Outrora encarados como um importante recurso turístico, a nossa rede de percursos pedestres foi perdendo importância estratégica ao nível dos decisores políticos.
Nos últimos anos verificámos um claro desinvestimento que levou a que alguns dos percursos apresentem trechos completamente vedados à passagem dos utilizadores. Como hoteleiro, chegaram-me relatos de turistas testemunhando esse facto e vincando a sua tristeza.
Em minha opinião, este é um erro de estratégia e só compreendo situações destas com o abrandamento da actividade programada de manutenção por culpa da pandemia. É verdade que os meses de confinamento causaram estragos que, provavelmente, ainda não conseguimos recuperar mas temos a obrigação, pelo menos, de informar.
Apelo daqui aos nossos decisores para olharem com carinho (com respeito, até) para a nossa rede de percursos pedestres. Que protocolem a manutenção dos mesmos com as juntas de freguesia ou associações (e que dediquem os respectivos recursos financeiros). Que tentem, também, a extensão da rede. Mais percursos, mais distribuídos pelo território, envolver mais gente no produto. Colocar este produto no mercado, criar (ou repescar) eventos temáticos que tão boas provas deram no passado. Não tenhamos dúvidas do sucesso que teria esta aposta.
Muito teremos a lamentar se esta aposta continuar estagnada. Como fafenses, como profissionais do turismo e no nosso legado às próximas gerações.
Ricardo Gonçalves
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