer Humana quer económica. Tem sido uma escalada satisfatória.
As desilusões essas felizmente não me recordo com facilidade, pois tenho tido a felicidade de transmutar o que chamam de desilusões em oportunidades, aprendizado. Aprendi com o tempo, a experiência e com pessoas que passam pelo meu caminho a ver sempre – “ o copo meio cheio meio vazio”. Desilusões e satisfações teremos todos os dias da nossa vida!
Gerir expectativas é também o segredo.
 

Quais são os próximos desafios para a tua empresa?

A evolução tecnológica do sector e a mão de obra especializada em Portugal ao nível da confeção.
 

Quais são as características pessoais mais importantes para a tua empresa? Isto é, que importância dás às relações externas na tua empresa? E para ti como empresária, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas influentes?

Penso que todas as relações são importantes. Sem bons fornecedores não poderemos ter bons clientes, sem as pessoas influentes poderemos não conhecer certas realidades. Entendo por pessoas influentes aqueles que desempenham os seus cargos com profunda vontade de promover a sua comunidade. As relações externas são vitais para o desenvolvimento das empresas, para o seu crescimento.




Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

Sou muito exigente, comigo e com os outros. Sou também compreensiva e humilde, alegra-me pensar que todos os dias aprendo. Sou uma adepta da organização e da regra.
Sou grata pelo que construí, procuro manter o equilíbrio nas vitórias e aprender com os erros. Na vida como nos negócios o segredo é saber lidar da melhor forma com a dicotomia – fracasso/sucesso- sucesso/fracasso.
 

Consegues conciliar, no teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

Sim felizmente, tenho uma organização e uma equipa que atualmente me permite conciliar melhor a vida profissional e pessoal.
Houve alturas que trabalhava mais de 14/15 horas para conseguir realizar todas as tarefas empresariais. Só não fazia moldes, corte e expedição, restantes tarefas tinha de estar presente em todas, a minha pequena tinha uma expressão quando eu chegava a casa: “Mãe tens muitos preços para fazer hoje? Ou mãe, falta muito para acabar?” faz parte.  
 

No teu percurso de empresária, queres partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou?

O dia em que recebi a minha primeira encomenda de 50.000 unidades. Achei que estava a fazer mal a soma das quantidades. Pedi ajuda aos colegas para verificar a soma!
Foi hilariante!
 

Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Sejam fiéis à vossa ideia, persistentes e conscientes que o mercado está repleto de oportunidades. Não subestimar as outras e encarrar os desafios e mudanças como uma oportunidade e não como ameaças.
 

A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-vos na vossa forma de trabalhar? na competitividade da empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?

Afetou de ambas as formas – positiva e negativamente.

De forma positiva porque houve uma certa desaceleração de processos, o mercado mudou na procura de melhor qualidade. Estamos mais perto dos nossos clientes e dos nossos fornecedores, pois houve necessidade de nos apoiarmos quer a nível de gestão de encomendas que a nível de tesouraria. Foi positivo ver como as empresas se podem conciliar e criar convergências para encarar a crise.

O aspecto negativo é que temos cada vez menos tempo para preparar e produzir encomendas, o mercado evita o stock, e a nossa reação/ação tem de ser mais rápida, mais ajustada às necessidades do mercado. Estamos a transformar este desafio esta mudança num ponto positivo!
 



Finalmente, transitando a nossa entrevista para uma parte mais pessoal, pretendia saber qual é tua visão, dado que lidas diariamente com o setor da moda, sobre o futuro do setor textil e da Confeção de vestuário da região do ave, mais particularmente em fafe e guimarães, as suas fragilidades e suas potencialidades?

Relativamente à visão, entendo que Portugal terá sempre mercado, temos historicamente um tecido industrial têxtil com inúmeras empresas e valências, estou convencida que o know how das empresas vai ser determinante. Os portugueses são cativantes inovadores e trabalhadores. A evolução informática é um desafio para todos, o 3D vai permitir às empresas apresentar produtos com mais rapidez, mais detalhe e maior rigor, é o futuro e estamos a adaptar-nos.

Aqui em Guimarães temos grandes empresas de cariz familiar que já contam com algumas gerações. Guimarães é um município muito ativo e atento às suas empresas. Temos algum apoio para a inovação, marketing, formação. Temos uma diversidade muito grande de empresas ligadas à moda – vestuário, têxteis-lar e até mesmo joalharia o que potencia as oportunidades.

Em Fafe tenho de confessar que não vejo grandes apoios para as empresas se fixarem e criarem riqueza. Gostaria de ver a minha terra mãe mais dinamizada quer ao nível de incentivos locais aos empreendedores. Os jovens acabam por não ficar. Condições estruturais, apoios a start-ups. Começar uma empresa carece de diferentes tipos de investimento para potenciar o produto ou serviço.

Em termos de fragilidades, posso te dizer que Guimarães está a crescer, a diversificar a sua indústria acabando por criar mais oportunidades de trabalho em vários setores, a captação de mão de obra qualificada para o sector têxtil pode ser o maior desafio .  Fafe precisa de encontrar o fator fixador!

Quanto às ptencialidades, Guimarães tem infraestruturas criadas, é uma cidade dinâmica. Fafe é uma cidade relativamente recente, com toda a sua história ligadas aos Brasileiros que regressaram, tem a proximidade rural, o conhecimento têxtil. Apesar de ser uma cidade pequena tem qualidade de vida. A facilidade de acessos é uma mais valia. A BLESS continua a ter laços muito grandes com Fafe – empresas subcontratadas e alguns fornecedores. Mais de 50% dos nossos colaboradores são de Fafe. Portanto as potencialidades são imensas quer a nível Social quer a nível económico.
 

tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Pintura e alguma leitura.
 

Local de Férias preferido?

Todos são bons desde que não faça nada relacionado com a minha habitual rotina!
 

Adoras?

Ver filmes
 

Detestas?

Sujidade, coisas fora do sítio...
 

Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

Estar com a família e amigos numa esplanada, ou num bom almoço ou jantar. Viajar! Também gosto muito de um momento só para mim, tratar-me na esteticista, massagista. São estas as coisas que gosto!
 

Qual é tua música preferida?

Adoro Bonnie Taylor
Quase todas dos U2 - One é uma das minhas favoritas
Waterboys – the whole of the moon
Marisa- Melhor de mim (emociono-me sempre… )
Entre tantas outras… estas foram as que me lembrei agora
 



qual foi o filme que te marcou?

Comer, Orar e Amar
DJANGO, sei lá… são tantos filmes que adorei ver..
 

um livro?

Vários…. O monge que vendeu o seu Ferrari de Robin Sharma
Alguimia de Paulo Coelho
Retrato de Sépia de Isabel Allende.
 

Prato preferido?

Tenho vários! A vitela assada, um bom peixe na brasa, Shushi, comida italiana.
 

Restaurante preferido?

Claro, o do meu irmão – DUHO!
 

PODES ME PARTILHAR 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

Agora, agorinha mesmo quero ir de férias ou pelo menos fazer uma jantarada ou almoçarada! Estou mesmo com saudades.
 

Desporto preferido?

Pilates
 

Qual é o teu clube?

Futebol Clube do Porto mas não sou muito conhecedora de futebol
 

Se não fosses empresária, eras?

Não sei… nunca me imaginei…
 

Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

O contacto com empresas onde pudesse adquirir conhecimentos – estágios nacionais e internacionais
 

O que representa Fafe para ti?

A terra que me viu nascer e crescer.
 

Se amanhã, fosses uma eleita político local em Fafe, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Tudo aquilo que tenho vindo a dizer nesta nossa entrevista..
Canalizava incentivos diretos para os jovens se fixarem, criava dentro dos possíveis apoios ao ensino profissional e industrial. Menos burocracias…. 
Para mim a chave é simplificar o acesso através de pequenos núcleos. Tudo o que envolva circuitos longos faz perder foco, produtividade. O sistema deveria ser mais prático, transparente e objetivo. Estas palavras são transversais a qualquer sector. 
Mesmo agora com o COVID-19 os fundos não foram na minha opinião bem canalizados. Deveria haver mais envolvimento local. Se pudesse mudava o funcionamento da máquina, mas não só local. As alterações deveriam ocorrer em toda a pirâmide.
 

Qual é a tua regra de Ouro?

Acreditar todos os dias que faço o melhor por mim e pelos meus. Seguir o meu instinto, o meu coração.
 

Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Apenas desejar que a tua rubrica continue!



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