BOM DIA CARO LUÍS, AGRADEÇO – TE POR TERES DISPONIBILIDADE EM PARTICIPAR NESTA ENTREVISTA. JÁ NOS CONHECEMOS A ALGUNS ANOS E PARA MIM, SERÁS SEMPRE O PROFESSOR DE DESPORTO SEMPRE DISPONÍVEL, COMPETENTE E A ESCUTA DOS SEUS ALUNOS, ENTRRE OUTRAS A MINHA FILHA; MAS NOS ÚLTIMOS ANOS ABRAÇASTES A CARREIRA EMPRESARIAL COM SUCESSO. A MINHA PRIMEIRA PERGUNTA É DA PRAXE E GOSTAVA QUE ME PARTILHASSES AS TUAS ORIGENS, O TEU PERCURSO ESCOLAR E FORMATIVO. ERAS BOM ALUNO? GOSTAVAS DE ESTUDAR? TENS ALGUÉM COMO MODELO EMPREENDEDOR?
Olá Filipe!
Muito obrigado pelo convite.
Sou natural
de Fafe, fiz todo o meu percurso escolar e académico em Fafe, tal como toda a
minha caminhada desportiva. Custa-me muito despedir-me de algo, e o trajeto que tive no Andebol Clube, fez com que me identificasse muito com Fafe e a
defender sempre as nossas cores.
Podia ter
estudado em Vila Real, Porto, Braga, mas o amor que tinha ao Clube, amigos e
família (o meu suporte para tudo) foi sempre maior, tive oportunidade de ser
professor na Madeira e continuar a prática de andebol na ilha, mas pelos mesmos
motivos, nunca pensei abandonar concretamente a nossa terrinha. É aqui que eu
sou feliz.
Como aluno
não era exemplar, nunca mal comportado mas exageradamente malandro… o mais
importante é que fui sempre feliz e não me arrependo de nada.
Como modelo, tive sempre os meus pais, talvez não sejam visto como empreendedores, mas abriram a primeira discoteca na zona norte (1001). A dedicação, disponibilidade, empenho e sobretudo a sua honra, eram notados dia após dia em tudo o que faziam. O valor que davam à família e saber que trabalhavam apenas para o nosso melhor, fizeram com que sejam para sempre os meus modelos (nem será preciso mencionar o valor que têm como pais).
Como surgiu a ideia de
ser empreendedor/empresário?
Talvez todos nós temos algo de empreendedor ou vontade de criar algo, mas o medo por vezes é maior do que tudo. Nasci e cresci em cafés e sempre disse que não iria ter a vida dos meus pais, prisioneiros do trabalho, mas por coincidência caí no mesmo erro.
Criastes a tua empresa
em 2015, com o nome comercial de “Café com Letras”, conte-nos mais sobre a
trajetória da empresa até à data de hoje, partilhando-nos as suas atividades e os
seus produtos e serviços
Quando
abrimos o Café com Letras em 2015, mais
concretamente dia 8 de julho, o conceito idealizado pouco é parecido com o que
temos hoje.
Eram duas
partes distintas, divididas de igual forma entre café e livraria. Com o
desnível de faturação entre livraria e café, fui ampliando a área do café e diminuído a parte da livraria.
Para
compensar, esta diminuição de clientes na parte da livraria que integra também
papelaria e tabacaria, encetei contactos com o chefe de loja CTT em Fafe para
uma pequena parceria, a qual foi imediamente negada. Como faz parte de mim não
desistir, contactei o diretor da zona Norte que me disse que ia pensar no
assunto. Um ano depois, assinei contrato como posto CTT. Neste momento, ser
posto CTT é uma mais valia para o nosso espaço.
O café
também crescendo lentamente, passando de 48 lugares sentados para 140.
Num espaço
só temos: Cafetaria, Restaurante, gelataria, papelaria, livraria, tabacaria e
posto CTT, que se desdobram por “mil e um serviços”.
Quais são as
dificuldades que encontras na gestão do dia a dia do teu negócio que cresceu e
que se tornou familiar ao longo dos anos?
A maior
dificuldade são sempre as relações pessoais e a “mistura” entre pessoal e
profissional. Trabalhar com família e amigos dá uma sensação de segurança
enorme, em que na maior parte das vezes podes sair sossegado, mas em certas
situações a mensagem não passa ou não é dada conforme devia ser devido às
relações existentes.
Quais são as maiores
satisfações e desilusões que tivestes desde 2015 com tua empresa?
A maior satisfação é trabalhar ainda com quase
todos que me ajudaram a abrir o espaço.
A maior desilusão foram estes meses recentes de
pandemia, que abanaram e muito com a estabilidade que a empresa evidenciava.
Quais são os próximos
desafios para a tua empresa?
O desafio é
sempre adaptarmo-nos ao dia a dia e dar qualidade à variedade de serviços que
oferecemos.
O desafio a
que me propus desde que abri, é ser mediador de Jogos Sociais do Estado.
Como te vês como
pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?
Sou
determinado, teimoso, homem de palavra, não vivo obcecado com a perfeição mas
procuro sempre ser melhor dia após dia, tal como quero sempre o melhor para mim
e para os meus.
Não consigo
viver com o erro e não durmo enquanto não “consertar” tudo.
O fracasso
e o sucesso fazem parte das nossas vidas, não dramatizo se algo fracassou nem
me ilumino com o sucesso. Retiro sempre aspetos positivos de todas as
aprendizagens.
Consegues conciliar, no
teu dia a dia, a vida profissional e pessoal?
Trabalhar
13 a 14 horas por dia, arruína a tua vida familiar. Tenho a certeza que terei
esta vida por muitos anos, quero estar com a minha família mais do que duas
hora por dia. Até agora a minha família tem-me apoiado muito, mas há dias que
a minha mulher e as minhas filhas me querem em casa, porque têm saudades.
Partem-me o coração. Daí, eu anteriormente ter referido que não ia cometer o
erro dos meus pais, ISTO É UMA PRISÃO.
Se tivesses um conselho
a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?
O mesmo que
a minha mãe me deu: “és muito novo, tens tudo para dar certo. Se correr mal,
tens `muito tempo pela frente para dar a volta à situação”.
São nestas
alturas de crise que aprecem as melhores oportunidades, se tens um projeto bem
delineado e achas que darás a consistência necessária, só tens que avançar.
Filipe, por
vezes criar não é problema, difícil é arranjarmos parceiros estratégicos tal
como as grandes empresas fazem.
A crise atual associada
à Pandemia COVID-19, afetou-te na tua forma de trabalhar? na competitividade da
empresa, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?
Julgo que a
pandemia só nos trouxe aspetos negativos. Além de perdas enormes que impossibilitam o crescimento da empresa, a relação com os clientes é mais
distante, é tudo muito mais frio, com muito receio. Quem vem à nossa casa sabe bem que não sai ,
ou melhor saía daqui sem uns minutinhos de conversa.
Vamos passar para uma
parte mais pessoal da entrevista, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma
palavra ou frase de resposta para cada uma delas:
Hobbies?
Neste
momento nenhum
Local de Férias
preferido?
Qualquer
lugar, desde que com a minha família
Adoras?
Viajar
Detestas?
Mentira
Prato preferido?
Qualquer
prato de bacalhau
Restaurante preferido?
Janta
Comigo
Desporto preferido?
Qual é o teu clube?
Futebol.
Sport Lisboa e Benfica
Se não fosses
empresário, eras neste momento?
Professor
O que representa Fafe
para ti?
O centro do
universo
Se tivesses a
oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?
Nada, ainda
estou a começar e o melhor está para vir
Se amanhã, fosses um
eleito politico local, que medidas no setor económico ou outro, implementavas?
Por vezes
não é necessário implementar medidas, mas sim criar condições ou atrair
investimento.
Certamente
criava um gabinete de apoio ao empresário.
Qual é a tua regra de
Ouro?
Palavra
dada, palavra honrada.
Há algo mais que
gostarias de dizer, que não foi abordado?
As saudades
que tenho do meu pai, que sempre me ajudou até ao seu último dia. Este projeto
é também dele…tudo o que sou devo-o a ele e à minha querida mãe.
Tudo é mais
fácil quando estão a teu lado.
Obrigado
pela oportunidade Filipe.
Muito sucesso para ti.
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