Quando se fazem eleições somos chamados a fazer escolhas. Por elas respondemos.
Governar é fazer escolhas! Por elas deve responder.
O nosso governo, acolitado pelo Presidente da República, resolveu "salvar o Natal" (nas palavras deles e seja lá o que isso for) e as consequências estão à vista de todos. Deve responder por essa escolha.
Infelizmente não é essa a postura de quem nos lidera e que nunca dá um passo em frente para assumir erros. Desta vez não será aceitável passar todas as culpas para a população. Para nós todos, portanto. Também temos culpas, claro. Não fujamos às nossas próprias responsabilidades. Eu não fujo às minhas. Também já estive em isolamento profilático por contacto de risco que poderia ter evitado e por isso "paguei".
No entanto, não é esta a hora de fazer essas contas nem adianta olhar para trás. Cabe a todos arregaçar as mangas e fazer aquilo que tem que ser feito. Não tendo todos os dados parece evidente que a estratégia é errada. Estamos, agora, piores do que alguma vez estivemos e o sistema de saúde está no limite. Teremos de voltar atrás e travar nas liberdades que julgávamos que já tínhamos conquistado após luta contra o vírus. Confinar, talvez. Ainda por cima com uma economia muito mais débil do que em Março.
Não consigo aceitar que, desta vez, não se fechem as escolas embora compreenda o argumento para tal. O que não entendo é a inacção desde o primeiro confinamento e das promessas formuladas nessa altura. Responda quem souber!
A decisão de autorizar os idosos a sairem dos lares para votarem nas eleições presidenciais é de bradar aos céus. Num sistema eleitoral retrógrado esperamos que este tenha sido o alerta definitivo para alterar este importante momento da nossa cidadania.
Voltando ao tema central, não nos iludamos. A estratégia (acertada, na minha opinião) de apenas recorrermos a apoios a fundo perdido da UE pode estar comprometida se as coisas piorarem muito. Tem existido paz social graças aos apoios à economia e à manutenção dos rendimentos da função pública e reformados e pensionistas. Se algo falhar nesta equação a acalmia será afectada e são já quase 9 meses de pandemia.
Vamos esperar que se consiga inverter esta situação e que voltemos a poder fazer planos. Porque, para além de tudo o resto, esta incerteza mata a esperança.
E essa é a última a morrer!
Ricardo Gonçalves
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