José Ribeiro não foi um bom Presidente para as Freguesias, mas talvez tenha sido sim para algumas pessoas das freguesias…
Gil Soares teceu grandes elogios a José Ribeiro no artigo ‘JOSÉ RIBEIRO: o eterno socialista de
Fafe!’. Se estou de acordo e até me revejo em tantas tomadas de posição de Gil Soares, neste
campo não posso estar em mais desacordo. José Ribeiro até poderá ser merecedor de alguns
elogios nas obras efetuadas na cidade, já nas aldeias deixou a desejar. Basta perguntar,
simplesmente pelo que é mais básico como o “SANEAMENTO”…
O que até concordo com o Gil é o facto de José Ribeiro ter feito com que o PS tenha ganho
sucessivamente. Talvez o PS Fafe deva isso a José Ribeiro. Mas José Ribeiro apenas seguiu os
livros do seu antecessor. Este sim, um grande estratega!
Agora, nas Freguesias? Nestas há, sim, pessoas que lhe devem os empregos. Se numas terras
fez obras, noutras arranjou empregos…
Em Regadas, por exemplo, uma estrada esteve anos a fio por fazer. Todos os anos entrava no
plano e orçamento, mas apenas com 5 euros, só para constar…
Já quando apareceu Raúl Cunha, esta e outras obras, que já vinham solicitadas de mandatos
anteriores, foram executadas. (Salienta-se que também faziam parte do executivo dois
vereadores do PSD e deram o seu empurrão, mas foram feitas!)
Há uns anos atrás, andava pelas bancadas da Assembleia Municipal quando confrontei o
Presidente da Câmara sobre a intervenção no Souto da Roda em Regadas, uma vez que não
tinha seguido o projeto deixado pela junta de Álvaro Teixeira, mas optou por um outro menos
dignificante para o local (na minha opinião, obviamente).
José Ribeiro, em tom de gozo, respondera: “Quanto à questão de Regadas, ou muda o PSD ou
mudam as pessoas!”
Não tardei a dar-lhe razão, afinal José Ribeiro tinha ganho a Junta, mas tive de lhe responder:
“Tem razão Sr. Presidente. Sobretudo quando diz que ‘mudam as pessoas’, porque em
Regadas nunca houve um Presidente que tivesse sido só socialista!”
José Ribeiro escreve no Notícias de Fafe:
«De passagem, falemos do caráter dos protagonistas e rapidamente, recuando aos processos
eleitorais de 2013 e 2017, converge em todos eles a deslealdade, a mentira, o ódio, a
solidariedade e o negócio político como forma de chegar ao poder…»
- Mas não era isto que fazia José Ribeiro ao convidar pessoas do PSD para serem candidatos às
Juntas pelo PS?
Se analisarmos, estas pessoas também foram desleais para com outras pessoas que os
apoiaram para a criação de ranchos e associações… mas isto não interessa, não é? Nas aldeias
já pode valer tudo desde que se ganhe para o PS, certo?
Na arte de trabalhar o eleitorado, José Ribeiro é mestre. Sabe muito bem como o fazer e esta
sabedoria foi-lhe transmitida por Parcídio Summavielle. Mas, pelos vistos, os que lhe
sucederam aprenderam muito bem a lição, pois só estão a fazer com que se perpetuem esses
ensinamentos.
Se me perguntarem se achei elegante a forma como se juntaram… facilmente direi que não
foi bonito de se ver. Não porque se juntaram, mas porque acho que os Movimentos (IPF e
Fafe Sempre) deveriam reunir em conselho e decretar a sua extinção. Serem os líderes a fazê-
lo e isolados, não mostra grande democraticidade no ato.
É claro que o PS não quer José Ribeiro em guerra
Não acredito que Antero Barbosa tenha avançado sem o consentimento de José Ribeiro. O que
este não queria, certamente, era Raúl Cunha como candidato à Presidência da Assembleia
Municipal.
Na política, muitas vezes, só com manifestações determinadas é que se marca posição. Seja
como for, mesmo que José Ribeiro seja convidado para um cargo público e com isso aparecer
lado a lado com Antero em campanha, nada apagará todo este processo.
Sabemos que há ‘piscar de olhos’ de malta do PSD. Já lemos pelas redes sociais. Mas,
sinceramente, não acredito que José Ribeiro embarque nisso. Talvez fosse a forma de alguns
voltarem ao poder, mas cada um tem o seu tempo e o PSD tem mais é que se afirmar como
alternativa. Contudo, só o vai conseguir quando sair da sede e palmilhar terreno, dia após dia,
nas aldeias.
Não faço parte de qualquer partido. Já gostei da política e se um dia voltar para alguma luta,
terá de ser para um projeto concreto e bem definido. Um projeto livre e plural.
Com esta análise, não pretendo mais do que mostrar que ‘a vida é uma roda, tanto anda
como desanda’.
Só para terminar, porque isto tudo são apenas análises políticas e valem o que valem,
considero que o surgimento de Raúl Cunha foi muito bom para trazer algum ar fresco à gestão
da autarquia. Era e é um Presidente com quem é possível dialogar e põe as coisas a andar. E,
mais do que tudo, nem é preciso ter o cartão do PS…
Também considero que os vereadores do PSD saíram e não deveriam tê-lo feito, até pelo
trabalho que estavam a fazer. Julgaram que tinham de ser radicais, mas acabaram por fazer
um grande favor aos adversários.
No final disto tudo, só lamento que a casa ainda não fique desburocratizada e exista lá dentro
quem mande mais do que os próprios vereadores. Mas isto, sinceramente, acho que só a
malta da minha geração é que um dia irá pôr ordem…
Sem comentários:
Enviar um comentário