Domingo não vamos só votar, não vamos só colocar uma cruz, não vamos só cumprir o nosso dever cívico… domingo vamos escolher! E essa é talvez a maior das nossas liberdades, a escolha! O poder de optar, indicar, preferir e selecionar quem nós queremos ou o que nós queremos é um ato de autonomia, emancipação e independência demasiado poderoso para permitirmos que outros o façam por nós, que sejamos iludidos com conversas sobre cores, com a adjetivações de pessoas ou com a instrumentalização ideológica.
Estarmos com um papel em branco à nossa frente, isolados numa caixa, a sós com a nossa consciência não é só um momento de reflexão, é a demonstração da nossa força enquanto peças da sociedade, é um ato de contrição onde nos colocamos perante o sistema que nos rege e dizemos de nossa justiça o que queremos… para nós e para os outros! Se a democracia é entendida como um governo do povo ou o governo da maioria, não se pode pensar em democracia sem a participação da sociedade nas decisões políticas.. e se não concordamos com o menu que nos colocam à frente, que possamos deixá-lo em branco, mas com a coragem de o olhar em frente e dobrá-lo em quatro, como um guardanapo depois de uma refeição.
A importância do voto é tão só a importância
da pertença, do ser societário, do respeito pela nossa liberdade e pela
liberdade dos outros, da honestidade da escolha, da confiança no gesto. Winston Churchill dizia que "a democracia é o pior dos
regimes, à exceção de todos os outros", que a abstenção não
seja o pior dos nossos limites, porque a liberdade não pode ser uma exceção
sobre todos os outros.
Clara Paredes Castro
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