terça-feira, 8 de dezembro de 2020

CONSEGUIRÁ FAFE SER UMA SMART CITY?

Por estes dias realizou-se o WebSummit, o maior evento do mundo de tecnologia, empreendedorismo e inovação e pela primeira vez, num formato totalmente online. Do longe se faz perto e do global se faz o local e o evento fez-me pensar na realidade da nossa cidade e no impacto da tecnologia nas nossas vidas. No WebSummit falou-se nas Smart Cities, as cidades inteligentes que usam a tecnologia para tornar os locais sustentáveis e a vida das pessoas mais simplificada. Sim porque as cidades inteligentes são as que se conseguem desenvolver economicamente, ao mesmo tempo que aumentam a qualidade de vida dos habitantes ao gerar eficiência.

Edifícios construídos segundo regras de sustentabilidade; redução das emissões de carbono; uso de transportes amigos do ambiente; sensores que detetam a qualidade do ar e ainda permitem aos usuários receber informações em tempo real sobre congestionamentos; serviço de acesso wifi gratuito para os moradores do município; cultivo, desenvolvimento e atração de capital humano; coesão social... são alguns exemplos. Dir-me-ão que uma cidade pequena como a nossa não poderá competir a esse nível, mas eu discordo. É nos desafios difíceis e aparentemente impossíveis, que o caminho se torna na Vitória. Quero com isto dizer que não podemos deixar de visualizar o futuro da forma que o sonhamos, só porque o presente nos limita os horizontes que temos. 

É certo que, como em tudo na vida, o equilibro é o melhor peso, mas a excentricidade é sem dúvida o melhor combustível. A tecnologia que pode fazer parte da nossa cidade, já faz parte da nossa vida e torna tudo mais simples, ágil, disponível, mais impessoal dizem, menos humanizado... mas mais eficaz e acessível. A pandemia trouxe para dentro da nossa vida as aulas online, o teletrabalho, as aplicações para treinos, as receitas culinárias no youtube, as gargalhadas do TikTok para nos provar que o seu objetivo não é o de nos distanciar. Ela não rouba emoções nem sentimentos, a quem os tem no lado certo do peito. Se nós conseguirmos, enquanto ser humanos, ser capazes de usar os meios tecnológicos para dizer o que sentimos, o que desejamos, o quanto estamos presentes, assim também uma cidade mais digital não deixará de ser bairrista, social e humanizada se assim for a sua essência. Senão vejamos, esta tecnologia que usamos para que leiam este texto, serve para nos unir? De todo! É pela tecnologia que me ligo a si mas é pelas palavras que nos unimos, porque só elas tem a capacidade de criar empatia e conexão. Percebem a diferença?

 Clara Paredes Castro



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