Bom dia Fernando, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista. A minha primeira pergunta é da praxe e gostava que me partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Eras bom aluno? Gostavas de estudar? Tens alguém como modelo empreendedor?
Boa dia
Filipe. Aproveito desde já para agradecer o teu convite para esta entrevista.
Respondendo
já às tuas primeiras questões, nasci a 1 de dezembro de 1969, na freguesia de
Ribeiros, Fafe. Com 8 anos mudei-me para a freguesia de Estorãos. Fiz a escolaridade
obrigatória, na altura era o 6º ano. Fui um aluno imaturo e brincalhão, não
levava a escola a sério (risos), quis desde cedo ter o meu próprio salário.
Assim, comecei a trabalhar com 14 anos, naquela que é hoje a minha profissão –
oficial de relojoaria. Recordo que desde muito novo, o meu pai trazia vários
presentes, do país para onde tinha emigrado, nomeadamente relógios, estes eram
logo desmontados por mim (risos). Aperfeiçoei esta arte com o Sr. Heleno, um
mestre de relojoaria e ex-casapiano. Em 1990, frequentei o serviço militar
obrigatório, 2 meses em Vila Real e oito em Espinho. Numa fase mais adulta,
concluí o 12º ano.
Como surgiu a ideia de ser empreendedor?
Como sempre
trabalhei na mesma empresa, fui-me apercebendo que chegara a hora de ter o meu
próprio negócio, de mudar, pôr em prática as minhas ideias. Saliento que a
família, amigos e alguns clientes foram determinantes nesta nova fase.
Criastes a tua empresa em 2014, conte-nos mais
sobre a trajetória da empresa até à data de hoje, partilhando-nos as suas
atividades, os seus produtos e serviços e sua dimensão em termos de mercado.
O início foi difícil, primeiro porque as pessoas
precisavam de conhecer o espaço, embora tenha havido bastante publicidade, depois
porque o país ainda estava dependente da troika, logo a população sentia receio
em comprar este tipo de artigo.
Como a empresa tem uma oficina de relojoaria,
ajudou a cativar novos clientes, que saíam logo com os seus relógios
consertados. Outro foco de atração desta empresa são as marcas de ourivesaria e
relojoaria exclusivas no concelho, tais como a: Tommy Hilfiger, Ti Sento, Pé de
Mar, Nomination, entre outras.
Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia do teu negócio?
A maior
dificuldade é saber se surgirão muitos ou poucos clientes. Há um grande
investimento no artigo e as despesas diárias são sempre as mesmas.
Quais são as maiores satisfações e desilusões que
tivestes desde 2014 com tua empresa?
Sem dúvida alguma que é ver o cliente
satisfeito. Honrar todos compromissos da empresa, quer com os fornecedores/
vendedores, prestadores de serviços, banca, entre outros. Outra satisfação é
estar continuamente a modernizar a loja (montras, equipamento informático, ar
condicionado).
Desilusões!! Para já nenhuma.
Quais são os próximos desafios para a tua empresa?
Cada dia é
um desafio, cada cliente é único. Resta continuar a crescer, a inovar e a
satisfazer cada vez mais os clientes.
Como te vês como pessoa? Como lidas com o
fracasso e o sucesso?
Considero-me
uma pessoa íntegra, comunicativa e muito organizada. Preocupo-me com os outros
e aceito outras opiniões. Não sou pessoa para desistir. Se algo corre mal,
percorro vários caminhos até conseguir o objetivo pretendido. Julgo-me, assim,
uma pessoa bem-sucedida.
Consegues conciliar, no teu dia a dia, a vida
profissional e pessoal?
Consigo conciliar
a vida profissional e pessoal porque existe apoio familiar.
No teu percurso de empresário, queres partilhar
um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou?
Recordo com
satisfação a entrada da minha primeira cliente na loja, que ainda estava a ser
remodelada. Vinha determinada a comprar pulseiras da marca Pé de Mar, levando
logo de uma vez 10.
Se tivesses um conselho a dar a um jovem
empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?
Dir-lhe-ia
para arriscar com consciência, precaução e humildade.
A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-te
na tua forma de trabalhar? na competitividade da empresa, nas relações com os
clientes? De forma negativa ou positiva?
A Pandemia
COVID-19 obrigou-me a repensar a minha forma de trabalhar. Uma das minhas
maiores preocupações era chegar aos clientes. A loja estava fechada, não havia
vendas e as despesas eram as mesmas. Assim, surgiu a ideia de criar uma loja
online: www.tempusepratra.pt
Vamos passar para uma parte mais pessoal da entrevista, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:
Hobbies?
Bricolage,
jardinagem, passear e comer.
Local de Férias preferido?
Tavira.
Adoras?
A minha família.
Detestas?
Injustiças.
Prato preferido?
Muitos
(risos). Cabrito assado no forno.
Restaurante preferido?
Vários.
Desporto preferido? Qual é o teu clube?
Gosto de
Rally e sou benfiquista.
Se não fosses empresário, eras?
Neste
momento, não me vejo a fazer outra coisa.
O que representa Fafe para ti?
É um local
pacífico e bem localizado, com lindas paisagens, uma arquitetura cheia de
história e uma ótima gastronomia. Fafe é a minha terra, é a terra das pessoas
justas.
Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu
percurso profissional, seria o quê?
Tornar-me-ia
mais cedo sócio-gerente desta empresa.
Se amanhã, fosses um eleito politico local, que
medidas no setor económico ou outro, implementavas?
Começaria
logo por desenvolver/ promover o turismo na nossa cidade. Assim, mais turistas
seria também sinónimo de um desenvolvimento na economia local.
Qual é a tua regra de Ouro?
Integridade.
Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi
abordado?
Da minha
parte julgo que foi tudo dito. Obrigado Filipe.
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