É sabido que Fafe tem, ao longo do tempo, perdido valências para outras terras, nomeadamente para a vizinha Guimarães e, no que toca a Património móvel, este fado, também não é excepção.
Desde meados do século XIX, Fafe assiste à saída de espólio
arqueológico e histórico para outras paragens; para museus ou colecções
particulares.
Fafe já perdeu imenso Património; um identificado e outro
que, certamente, continua encoberto pela apertada malha da ganância e da falta
de sensibilidade…
Os testemunhos materiais da História de uma terra devem
permanecer no seu território… deviam ser inalienáveis!
Por outro lado, constata-se a incontornável realidade de Fafe
nunca ter criado espaços museológicos que permitissem conservar os testemunhos
da sua História ancestral. Foi sempre consensual, entre nós, uma inexplicável
tendência para a alienação de Património local...
A CARRANCA DE QUINCHÃES
Este modilhão ou «cachorro» figurando uma Carranca, de feição
Românica, provavelmente do século XII ou XIII, foi encontrada em 1937 “num
monte das proximidades”, alegadamente dentro dos limites da freguesia de
Quinchães, pelo arcipreste de Fafe e pároco da referida freguesia, José Novais
Rebelo.
A escultura, rara em território fafense, foi oferecida pelo
mencionado sacerdote ao Museu da Sociedade Martins Sarmento, em Março de 1937 e
lá se mantém exposta na secção de Escultura e Epigrafia, com o número de
referência nº 202.
É provável que esta peça esculpida em granito integrasse a
cornija de um templo medieval que não chegou aos nossos dias.
Glossário:
CARRANCA – Cabeça, máscara ou mascarão do imaginário
fantástico, esculpida em pedra, madeira ou metal, colocada como motivo
decorativo em cimalhas, frisos, fontes, chafarizes, lavabos, etc.
CORNIJA – Moldura saliente que remata superiormente um muro.
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