Oriundo do distrito de Viana
do Castelo e constituído por oito elementos, o grupo Sons do Minho ocupa atualmente um papel de destaque na preservação
da cultura e da música popular portuguesa. Num espetáculo único e muito dinâmico, podemos
desfrutar dos temas tradicionais portugueses mais carismáticos, das cantigas à
desgarrada e dos temas originais do grupo Sons do Minho. A intensidade dos temas da banda
ao vivo, a intensa interpretação das cantigas ao desafio e a interatividade com
o público transformam o seu espetáculo num verdadeiro estado de alegria e boa
disposição. O Sons do Minho
realiza, anualmente, cerca de uma centena de concertos em Portugal e junto das
comunidades lusófonas: Luxemburgo, França, Suíça Alemanha, Canadá, Estados
Unidos da América, Espanha e Brasil são países onde o Sons do Minho já se apresentou em concerto.
O grupo mantém uma rubrica
mensal nas suas redes sociais, desde Novembro de 2017, intitulada "Tertúlia à Desgarrada", em que
recebe artistas convidados para uma amena cavaqueira e muita música. Em 2020, o Sons do Minho, lançou um novo DVD
intitulado "Tertúlia à Desgarrada ao
Vivo", gravado no centro cultural de Viana do Castelo, com a presença
de 3000 pessoas, onde apresentaram um espetáculo com alguns convidados: Toy,
José Malhoa, Zé Amaro, Rosinha e Sérgio Rossi. DVD este que foi transmitido recentemente
pela RTP, o que consideramos um excelente prémio para este grupo com 10 anos de
carreira.
Para nos ajudar a conhecer
melhor uma das bandas do momento no nosso país, falamos com o Pi d’Areosa e o Jorge Salgueiro,
músicos e elementos fundadores do Sons do
Minho. Meus amigos, queremos,
em primeiro lugar, agradecer a vossa disponibilidade e amabilidade aceitando
participar nesta entrevista. Como surge o grupo Sons do Minho?
Eu o Jorge conhecemo-nos
noutros projetos musicais do género em que não éramos os responsáveis pelos
mesmos. Das conversas que íamos tendo, nas viagens que fazíamos juntos, fomos
percebendo que partilhávamos dos meus ideais, das mesmas objetivos e, acima de
tudo, da mesma vontade em integrar um projeto que, artisticamente,
representasse tudo isso. Então, quase que num desafio mútuo, decidimos “dar
corpo” ao que idealizávamos e convidámos outros 6 músicos amigos que, em finais
de 2009, se juntaram a nós para começar a compor e a letrar temas originais,
fazer arranjos de alguns temas tradicionais que queríamos incluir no
repertório, a estruturar o espetáculo, etc. Após alguns meses de trabalho,
apresentámo-nos, ao vivo, no Centro de Cultura de Campos (Vila Nova de
Cerveira), no dia 13 de fevereiro de 2010. É essa a data que sempre
consideraremos como a de início do Sons do Minho. Um dia que jamais
esqueceremos.Porquê este nome, Sons do Minho?Na génese do projeto, na
verdade, estiveram vários nomes em “cima da mesa”. Queríamos uma designação que
fosse identificativa e que nos localizasse geograficamente. Foi a proposta que
mais nos agradou e ainda hoje nos faz sentido. Ainda que a nossa proposta musical atual seja
mais moderna e comercial, continuamos sem descurar a nossa raiz alto minhota e
os temas de cariz tradicional e popular.Quantos elementos
tem atualmente a banda?Somos, como sempre fomos, 8
elementos e apenas homens. Mantemo-nos em igual número desde a formação
inicial, embora hoje não sejamos os mesmos 8, nem tenhamos a mesma formação
musical (em termos de instrumentos) que tínhamos em 2010. No entanto, ainda hoje se
mantêm na banda 4 elementos desde a sua fundação.Que balanço fazem destes 10 anos?Pi d'Areosa: É extremamente positivo. Acho que temos feito um bom trabalho porque nos
vamos pautando pela entrega, seriedade e compromisso com que o vamos fazendo.
As coisas boas que nos vão acontecendo dão-nos um alento adicional para
prosseguir o nosso trabalho. É um trabalho de uma equipa unida e com objetivos
compartilhados. Para nós, só assim faz sentido. E quando assim e, fica tudo
muito mais fácil.Jorge Salgueiro: Foram anos de muito trabalho, muito investimento (não só monetário,
naturalmente!) e de muita dedicação por parte de toda a gente que integrou
este projeto nesta sua primeira década. Temos muitas recordações bonitas e
atingimos alguns “marcos” que muito nos orgulham.Algum sítio onde
gostavam de atuar mas que nunca tenham ido?Pi d'Areosa: É certo que
há sempre um fascínio natural pelas salas maiores e mais emblemáticas do país.
Acho que chegará o dia de nos apresentarmos em concerto no Coliseu do Porto,
por exemplo.Jorge Salgueiro: Confesso que gostava de pisar o palco do Olympia, em Paris. Pelo
misticismo e historial da sala.
De todos os
espetáculos, houve algum que vos marcasse em especial?Pi d'Areosa: O concerto
de gravação do DVD “Tertúlia à Desgarrada (ao vivo)”, no Centro Cultural de
Viana do Castelo, foi o concerto que mais me marcou. Não só pelo concerto e
pelo ambiente fantástico que se viveu, mas também por ser na nossa cidade, com
5 convidados fantásticos, por ser a nossa maior produção, por ter sido
inteiramente da nossa responsabilidade, por termos juntado uma equipa de
trabalho de mais de 100 pessoas e também por ser um marco muito feliz no
projeto Tertúlia à Desgarrada. Um concerto com o qual nós nem sonhávamos quando
demos início a esta nossa rubrica digital.Jorge Salgueiro: Posso referir, em termos de concertos que vamos fazendo ao longo das
nossas Tours: os santos populares na freguesia de Benfica, a Feira de São
Mateus e a Concentração Motard de Góis. São três locais em que, felizmente,
somos repetentes e que têm uma simbologia especial por nós. Isto sem desmerecer
as centenas de locais onde já levamos o Sons do Minho em concerto. Somos sempre
muito bem-recebidos e acarinhados. Gratos por isso também.Como é o dia a dia
de uma banda, como os Sons do Minho? Onde e quando ensaiam?Pi d'Areosa: Num ano de
normalidade, iniciámos os nossos ensaios semanais (bi-semanais em alturas de
composição de temas novos e no mês que antecede o arranque da nova Tour) no mês
de Outubro e mantemo-los até aos meses de Fevereiro / Março. No decorrer semana
vamos mantendo contacto entre os 8 elementos para debater ideias e conceitos e
para agilizar os processos de forma a que os ensaios seguintes sejam mais
fluidos e proveitosos.Jorge Salgueiro: O nosso dia-a-dia gira em torno do Sons do Minho e acho que essa entrega
acaba por trazer alguns frutos. No entanto, convém referir que, além da
atividade do Sons do Minho, todos os elementos mantêm atividades laborais
paralelas. Costumamos dizer, em tom de brincadeira, que é “trabalhar muito e
dormir pouco”. É muito duro nos meses de maior volume de concertos (Junho a
Setembro, por norma). No entanto, o facto de haver uma atividade profissional e
uma fonte de rendimento paralelas ao Sons do Minho são uma segurança financeira
e emocional preciosa nestes tempos pandémicos.Como caracterizas o atual momento que
se vive na música portuguesa? É difícil viver da música no nosso país?Pi d'Areosa: O atual
momento é dificílimo para todas as áreas. Em tempos ditos normais, também não é
fácil viver da música mas é possível e viável, naturalmente. Digo que não é
fácil no sentido de ser uma área com alguma imprevisibilidade futura. Até
porque ainda nos consideramos relativamente novos!Jorge Salgueiro: Concordo com o Pi e tal como já referi anteriormente, nestes tempos
difíceis que vivemos, damos ainda mais valor à nossa atividade profissional
paralela. Quem tinha e tem a carreira artística como única fonte de
subsistência vive agora tempos ainda mais dolorosos.Quais as tuas principais referências
musicais? O que costumas ouvir?Pi d’Areosa: Eu sou um
confesso apaixonado por música popular portuguesa, folclore e desgarradas. No
entanto, também gosto de fado. Gosto de música portuguesa, no geral. Há
artistas portugueses de que gosto muito (Rui Veloso, António Zambujo, por
exemplo). Gosto também de ouvir música brasileira.Jorge Salgueiro: Eu já sou mais fã de música com mais batida! Gosto muito de ouvir música
portuguesa, mas também sou fã de música eletrónica. No dia a dia, nas viagens,
oiço rádios locais já que as rádios nacionais têm aquelas playlists que se
regem pelos critérios que sabemos.Quantos álbuns já gravaram?Temos 8 trabalhos editados,
sendo que 4 deles são em formato CD/DVD e outros 4 apenas em formato CD.Quais os vossos canais de promoção?De há uns anos a esta parte,
com o início da Tertúlia à Desgarrada, despertámos para a importância das redes
sociais e das plataformas digitais. Por isso, hoje em dia, tudo que fazemos
passa pela nossa página de Facebook (Sons do Minho), pelo nosso perfil de
Instagram (@sonsdominho) e pelo nosso canal de YouTube (sonsdominho). É lá que
podem encontrar todos os conteúdos que vamos produzindo e todas as novidades
que vamos tendo. Isto para falar de canais
com gestão própria e direta da nossa parte. No entanto, contámos ainda
(desde 2010) com o trabalho de promoção da editora ESPACIAL Música que são os
responsáveis pelo agendamento das nossas ações televisivas, rádio e na imprensa
escrita.Além da música, o que mais vos
caracteriza?Pi d'Areosa: Eu acho que
nós os 8 somos pessoas muito empáticas. Isso facilita que sejamos de trato
fácil e de boa convivência social. No terreno gostamos de “descomplicar” sem
que com isso deixemos de exigir as condições que temos como sendo as
necessárias para prestar um bom serviço e apresentar um bom concerto. Essa
flexibilidade ajuda a atenuar os condicionalismos e a imprevisibilidade desta
vida de estrada.Jorge Salgueiro: Além de tudo isso, eu acho que nós não nos devemos esquecer nunca das
nossas origens, do quanto palmilhámos nestes 10 anos e, por isso, eu acho que a
simplicidade e a humildade ficam bem em todo lado. Claro que uma equipa responsável e extremamente
profissional ajuda a que deixemos, em cada local, uma boa imagem da marca Sons
do Minho. Se porventura algum dia não o conseguimos fazer, aqui fica o nosso
pedido de desculpa.
O que pretendem transmitir ao público
com os vossos espetáculos? O que pode o público esperar de uma atuação vossa?Pi d'Areosa: Acho que o
nosso concerto se caracteriza por ser dinâmico, fluido e de qualidade musical.
Digo isto com orgulho porque a “culpa” da qualidade musical é, em grande
escala, dos seis maravilhosos músicos que integram este projeto. Eu e o Jorge
somos os menos músicos da formação.Jorge Salgueiro: No nosso concerto é garantida muita alegria, interação com o público e
acho que a desgarrada é um dos seus pontos altos. No entanto, além da
desgarrada, é bom sentir que grande parte do nosso público também acorre aos
nossos concertos no desejo de ouvir alguns temas originais com os quais se
identifica.De que forma a pandemia afetou a
banda?Pi d'Areosa: Acaba por
nos afetar em todas as vertentes, praticamente. Ao deixar de haver ensaios,
concertos e contacto presencial, afeta o funcionamento normal das nossas
dinâmicas. No entanto, por termos uma equipa desenvolta, unida e jovem, vamos
trabalhando à distância e tentado manter as nossas redes sociais e a nossa
Tertúlia à Desgarrada em plena atividade.Jorge Salgueiro: Para além de afetar a componente monetária, afeta também o encontro
presencial entre toda a comitiva e, consequentemente, a produtividade musical.
No entanto, temos tentado manter-nos ativos na produção de conteúdos digitais
para as redes sociais. Tal como sempre fizemos, matemos contacto diário entre
todos, via internet.Qual é o maior desafio que enfrentam?Pi d'Areosa: Tal como
referi anteriormente, preocupamo-nos muito por nos mantermos ativos, por criar
conteúdos e temas novos e por potenciar as plataformas e canais de comunicação
que neste momento são o único veículo de promoção. Além de o fazermos por uma
questão de proatividade, fazemo-lo também porque “quem não aparece, esquece”!Jorge Salgueiro: Se conseguirmos manter este trabalho regular e cuidado de que o Pi falou,
creio que conseguiremos ser lembrados na hora das entidades contratantes
voltarem a escolhera música portuguesa para os seus eventos. Esse é também um
objetivo/desafio para nós.Uma historia de
backstage, que se recordem assim à primeira … e que nos queiram contar?Pi d'Areosa: Já fomos
contratados para cantar uma desgarrada num casamento, sendo surpresa para os
noivos. Fomos contratados por um familiar dos noivos. Chegados à quinta,
preparámos tudo para a surpresa e esperámos ordem, desse familiar, para que
pudéssemos entrar no salão. Tivemos ordem e arrancámos. Quando demos por ela,
estávamos a cantar na ala errada do salão, no casamento errado. Nós estranhámos
os noivos não se identificarem com os nomes das quadras que íamos improvisando,
mas insistimos. Até que percebemos que, no mesmo salão, estavam a acontecer
dois casamentos em simultâneo. Continuámos a desgarrada, pedimos desculpa (a
cantar) e mudámo-nos para a outra ala do salão em que estava o casamento certo.Jorge Salgueiro: Uma altura eu e o Pi começámos o concerto com os pockets da monição
trocados. Ou seja, eu cantava e ouvia a minha voz muito baixinha e o Pi tinha a
minha voz muito alta na escuta dele. Foi um sofrimento. Até que percebemos o
que se estava a passar e desatámos a rir. O maior desafio foi conseguir acabar
de cantar aquele primeiro tema no meio do ataque de riso.
Fora do palco, o que
mais gostas de fazer?Pi d'Areosa: Gosto muito de descansar, ficar
por casa, estar em família.Jorge Salgueiro: Eu gosto de me entreter por casa na bricolage e em
ter tudo sempre organizado ao meu gosto mas também gosto muito de dar umas
voltas de mota com os amigos e estar em família.Corona vírus é?Pi d'Areosa: A prova
provada de que o que é hoje não é amanhã e de que devemos aproveitar a vida ao
máximo e usufruir de todos os momentos. A prova também de que ninguém é mais
que ninguém e que devemos unir-nos e valorizar a componente humana.Jorge Salgueiro: Para ser direto e conciso, dar-lhe-ia um nome de um prato típico do nosso
distrito: "uma foda"! Para quem não sabe, é uma
receita de cordeiro assado no forno com arroz de açafrão. Típico do concelho de
Monção e do qual nós somos padrinhos da confraria.A possibilidade de
ser infetado assusta-te?Pi d'Areosa: Sim, muito.
Até porque mantenho a minha atividade profissional paralela em pleno e contacto
com muita gente diariamente. Sei que a probabilidade é grande. Tanto de me
infetar como de transmitir.Jorge Salgueiro: Sim, principalmente pela possibilidade de poder contaminar os meus ou até
mesmo quem me rodeia. Faço por me proteger e ter o máximo de cuidados possíveis,
mas sei que será difícil escapar.Tens fé em deus?Pi d'Areosa: Sim, tenho.
Vivo a religião e as minhas crenças ao meu jeito.Jorge Salgueiro: Eu sou pouco praticante mas faço os meus pedidos e as minhas orações. Apaixonado vais até
onde?Pi d'Areosa: Até onde a
paixão me levar. Sou um apaixonado por esta vida de estrada, pelos palcos, pela
azafama.Jorge Salgueiro: Até ao fim do mundo mas já não estou em idade de novas paixões! AHAHAHAHAMais de 300,000 seguidores nas redes
sociais, visualizações em vídeos que ultrapassam um milhão de pessoas … é muita
fruta?Pi d'Areosa: Sim,
mentiríamos se disséssemos que esses números nos são indiferentes. Toda a gente
trabalha e projeta as coisas para que tenham alcance e cheguem ao público. Nós
não somos exceção. Sim, temos tido alguns vídeos que ultrapassam as 500.000
visualizações no facebook e outros até que ultrapassam a marca de 1 milhão.
Ficámos muito felizes com isso mas, essencialmente, agradecidos por o nosso
trabalho ser tão bem recebido.Jorge Salgueiro: É muita fruta mas, acima de tudo, gostámos de reter o “sumo” que daí possa
advir. Estamos muito atentos aos nossos resultados e gostámos de os analisar
criteriosamente para podermos melhorar cada vez mais e irmos de encontro aos
gostos do nosso público. Realmente é um alcance de
muita gente e acho que é também fruto do continuado investimento que temos
feito na divulgação deste nosso projeto.Têm noção de que são
das bandas mais requisitadas, atualmente em Portugal?Pi d'Areosa: Não vemos
as coisas por esse prisma nem vivemos focados em quem é “mais” e quem é
“menos”. Notamos que somos cada vez mais acarinhados e reconhecidos pelo
público português, temos tido um volume de trabalho crescente de ano para ano e
é essa tendência crescente que gostaríamos de manter no futuro.Jorge Salgueiro: Não sei se seremos mas gostava que um dia fossemos. Vamos continuar a fazer
o nosso trabalho e a semear para que possamos continuar a colher.Lançaram
recentemente um novo DVD intitulado "tertúlia à desgarrada ao vivo",
gravado no centro cultural de Viana do Castelo, desde a organização, á
produção, vocês montaram tudo e de repente o vosso DVD, vira programa
televisivo, pois recentemente a RTP, fez a sua transmissão, em pleno domingo á
tarde … já acordaram para essa realidade? O que significou tudo isso para vocês?Pi d'Areosa: Foi como
que a cereja no topo do bolo nesse moroso mas prazeroso processo que foi a transição
da Tertúlia à Desgarrada do formato digital para o formato ao vivo. Tal como já
referi, foi um trabalho de mais de 6 meses e uma produção que envolveu mais de
100 pessoas. Vê-lo ser transmitido em canal aberto, alguns meses após o seu
lançamento é um motivo de enorme orgulho. Para nós e creio que para a música
portuguesa.Jorge Salgueiro: Foi muito bom. Mais uma vitória. Tivemos a sorte de a RTP se interessar
pelo nosso trabalho que, modéstia à parte, acho que está muito bem feito. No
entanto, continuamos os mesmos de sempre, serenos e com vontade de fazer sempre
mais e melhor.
Já atuaste em Fafe, se te falar em Fafe, o que te vem á cabeça?Pi d'Areosa: Parque do Relógio. É uma das primeiras boas recordações que tenho da cidade de Fafe. Já lá estivemos em concerto e fomos muito felizes. Obrigado a todos os Fafenses.Jorge Salgueiro: Recordo Fafe como uma terra de boa gente, boa gastronomia e “Com Fafe ninguém Fanfe”. Muito obrigado pelo tempo dedicado aos nossos leitores. Uma mensagem para eles?Pi d'Areosa: Antes demais agradecer este espaço que nos concedem para darmos a conhecer um pouco mais do nosso trabalho. Depois, deixar uma mensagem de esperança e positivismo: sabemos que os tempos são conturbados, mas acreditemos que o melhor está para vir e que juntos ultrapassaremos tudo isto. Um forte abraço a todos os Fafenses e obrigado pelo carinho com que sempre nos recebem.Jorge Salgueiro: Agradeço o tempo que dispensaram à leitura desta nossa entrevista. Se chegaram até esta resposta, é bom sinal! Reforço o apelo para que nos sigam nas redes sociais do Sons do Minho (facebook, instagram e youtube) e acompanhem as nossas Tertúlias à Desgarrada. Sejam felizes e com muita saúde. Que nos possamos voltar a encontrar em breve.
VIDEO:Sons do Minho | Tertúlia à desgarrada (Full concert)
Oriundo do distrito de Viana
do Castelo e constituído por oito elementos, o grupo Sons do Minho ocupa atualmente um papel de destaque na preservação
da cultura e da música popular portuguesa. Num espetáculo único e muito dinâmico, podemos
desfrutar dos temas tradicionais portugueses mais carismáticos, das cantigas à
desgarrada e dos temas originais do grupo Sons do Minho. A intensidade dos temas da banda
ao vivo, a intensa interpretação das cantigas ao desafio e a interatividade com
o público transformam o seu espetáculo num verdadeiro estado de alegria e boa
disposição. O Sons do Minho
realiza, anualmente, cerca de uma centena de concertos em Portugal e junto das
comunidades lusófonas: Luxemburgo, França, Suíça Alemanha, Canadá, Estados
Unidos da América, Espanha e Brasil são países onde o Sons do Minho já se apresentou em concerto.
O grupo mantém uma rubrica
mensal nas suas redes sociais, desde Novembro de 2017, intitulada "Tertúlia à Desgarrada", em que
recebe artistas convidados para uma amena cavaqueira e muita música. Em 2020, o Sons do Minho, lançou um novo DVD
intitulado "Tertúlia à Desgarrada ao
Vivo", gravado no centro cultural de Viana do Castelo, com a presença
de 3000 pessoas, onde apresentaram um espetáculo com alguns convidados: Toy,
José Malhoa, Zé Amaro, Rosinha e Sérgio Rossi. DVD este que foi transmitido recentemente
pela RTP, o que consideramos um excelente prémio para este grupo com 10 anos de
carreira.
Eu o Jorge conhecemo-nos noutros projetos musicais do género em que não éramos os responsáveis pelos mesmos. Das conversas que íamos tendo, nas viagens que fazíamos juntos, fomos percebendo que partilhávamos dos meus ideais, das mesmas objetivos e, acima de tudo, da mesma vontade em integrar um projeto que, artisticamente, representasse tudo isso. Então, quase que num desafio mútuo, decidimos “dar corpo” ao que idealizávamos e convidámos outros 6 músicos amigos que, em finais de 2009, se juntaram a nós para começar a compor e a letrar temas originais, fazer arranjos de alguns temas tradicionais que queríamos incluir no repertório, a estruturar o espetáculo, etc. Após alguns meses de trabalho, apresentámo-nos, ao vivo, no Centro de Cultura de Campos (Vila Nova de Cerveira), no dia 13 de fevereiro de 2010. É essa a data que sempre consideraremos como a de início do Sons do Minho. Um dia que jamais esqueceremos.
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