Boa tarde ricardo, desde já, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista. NA véspera das compras de natal antecipadas, tomei a iniciativa de convidar, nas próximas semanas, vários comerciantes de diferentes setores.
tenho vindo a
acompanhar o teu percurso profissional, e confesso que o teu perfil de
empresário de sucesso, que está sempre associado ÀS novas tendencias de MERCADO
musical, sensibilizaram-me a seres o primeiro comerciante deste ciclo até ao
natal, a te convidar para a nossa entrevista. Neste sentido, a minha primeira
pergunta é da praxe e é mais pessoal.
Gostava que me
partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Gostavas de
estudar? Tens alguém na tua família ou amigos como modelo empreendedor?
Caríssimo,
é sempre um prazer ter a oportunidade de conversar contigo.
Ora, não
tenho nenhum segredo, o meu percurso académico foi normal fiz a primária no P3,
depois frequentei o colégio de S. Gonçalo em Amarante até ao 6º ano, vim para Fafe fazer o 7º e 8º,
ingresso no seminário Franciscano em Leiria no 9º e 10º ano retorno a Fafe à
secundária fazer o 11º e 12º, vou para o conservatório de Música Calouste
Gulbenkien em Braga, faço 2 profissionalizações em serviço ao grupo de
recrutamento 250 ( educação Musical 2º ciclo) e 610 ( Música 3º ciclo), uma pós
graduação em pedagogia do e-learning e finalmente o mestrado em pedagogia do
e-learning, um termo tão na moda atualmente, mas daria uma nova e longa
entrevista, porque de ensino à distância isto que se praticou nos últimos
tempos não teve nada….
Não gostava
muito de estudar mas lá me fui safando…
Na família
não tenho nenhum exemplo empreendedor, nem nenhum amigo em quem me inspirasse.
Como TE surgiu a ideia de
ser empreendedor?
Bem, consegui
depois de terminar o secundário ser trabalhador estudante, e realmente enquanto
tirava o curso de música, sempre trabalhei, portanto consegui independência
financeira muito cedo, o que me levou a ser um pouco “ Tio Patinhas” e juntar
algum dinheiro.
Ora um dia
numa montagem de palco, num grupo musical que tocava, chamado “ Banda Jovem”,
estava eu a montar uns par 64 e por baixo a segurar na escada estava o meu
atual sócio, Daniel Ribeiro, o qual questionei se tinha 10000.00€ para
montarmos uma loja de música, pois sabia que o Sr. Aníbal, que monta uma loja
em nome individual, mas que já a tinha apelidado de Fafmusica, estava na
disponibilidade para a vender, ora a minha/ nossa ( do meu sócio) é a música,
que me disse que não tinha o dinheiro, mas que se arranjava…. Ora na altura com
20 anos de idade não faltaram vozes críticas que a empresa, Fafmusica
instrumentos musicais lda, criada oficialmente em setembro de 1999, não duraria
2/3 meses, ora mais de 20 anos depois cá estamos…. Fafe tem esta
particularidade….
A empresa que diriges
atualmente, foi criada em 1999, conta-nos mais sobre a trajetória da tua
empresa até à data de hoje, partilhando as suas atividades, os seus produtos e
serviços e sua dimensão em termos de mercado.
Começamos por ser uma loja de instrumentos musicais, que tinha uma pequena escola de música, começamos num espaço com 30mt², fomos crescendo e acompanhando o mercado, passamos para uma loja de 100mt² e atualmente estamos num local com 1000mt².
Ora o mundo
muda diariamente, tal como referi começamos por ser uma pequena loja de
instrumentos musicais com escola de música, mas o mercado foi mudando e tivemos
que nos adaptar a ele, e atualmente somos referência nacional e internacional
no comércio de som, luz, vídeo e instrumentos musicais. Ora isto só foi
possível graças a muito trabalho, seriedade, e principalmente graças ao online,
isto no que toca ao comércio.
Paralelamente
continuamos com a nossa escola de música, onde quem quer aprende ao seu ritmo e
o que gostaria ou gosta de ouvir e tocar, sem um plano rígido de aprendizagem,
com um programa a cumprir, enfim uma aprendizagem ao ritmo do aluno.
Fomos
obrigados a voltar à estrada e gerimos alugueres de som, luz e vídeo
profissional, com clientes e artistas espalhados por todo o Portugal.
Temos também um gabinete de projetos/ instalação na área das
sonorizações de qualquer espaço, e obras de referência pelo País, como:
Entre muito outros que poderia aqui enumerar, mas não vos
quero maçar com portfólios.
Paralelamente a estas instalações, também somos certificados
em EN-54 no EVAC nas marcas Bosch, FBT, Fonestar e TOA, uma área de negócio
ligada à proteção contra incêndio, ou seja, o vulgo som ambiente que toda a gente
ouve nos shoppings, por exemplo, e que não sabe que aquilo além do som ambiente
é um sistema de proteção contra incêndio….
Para concluir, temos também a produção de espetáculos, onde
geralmente entregamos ao cliente o produto chave na mão sem ele se incomodar
com nada, costumo dizer, em tom de brincadeira, só tem o incómodo de pagar a
fatura no fim….
Portanto podes ver que tenho um dia sempre muito calmo…
Quais são as
dificuldades que encontras na gestão do dia a dia da tua empresa?
As
dificuldades são geralmente oportunidades… que frase tão bonita e batida, não?
Bem falando
agora a sério, a nossa empresa, no comércio, tem uma presença muito forte na
internet, que atualmente é a nossa porta de exportação e aqui a “guerra” é
muito dura, temos de estar em constante evolução, atualização de preços,
negociações de contratos permanentes, pois o cliente troca-nos por 1€ de
diferença. Estar sempre atento ao mercado e aos colegas de empresas similares
também é importante, pois como também faço alguma contratação pública tenho de
estar atento a quem está na luta, se estou a comprar bem, como posso marcar a
diferença.
Hoje os desafios são cada vez mais “always on” e à velocidade da luz, portanto perceber o mercado e atualizarmo-nos constantemente é obrigatório e uma constante e, portanto, estar na vanguarda, e um paço à frente é o nosso maior desafio.
Quais são as maiores
satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a tua empresa?
A Minha
empresa não tem desilusões, o que me desilude é o sistema em Português, não sei
se me faço entender, uma empresa nasce, com o aval e o risco dos seus sócios,
uma empresa cresce com o risco e trabalho dos empresários/ colaboradores e dos
sócios, as empresas têm responsabilidade social da obrigação dos seus sócios,
fazemos negócios e trabalhamos com riscos constantes, e o estado recebe.
O que mais
me satisfaz é ver o crescimento progressivo e sustentável que consegui fazer na
minha empresa.
Quais são os próximos
desafios para a tua empresa?
Continuar o crescimento internacional, cimentar mercados e ser uma empresazita de Fafe que é uma referência nacional e internacional.
Como te vês como
pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?
Sou um
otimista e bem-disposto nato, costumo dizer que não adianta andar maldisposto
durante o dia pois o dia vai acontecer e vai ter de passar, portanto é melhor
que seja alegre e divertido.
Com o fracasso e sucesso lido muito bem, são coisas normais do dia a dia, portanto só lhes dou a importância QB.
Consegues conciliar, no
teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?
Bem... isso é bravo… a minha vida profissional
depende de mim, mas com o pilar de casa, ou seja, uma não está dissociada da
outra, quero dizer que só com uma boa equipa em casa, com mulher e filhos em
sintonia comigo é que consigo estar focado no trabalho, e isso os amores da
minha vida conseguem fazer, apoiar e não “estorvar”, para que tudo corra pelo
melhor.
Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?
Acredita na tua ideia e luta contra tudo e contra todos, porque se tu acreditas e trabalhares muito, ela vai acontecer, mesmo que só te deem 2/3 meses de vida.
Finalmente, transitando
a nossa entrevista para uma parte mais pessoal, pretendia saber qual é tua
opinião, sobre o futuro da cultura em fafe, as suas fragilidades e suas
potencialidades?
Eh pá, agora estás a apertar comigo…é uma das perguntas que não gostaria
de responder, mas só digo que não avizinho bons tempos por diversos fatores,
portanto daria uma entrevista só com esta pergunta, ou uma tertúlia, quero
dizer, desafio-te, depois do vírus
desaparecer a criares um painel desta área que esteja disposto a fazer uma
análise, séria, sobre esta questão, e terei todo o gosto em participar seja de
que forma for.
Finalmente, tenho as
seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma
delas:
Hobbies?
Andar de
bicicleta/ Mota
Local de Férias
preferido?
Sapiões
Adoras?
Estar sozinho
Detestas?
Vigaristas
Descreva o teu dia
perfeito quando não estás a trabalhar
Férias em
Família
Qual é tua música
preferida?
Não tenho
qual foi o filme que te
marcou?
Não tenho
Prato preferido?
Tudo o que
leve massa
Restaurante preferido?
Não tenho
PODES ME PARTILHAR 3
coisas que estão na tua lista de desejos?
Criar um empreendimento turístico de casas de
madeira, fazer um cruzeiro, reformar-me.
Desporto preferido?
Ciclismo
Qual é o teu clube?
Futebol Clube do Porto
Se não fosses
empresário, eras?
Professor
Se tivesses a
oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?
Não mudava nada
O que representa Fafe
para ti?
A minha Terra.
Se amanhã, fosses um
eleito político local, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?
Não me leves a mal, mas também prefiro não
responder, pois quando me envolvi num projeto com medidas e atividades
concretas de futuro para Fafe, que faria de nós um exemplo a nível nacional,
numa outra empresa que tenho, acabou tudo em tribunal… deixo-te só um
pensamento não dormiria descansado enquanto houvesse um Fafense sem teto, sem
trabalho e, mais grave ainda, com fome.
Qual é a tua regra de
Ouro?
Honestidade
e Seriedade.
Há algo mais que gostarias
de dizer, que não foi abordado?
Parabéns a ti pela Iniciativa e obrigado pela oportunidade!
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