sexta-feira, 20 de novembro de 2020

CORAGEM

 


Confesso que não era este tema que pretendia abordar na crónica de hoje mas o Covid19 não pára de interferir com os nossos planos.

O nosso concelho é, nesta altura, um dos "pontos negros" do país e não adianta muito tentar arranjar culpados. Certo é que todos estamos a sofrer as consequências desta realidade e não será nas próximas semanas que iremos alterar este estado de coisas.

Assim, resta-nos pensar naquilo que cada um de nós poderá fazer daqui para a frente em lugar de acusarmos este ou aquele pelo que poderia ter feito e não fez.

Não será, nunca, exagero apelar a que todos evitemos comportamentos de risco. De uma forma geral e no pouco que saio do meu local de casa-trabalho (ambos são no mesmo local) verifico que o uso obrigatório de máscara nos locais públicos está a ser cumprido. 

Pelo que percebo e pelo que oiço o grande foco de infecções está nas relações laborais e sociais. Na primeira não há muito a fazer para além de reforçar a ideia da higienização das mãos, da etiqueta respiratória para além, como é evidente, do uso de máscara. Em muitas das empresas não se consegue observar a regra do distanciamento, dos espaços fechados e lotados. Também sabemos que, fruto da situação económica do país, as empresas não podem parar a laboração.

No nosso concelho os transportes públicos não serão um grande foco de contágios (como noutros pontos do país) embora algumas empresas que disponibilizam transporte para os seus trabalhadores o façam sem as condições exigidas pela realidade que vivemos.

Ao contrário do que é voz corrente nos nossos governantes, as escolas vivem tudo menos um período de normalidade e muitas das impossibilidades de fazer os alunos regressar ao ensino à distância ou, em alternativa, combinando as duas vertentes (presencial e online) está na desigualdade de oportunidades entre os diferentes estratos da população e, mesmo, entre as proprias escolas. Desde março que ouvimos promessas de correcção destas assimetrias mas não são visíveis grandes avanços e, assim, seria uma grande injustiça encerrar escolas.

É nas relações sociais que podemos fazer alguma coisa mais para travar os contágios. Aí podemos evitar espaços fechados convivendo ao ar livre ou, pelo menos, em espaços mais amplos onde se possa mantar o distanciamento que esta doença aconselha. Não é muito, talvez, mas é aquilo em que podemos fazer a diferença.

Coragem para todos nós e vamos fazer o que nos for possível!

Ricardo Gonçalves


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