Por estes dias ouvi chamar a Fafe muita
coisa: a terra justa, amante do desporto de duas rodas, capital do rally… estamos
cheios de epítetos que nos elevam e valorizam tudo o que já sabemos...somos
abnegados, apaixonados, solidários, acelerados e festeiros.
Mas sabem o que verdadeiramente dá vida a um território? São as pessoas! Eu, tu, nós, vós, os habitantes desta terra que tanto amamos e que, aos poucos, se esvazia de gente. Estamos a perder população a um ritmo que começa a ser preocupante. Em 2011 eramos 50.633, em 2018 já estávamos nos 48.271. Numa semana em que vemos os jovens de Fafe a entrar na faculdade esta questão volta a inquietar: será que voltam? Como se ajudam os jovens a ficar por cá? O que os cativa? Como está o mercado de habitação, emprego, onde estão as incubadoras de empresas, o incentivo à natalidade?
Sejamos a terra justa das boas causas, mas que faz justiça aos seus jovens; a capital dos eventos de motor, que acelera o empreendedorismo; a sala de visitas para os que vêm de fora, mas o lar de sempre para quem ainda cá mora. Acima de tudo, sejamos um povo que continua a amar à distância se assim tiver se ser, que tenha a paixão pelo regresso se assim o conseguir, mas que permita aos que ficam, a coragem de exigir mais, sugerir mais e discutir mais sobre este território de 4 letras apenas, onde a assinatura pode ser simplesmente, a terra onde nasci e escolhi viver.
Clara Paredes Castro
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