Em 1903, a antiga freguesia de Arnozela revelou um dos mais
importantes tesouros da arqueologia conhecidos em Portugal.
Fortuitamente, foi achado um conjunto de joalharia composto
por 19 braceletes e uma argola, em ouro, trabalhado durante a Idade do Bronze
(médio), cerca de 1.500 a.C.
Actualmente, este espólio, integra a exposição permanente, “Tesouros
da Arqueologia Portuguesa”, no Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa.
Ricardo Severo (1869-1940), engenheiro, arqueólogo e político
foi o primeiro especialista a estudar este “tesouro” então na posse dos
negociantes portuenses, Borges & Irmão, que não chegaram a efectivar a
compra dos braceletes aos achadores.
Os «20 aros de formas e dimensões diversas, com um peso
aproximado de 533 gr., que se encontravam originalmente encadeados e/ou
suspensos de um outro» foram adquiridos pelo Museu Etnológico de Lisboa pelo
valor de 600.000 réis. Era, assim, evitada uma gananciosa fundição e resgatado,
para a ciência, um importante espólio arqueológico cronologicamente enquadrável
entre os finais do 2º milénio a.C. e o início do 1º milénio a.C.
«… O Dr. Eduardo de Freitas, cuidadoso investigador d’esta região, informa-nos sobre o local onde se encontrou o molho dos braceletes: foi, de facto, em Arnozella, n’um pequeno valle da vertente norte da serra de Penouta, onde o acharam uns pedreiros, quando excavavam junto a um penedo, a dois palmos de profundidade. (…) No sitio não há tradição nem vestígios de antiga povoação, nem tão pouco junto ao penedo encontrou o nosso informador outros indícios, o que o faz justamente suppôr que se trata de thesouro escondido a que o próprio penedo servia de marco de referencia.»
In: SEVERO, Ricardo (1905b) – «Vária. Notas e Comunicações. Os Braceletes d'Ouro de Arnozela». Portugália materiais para o estudo do povo português, 2 (1); p. 62-71
Actualmente, o “Tesouro de Arnozela”, um eminente espólio da
joalharia dos finais pré-historia peninsular, encontra-se exposto no Museu
Nacional de Arqueologia, em Lisboa, na sala “Tesouros da Arqueologia Nacional”.
Fica o breve apontamento de mais um importante património
móvel fafense que, fatalmente, acabou por sair de Fafe…
Links para consulta:
http://www.museunacionalarqueologia.gov.pt/?p=4161
http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=110040
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