Bom dia Jorge, agradeço – te por teres
disponibilidade em participar nesta entrevista. Eu já te conheço a mais de 15
anos, no entanto, a minha primeira pergunta é da praxe e gostava que me
partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Eras bom
aluno? Gostavas de estudar? Tens alguém como modelo empreendedor?
Bom dia Filipe. Antes demais deixa-me
agradecer o convite para esta entrevista e ao que parece tenho o privilégio de
ser o primeiro entrevistado, neste teu novo desafio, ao qual desejo imenso
sucesso.
Respondendo á tua pergunta, nasci a 6 de
novembro de 1974, na bela cidade do Porto e desde os 6 anos de idade que resido
na freguesia de Fornelos, do concelho de Fafe.
Devo confessar que era um bocadinho
preguiçoso no que aos estudos diz respeito, nunca tendo sido um aluno de notas
brilhantes, como alguns dos meus colegas que se “matavam” a estudar, mas também
não era dos piores, diga-se de passagem.
Início o meu percurso escolar no Porto, de
seguida venho para Fornelos, para a escola primária, frequentar a 2ª e 3ª
classe (como então se designava) e por motivos familiares, regresso ao Porto,
para a 4ª classe. O ciclo (ou 2º ciclo) já em Fafe e claro está na Secundária
de Fafe até ao 12º ano, em Humanidades, para fugir à matemática (risos).
De 1993 e até 1995, tirei o curso de
Técnico de Desenho de Construção Civil, no CICOPN.
Em 2008 início o curso de Gestão de
Empresas, na Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa, da Universidade
Lusíada Porto. Vindo a suspender a matrícula, por questões profissionais, no
início do 2º semestre do 1º ano. Reinício o percurso académico em 2014 e
termino a licenciatura em setembro de 2017.
Frequento o “Programa de Certificação
Internacional em Coaching – Coaching Pessoal e Profissional”, ficando habilitado
como “Certified Profissional Coach”, pela NLPC - Instituto de Ciências
Comportamentais e de Gestão, em 8 de janeiro de 2018.
Em maio de 2018 concluo o Curso de
Formação Pedagógica Inicial de Formadores, obtendo o Certificado de
Competências Pedagógicas.
Sendo que em 2019 conclui com
aproveitamento o curso de Sinergologia, no âmbito da descodificação da
linguagem não verbal não consciente, ministrado pelo Prof Javier Le Bourvellec
Franco, em parceria com a NLPC - Instituto de Ciências Comportamentais e de
Gestão.
Claro está que pelo caminho frequento
diversas formações ligadas aos ramos que exerci e que exerço funções, técnicas
de aplicação de produto (tintas Barbot); curso de Jovens Agricultores;
processos e métodos de proteção fitossanitária e de aplicação de produtos
fitofarmacêuticos; formação sobre mediação de seguros – Seguro de Proteção ao
Crédito; formação de Empresários e Dirigentes pela ADRAVE (que me foi indicado
por ti); produto e técnica de vendas nas marcas automóveis que represento;
entre outros.
No ano de 1993 início a minha atividade
como empresário em nome individual, vendia tintas para a construção civil e
tinha uma equipa a executar serviços de pintura e repintura, complementava a
atividade com os projetos de arquitetura, isto até finais de 2005. Em 2009
criei uma empresa (familiar) destinada ao Agroturismo, em Trás-os-Montes. Fui
convidado em 2012, para gerir uma empresa do setor automóvel no concelho
vizinho de Guimarães e também para Presidente do Conselho de Administração de
uma SGPS.
Desde muito jovem fui apoiando e ou
exercendo funções em instituições ou organismos públicos, nomeadamente, em 1987
integrei um grupo de trabalho solidário, na criação da Associação Cultural e
Recreativa de Fornelos. Entre 1995 (ano em que cumpri serviço militar) e 1998
fiz parte da Direção do Grupo Desportivo e Cultural de Fornelos, como
Tesoureiro, era Presidente o meu querido e saudoso amigo Eduardo Freitas, de
1997 a 2009 desempenhei funções de secretário na assembleia de freguesia de
Fornelos, posteriormente de 2009 a 2013 desempenhei funções como Presidente na
Assembleia de Freguesia de Fornelos. Em 2013, fui candidato à Assembleia de
Freguesia da minha residência, saí vencido, tendo assumido uma a oposição
ativa, construtiva e participativa, com base na prevenção da “minha” terra e
dos direitos dos seus concidadãos. No mês de junho de 2019 sou eleito membro da
Assembleia Geral da Associação Empresarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e
Celorico de Basto.
Integro o BNI, que é um grupo
internacional de negócios e onde desempenhei as várias funções. Também o 2BePro
que é um clube exclusivo, de empresários e executivos de alta direção, onde
apenas se participa por convite, e tem por objetivo facilitar aos seus membros,
o acesso a pessoas e a ideias excecionais.
Neste momento, profissionalmente, sou
gerente da Jorge Pinheiro Unipessoal Lda e da Quinta Foz do Candedo Lda e
exerço também, a atividade de formador, no centro de formação da Associação
Empresarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto.
Como surgiu a ideia de ser empreendedor?
Desde os meus 10 ou 12 anos de idade fui
desenvolvendo o gosto por questões relacionadas com a criação e o
desenvolvimento de projetos ligados ao setor empresarial.
Sempre gostei de ser independente, pensar
pela minha cabeça e não pela dos outros, e o facto não ter ninguém acima de
mim, levou a que eu iniciasse a minha atividade como vendedor de tintas, mesmo
enquanto estudante. Claro que também dava uma “mãozinha” ao meu pai, nos
projetos, na sua atividade extralaboral.
Diriges a empresa desde novembro de 2004,
mas a mesma já existe desde 1998, conta-nos mais sobre a trajetória da empresa
até à data de hoje, partilhando-nos as suas atividades, os seus produtos e
serviços e sua dimensão em termos de mercado e humano.
A empresa ou atividade a que mais me
dedico, existe há mais de 20 anos, representa a marca Citroen e mais
recentemente as marcas Kia e a Isuzu. Passamos de um volume de negócios
aproximado, em 2004 de 390.000,00€, para 1.191.000,00€ euros em 2019.
Efetivamente em 2004 adquiri a quota de
outra pessoa, o que resultou na sua unificação, ficando assim “sozinho”,
com uma admirável equipa, aos comandos da que agora se designa por Jorge
Pinheiro Unipessoal Lda.
Desde a compra, até qualquer tipo de
reparação automóvel, bem como o aluguer de viaturas e ou cortesia, e
financiamento automóvel, o cliente encontra uma solução integrada, prestada por
uma equipa dinâmica e competente, composta por 13 elementos.
Agregamos vários serviços, de forma a
proporcionar uma solução completa ao cliente, a partir da Zona industrial de
Arões e no espaço E.Leclerc no concelho de Fafe.
Na Jorge Pinheiro comercializamos
automóveis novos das marcas acima mencionadas, mas também usados multimarca,
aliamos a isto tudo, os serviços de mecânica, diagnóstico automóvel, chapa e
pintura, pneus, ar condicionado e desinfeções. Pertencemos à rede de oficinas
Multimarca RecOficial e estamos no arranque à reparação de viaturas EV (100%
elétricas). Também somos oficina recomendada da prestigiada seguradora
Fidelidade.
Somos uma empresa que prima pelo
investimento continuo, porque investindo nela, estamos a investir nos nossos
clientes e na qualidade do posto de trabalho dos nossos colaboradores.
A empresa assume-se como socialmente
responsável, organizando atividades ou participando em eventos de apoio a
causas ou instituições sociais do concelho.
Desta forma prezamos as relações e acreditamos
no futuro.
Assim se carateriza a Jorge Pinheiro
Automóveis, ao qual convido a todos a visitarem pessoalmente nas moradas
indicadas ou em jorgepinheiro.pt e ou jorgepinheiroautomóveis.
Quais são as dificuldades que encontras na gestão do
dia a dia do teu negócio?
Sabes Filipe, costumo dizer muitas vezes o
seguinte:
Nas empresas a maior dificuldade é gerir a
satisfação dos clientes e tentar perceber quantos deles é que vão “entrar” nas
tuas instalações e gastar o seu dinheiro. Quando sabes o nº de clientes que
tens e multiplicas pelo que eles te pagam mensalmente, aí a gestão é muito
fácil.
Quando falamos na aquisição de um bem, que
tu queres muito e em que tu tocas, passas a ter sentimento de posse, logo, não
tens qualquer problema em pagar, o teu subconsciente ou o lado emocional, dá
uma ajudinha. Ora, o problema é quando tu trazes o teu carro á revisão ou para
uma reparação e já chegas cá com os “2 pés atrás”, porque não sabes, não vês e
não tocas no material que nós metemos na viatura, ou seja, pagas o que não vês.
Por isso mesmo, o que sempre pedi e peço à
minha fantástica equipa, é que sejam sérios e honestos para com o cliente.
Sempre que cometemos um erro, pois, somos humanos e também erramos, devemos
assumi-lo por inteiro e não imputar qualquer custo ao cliente.
Por falar em equipa, atualmente devemos
ter presente que um dos grandes ativos das organizações são o “seu” capital
humano, claro está, que saber gerir os sentimentos, as dificuldades e as
vicissitudes do dia a dia, dos seus colaboradores, pode ser uma dificuldade
para qualquer gestor, de uma qualquer organização. Pois, o ser humano é exímio
na resistência á mudança, uma vez que nós não gostamos de sair da nossa zona de
conforto, deixa-nos receosos.
Charles Darwin dizia: “Não sobrevive a
espécie mais forte, mas sim aquela que melhor se adapta á mudança.” Esta
afirmação faz todo o sentido.
Quais são as maiores satisfações e
desilusões que tivestes desde 2004 com tua empresa?
Excelente questão. Ora como perguntas com
a tua empresa e não com pessoas, vejamos.
As maiores satisfações são o honrar os
compromissos, perante todos os envolvidos na organização, nomeadamente,
clientes, colaboradores, fornecedores, prestadores externos, banca, entre
outros. Já tivemos grandes dificuldades, mas nunca deixei de falar com as
pessoas, ou de atender o telefone. Claro está e como diz o ditado, “de
promessas está o inferno cheio”, não podemos só falar, temos de agir, ser e
mostrar que somos sérios, quer nos negócios, quer na nossa vida pessoal.
Outra satisfação, que dá um gozo incrível,
é investir continuamente, na empresa, para melhorar os serviços e manter a
qualidade, a que os nossos clientes estão habituados.
Também quando somos procurados por outras
organizações, para as representarmos e ou trabalharmos em conjunto. Aaaahhhh!
Aí, sim. Dá uma sapidez fantástica.
Acho que já partilhei isto contigo.
Aquando da crise de 2010 a 2014, todos me diziam que eu era maluco em estar a
investir numa altura destas. Mas, o que se veio a verificar é que, por conta
desse investimento e do risco que corri, duplicamos a nossa faturação e criamos
ainda mais postos de trabalho.
Desilusões!!! Acho que nenhuma. Procuro
ver o lado positivo da questão, ou como se diz atualmente, vejo o copo meio
cheio.
Quais são os próximos desafios para a tua
empresa?
Extremamente oportuno. Mas, desde já
agradeço a compreensão dos leitores, para a franqueza da minha resposta.
Há dias li o seguinte: “Move in silence,
only speak when it’s time to say checkmate.”, traduzindo,
move-te em silencio e fala somente no momento de dizer checkmate.
O que posso dizer, por agora, é que eu e a
equipa Jorge Pinheiro, temos 365 dias por ano de desafios e vemo-los como
oportunidades. Existe uma cultura de gestão participativa.
Quais são as características pessoais mais
importantes para tua empresa? Isto é, que importância dás às relações internas
e externa na empresa? E para ti como empresário, quais são os
contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas de influência?
Sabes que uma das frases que tenho no meu gabinete, é do Antoine de Saint-Exuperyé e diz o seguinte:
“Aqueles que passam por nós, não vão sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
Como te vês como pessoa? Como lidas com o
fracasso e o sucesso?
“Como me vejo como pessoa?” Costumo
dizer, só os meus verdadeiros amigos é que me podem classificar. Mas acho que
sou eu mesmo, penso por mim e pela minha cabeça, sou pessoa de ajudar, amigo do
amigo, confidente, honesto e sei pedir desculpa, quando erro ou me engano.
Tento corrigir as minhas atitudes. Aceito a opinião dos outros. Sou organizado
e sentimental.
Podem-me “calcar os calos” uma vez, mas à
segunda, entendo que já chega. Muitos dizem que, não devemos fazer aos outros,
aquilo que não gostamos que nos façam a nós, eu acho simplesmente que nos
devemos por no lugar da outra pessoa, pois, o que eu gosto ou quero, não
significa que seja o gosto ou a crença dos outros. Posso dar a minha opinião,
mas, não posso impô-la, se não entramos no campo da ditadura. Devemos ter
presente que os outros também têm uma palavra válida. Existirá sempre um
timoneiro, que deve saber reconhecer quando chegou a hora de dar lugar a outro.
A palavra fracasso é forte… Uma vez que
não sou pessoa de desistir e muito menos “deito a toalha ao chão”, tento perceber
onde está o lado positivo, pois, existe sempre um lado positivo, nas coisas
menos boas. Aceito o erro e a correção do mesmo, pois, só assim podemos
aprender e reconhecer que estivemos menos bem, seja em que situação for ou a
que assunto diga respeito. Se isso for lidar bem com o fracasso, então sim,
lido bem.
O sucesso é o resultado positivo de algo,
então, como referi anteriormente, tento sempre ver o lado positivo. Mas só
temos sucesso quando trabalhamos em equipa, se não vejamos:
Podes ter uma ideia genial, até podes ser
o cérebro de tudo, mas não consegues, sozinho, executar e levar até ao fim a
tua ideia. Vais sempre necessitar de alguém. Pensa desta forma, crias um
excelente prato gastronómico, confecionas esse prato, pões na mesa e comes. Mas
onde está a opinião critica (construtiva) ao teu feito? Vais dá-la tu? Qual é a
substrução? Quem vai adquirir o teu produto? Simples, não é?
Consegues conciliar, no teu dia a dia, a
vida profissional e pessoal?
A esta questão, certamente, a melhor
resposta será dada pela minha mulher.
Eu digo que: Tem dias, há dias que sim,
outros há que não…
O que fazer? Como diz a canção “foi a vida
que eu escolhi”.
No teu percurso de empresário, queres
partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te
marcou?
Quando eu assumi a empresa, falei com os
colaboradores e perguntei se estes estavam dispostos a levar para a frente este
projeto. A resposta uníssona foi, claramente SIM, estamos contigo. Obviamente
este foi um momento único e notoriamente positivo.
Sinto um enorme orgulho da equipa que
lidero e da qual eu sou parte integrante.
Sei que fazes parte, do grupo de
empresários BNI Lusitano que se reúne todas as 5ª feiras às 6h30 em Fafe. Podes
nos partilhar um pouco desta experiência diferente?
Verdade. Infelizmente com as restrições
que vivemos, por força da pandemia, COVID-19, não nos reunimos presencialmente,
na quinta do Gandeão, como vinha sendo hábito desde há 7 anos. Pois, desde o
decretado estado de emergência, que nos continuamos a reunir todas as 5ª
feiras, do ano, às 6h30, mas por videoconferência.
O BNI é a maior e mais bem-sucedida
organização profissional de negócios e de referenciação do mundo. O grupo BNI
Lusitano (Fafe) foi lançado em 2013 e eu estou desde o início. Mas existem membros
fundadores, que se dedicaram há mais tempo a este projeto e que o fizeram
acontecer, e que ainda se mantêm no grupo. Somos um grupo de 28 empresários e
empresárias (atualmente), de vários ramos de atividade e a nossa função é “dar
para receber”, esta é a filosofia BNI “givers gain”.
Aquilo que te posso dizer é que está a ser
uma experiência fantástica e profícua, quer a nível de negócios, contatos e ou
ensinamento, pois, aprendemos todos os dias, uns com os outros.
Mas para melhor conhecer este grupo de
empresários, convido a todos aqueles que o queiram, a manifestem essa vontade,
para um dos meus meios de contato.
Se tivesses um conselho a dar a um jovem
empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?
Antes de iniciar todo e qualquer projeto é
fundamental termos humildade, perceber que não somos donos de toda a sabedoria,
é importante colher opiniões, mas também pensar e repensar, pesquisar e
analisar os prós e contras e já agora escutar melhor e falar o essencial.
Não basta parecer. É necessário saber ser,
saber saber, saber estar e saber fazer.
A crise atual associada à Pandemia
COVID-19, afetou-vos na vossa forma de trabalhar? na competitividade da
empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?
Naturalmente que esta crise nos veio
ensinar muitas coisas e também nos afetou, como a provavelmente à grande
maioria das empresas e consequentemente às famílias.
Não deixamos de laborar na sua totalidade,
pese embora os stand’s terem ficado fechados, mas fomos fazendo uma gestão de
recursos. O objetivo inicial foi passar uma palavra de confiança aos
colaboradores, acompanhando o evoluir da situação diariamente, isto numa fase
inicial, e agora de uma forma mais informal. Também houve a preocupação de saber
como estavam a reagir os nossos clientes e quais as suas necessidades.
Elaboramos uma estratégia por forma a honrar o compromisso com os nossos
fornecedores.
Estávamos em crescendo em todas os setores
de atividade da empresa, numa altura em que fizemos grande stock de viaturas e
tínhamos várias encomendas e negócios em curso, muitas dessas encomendas feitas
à fábrica. Acabávamos de relançar a KIA. Eis que tudo se altera rapidamente e a
preocupação geral era muita, o que levou alguns clientes a desistirem ou
suspenderem temporariamente os negócios. A venda de viaturas cai em abril 61% e
maio 98%. No após venda, em termos globais (manutenção, mecânica e colisão) a
queda foi em abril de 29% e em maio 20%. Uma vez que na colisão, inicialmente,
a quebra foi menor o que ajudou no geral a não ser tão grave, pois, tínhamos
várias viaturas para intervenção, em lista de espera e devo dizer que até foi
benéfico (lá está o lado positivo a funcionar).
Claro está, que se as pessoas ficam em
casa, consequentemente não circulam, logo não têm a necessidade de reparar e
também não vão existir sinistros.
Em relação à forma como trabalhamos
alterou alguns procedimentos, quer na livre circulação de pessoas, quer na
entrega de encomendas, nos pedidos de material, que têm de ser feitos com mais
antecedência, bem como a própria gestão de stocks. Todas as viaturas são
desinfetadas antes da sua restituição ao cliente.
Este ano tínhamos previsto um investimento
na ordem dos 120 a 150 mil euros, iniciamo-lo na zona da colisão, mais propriamente
na secção de pintura, no entanto e por força das circunstâncias, vimo-nos
forçados a repensar a estratégia e investir cerca de 50% do inicialmente
proposto, mesmo em altura de confinamento. Provavelmente, não ficaremos por
aqui, a ver vamos.
Claro que fomos desenvolvendo planos de
ação para o pós confinamento, nomeadamente, relançamos o nosso site jorgepinheiro.pt , está agora mais simples e
intuitivo, e as nossas redes sociais, passamos a comunicar mais através das
plataformas de venda on-line. Remodelamos a nossa identidade e imagem.
Promovemos um estágio profissional na área de comunicação e marketing.
Aproveitamos para repensar em novos métodos de trabalho e organização do mesmo,
bem como distribuição de funções. Isto entre muitas outras coisas.
Entendo que não perdemos competitividade,
antes pelo contrário, ganhamo-la porque soubemos reagir. Na relação com os
clientes acho que sedimentamos mais a nossa confiança.
Prezamos as relações, confiamos no futuro.
Vamos passar para uma parte mais pessoal
da entrevista, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de
resposta para cada uma delas:
Hobbies?
Ler, cinema, bricolage, conhecer locais,
passear em família e comer.
Local de Férias preferido?
Tróia.
Adoras?
As minhas filhas.
Detestas?
Pessoas falsas e dissimuladas, injustiças
e competição dissonante.
Prato preferido?
Vários. Mas uma vez que é só um, talvez,
os rojões à moda do Minho.
Restaurante preferido?
Vários. Onde já comi muito bem.
Desporto preferido?
Automobilismo, mas confesso que já gostei
mais, porque acho que agora é tudo mais assistências à condução e assistência
remota, do que propriamente o “homem e a máquina”.
Qual é o teu clube?
O meu clube, naturalmente e com orgulho, é
o FC Porto.
Se não fosses empresário, eras?
Não faço ideia. Tive oportunidade de ter
outras profissões. Mas vejo-me sempre como empresário, seja qual for o ramo.
Se tivesses a oportunidade de mudar algo
no teu percurso profissional, seria o quê?
Somente corrigia alguns dos enganos em que
fui imbuído.
O que representa Fafe para ti?
Fafe é a “minha” terra, é onde eu gosto de
viver e conviver, onde eu vou investindo e criando postos de trabalho e até por
vezes ajudando este ou aquele a ser mais feliz.
Fafe é uma terra de gerações emocionadas e
ligadas à sua terra, vejamos pelos nossos emigrantes e imigrantes e os seus
filhos.
Fafe é uma terra de tradições e com uma
história que poucos conhecem e com muitas estórias para contar.
Fafe é um local de paisagens e de belos
sítios para relaxar e repensar as ideias.
Fafe tem uma excelente gastronomia.
Fafe é um local calmo e tranquilo para
viver e para trabalhar.
Fafe tem muitos e bons empreendedores e
excelentes profissionais.
Fafe é gente boa.
Fafe está próximo de tudo, estamos a 10
minutos de Guimarães, a 40 minutos do Porto e de Vila Real.
Fafe é simplesmente Fafe…
Se amanhã, fosses um eleito político local, que medidas no setor económico ou outro, implementavas?
Um
político, antes de tudo e em primeiro lugar, deve saber para o que foi e porque
foi eleito. Deve saber ocupar com orgulho e honrar o lugar que lhe foi
conferido, atender a todos por igual, mesmo aqueles que entenda que não votaram
nele. Gostar de pessoas é marcante.
Seguidamente
é importante conhecer a sua área de abrangência, desde a “ponta dos cabelos até
aos dedos dos pés”, o que quero dizer com isto é:
-Formar
e rodear-se de uma equipa competente e que atue nas áreas onde têm experiência
e ou formação;
-Conhecer
a área geográfica onde vai operar e as suas necessidades básicas, qual o tecido
empresarial e sócio cultural, qual estado das redes viárias, de abastecimento
de água, saneamento e ou telecomunicações;
-Deslocar-se
para ouvir as suas gentes, nos momentos bons e nos menos bons;
-Encontrar
parceiros para levar a cabo a sua estratégia no desenvolvimento da terra que
representa;
-Desenvolver
estratégias com os representantes dos povos vizinhos;
-Atrair
o investimento privado para a sua zona de atuação…
Quanto a medidas que tomaria, sublinho algumas e claramente é a minha opinião:
Tantos adjetivos e chavões para Fafe:
“Catedral dos Ralis”, “Terra Justa”, “Sala de Visitas do Minho”, “Com Fafe
ninguém Fanfe”, “Terra da Vitela e do Pão de Ló”, da “Casa do Penedo”, etc…,
tudo se confunde e não deixa que se passe uma mensagem clara e objetiva. Desta
forma de pouco vale “andarmos” a gastar dinheiro para promover o nosso
concelho. Ao invés disso, deveríamos investir de forma sustentada nessa
promoção, para que quem nos visita gaste dinheiro no comércio e no turismo
local e não no concelho vizinho, Guimarães.
No campo Sócio Cultural, deixar para quem
percebe do assunto, temos tão boa gente a trabalhar nessas áreas, porquê
insistir em cargos políticos, ou até em empresas que nada têm a ver com o
assunto.
O Apoio Social, não deve ser visto como
apoio ao voto, mas infelizmente é confundido. Sejamos objetivos, lineares e
verdadeiros. As instituições do concelho deveriam ser chamadas a apresentar um
plano de atividades e posteriormente ser verificada a sua exequibilidade, para
dessa forma lhes serem atribuídos os apoios, também estas deverão pensar em
gerar riqueza e criar postos de trabalho, sejam elas de que dimensão forem.
Muitas vezes também se confunde Solidariedade, com Caridade e estas são
palavras têm um significado completamente distinto, imagine-se agora na
prática. Se não vejamos, porquê não dar a cana para pescar, em vez de se dar o
peixe já preparado? Se todos ajudarmos mais rapidamente seremos uma grande nação.
Económico-financeiro e Laboral, criava um
verdadeiro Gabinete do Empresário, o político deve conhecer o “seu” tecido
empresarial e deslocar-se às empresas. Conhecer e sentir as dores, as
necessidades e investimentos, daqueles que têm a função de manter os postos de
trabalho dos seus eleitores. Não quero com isto dizer que as empresas devem
receber “subsídios” do erário publico, não. Devem as empresas saber, que tipo
de soluções e ou ações vai a sua autarquia promover, para que estas possam
gerar mais e melhor emprego, promovendo por isso melhor qualidade de vida.
Falar com os agentes turísticos da região para que se incentive a visita a
Fafe, sejam eles agências de viagens, alojamento local, restauração,
associações culturais, entre outros.
No Ambiente, optava por uma ação de
sensibilização e posteriormente de fiscalização, para que os cidadãos e as
empresas cuidassem bem dos recursos naturais. Na recolha de resíduos domésticos
criava eco pontos por habitação, ou seja, cada habitação depositava no dia da passagem
da recolha os resíduos a que esta se destinava, como exemplo: na 2ª papel, 3ª
vidro, 4ª orgânico, 5ª plástico, 6ª monstros, sucatas ou de jardim e no sábado
novamente orgânico, claro que rodavam as equipas de recolha pelas várias
freguesias do concelho. Poderá ser uma ideia que feitas as contas não seja
assim tão dispendiosa.
Não quero com isto dizer que tudo vai mal. Não. A ideia não é criticar, ou até que esta ou outra pessoa está contra este ou outro aspeto, mas sim, ajudar na promoção de um bem que é e deve ser de todos.
Qual é a tua regra de Ouro?
Honestidade.
Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?
Como diz um senhor que ambos conhecemos, o Mestre Dantas: “Sejam felizes e aproveitem o resto do dia, para fazer pelo menos uma pessoa feliz.”
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