Há uma grande diferença entre ser oposto ou ser diferente, ser invés ou
ser distinto, ser contrário ou ser alternativa. Há uma grande diferença entre o
atingido e o superado, entre o concluído e o sonhado, entre o executado e o
inexcedível. Há uma grande diferença entre opinião e decisão, entre hesitação e
concordância, entre juízo e aceitação, entre coragem e inação. E nesse lapso da
diferença estamos nós! Pessoas. Neste limbo que separa os “entres”, os “ses”,
os “mas”, os “talvez”, e os “quem sabe um dia”, desta vida. No espaço que
intermeia os desafios, os erros, a coragem, o perdão, as aproximações e os
esquecimentos. E a simplicidade da vida está precisamente na forma como
cada um escolhe olhar para este fosso … aumentando o caudal ou construindo pontes.
Porque a velocidade da vida e aquele instante onde tudo se perde, vêm
muitas vezes recordar-nos a importância dos abraços de regresso das costas
voltadas. Porque as distâncias às vezes são só proximidades esquecidas, as
margens são ténues linhas desenhadas à luz da razão e quase nunca é sobre ter,
mas sim sobre essa forma de vida, livre e apaixonante, de simplesmente ser... E somando tudo isto, será sempre o bater firme do coração a lembrar aos fossos, aos
limbos, aos distantes, aos desavindos, às diferenças, aos
opostos ou aos impossíveis, que o resultado não é tudo,
porque tudo o que de mais importante temos na vida, está sempre por um triz…
Clara Paredes Castro
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