segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O PADRÃO DA INDEPENDÊNCIA


São muitas as cidades vilas e freguesias de Portugal que conservam Padrões da Independência, marcos comemorativos erigidos em 1940, ano das grandes comemorações dos cententenários: 800 anos da Independência de Portugal (1140) e dos 300 anos da sua Restauração (1640). Um duplo centenário que o Estado Novo de Oliveira Salazar enalteceu com as mais diversas manifestações, um pouco por todo o país.

Ao mesmo tempo que foram levantados os padrões alusivos à independência, em 1940, Portugal assistiu a inúmeras manifestações culturais de índole regional e ao arranque de um número considerável de obras de fomento, de assistência, de instrução e outras, que materializaram os festejos maiores da nação portuguesa naquele período.

Em Fafe, as comemorações dos centenários da independência nacional extravasou a festa: foi apresentada a primeira bandeira com as armas da vila, e inaugurados edifícios públicos; dos Correios, do abastecimento de água e da Escola da Feira Velha, para além da apresentação pública do Padrão da Independência.




A 880 anos da independência de Portugal e 380 anos da sua restauração, lembramos o Padrão fafense dos centenários, erigido no Parque 1º de Dezembro de 1640, ali em frente da antiga Estação de Caminhos de Ferro.

A primeira pedra do Padrão da Independência ocorreu em sexta-feira, 17 de Maio de 1940, por iniciativa da Comissão de Festas a Nossa Senhora de Antime (Festas da Vila). Ao acto, assistiram “centenas”de populares, autoridades e o Corpo de Bombeiros Voluntários de Fafe. A banda de Revelhe abrilhantou, “subindo ao ar uma girândola, na ocasião da colocação da pedra. Discursaram alusivamente o Pe. Manuel Basto (Santa Cruz), Dr. António Martins de Freitas, presidente da Câmara Municipal e Dr. José de Barros.”

No âmbito das Festas da vila em honra da Senhora de Antime, há 80 anos, em segunda-feira, dia 15 de Julho de 1940 as autoridades da época procederam à inauguração do “Padrão Comemorativo dos Centenários”, (1140 e 1640) erigido no jardim fronteiro à antiga Estação de Caminho de Ferro (Parque 1º de Dezembro).

 

 

«É obra da Câmara Municipal e da Comissão das Festas da Vila e Centenárias nesse ano Áureo. A gravura representa o Cruzeiro da Independência e o ilustre Pároco da vila de Fafe Rev.º Snr. Manuel Domingues Basto, solenemente paramentado, deitando-lhe a bênção, após a qual fez um eloquente discurso recamado de flores, de vibrações pátrias. Além de milhares de pessoas, assistem os Snrs. Sub-Secretário do Ministro das Obras Públicas Engenheiro Espregueira Mendes, Governador Civil Dr. José Joaquim d’Oliveira, Presidentes da Câmara Dr. António Freitas e da Comissão Concelhia da União Nacional Dr. José Barros e outras pessoas de representação.»

 Fonte: Almanaque Ilustrado de Fafe, 1941, p. 95

 

Fafe tem sabido conservar este padrão, testemunho histórico da confirmação da nossa independência nacional em 1 de Dezembro de 1640.

Um memorial que passa ao lado de muitos fafenses, talvez pelo desconhecimento do seu significado.

Agora que o espaço envolvente foi requalificado, está bonito, porque não colocar ali uma placa interpretativa deste importante memorial?

 



 

Sem comentários:

Enviar um comentário