A nossa cidade sempre foi conhecida
pela movimentada vida dos seus cafés, arrojados e genuínos, que criaram o
conceito de uma sala de visitas, convidativa a tertúlias, convívios e afins.
Quem não se lembra das longas
noite de snooker no Bal d’Estevão, do café madrugador depois das passagens de
ano na Cafelândia, da originalidade e tradição do balcão do Dom Fafe, da beleza
singular da vista do Arcada, dos gelados de máquina do Império, da história e
cultura do Avenida, da loucura dos anos 80 na rua do H7 e da Shake, da jovialidade da rua das esplanadas com o Rose
Bom Bom, o Recanto e o Job’s, do aparecimento inovador do Situs, do arrojo do Keeper… para
não falar de outros tantos que me vou esquecer de referir e já para não mencionar
restaurantes e tascas mais antigas, tal como a do meu saudoso avô Paredes.
Foram os cafés que muito fizeram
pela cultura e lazer de Fafe ao longo de décadas, transformando-se em locais de
crescimento, excentricidades e amizades, incomparáveis até com grandes cidades
das redondezas, motivando a vinda de gente que os frequentava pelo espaço e pela
vida que tinham. Fafe era na altura ponto de encontro da região e respirava-se um ar
cosmopolita de quem fazia e produzia, muito à frente do seu tempo e dimensão.
Mas os ditosos anos ficaram para trás e começamos uma travessia no deserto que nos roubou vida à
cidade e fez gerações andarem no movimento inverso de sair de cá para tomar café. São tantos os
locais de culto que perdemos, ainda que outros tantos tenham já renascido, pela
resiliência dos empreendedores de Fafe que fazem reaparecer estes locais, transformando-os
e criando novos conceitos.
Já não se toma café em Fafe como antes,
já não se vai ao café como antigamente, mas também não se faz nada por gerar um
movimento contrário e lá teremos que continuar a confiar na coragem estoica dos
empresários da área que se reinventam e desunham para gerar valor à nossa
cidade. E que condições excecionais nós temos, para sermos esse território de
esplanadas e cafés, numa sala de visitas a céu aberto.
Os cafés da nossa cidade precisam de quem olhe por eles, os incentive e encoraje, os ajude e impulsione, os una e motive em prol de um objetivo maior, de voltar a ser bom ir a Fafe, só para tomar um café e… ficar.
Fotos: Jesus Martinho
Esqueceu um que marcou muita gente por ter sido inovador O MEDAS.
ResponderEliminarVerdade Daniel! E tantas vezes lá fui!!
ResponderEliminarVerdade Daniel! E tantas vezes lá fui!!
ResponderEliminarPrimo Teixeira, da Parefa, frequentava muito o Café Avenida. Quando férias, meu pai sempre o encontrava nesse estabelecimento. Saudades de Fafe da época dos meus avós.
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