Alguma vez imaginou entrar num templo e ver os crentes de costas voltadas para o altar? Estranho, não é? É precisamente o que sinto em relação a Fafe... estamos de costas voltadas para o nosso altar-mor! Um jardim imponente, romântico, elegante, profundamente inspirador, poético em todas as formas. Se lhe dissesse que há um pulmão de ar puro e frescura na sua cidade, que quando entra se depara com um espaço circular que mais parece uma Mandala que nos obriga a estar ali, presentes… que podemos optar por passear, interna ou externamente, pelo restante espaço disposto em retângulo, que há zonas para as nossas crianças e recantos para os nossos afetos, que pode parar e só apreciar, que pode estar em cima de uma pequena ponte e ver os cisnes, que tem um coreto revivalista que nos obriga a recuar no tempo, rodeado de cedros, tílias e carvalhos do norte. Se lhe dissesse que tem umas escadarias monumentais, duras para artroses e dificuldades de locomoção, mas majestosas e imponentes, convidativas a uma subida lenta para apreciar o resto do jardim florido do nosso amor... e que tem a opção de não as fazer, ir pela lateral, usar o elevador se funcionar e ainda assim olhar a cidade em todo o seu esplendor… acreditaria que tudo isso é nosso? E que fica ali? No topo da sua cidade?
Clara Paredes Castro
©Imagens gentilmente cedidas por Jesus Martinho
[INFO] A inauguração formal do espaço ocorreu em 26 de dezembro de 1892 e a iniciativa da sua construção deveu-se ao então presidente da Câmara, José Florêncio Soares com o apoio do ilustre brasileiro fafense, Comendador Albino de Oliveira Guimarães. O jardim situa-se na Travessa do Calvário e neste momento tem um horário de abertura das 9h00 às 18h00.
Coordenadas 41º27´06.31”N / 8º10´05.20”O
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