terça-feira, 8 de setembro de 2020

VAMOS TOMAR UM CAFEZINHO?

 

A nossa cidade sempre foi conhecida pela movimentada vida dos seus cafés, arrojados e genuínos, que criaram o conceito de uma sala de visitas, convidativa a tertúlias, convívios e afins.

Quem não se lembra das longas noite de snooker no Bal d’Estevão, do café madrugador depois das passagens de ano na Cafelândia, da originalidade e tradição do balcão do Dom Fafe, da beleza singular da vista do Arcada, dos gelados de máquina do Império, da história e cultura do Avenida, da loucura dos anos 80 na rua do H7 e da Shake,  da jovialidade da rua das esplanadas com o Rose Bom Bom, o Recanto e o Job’s, do aparecimento inovador do Situs, do arrojo do Keeper… para não falar de outros tantos que me vou esquecer de referir e já para não mencionar restaurantes e tascas mais antigas, tal como a do meu saudoso avô Paredes.

Foram os cafés que muito fizeram pela cultura e lazer de Fafe ao longo de décadas, transformando-se em locais de crescimento, excentricidades e amizades, incomparáveis até com grandes cidades das redondezas, motivando a vinda de gente que os frequentava pelo espaço e pela vida que tinham. Fafe era na altura ponto de encontro da região e respirava-se um ar cosmopolita de quem fazia e produzia, muito à frente do seu tempo e dimensão.

Mas os ditosos anos ficaram para trás e começamos uma travessia no deserto que nos roubou vida à cidade e fez gerações andarem no movimento inverso de sair de cá para tomar café. São tantos os locais de culto que perdemos, ainda que outros tantos tenham já renascido, pela resiliência dos empreendedores de Fafe que fazem reaparecer estes locais, transformando-os e criando novos conceitos.

Já não se toma café em Fafe como antes, já não se vai ao café como antigamente, mas também não se faz nada por gerar um movimento contrário e lá teremos que continuar a confiar na coragem estoica dos empresários da área que se reinventam e desunham para gerar valor à nossa cidade. E que condições excecionais nós temos, para sermos esse território de esplanadas e cafés, numa sala de visitas a céu aberto.

Os cafés da nossa cidade precisam de quem olhe por eles, os incentive e encoraje, os ajude e impulsione, os una e motive em prol de um objetivo maior, de voltar a ser bom ir a Fafe, só para tomar um café e… ficar. 


Fotos: Jesus Martinho 











4 comentários:

  1. Esqueceu um que marcou muita gente por ter sido inovador O MEDAS.

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  2. Primo Teixeira, da Parefa, frequentava muito o Café Avenida. Quando férias, meu pai sempre o encontrava nesse estabelecimento. Saudades de Fafe da época dos meus avós.

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