domingo, 20 de dezembro de 2020

“UM OUTRO OLHAR” – BEATRIZ PEREIRA, UMA EDUCADORA SOCIAL QUE SE TORNOU COMERCIANTE EM TEMPOS COMPLICADOS


BOM DIA CARA BEATRIZ, CONHECI-TE ATRAVÉS DE UM AMIGO COMERCIANTE E CONFESSO QUE O TEU PERFIL DE JOVEM EMPRESÁRIA, QUE ABRIU A SUA LOJA DE VESTUÁRIO, EM FAFE, NOS TEMPOS ATUAIS, SENSIBILIZOU-ME A SERES A PRÓXIMA COMERCIANTE, A TE CONVIDAR PARA A NOSSA ENTREVISTA. NESTE SENTIDO, A MINHA PRIMEIRA PERGUNTA É DA PRAXE E É MAIS PESSOAL.

GOSTAVA que me partilhasses as tuas origens e o teu percurso escolar e formativo. Eras boa aluna? Gostavas de estudar? ou estavas mais atenta Às tendencias? Tens alguém como modelo empreendedor?

Olá, desde já agradeço a oportunidade de poder partilhar um pouco de mim e do meu negócio. Comecemos então... Chamo-me Beatriz, tenho 27 anos e sou fafense de alma e coração. Todo o ensino obrigatório foi realizado em Fafe, iniciando a primária na antiga escola “Delegação” sendo até à pouco tempo a “Eb1 do Santo”, de seguida frequentei a eb 2,3 Prof. Carlos Teixeira e por fim a Escola Secundaria de Fafe. Após concluir o 12ºano iniciei a minha formação na Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Bragança. Comecei por frequentar um CET (Curso de Especialização Tecnológica) em Administração e Assessoria Administrativa e logo de seguida iniciei então a licenciatura em Educação Social. Inicialmente pretendia a área de Educação de Infância, mas talvez por alguma influencia, acabei por seguir a Educação Social, por ser uma área mais abrangente em termos de intervenção. Entretanto frequentei e concluí também uma pós-graduação em e-learning na área de Ensino Especial e por fim uma formação em Decoração de Interiores. Nos primeiros anos de escolaridade, não gostava muito de estudar, era mais aplicada só nas disciplinas que mais gostava. Odiava a matemática e a físico-química, ao contrario de português e espanhol, por exemplo.

A minha família é composta por empresários, desde os meus pais, a tios, bem como o meu marido e a sua família. Todos em áreas distintas, mas todos empreendedores. Óbvio, que o estar de perto com todos eles, acabou por impulsionar-me para esta ideia de negócio.

Como surgiu a ideia de ser empreendedora?

A ideia de ser empreendedora surgiu com o nascimento do meu filho. A chegada de um filho altera toda uma vida e uma rotina, e este torna-se a nossa prioridade. Soube desde sempre que depois de decidir ser mãe, tinha de ter tempo para o meu filho e para a minha família e se possível conseguir adquirir tudo que eles precisam. Um dia passei numa loja de brinquedos, e surgiu-me a ideia de realizar algo idêntico. Sou fã da Disney desde cedo, e pensei focar-me na marca. Uma vez que sempre adorei as crianças e o seu mundo, a ideia foi ficando mais clara e juntamente com algumas marcas de vestuário para crianças, nasce então a “Reguilas e Janotas”. Este é um projeto meu, mas também do meu marido, ele apoiou-me sempre, desde o inicio. Aliás sem ele, não seria possível, bem como a ajuda da minha família.

neste sentido a loja de vestuário REGUILAS E JANOTAS que diriges atualmente, foi criada A DOIS MESES. conta-nos mais sobre a TUA EMPRESA, partilhando as suas atividades, os seus produtos e sua dimensão em termos de mercado geográfico com esta aposta DAS REDES SOCIAIS, DA LOJA FÍSICA, E DA EXCLUSIVIDADE EM FAFE DE MARCAS

A loja é composta pela secção de vestuário, puericultura e brinquedos. Foquei-me de imediato em trazer marcas para o nosso concelho que ainda não tivéssemos por cá. De momento sou representante exclusiva em Fafe das marcas Tous Baby, Tutto Piccolo, Tuc Tuc e Agatha Ruiz de La Prada. A marca Tous Baby, é composta por vestuário, acessórios e calçado desde os 0 aos 6 anos. Alguns dos seus produtos só se encontravam online, ou nos grandes centros.  A marca Tutto Piccolo é composta apenas por vestuário dos 0 aos 6. A Tuc tuc apresenta uma gama mais ampla de produtos, desde o vestuário, aos acessórios, calçado e puericultura. É uma marca muito apelativa, em tempos houve lojas em Guimarães, mas, entretanto, encerraram. A Agatha Ruiz de La Prada é uma marca feminina que inicia dos 0 aos 6 anos. Inicialmente os nosso publico irá até aos 6 anos em termos de vestuário e calçado, no entanto se tudo correr bem, pretendo alargar até aos 10 anos. O espaço não é muito grande, mas é acolhedor.

Uso bastante as redes sociais para divulgar a loja e os produtos, e confesso que já realizei varias vendas graças a essa divulgação. Todos os dias faço publicações na página de facebook e instagram da loja (Reguilas e janotas) a fim de chegar mais rapidamente às pessoas. Realizo também entregas ao domicilio em todo o concelho de Fafe e faço envios para todo o país através de CTT express.


Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia AO FIM DE DOIS MESES?

As maiores dificuldades neste momento, é perceber se irei ter clientes ou não. No fundo, passa pela incerteza de como o negócio irá correr. A loja é relativamente pequena, mas houve um investimento muito grande, desde mobiliário, decoração e os artigos expostos. Em 2 meses ainda não consigo perceber o que é que as pessoas mais procuram e que marcas preferem.

Quais são as maiores satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a tua empRESA?

Ver os clientes saírem da loja com um sorriso, felizes com a compra, é a minha maior satisfação. Já vieram cá pessoas que disseram “parabéns pelo seu bom gosto, a loja esta muito bonita e apelativa, parabéns!”, é muito gratificante e indiretamente transmite-me muita força para seguir em frente. 

Não posso dizer que já sofri desilusões, chamar-lhe-ia, expectativas. Por vezes pensei que iria receber certas pessoas cá, e que iriam gostar muito do conceito, e na verdade isso não aconteceu. Mas estamos em tempos difíceis e inimagináveis, e 2 meses é muito pouco ainda. As pessoas não saem tanto, não passeiam nas ruas para ver a iluminação de natal, como é tradição. O facto de termos horários reduzidos também acaba por ser uma dificuldade. Mas como diz o velho ditado “Hora a hora, Deus melhora”.

Quais são os próximos desafios para a tua empresa?

Como já referi anteriormente, quero muito poder ter tempo para a minha família. Pretendo alargar o negócio futuramente e encontrar alguém que juntamente comigo forme uma equipa de modo a que consiga gerir melhor os meus horários.  Apesar do meu marido ser o meu braço direito, ele também tem o seu próprio trabalho, ajuda-me muito, mas por vezes é difícil conciliar tudo. Mas como diz a velha frase “Quem tudo quer, tudo perde”, por isso o caminho faz-se caminhando.


Quais são as características pessoais mais importantes para a tua empresa? Isto é, que importância dás às relações externas na tua empresa? E para ti como empresáriA, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, CLIENTES, pessoas influentes?

Humildade, simpatia e respeito para com as pessoas, é fundamental, bem como um bom atendimento. Tento rever nas minhas experiências enquanto consumidora, o que devo melhorar ou evitar.

Todos os contactos são importantes. Trabalho com vários fornecedores, ao qual respeito muito. Inicialmente não foi fácil chegar ate eles. Tive a oportunidade de uma amiga que já geriu um negócio ligado à moda, me dar uma ajudinha. Toda a gente envolvente ao negócio, desde amigos, família, fornecedores e clientes têm toda a importância, porque preciso de todos para que consigo chegar a bom porto.

Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

Sou extremamente positiva e otimista, mas frágil, no entanto tento manter sempre os pés na terra. Lido da melhor forma, com o fracasso, até porque já sofri algumas desilusões, e sempre as contornei da melhor forma. Trouxeram-me experiência e aprendizagens. Lido igualmente com o sucesso, com humildade e respeito.

Consegues conciliar, no teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

Nesta fase inicial é complicado, é uma correria, porque estou a trabalhar de domingo a sábado. Mas acredito que “dias melhores virão”, lutarei para que isso aconteça.


Se tivesses um conselho a dar a uma jovem empreendedora perante o estado atual da Economia, qual seria?

Arrisca. Luta pelos teus sonhos. A vida é demasiado curta para vivermos sem sonhos. Estamos a viver esta situação da COVID-19, mas isto não vai durar para sempre e acredito que o pior já passou, estamos cada vez mais perto de recuperar as nossas vidas e a nossa economia. Com prudência e otimismo, se acreditas, arrisca.


Finalmente, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Ginásio, passeio, convívio.

Local de Férias preferido?

Alicante

Adoras?

O Verão

Detestas?

Ingratidão e intrigas

Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

Acordar, abraçar o meu filho e o meu marido, passar o dia com eles. Visitar os meus pais e irmã. Ficar horas no sofá. 

Qual é tua música preferida?

Não tenho só uma, tenho varias. Adoro êxitos pop/rock dos anos 80

qual foi o filme que te marcou?

O Milagre da Cela 7

Prato preferido?

É difícil escolher só um. Pizza e Massas, talvez.

Restaurante preferido?

4820 (Que infelizmente já encerrou).

PODES ME PARTILHAR 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

Ir à Disneyland Paris, ter mais um filho, ser eternamente feliz.

Desporto preferido? 

Não pratico nenhum desporto especifico

Qual é o teu clube?

F.C. Porto

Se não fosses empresária, eras?

Educadora Social, talvez.

Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Se pudesse mudar, teria feito a formação de educação de infância em vez de educação social. Mas tudo que vivi trouxe aprendizagens, experiências e maturidade.

O que representa Fafe para ti?

Fafe é minha terra. Adoro a minha cidade, é muito especial para mim. Não há cidade como esta.

Se amanhã, fosses umA eleitA político local, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Quando estamos deste lado é muito fácil dizer “eu faria isto e aquilo... ou assim”. É difícil responder. Talvez investisse em atividades que promovessem a cidade e as suas origens, e claro, dar algum destaque e apoio ao comércio local.

Qual é a tua regra de Ouro?

“Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti.”

Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Penso que não. Foi um gosto conhece-lo. Agradeço-lhe uma vez mais a oportunidade de divulgar o meu negócio e o meu percurso, e essencialmente agradeço-lhe pelo trabalho, e atenção que dispensa para com os comerciantes fafenses e nomeadamente a importância e que dá ao nosso comércio local.


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