Prosseguindo em terrenos
pantanosos, na peugada da verdadeira origem do étimo “Fafe”, depois de contradita
a sua origem ornitológica, vamos abordar uma outra questão, por ventura, mal
entendida para muitas pessoas.
Frequentemente,
perguntam-me: “quem foi Dom Fafe”?
Invariavelmente respondo:
ninguém… e passo a explicar.
A designação “Dom Fafe” é erradamente
associada a um abastado fidalgo que teria fundado a terra de Fafe, chamado D.
Fafes Luz (séc. XII), rico-homem, alferes-mor do Conde D. Henrique, pai do
primeiro rei de Portugal.
Após uma pesquisa,
chegámos à conclusão que a designação “Dom Fafe” tem, apenas, a sua origem na pequena
ave “Pyrrhula pyrrhula”, vulgarmente conhecida por “Dom-Fafe” a partir de 1862,
data impensável para o aparecimento do topónimo “Fafe”!
Ao que pudemos apurar,
depois de excluída a origem do nome em foco no dito passeriforme, chegámos, sem
demoras, à Praça Dr. Oliveira Salazar dos anos 60 do século passado. Aí existiu
o extinto Café/snack-bar “Dom Fafe”, cujos promotores batizaram, cientes que
não estavam a invocar qualquer nobre de antanho, mas sim o famigerado
pisco-chilreiro.
A cidade conserva, por “herança”
a designação “Dom Fafe” na “taberna” da rua Dr. António Marques Mendes.
Provado o mito “Dom Fafe”,
damos mais um pequeno passo para desvendar o étimo “Fafe” e desmontar ideias
feitas.
Vamos agora avançar para o
estudo do mencionado Fafes Luz que, para alguns investigadores, está na origem
da fundação e do topónimo “Fafe”.
Levantamos uma pequena
ponta do véu, deixando aqui uma ideia para reflexão: terá sido o topónimo “Fafe”
que originou o antropónimo “Fafes”, e não o contrário…
Até breve.
Jesus Martinho
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