domingo, 6 de setembro de 2020

“Um outro olhar” - Jorge Pinheiro, um empreendedor adaptativo


Bom dia Jorge, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista. Eu já te conheço a mais de 15 anos, no entanto, a minha primeira pergunta é da praxe e gostava que me partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Eras bom aluno? Gostavas de estudar? Tens alguém como modelo empreendedor?

Bom dia Filipe. Antes demais deixa-me agradecer o convite para esta entrevista e ao que parece tenho o privilégio de ser o primeiro entrevistado, neste teu novo desafio, ao qual desejo imenso sucesso.

Respondendo á tua pergunta, nasci a 6 de novembro de 1974, na bela cidade do Porto e desde os 6 anos de idade que resido na freguesia de Fornelos, do concelho de Fafe.

Devo confessar que era um bocadinho preguiçoso no que aos estudos diz respeito, nunca tendo sido um aluno de notas brilhantes, como alguns dos meus colegas que se “matavam” a estudar, mas também não era dos piores, diga-se de passagem.

Início o meu percurso escolar no Porto, de seguida venho para Fornelos, para a escola primária, frequentar a 2ª e 3ª classe (como então se designava) e por motivos familiares, regresso ao Porto, para a 4ª classe. O ciclo (ou 2º ciclo) já em Fafe e claro está na Secundária de Fafe até ao 12º ano, em Humanidades, para fugir à matemática (risos).

De 1993 e até 1995, tirei o curso de Técnico de Desenho de Construção Civil, no CICOPN.

Em 2008 início o curso de Gestão de Empresas, na Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa, da Universidade Lusíada Porto. Vindo a suspender a matrícula, por questões profissionais, no início do 2º semestre do 1º ano. Reinício o percurso académico em 2014 e termino a licenciatura em setembro de 2017.

Frequento o “Programa de Certificação Internacional em Coaching – Coaching Pessoal e Profissional”, ficando habilitado como “Certified Profissional Coach”, pela NLPC - Instituto de Ciências Comportamentais e de Gestão, em 8 de janeiro de 2018.

Em maio de 2018 concluo o Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, obtendo o Certificado de Competências Pedagógicas.

Sendo que em 2019 conclui com aproveitamento o curso de Sinergologia, no âmbito da descodificação da linguagem não verbal não consciente, ministrado pelo Prof Javier Le Bourvellec Franco, em parceria com a NLPC - Instituto de Ciências Comportamentais e de Gestão.

Claro está que pelo caminho frequento diversas formações ligadas aos ramos que exerci e que exerço funções, técnicas de aplicação de produto (tintas Barbot); curso de Jovens Agricultores; processos e métodos de proteção fitossanitária e de aplicação de produtos fitofarmacêuticos; formação sobre mediação de seguros – Seguro de Proteção ao Crédito; formação de Empresários e Dirigentes pela ADRAVE (que me foi indicado por ti); produto e técnica de vendas nas marcas automóveis que represento; entre outros.

No ano de 1993 início a minha atividade como empresário em nome individual, vendia tintas para a construção civil e tinha uma equipa a executar serviços de pintura e repintura, complementava a atividade com os projetos de arquitetura, isto até finais de 2005. Em 2009 criei uma empresa (familiar) destinada ao Agroturismo, em Trás-os-Montes. Fui convidado em 2012, para gerir uma empresa do setor automóvel no concelho vizinho de Guimarães e também para Presidente do Conselho de Administração de uma SGPS.

Desde muito jovem fui apoiando e ou exercendo funções em instituições ou organismos públicos, nomeadamente, em 1987 integrei um grupo de trabalho solidário, na criação da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos. Entre 1995 (ano em que cumpri serviço militar) e 1998 fiz parte da Direção do Grupo Desportivo e Cultural de Fornelos, como Tesoureiro, era Presidente o meu querido e saudoso amigo Eduardo Freitas, de 1997 a 2009 desempenhei funções de secretário na assembleia de freguesia de Fornelos, posteriormente de 2009 a 2013 desempenhei funções como Presidente na Assembleia de Freguesia de Fornelos. Em 2013, fui candidato à Assembleia de Freguesia da minha residência, saí vencido, tendo assumido uma a oposição ativa, construtiva e participativa, com base na prevenção da “minha” terra e dos direitos dos seus concidadãos. No mês de junho de 2019 sou eleito membro da Assembleia Geral da Associação Empresarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto.

Integro o BNI, que é um grupo internacional de negócios e onde desempenhei as várias funções. Também o 2BePro que é um clube exclusivo, de empresários e executivos de alta direção, onde apenas se participa por convite, e tem por objetivo facilitar aos seus membros, o acesso a pessoas e a ideias excecionais.

Neste momento, profissionalmente, sou gerente da Jorge Pinheiro Unipessoal Lda e da Quinta Foz do Candedo Lda e exerço também, a atividade de formador, no centro de formação da Associação Empresarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto.

 

Como surgiu a ideia de ser empreendedor?

Desde os meus 10 ou 12 anos de idade fui desenvolvendo o gosto por questões relacionadas com a criação e o desenvolvimento de projetos ligados ao setor empresarial.

Sempre gostei de ser independente, pensar pela minha cabeça e não pela dos outros, e o facto não ter ninguém acima de mim, levou a que eu iniciasse a minha atividade como vendedor de tintas, mesmo enquanto estudante. Claro que também dava uma “mãozinha” ao meu pai, nos projetos, na sua atividade extralaboral.

 

Diriges a empresa desde novembro de 2004, mas a mesma já existe desde 1998, conta-nos mais sobre a trajetória da empresa até à data de hoje, partilhando-nos as suas atividades, os seus produtos e serviços e sua dimensão em termos de mercado e humano.

A empresa ou atividade a que mais me dedico, existe há mais de 20 anos, representa a marca Citroen e mais recentemente as marcas Kia e a Isuzu. Passamos de um volume de negócios aproximado, em 2004 de 390.000,00€, para 1.191.000,00€ euros em 2019.

Efetivamente em 2004 adquiri a quota de outra pessoa, o que resultou na sua unificação, ficando assim sozinho, com uma admirável equipa, aos comandos da que agora se designa por Jorge Pinheiro Unipessoal Lda.

Desde a compra, até qualquer tipo de reparação automóvel, bem como o aluguer de viaturas e ou cortesia, e financiamento automóvel, o cliente encontra uma solução integrada, prestada por uma equipa dinâmica e competente, composta por 13 elementos.

Agregamos vários serviços, de forma a proporcionar uma solução completa ao cliente, a partir da Zona industrial de Arões e no espaço E.Leclerc no concelho de Fafe.

Na Jorge Pinheiro comercializamos automóveis novos das marcas acima mencionadas, mas também usados multimarca, aliamos a isto tudo, os serviços de mecânica, diagnóstico automóvel, chapa e pintura, pneus, ar condicionado e desinfeções. Pertencemos à rede de oficinas Multimarca RecOficial e estamos no arranque à reparação de viaturas EV (100% elétricas). Também somos oficina recomendada da prestigiada seguradora Fidelidade.

Somos uma empresa que prima pelo investimento continuo, porque investindo nela, estamos a investir nos nossos clientes e na qualidade do posto de trabalho dos nossos colaboradores.

A empresa assume-se como socialmente responsável, organizando atividades ou participando em eventos de apoio a causas ou instituições sociais do concelho.

Desta forma prezamos as relações e acreditamos no futuro.

Assim se carateriza a Jorge Pinheiro Automóveis, ao qual convido a todos a visitarem pessoalmente nas moradas indicadas ou em jorgepinheiro.pt e ou jorgepinheiroautomóveis.

 

Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia do teu negócio?

Sabes Filipe, costumo dizer muitas vezes o seguinte:

Nas empresas a maior dificuldade é gerir a satisfação dos clientes e tentar perceber quantos deles é que vão “entrar” nas tuas instalações e gastar o seu dinheiro. Quando sabes o nº de clientes que tens e multiplicas pelo que eles te pagam mensalmente, aí a gestão é muito fácil.

Quando falamos na aquisição de um bem, que tu queres muito e em que tu tocas, passas a ter sentimento de posse, logo, não tens qualquer problema em pagar, o teu subconsciente ou o lado emocional, dá uma ajudinha. Ora, o problema é quando tu trazes o teu carro á revisão ou para uma reparação e já chegas cá com os “2 pés atrás”, porque não sabes, não vês e não tocas no material que nós metemos na viatura, ou seja, pagas o que não vês.

Por isso mesmo, o que sempre pedi e peço à minha fantástica equipa, é que sejam sérios e honestos para com o cliente. Sempre que cometemos um erro, pois, somos humanos e também erramos, devemos assumi-lo por inteiro e não imputar qualquer custo ao cliente.

Por falar em equipa, atualmente devemos ter presente que um dos grandes ativos das organizações são o “seu” capital humano, claro está, que saber gerir os sentimentos, as dificuldades e as vicissitudes do dia a dia, dos seus colaboradores, pode ser uma dificuldade para qualquer gestor, de uma qualquer organização. Pois, o ser humano é exímio na resistência á mudança, uma vez que nós não gostamos de sair da nossa zona de conforto, deixa-nos receosos.

Charles Darwin dizia: “Não sobrevive a espécie mais forte, mas sim aquela que melhor se adapta á mudança.” Esta afirmação faz todo o sentido.

 

Quais são as maiores satisfações e desilusões que tivestes desde 2004 com tua empresa?

Excelente questão. Ora como perguntas com a tua empresa e não com pessoas, vejamos.

As maiores satisfações são o honrar os compromissos, perante todos os envolvidos na organização, nomeadamente, clientes, colaboradores, fornecedores, prestadores externos, banca, entre outros. Já tivemos grandes dificuldades, mas nunca deixei de falar com as pessoas, ou de atender o telefone. Claro está e como diz o ditado, “de promessas está o inferno cheio”, não podemos só falar, temos de agir, ser e mostrar que somos sérios, quer nos negócios, quer na nossa vida pessoal.

Outra satisfação, que dá um gozo incrível, é investir continuamente, na empresa, para melhorar os serviços e manter a qualidade, a que os nossos clientes estão habituados.

Também quando somos procurados por outras organizações, para as representarmos e ou trabalharmos em conjunto. Aaaahhhh! Aí, sim. Dá uma sapidez fantástica.

Acho que já partilhei isto contigo. Aquando da crise de 2010 a 2014, todos me diziam que eu era maluco em estar a investir numa altura destas. Mas, o que se veio a verificar é que, por conta desse investimento e do risco que corri, duplicamos a nossa faturação e criamos ainda mais postos de trabalho.

Desilusões!!! Acho que nenhuma. Procuro ver o lado positivo da questão, ou como se diz atualmente, vejo o copo meio cheio.

 

Quais são os próximos desafios para a tua empresa?

Extremamente oportuno. Mas, desde já agradeço a compreensão dos leitores, para a franqueza da minha resposta.

Há dias li o seguinte: “Move in silence, only speak when it’s time to say checkmate.”, traduzindo, move-te em silencio e fala somente no momento de dizer checkmate.

O que posso dizer, por agora, é que eu e a equipa Jorge Pinheiro, temos 365 dias por ano de desafios e vemo-los como oportunidades. Existe uma cultura de gestão participativa.

 

Quais são as características pessoais mais importantes para tua empresa? Isto é, que importância dás às relações internas e externa na empresa?  E para ti como empresário, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas de influência?

Sabes que uma das frases que tenho no meu gabinete, é do Antoine de Saint-Exuperyé e diz o seguinte:

“Aqueles que passam por nós, não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”

 

Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

“Como me vejo como pessoa?” Costumo dizer, só os meus verdadeiros amigos é que me podem classificar. Mas acho que sou eu mesmo, penso por mim e pela minha cabeça, sou pessoa de ajudar, amigo do amigo, confidente, honesto e sei pedir desculpa, quando erro ou me engano. Tento corrigir as minhas atitudes. Aceito a opinião dos outros. Sou organizado e sentimental.

Podem-me “calcar os calos” uma vez, mas à segunda, entendo que já chega. Muitos dizem que, não devemos fazer aos outros, aquilo que não gostamos que nos façam a nós, eu acho simplesmente que nos devemos por no lugar da outra pessoa, pois, o que eu gosto ou quero, não significa que seja o gosto ou a crença dos outros. Posso dar a minha opinião, mas, não posso impô-la, se não entramos no campo da ditadura. Devemos ter presente que os outros também têm uma palavra válida. Existirá sempre um timoneiro, que deve saber reconhecer quando chegou a hora de dar lugar a outro.

A palavra fracasso é forte… Uma vez que não sou pessoa de desistir e muito menos “deito a toalha ao chão”, tento perceber onde está o lado positivo, pois, existe sempre um lado positivo, nas coisas menos boas. Aceito o erro e a correção do mesmo, pois, só assim podemos aprender e reconhecer que estivemos menos bem, seja em que situação for ou a que assunto diga respeito. Se isso for lidar bem com o fracasso, então sim, lido bem.

O sucesso é o resultado positivo de algo, então, como referi anteriormente, tento sempre ver o lado positivo. Mas só temos sucesso quando trabalhamos em equipa, se não vejamos:

Podes ter uma ideia genial, até podes ser o cérebro de tudo, mas não consegues, sozinho, executar e levar até ao fim a tua ideia. Vais sempre necessitar de alguém. Pensa desta forma, crias um excelente prato gastronómico, confecionas esse prato, pões na mesa e comes. Mas onde está a opinião critica (construtiva) ao teu feito? Vais dá-la tu? Qual é a substrução? Quem vai adquirir o teu produto? Simples, não é?

 

Consegues conciliar, no teu dia a dia, a vida profissional e pessoal?

A esta questão, certamente, a melhor resposta será dada pela minha mulher.

Eu digo que: Tem dias, há dias que sim, outros há que não…

O que fazer? Como diz a canção “foi a vida que eu escolhi”.

 

No teu percurso de empresário, queres partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou? 

Quando eu assumi a empresa, falei com os colaboradores e perguntei se estes estavam dispostos a levar para a frente este projeto. A resposta uníssona foi, claramente SIM, estamos contigo. Obviamente este foi um momento único e notoriamente positivo.

Sinto um enorme orgulho da equipa que lidero e da qual eu sou parte integrante.

 

Sei que fazes parte, do grupo de empresários BNI Lusitano que se reúne todas as 5ª feiras às 6h30 em Fafe. Podes nos partilhar um pouco desta experiência diferente? 

Verdade. Infelizmente com as restrições que vivemos, por força da pandemia, COVID-19, não nos reunimos presencialmente, na quinta do Gandeão, como vinha sendo hábito desde há 7 anos. Pois, desde o decretado estado de emergência, que nos continuamos a reunir todas as 5ª feiras, do ano, às 6h30, mas por videoconferência.

O BNI é a maior e mais bem-sucedida organização profissional de negócios e de referenciação do mundo. O grupo BNI Lusitano (Fafe) foi lançado em 2013 e eu estou desde o início. Mas existem membros fundadores, que se dedicaram há mais tempo a este projeto e que o fizeram acontecer, e que ainda se mantêm no grupo. Somos um grupo de 28 empresários e empresárias (atualmente), de vários ramos de atividade e a nossa função é “dar para receber”, esta é a filosofia BNI “givers gain”.

Aquilo que te posso dizer é que está a ser uma experiência fantástica e profícua, quer a nível de negócios, contatos e ou ensinamento, pois, aprendemos todos os dias, uns com os outros.

Mas para melhor conhecer este grupo de empresários, convido a todos aqueles que o queiram, a manifestem essa vontade, para um dos meus meios de contato.

 

Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Antes de iniciar todo e qualquer projeto é fundamental termos humildade, perceber que não somos donos de toda a sabedoria, é importante colher opiniões, mas também pensar e repensar, pesquisar e analisar os prós e contras e já agora escutar melhor e falar o essencial.

Não basta parecer. É necessário saber ser, saber saber, saber estar e saber fazer.

 

A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-vos na vossa forma de trabalhar? na competitividade da empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?

Naturalmente que esta crise nos veio ensinar muitas coisas e também nos afetou, como a provavelmente à grande maioria das empresas e consequentemente às famílias.

Não deixamos de laborar na sua totalidade, pese embora os stand’s terem ficado fechados, mas fomos fazendo uma gestão de recursos. O objetivo inicial foi passar uma palavra de confiança aos colaboradores, acompanhando o evoluir da situação diariamente, isto numa fase inicial, e agora de uma forma mais informal. Também houve a preocupação de saber como estavam a reagir os nossos clientes e quais as suas necessidades. Elaboramos uma estratégia por forma a honrar o compromisso com os nossos fornecedores.

Estávamos em crescendo em todas os setores de atividade da empresa, numa altura em que fizemos grande stock de viaturas e tínhamos várias encomendas e negócios em curso, muitas dessas encomendas feitas à fábrica. Acabávamos de relançar a KIA. Eis que tudo se altera rapidamente e a preocupação geral era muita, o que levou alguns clientes a desistirem ou suspenderem temporariamente os negócios. A venda de viaturas cai em abril 61% e maio 98%. No após venda, em termos globais (manutenção, mecânica e colisão) a queda foi em abril de 29% e em maio 20%. Uma vez que na colisão, inicialmente, a quebra foi menor o que ajudou no geral a não ser tão grave, pois, tínhamos várias viaturas para intervenção, em lista de espera e devo dizer que até foi benéfico (lá está o lado positivo a funcionar).

Claro está, que se as pessoas ficam em casa, consequentemente não circulam, logo não têm a necessidade de reparar e também não vão existir sinistros.

Em relação à forma como trabalhamos alterou alguns procedimentos, quer na livre circulação de pessoas, quer na entrega de encomendas, nos pedidos de material, que têm de ser feitos com mais antecedência, bem como a própria gestão de stocks. Todas as viaturas são desinfetadas antes da sua restituição ao cliente.

Este ano tínhamos previsto um investimento na ordem dos 120 a 150 mil euros, iniciamo-lo na zona da colisão, mais propriamente na secção de pintura, no entanto e por força das circunstâncias, vimo-nos forçados a repensar a estratégia e investir cerca de 50% do inicialmente proposto, mesmo em altura de confinamento. Provavelmente, não ficaremos por aqui, a ver vamos.

Claro que fomos desenvolvendo planos de ação para o pós confinamento, nomeadamente, relançamos o nosso site jorgepinheiro.pt , está agora mais simples e intuitivo, e as nossas redes sociais, passamos a comunicar mais através das plataformas de venda on-line. Remodelamos a nossa identidade e imagem. Promovemos um estágio profissional na área de comunicação e marketing. Aproveitamos para repensar em novos métodos de trabalho e organização do mesmo, bem como distribuição de funções. Isto entre muitas outras coisas.

Entendo que não perdemos competitividade, antes pelo contrário, ganhamo-la porque soubemos reagir. Na relação com os clientes acho que sedimentamos mais a nossa confiança.

Prezamos as relações, confiamos no futuro.

 


Vamos passar para uma parte mais pessoal da entrevista, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Ler, cinema, bricolage, conhecer locais, passear em família e comer.

Local de Férias preferido?

Tróia.

Adoras?

As minhas filhas.

Detestas?

Pessoas falsas e dissimuladas, injustiças e competição dissonante.

Prato preferido?

Vários. Mas uma vez que é só um, talvez, os rojões à moda do Minho.

Restaurante preferido?

Vários. Onde já comi muito bem.

Desporto preferido?

Automobilismo, mas confesso que já gostei mais, porque acho que agora é tudo mais assistências à condução e assistência remota, do que propriamente o “homem e a máquina”.

Qual é o teu clube?

O meu clube, naturalmente e com orgulho, é o FC Porto.

Se não fosses empresário, eras?

Não faço ideia. Tive oportunidade de ter outras profissões. Mas vejo-me sempre como empresário, seja qual for o ramo.

Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Somente corrigia alguns dos enganos em que fui imbuído.

O que representa Fafe para ti?

Fafe é a “minha” terra, é onde eu gosto de viver e conviver, onde eu vou investindo e criando postos de trabalho e até por vezes ajudando este ou aquele a ser mais feliz.

Fafe é uma terra de gerações emocionadas e ligadas à sua terra, vejamos pelos nossos emigrantes e imigrantes e os seus filhos.

Fafe é uma terra de tradições e com uma história que poucos conhecem e com muitas estórias para contar.

Fafe é um local de paisagens e de belos sítios para relaxar e repensar as ideias.

Fafe tem uma excelente gastronomia.

Fafe é um local calmo e tranquilo para viver e para trabalhar.

Fafe tem muitos e bons empreendedores e excelentes profissionais.

Fafe é gente boa.

Fafe está próximo de tudo, estamos a 10 minutos de Guimarães, a 40 minutos do Porto e de Vila Real.

Fafe é simplesmente Fafe…

Se amanhã, fosses um eleito político local, que medidas no setor económico ou outro, implementavas?

Um político, antes de tudo e em primeiro lugar, deve saber para o que foi e porque foi eleito. Deve saber ocupar com orgulho e honrar o lugar que lhe foi conferido, atender a todos por igual, mesmo aqueles que entenda que não votaram nele. Gostar de pessoas é marcante.

Seguidamente é importante conhecer a sua área de abrangência, desde a “ponta dos cabelos até aos dedos dos pés”, o que quero dizer com isto é:

-Formar e rodear-se de uma equipa competente e que atue nas áreas onde têm experiência e ou formação;

-Conhecer a área geográfica onde vai operar e as suas necessidades básicas, qual o tecido empresarial e sócio cultural, qual estado das redes viárias, de abastecimento de água, saneamento e ou telecomunicações;

-Deslocar-se para ouvir as suas gentes, nos momentos bons e nos menos bons;

-Encontrar parceiros para levar a cabo a sua estratégia no desenvolvimento da terra que representa;

-Desenvolver estratégias com os representantes dos povos vizinhos;

-Atrair o investimento privado para a sua zona de atuação…

Quanto a medidas que tomaria, sublinho algumas e claramente é a minha opinião:

Tantos adjetivos e chavões para Fafe: “Catedral dos Ralis”, “Terra Justa”, “Sala de Visitas do Minho”, “Com Fafe ninguém Fanfe”, “Terra da Vitela e do Pão de Ló”, da “Casa do Penedo”, etc…, tudo se confunde e não deixa que se passe uma mensagem clara e objetiva. Desta forma de pouco vale “andarmos” a gastar dinheiro para promover o nosso concelho. Ao invés disso, deveríamos investir de forma sustentada nessa promoção, para que quem nos visita gaste dinheiro no comércio e no turismo local e não no concelho vizinho, Guimarães.

No campo Sócio Cultural, deixar para quem percebe do assunto, temos tão boa gente a trabalhar nessas áreas, porquê insistir em cargos políticos, ou até em empresas que nada têm a ver com o assunto.

O Apoio Social, não deve ser visto como apoio ao voto, mas infelizmente é confundido. Sejamos objetivos, lineares e verdadeiros. As instituições do concelho deveriam ser chamadas a apresentar um plano de atividades e posteriormente ser verificada a sua exequibilidade, para dessa forma lhes serem atribuídos os apoios, também estas deverão pensar em gerar riqueza e criar postos de trabalho, sejam elas de que dimensão forem. Muitas vezes também se confunde Solidariedade, com Caridade e estas são palavras têm um significado completamente distinto, imagine-se agora na prática. Se não vejamos, porquê não dar a cana para pescar, em vez de se dar o peixe já preparado? Se todos ajudarmos mais rapidamente seremos uma grande nação.

Económico-financeiro e Laboral, criava um verdadeiro Gabinete do Empresário, o político deve conhecer o “seu” tecido empresarial e deslocar-se às empresas. Conhecer e sentir as dores, as necessidades e investimentos, daqueles que têm a função de manter os postos de trabalho dos seus eleitores. Não quero com isto dizer que as empresas devem receber “subsídios” do erário publico, não. Devem as empresas saber, que tipo de soluções e ou ações vai a sua autarquia promover, para que estas possam gerar mais e melhor emprego, promovendo por isso melhor qualidade de vida. Falar com os agentes turísticos da região para que se incentive a visita a Fafe, sejam eles agências de viagens, alojamento local, restauração, associações culturais, entre outros.

No Ambiente, optava por uma ação de sensibilização e posteriormente de fiscalização, para que os cidadãos e as empresas cuidassem bem dos recursos naturais. Na recolha de resíduos domésticos criava eco pontos por habitação, ou seja, cada habitação depositava no dia da passagem da recolha os resíduos a que esta se destinava, como exemplo: na 2ª papel, 3ª vidro, 4ª orgânico, 5ª plástico, 6ª monstros, sucatas ou de jardim e no sábado novamente orgânico, claro que rodavam as equipas de recolha pelas várias freguesias do concelho. Poderá ser uma ideia que feitas as contas não seja assim tão dispendiosa.

Não quero com isto dizer que tudo vai mal. Não. A ideia não é criticar, ou até que esta ou outra pessoa está contra este ou outro aspeto, mas sim, ajudar na promoção de um bem que é e deve ser de todos.

Qual é a tua regra de Ouro?

Honestidade.

Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Como diz um senhor que ambos conhecemos, o Mestre Dantas: “Sejam felizes e aproveitem o resto do dia, para fazer pelo menos uma pessoa feliz.”

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