“UM OUTRO OLHAR” – PEDRO MOURÂO, UM EMPRESÁRIO SEMPRE LIGADO ÀS NOVAS TENDENCIAS

 

Bom dia PEDRO, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista. tenho vindo a acompanhar o teu percurso profissional e confesso que o teu perfil de empresário de sucesso, que está sempre associado ÀS novas tendencias de MERCADO, sensibilizaram-me a te convidar para a nossa entrevista. 
Neste sentido, a minha primeira pergunta é da praxe e é mais pessoal. 

Gostava que me partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Gostavas de estudar? Tens alguém na tua família ou amigos como modelo empreendedor?

Antes de mais queria agradecer a oportunidade que me deste em partilhar o meu percurso de vida a todos os leitores do teu blogue e aos demais que através de partilhas terão oportunidade de ler um pouco sobre mim.

Sou um Fafense de gema que ama a sua cidade, nasci em Abril de 1978 num bairro mais concretamente no largo de Portugal, em casa pois os recursos não eram os de hoje.

O meu percurso escolar passou por completar a primária em Fafe, no primeiro ano do ciclo fui para o Colégio de S. Gonçalo em Amarante onde tive alguma dificuldade de adaptação, no final desse ano letivo regressei a Fafe onde estive até ao 10º ano, uma curiosidade fui eleito presidente da Associação de estudantes da escola secundaria de Fafe. Em 1996/97 abriu um curso de Eletrónica na escola Profissional CENATEX em Guimarães, onde tive de voltar a fazer o 10ª ano e concluir o 12ª ano. Concluído o 12º Ano fui colocado em Engª Mecânica na Universidade em Abrantes, um polo que pertencia á Universidade de tomar. Desde logo verifiquei que estaria desenquadrado no curso desistindo no 1º Semestre. O que eu pretendia mesmo era ser autónomo, em conversa com os meus pais tomei essa decisão e o que queria mesmo era trabalhar. Após procurar vários empregos onde a oferta era pouca, surgiu uma oportunidade no Porto através de um amigo do meu pai ligado ás telecomunicações. Era uma Empresa de reparação de telemóveis DATAFAX “Samsung/ Ericsson”, coincidiu com o boom dos telemóveis. Olhei com bons olhos a oportunidade mas desconfiado pelo trajeto que teria de fazer diariamente. Estive prestes a negar a proposta mas ficaram gravadas umas palavras do meu pai na minha mente “vais dar um pontapé na tua vida”, “ vais e vês se gostas” e como não quis tomar uma decisão precipitada acatei aquelas palavras sábias, então lá ia eu diariamente fazer aquele percurso longínquo e cansativo para a Invicta.

Levantava-me ás 6 da manha todos os dias, ia a pé da  minha rua  Urb. Engº Mario Valente para a central de camionagem de Fafe apanhava autocarro as 6:30, depois era o percurso FAFE- GUIMARÃES (pela nacional) PORTO (auto estrada), chegava ao Porto perto dos aliados as 08:00, subia á praça da Republica, descia avenida da Boavista e seguia ate ao Campo alegre onde chegava á empresa por volta das 20:45.

No primeiro dia fui muito bem recebido pelos meus colegas e prontamente me dediquei e logo vi que estava ali a grande oportunidade da minha vida. Apos os primeiros dias de trabalho disse ao meu pai que era mesmo aquilo que pretendia, os dois primeiros meses foram de muito sacrifício, no entanto a empresa procurava técnicos e eu prontamente aconselhei colegas do meu curso, foram entrevistados e desde logo foram aceites.

Tudo começava a ser mais fácil, éramos 3 decidimos levar carro e dividir despesas mais tarde tomamos a decisão de alugar um apartamento e viver juntos, fomos simplificando.

Após 3 anos na Datafax surgiu uma proposta e a oportunidade de trabalhar na NOKIA na multinacional Teleservice. Seguiram-se mais uns anos bastante produtivos e de grandes conhecimentos que me deram muita experiencia. Foram 5 anos dedicados as telecomunicações e á micro eletrónica, foi então que pus em prática os meus conhecimentos e saí bastante enriquecedor e preparado para enfrentar as adversidades do mundo do trabalho.

O meu sonho e ambição passava por ter o meu próprio negócio foi então que surgiu a empresa Mourãotel. 

A Taberna do Sushi é um projeto diferente, numa área que me era completamente desconhecida. Eu como grande apreciador de sushi percorria tudo o que era restaurantes de gastronomia Asiática e num deles o meu atual sócio António Oliveira era sushiman. Entretanto esse restaurante fechou e ele deslocou-se á minha loja para adquirir um telemóvel e dizia-me “não queres abrir um restaurante de sushi em Fafe?” eu prontamente “nem pensar!! Posso ajudar, tentar arranjar um espaço e clientes e publicitar, mas restauração não é a minha área”. Entretanto ele foi gerir 3 restaurantes de sushi em Espanha e sempre que estava comigo vinha com a conversa de abrir um restaurante, até que me falou em vez de abrir um espaço para restaurante, abrir um take away e entrega ao domicilio aí já ponderei e refleti, visto que um investimento de um take away é diferente do investimento do restaurante.

Acontece que criamos um facebook da Taberna e começamos a ter muita recetividade, partilhas e comentários e comecei a ver o projeto de outra forma e decidimos partir para abrir o espaço e assim nasceu a Taberna do Sushi. 

Como surgiu a ideia de ser empreendedor?

A ideia surgiu da minha ambição, do meu conhecimento profissional e como disse atras queria ser autónomo. Pressentia que era uma boa aposta, uma área de grande futuro e que tinha todo o know how capaz de ter sucesso, dado a grande evolução das tecnologias nomeadamente as telecomunicações

 

Tens a particularidade de estares na gestão de DUAS EMPRESAS, em setores tão distintos como as telecomunicações e a restauração. Conta-nos mais sobre as trajetórias das TUAS empresas até à data de hoje, partilhando-nos as suas atividades, os seus produtos e serviços e dimensão em termos de mercado e humano.

A empresa de telecomunicações Mourãotel já conta com 17 anos de existência, dedicamo-nos á venda de telemóveis e acessórios, reparação de telemóveis, focamo-nos também nos negócios empresariais mais propriamente nos contratos MEO NOS e VODAFONE, como também nos contratos residenciais TV NET e VOZ das 3 operadoras.

O foco, é a satisfação do cliente, daí a proximidade o apoio e a confiança ao nosso cliente, damos tanta importância na venda como o pós venda, daí nos diferenciarmos da concorrência.

A Taberna do Sushi, foi uma aventura que se tornou um caso sério ao qual me dá um certo orgulho fazer parte deste projeto.

Primeiro porque foi um projeto bastante corajoso numa cidade como a nossa, onde a gastronomia foge muito da caraterística dos nossos produtos.

Segundo  considero uma aposta ganha,  porque hoje somos reconhecidos como uma referência Nacional na gastronomia Asiática

Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia dos teuS negócios?

Hoje em dia as maiores dificuldades a nível de telecomunicações, deparamo-nos com a larga concorrência, a quebra de preços em produtos que as grandes superfícies por vezes nos condiciona e nos obriga por vezes a vender abaixo de preço, as variadas oscilações de preços, a rápida descontinuidade de produtos eletrónicos, o que nos leva muitas vezes a ser conscientes nos produtos de exposição e nos stocks, 

Quais são as maiores satisfações e DESILUSÕES que tiveste, até agora, com AMBAS?

As maiores satisfações que eu tenho é o reconhecimento profissional e a confiança que criei ao longo do meu percurso aos meus clientes. O meu lema é “A satisfação do cliente, é a nossa satisfação”

Desilusões infelizmente nesta área é muito frequente, principalmente quando te “trocam”, por vezes não somos reconhecidos, quero com isto dizer que muitas das vezes ajudamos o cliente sem qualquer retorno por alguma situação,  e passado algum tempo na altura de renovação dos contratos, passamos ao esquecimento…

Na Taberna as maiores satisfações é o reconhecimento da qualidade por parte dos nossos clientes, a classificação no TripAdvisor, Google e Facebook, o prazer que nos deparamos quando clientes fazem kms para vir jantar ao nosso restaurante, nomeadamente espanhois.

As desilusões não são muitas mas temos sempre aqueles dissabores de clientes que fazem reserva e não  comparecem e não atendem o telefone e agora o problema pandémico que nos abrange a todos em que o sector da restauração é dos mais afetados.                    

Quais são os próximos desafios para as tuas empresas?

Na Mourãotel o dia a dia já é um desafio pois a evolução da tecnologia obriga-nos a estarmos sempre presentes e atualizados

Na taberna já contamos com um novo projeto/desafio, já abrimos um segundo espaço em Famalicão, mesma qualidade, mesmo conceito agora os horizontes serão outros que passa pelo franchising.

 

Quais são as características pessoais mais importantes para as tuas empresas? Isto é, que importância dás às relações internas e externa nas tuas empresas? E para ti como empresário, quais são os contactos mais importantes? Fornecedores, clientes, pessoas influentes?

As caraterísticas principais passa pelo ambiente que criamos, é fundamental trabalhar em equipa

Um local de trabalho saudável e estimulante é essencial para que haja produtividade e motivação para cumprir os objetivos propostos, é vital na empresa para prestar um bom atendimento uma boa empatia e um bom serviço ao nosso cliente.

Um cliente satisfeito e bem atendido, volta daí tentamos sempre preservá-los pois é com eles que crescemos diariamente.

Ao longo destes anos trabalhamos com os fornecedores que nos dão as melhores garantias pois são eles que nos asseguram a vantagem competitiva da empresa.

Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

Por vezes não é fácil olhar para dentro de nós e nos autocaracterizar, o primeiro passo é tomar consciência do que somos e depois vamo-nos educando. Tento sempre manter-me positivo, as atitudes, os atos, os hábitos, as palavras porque só assim as palavras se tornam positivas e com isso os nossos valores que nos levam ao sucesso

Encaro o fracasso sempre como uma aprendizagem, por vezes o fracasso fortalece-nos dá-nos um estimulo que por vezes precisamos para desenvolver a nossa intuição e nossa capacidade de criar soluções.

Lidar com o fracasso é essencial para chegar ao sucesso

Quanto ao sucesso, sempre fui muito calculista e racional lido bem com o sucesso e penso que é no trabalho, esforço e dedicação que está a base para alcançar os objetivos ao qual nos propomos diariamente.

Consegues conciliar, no teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

No meu dia-a-dia é fácil lidar com a vida pessoal e profissional, sou solteiro, vivo sozinho não tenho filhos o que facilita conciliar a parte pessoal com a profissional, de outro modo exige muito mais de mim a nível psicológico e mental, sou o suporte de mim mesmo o que por vezes requer mais força, mais vontade e determinação. A minha família é a minha base, mas sou muito independente.

No teu percurso de empresário, queres partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou?

Não existe momento mais negativo do que atual situação pandémica que vivemos.

Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Ser empreendedor no atual estado da nossa economia, é um percurso longo e corajoso, onde devemos ser conscientes dos objetivos que traçamos. Fazer um bom planeamento, lutar por algo que acreditamos, confiar nas nossas potencialidades e ter um psicológico muito forte porque nada é certo e nada é garantido enfrentar os nossos medos porque só assim poderemos crescer como pessoa e como profissional

Vamos passar para uma parte mais pessoal da entrevista, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase pequena para cada uma delas:

Hobbies?

Futebol

Local de Férias preferido?

Brasil

Adoras?

Viajar

Detestas?

Falsidade

Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

Jogar futebol e conviver com os amigos  

Qual é tua música preferida?

Guns n´Roses November Rain

U2 One Love

qual foi o filme que te marcou?

Muitos filmes ao longo dos anos que nos marcam, mas vou mencionar o mais recente: Milagre na Cela 7

Prato preferido?

Arroz de cabidela

Cabrito

Restaurante preferido?

Restaurante Oxalá

CITE 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

O maior desejo neste momento é a vacina para o Covid

Franchising Taberna do Sushi

Viajar, conhecer novos países

Desporto preferido?

Futebol

Qual é o teu clube?

Coração dividido entre 2 amores

A.D.Fafe

FC Porto

Se não fosses empresário, eras?

Técnico de eletrónica

Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Provavelmente não mudaria em nada, apenas não cometeria alguns erros que cometi, mas é com os erros que aprendemos.

O que representa Fafe para ti?

Fafe é a minha casa, AMO esta cidade

Se amanhã, fosses um eleito político local, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Apoio ás empresas e ao comercio local, de forma a relançar a economia

Planos de estabilização económica e social

Qual é a tua regra de Ouro?

“Meu modelo de negócio são os Beatles. Eles eram quatro amigos que conseguiam controlar as tendências negativas um do outro. Eles equilibravam um ao outro, e o total era maior do que a soma das partes. É como eu vejo os negócios: grandes coisas em termos de negócios nunca são feitas por uma pessoa. São feitas por uma equipe de pessoas".

Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

“VAI FICAR TUDO BEM”