A antiga Capela de São Tiago, no cemitério de Cepães,
classificada como Imóvel de Interesse Municipal, acabou desclassificada e
demolida nos anos 80 do século XX.
Invariavelmente, há mais de 30 anos, no dia 1 de Novembro, lá
vou eu em romagem ao cemitério de Cepães.
Nos primeiros anos, uma velha capela mesmo ali, no meio do recinto sagrado, despertava a minha atenção e todos os anos descobria um novo pormenor naquela pequena edificação. Questionava, por que motivo estava a ser construída uma outra capela de mau gosto arquitectónico, enquanto se deixava perecer um bonito templo de traça seiscentista. Mais tarde, fui informado que a antiga capela de São Tiago, muito anterior ao cemitério, tinha sido classificada como Imóvel de Interesse Municipal.
Fiquei mais descansado e logo imaginei que estava dado o primeiro passo para a preservação e recuperação da capela… mas não foi assim. Pouco tempo depois aquele Imóvel Histórico foi “Desclassificado” e, num ápice, foi demolido.
Uma atrocidade na qual eu não queria acreditar quando em nova romagem de Todos os Santos me deparei com um espaço vazio, outrora ocupado pelo velho templo.
Como é possível terem trocado um monumento do século XVII, por uma construção de arquitectura duvidosa, a fazer jus a uma “visão” de Leonardo Da Vinci: “um projecto infeliz que nunca deveria ser executado”.
Mais uma vez a incúria humana, destruiu um testemunho da sua própria memória, um Património de valor incalculável.
Cepães ficou mais pobre no dia em que perdeu a sua histórica
capela de S. Tiago, há mais d três décadas.
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