Uma das grandes chagas do nosso tempo é o envelhecimento das nossas populações.
Esse facto será tanto mais relevante quanto mais para o interior nos deslocarmos. É nestes que o fenómeno atinge dimensões preocupantes com a partida dos mais jovens (e consequente força de trabalho) deixando para trás os mais velhos.
Não é um processo recente, longe disso, mas há medida que o tempo passa vão-se acumulando oportunidades perdidas para corrigir essa trajectória criando verdadeiras oportunidades para os territórios do interior conseguirem fixar as suas gentes.
Vem isto a propósito do PRR que me parece que vai ser mais um instrumento para aprofundar as desigualdades em lugar de as combater. Mas não é sobre o PRR que vou discorrer. Isso fica para outra oportunidade. Prometo.
O nosso concelho está a perder população e a envelhecer a que por cá fica. Perdemos entre 2001 e 2011 cerca de 4% da população total o que é pouco relevante para além de ser uma inversão da evolução registada nas últimas décadas. No entanto, os alarmes disparam porque nesse período houve uma redução de cerca de 20% da população até aos 24 anos!!!! Isto já é muito preocupante.
A baixa natalidade e a mobilidade da população explicam estes números mas não se vislumbram verdadeiras políticas de apoio à natalidade (apesar de sabermos que relacionado com o tema há um problema de sustentabilidade da Segurança Social) nem de apoio à fixação de populações nos territórios de interior.
Pequenas medidas de descriminação positiva existentes, por exemplo, em Fafe ao nível dos prazos de pagamento a fornecedores são medidas com muito pouco alcance apesar de bem intencionadas e no caminho certo.
As grandes medidas para fixação de população activa estão relacionadas com oportunidades de emprego e de habitação e, a este nível, os municípios têm uma acção limitada embora não estejam a fazer tudo aquilo que lhes compete. Fafe também tem falhado e urge corrigir essas lacunas.
A bem de todos nós!
Ricardo Gonçalves
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