Um dos grandes avanços que tenho testemunhado é a crescente afirmação do Fafismo dos nossos mais novos.
Há não muito tempo parecia existir (ou existia mesmo) um complexo de inferioridade relativamente às cidades vizinhas nomeadamente a Guimarães e Braga. Também sempre achei estranho que a malta da Portela de Arões se virasse mais para Guimarães do que para a sede seu do concelho.
Tenho reparado que as novas gerações são mais Fafenses e Fafistas fazem questão de ostentar, em vez de esconder (como no passado se fazia), o sotaque característico. São sinais de um novo tempo que as ferramentas hoje disponíveis transformam e aproximam aquilo que dantes era mais desigual.
Escusado será dizer que alguém que ama a sua terra só pode ficar inchado de orgulho quando percebe que há cada vez mais gente a gostar e, principalmente, a mostrar igual amor. E este fenómeno tem que crescer!
Para isso teremos, todos, que dar um pouco mais de nós para fazermos de Fafe uma Terra que valha a pena. Julgo que uma maior identificação com um dos símbolos maiores da nossa identidade contribuiria para que isso acontecesse. Falo do monumento à Justiça de Fafe e a toda a lenda em si.
Gostaria de ver este tema a ser tratado de uma forma séria e com visão porque é à volta de uma ideia deste género que seremos capazes de construir um ser colectivo. Esconder o monumento e torná-lo (quase) inacessível é ser insensível a esta ideia do nosso "EU" fafense.
Fazer tábua rasa de uma discussão pública que se realizou há uns anos atrás é escarnecer da opinião de quem se deu ao trabalho de participar nesse processo que previa a manutenção da estátua no mesmo local mas com um arranjo urbanístico que a tornasse acessível e apta para se tornar um ponto de visita "obrigatória". Quem não percebe isso não percebe muito bem o que é ser Fafense!
Ricardo Gonçalves
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