quarta-feira, 11 de novembro de 2020

PSD-FAFE CONCELHIA: Clara Marques Mendes e os deputados do distrito de Braga exigem explicações ao ministro do Ambiente sobre o Rio Vizela

Foto DR

Os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Braga, depois de mais uma denúncia de descargas no Rio Vizela, exigem explicações ao ministro do Ambiente.

Relembramos que no passado dia 7 de setembro de 2020,Grupo Parlamentar (GP) do PSD visitou o rio Vizela, nos concelho de Fafe e Vizela, reunindo com os autarcas e associações que têm procurado fazer ouvir a sua voz em defesa do rio Vizela.




Assunto: Poluição do Rio Vizela

Destinatário: Ministro do Ambiente e Ação Climática

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República,


A poluição do rio Vizela é um problema de há anos que, de acordo com os

acontecimentos do último verão, parece continuar sem solução para breve.

O Município de Vizela acusa a empresa Águas do Norte de ser o principal poluidor do

rio Vizela, através de descargas indevidas da ETAR de Serzedo, denunciando que “no

seguimento das últimas descargas efetuadas pela empresa Águas do Norte, S.A. na

Estação de Tratamento de Águas Residuais de Serzedo, o Município de Vizela começou

a desenvolver um conjunto de procedimentos tendentes a, de forma definitiva, por

termo àquelas ações poluidoras”.

Ouvida em audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território

(CAEOT), a Águas do Norte refuta quaisquer acusações. Nas conclusões do Estudo de

Avaliação da Qualidade da Água ao Longo do Rio Vizela e do Impacto da Descarga da

ETAR de Serzedo – de setembro de 2020 e apresentado na audição – pode ler-se que

“os impactes associados à descarga da ETAR de Serzedo não são significativos quer do

ponto de vista químico quer microbiológico. (…) Verifica-se uma ligeira degradação da

qualidade da água ao longo de rio Vizela de montante para jusante para a

generalidade dos parâmetros. Com a aproximação à zona urbana de Vizela e a jusante,

verifica-se uma maior degradação da qualidade da água, especialmente no que se

refere aos parâmetros microbiológicos, resultado provável de descargas de águas

residuais não tratadas no rio.”


Sobre a ETAR de Serzedo e a poluição do rio Vizela, a Agência Portuguesa do Ambiente

(APA) afirmou na Comissão de Ambiente que esta “é das mais exigentes no vale do Ave,

com sistema terciário. Só no último ano já foram feitas mais de 12 ações inspetivas à ETAR,

sendo que, depois de julho fizemos ações com o SEPNA, com os mergulhadores forenses e daí

resultaram mais 7 contraordenações.”

Em audição na CAEOT, a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do

Ordenamento do Território (IGAMAOT) afirmou ter realizado 10 inspeções na bacia do

rio Vizela, nos últimos cinco anos. Destas, a última foi à Estação de Tratamento de

Águas Residuais (ETAR) de Serzedo, estando o relatório ainda em fase de elaboração.

Questionado sobre a ação da IGAMAOT no Plano de Ação de Despoluição do Rio

Vizela, o Inspetor-geral não só afirmou que a IGAMAOT não deveria fazer parte deste


2

plano, como esclareceu que esta “faz inspeções aos operadores e aos efluentes” e

“não há qualidade da água”, uma vez que não é gestora do recurso hídrico.

Assumindo que que a IGAMAOT recebeu “algumas denúncias” de poluição em 2020, o

Inspetor-geral informou que estas foram encaminhadas para APA e para a GNR, tendo

algumas resultado em processos de contraordenação.

Desde 2019, o núcleo de Guimarães do Serviço de Proteção da Natureza e do

Ambiente (SEPNA) da GNR de Braga elaborou 11 autos de contraordenação "no

âmbito das descargas ilegais ao longo do caudal do rio Vizela". Nestes autos estão em

causa, de acordo com a GNR, seis empresas e cinco pessoas singulares.

Sobre esta realidade há pelo menos uma posição unânime a todos os ouvidos nas

audições na CAEOT – Municípios, APA, IGAMAOT, CCDR, Águas do Norte e Vimágua –

sendo ela a necessidade de uma solução técnica eficaz que acabe de facto com a

poluição do rio Vizela.

Solução esta que parece não estar perto de ser encontrada uma vez que continua por

perceber qual é, efetivamente, a causa da poluição desta massa de água. Entre as

autoridades nacionais na área do ambiente, os municípios e as empresas as opiniões

divergem e os dados para a imprescindível análise não são coincidentes.

Em causa está, além da qualidade da água do rio Vizela, a qualidade de vida das

populações daquela região, assim como a possibilidade de fruição dos seus recursos

naturais, designadamente, ao nível do uso das praias fluviais.


Face ao exposto, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, os

deputados abaixo assinados do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata vêm

solicitar ao Sr. Ministro do Ambiente e Ação Climática, através de Vossa Excelência, a

resposta às seguintes questões:

- Dos autos de contraordenação levantados pelas diversas autoridades, quantos e

quais são os que têm origem a montante e a jusante da ETAR de Serzedo?

- Quantos e quais são os pontos de amostragem avaliados e qual a sua distância dos

pontos de descarga da ETAR de Serzedo?

- Quais os parâmetros que revelaram irregularidades nas ações inspetivas que

resultaram em autos de contraordenação?

Palácio de São Bento, 9 de outubro de 2020,


Deputado(a)s GP PSD

André Coelho Lima


3


Firmino Marques

Clara Marques Mendes

Carlos Eduardo Reis

Jorge Paulo Oliveira

Gabriela Fonseca

Emídio Guerreiro

Rui Silva

Luís Leite Ramos

Bruno Coimbra

Hugo Martins De Carvalho

Paulo Leitão

António Lima Costa

António Topa

Filipa Roseta

Hugo Oliveira

João Marques

João Moura

José Silvano

Nuno Carvalho

Pedro Pinto

Rui Cristina

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