quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Regadas e o Associativismo - Grupo Cultural e Desportivo de Regadas (GCDR)

Fafe é uma terra de causas. O associativismo é forte e determinante para tornar comum as vontades de um povo que se afirma. Entre outras aventuras, vamos aprofundar a história, os feitos e os projetos de diversos grupos de Fafe. Permitam-me dar o início a esta odisseia com um grupo da minha freguesia. 



GCDR

A Equipa desportiva de Regadas, que posteriormente vem dar origem ao Grupo Cultural e Desportivo de Regadas (GCDR), aparece ligada aos escuteiros locais. Inicialmente com o Campo arrendado, iniciativa do Pároco da Freguesia para que os jovens escuteiros pudessem ter um local para a prática desportiva, esta atividade desportiva, iniciada em 1972, tem como primeira apresentação o dia 1 de Janeiro, numa disputa com uma equipa da freguesia vizinha de Ardegão.

O ‘torneio inter – freguesias’ era o mais usual na altura e foi a primeira etapa para a equipa de Regadas entrar em competição. Segundo Luís Alberto, Director da equipa, a primeira vez que o Regadas entrou no torneio verificou-se que a freguesia era desconhecida pelos fafenses da zona Norte do concelho, mas se até aí era desconhecida, o primeiro lugar do torneio deixava marcada a sua presença.

As primeiras referências redigidas em acta datam de 25 de Janeiro de 1976, onde se destaca o alargamento do Campo com a autorização dos dois proprietários (José Joaquim Peixoto e Roque Marinho de Oliveira).

Atendendo à escassez de recursos financeiros, no dia 03 de Julho de 1976, os dirigentes e jogadores aprovam a melhoria das condições do campo de futebol, sendo que todos assinam uma acta de responsabilização face às despesas. 

 

 


O Grupo Cultural e Desportivo de Regadas (GCDR), depois das diligências para a constituição do clube, surge oficialmente no ano de 1977, com a filiação no INATEL e inicia uma nova vida no mundo do futebol, onde permaneceu durante uma época.

Em 08 de Setembro de 1977, a direção do Regadas reunida com um dos proprietários do Campo, Roque Marinho de Oliveira, aprova a construção dos balneários e é-lhes concedida, inicialmente, que a água de uma mina junto ao campo seja entubada e explorada sem qualquer custo.

Em 1980, o Grupo Cultural e Desportivo de Regadas (GCDR) é filiado no Campeonato Regional, e entra em competição na época 1980/1981.
As novas construções de destaque surgem na época 1983/84, com o melhoramento dos balneários, a cobertura dos bancos dos jogadores e a respetiva vedação. Na época seguinte, as infraestruturas do Campo continuaram a melhorar, destacando-se a colocação de holofotes no recinto do jogo.

A época 1984/85 foi um dos momentos mais marcantes na história do clube, uma vez que a subida para uma divisão superior se fazia notar.

Novas apostas no recinto do jogo surgem a 10 de Julho de 1987. Roque Marinho de Oliveira, fez a doação «… de uma parcela do prédio designado Campo das Cerdeirinhas, inscrito na matriz sob o artigo 206, rústico de Regadas, sobre o qual está constituída parte do campo de futebol e ainda da servidão da água vinda do mesmo prédio para os balneários da coletividade, já entubada, com um volume de 750 litros por semana».

AQUI REGADAS foi um jornal criado e editado pelos sócios do GCDR. O objetivo deste órgão informativo contemplava a vida do Clube, mas sociedade e as críticas à atuação política são evidentes nas diversas publicações. O número zero tem a data de Janeiro de 1987, sendo director Fernando Peixoto Lopes e Coordenador Luís Filipe Monteiro Costa. O Ano II tem como diretor Joaquim Lopes Silva e mantém o coordenador. Já em 1991, o GCDR lança um novo jornal, embora siga a mesma linha editorial, o seu nome é agora ECOS DE REGADAS e tem como diretor Alberto Dantas e na coordenação Luís Filipe Monteiro Costa e Álvaro Teixeira.

 Os sócios do Regadas não se propuseram a eleições na época 89/90 devido a não aparecer quaisquer lista candidata, o que originou a criação de uma «comissão administrativa para velar pelos haveres do grupo», o que se repetiu na época seguinte. A ausência de candidatos, pela terceira época consecutiva, levou a que a Junta de Freguesia fosse nomeada pelos sócios como entidade administrativa. Nesse mesmo ano, reuniram-se esforços e surgiu uma nova Direção em Assembleia-geral.

Entre algumas complicações próprias do Associativismo, o Regadas foi lutando por várias épocas pela sobrevivência na regional, mas as dificuldades fizeram com que o Clube ficasse parado durante alguns anos, embora tivesse nesta altura passado por uma nova experiência com a inscrição das camadas jovens na Associação de Futebol de Braga.

Após um período ‘interrompido’ do futebol em Regadas, no ano 2000 uma nova comissão deu mãos ao projeto de recuperar o desporto e o Clube. O Futebol Popular, depois de um ano com as camadas jovens, foi a solução mais viável atendendo às necessidades financeiras.

 


Os adeptos retomaram os lugares desocupados e o apoio ao Regadas conhece uma nova dimensão de vivacidade clubista. No final deste primeiro ano, o Grupo – que vestia de preto e amarelo – consegue vencer a final da taça ‘Cidade de Fafe’, no Estádio do Fafe, derrubando o Ribeiros por quatro bolas contra uma. Uma festa que levou muitos adeptos ao Estádio do Fafe.

 Sendo os recursos financeiros escassos, o amor à camisola nunca deixou que o futebol fosse uma mera passagem do tempo, antes se destacou esta equipa pela qualidade dos seus atletas, como provam as muitas taças arrecadadas.

 

Vencedores do XX encontro de CANTADORES DE REIS

Cantar os Reis foi mais uma forma encontrada para conseguir mais um apoio para o Clube de escassos recursos e sair vencedor foi um mérito pelas provas dadas no XX Encontro de Cantadores de Reis do Concelho de Fafe.

A participação neste evento tornou-se uma passagem obrigatória para o Grupo Cultural e Desportivo de Regadas.

Depois de várias épocas a disputar o Campeonato do Futebol Popular, o Regadas voltou à Regional.

Como forma de angariação de fundos tem recorrido a diversas empresas em troca de publicidade exposta no local do jogo, venda de material de merchandising e à exploração de um pequeno bar nos dias dos jogos, para o qual tiveram o apoio da Junta de Freguesia na sua construção, assim como a recuperação dos balneários. O cantar os Reis pela freguesia ajuda também a colmatar as despesas.

A publicação de um pequeno boletim, virado para o Clube e algumas peripécias criativas, foi também uma aposta rápida dos dirigentes do Clube, sob a direção de Tânia Lemos, para conseguir envolver mais as pessoas e o Futebol em Regadas.

 

 

A época 2007/2008 conheceu uma faceta mais divertida dos dirigentes e atletas do GCDR que se fez representar nas Marchas Populares de Fafe e terminou com o Torneio Inter Lugares, um torneio de Futebol de 5, que viu inscritas onze equipas, que representa um total de 88 atletas da Freguesia de Regadas.

 

Futebol Juvenil de 7 e Futsal Feminino

 No ano 2007, o GCDR, pela primeira vez, participa no XXI Torneio de Futebol Juvenil organizado pela Câmara Municipal de Fafe, dando mais vida desportiva aos jovens regadenses e, no ano 2008, a equipa de Futsal Feminino torna-se uma marca determinante na envolvência de novas atletas e da própria freguesia no desporto.

A equipa feminina mereceu, desde logo, o apoio de uma claque motivada pelos jogos dos seniores e a sua atuação em campo e os resultados positivos fizeram com que os sócios as acompanhassem em grande escala. A vitória do campeonato e a vitória da taça em 2008 são sinónimos da brilhante participação e dedicação das atletas, que contribuíram para o aumento do espólio e dos momentos de glória do clube.

No futebol juvenil, o GCDR pisou os relvados do Fafe em 2008, uma vez que conseguiu a qualificação às meias-finais do XXII Torneio de Futebol Juvenil da Câmara de Fafe, em futebol de 7 – Escalão B. Não conseguindo ultrapassar o adversário, já depois do período normal de jogo, em penaltis, a disputa final foi pelo terceiro lugar, o que se veio a verificar e mais um troféu entra para a história do clube.

Campeões do Campeonato em Seniores no Futebol Popular, campeões no Campeonato de Futsal Feminino, vencedores da Taça de Futsal Feminino e terceiro lugar em Futebol Juvenil, este é o momento por excelência no desporto em Regadas. O grupo que veste de preto e amarelo está em forma e destaca-se pela quantidade dos atletas que tem ao seu encargo, uma vez que está em todas as frentes. A época 2008/2009 iniciar-se-á com a disputa da Super Taça, quer pela equipa Sénior, quer pela Equipa Feminina.



O Emblema
Preto, Branco e Vermelho
Cruz vermelha com fundo branco e letras e contornos pretos

O Equipamento: Camisola amarela e calção preto.

 

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