domingo, 4 de outubro de 2020

“UM OUTRO OLHAR” – TELMA MOTA, UMA DESIGNER CRIATIVA NO SETOR DA JOALHARIA




Bom dia Telma, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista. Eu já te conheço a cerca de 15 anos, no entanto, conheço pouco da tua infância e para tal a minha primeira pergunta é da praxe, gostava que me partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Eras boa aluna? Gostavas de estudar? Tens alguém como modelo empreendedor?

A minha infância foi igual a muitas outras, uma infância feliz com a minha família e os meus avós, com muitas brincadeiras e várias horas a explorar a oficina e as ferramentas do meu avô.  Estudei em Fafe até ao 12º ano, as disciplinas artísticas sempre foram as minhas preferidas mas acabei por seguir para um curso de Economia na Universidade no Porto. A par do curso e porque faltava o lado criativo na minha vida comecei por fazer bijuteria por hobby. Mais tarde em 2014, porque tinha necessidade de explorar novos materiais e aprofundar conhecimentos na área, fiz um curso Técnico de Design de Joalharia Contemporânea na Escola de Joalharia Contacto de Autor no Porto

Como surgiu a ideia de ser empreendedora?

A ideia não foi ser empreendedora, ser empreendedora foi talvez o resultado de transformar um hobby num negócio.

 


Criastes a tua empresa em 2008, e atualmente, a tua marca Telma Mota Jewellery é reconhecida no Mercado português e não só, com peças de joalharia femininas, únicas e originais. Conte-nos mais sobre a trajetória da tua empresa até à data de hoje, partilhando-nos as sua atividade, os seus produtos, a sua dimensão em termos de mercado, entre outros aspetos importantes.

A Telma Mota Jewellery começou por ser uma marca de acessórios e peças em cobre e latão que vendia apenas on-line, mais tarde em 2016 passamos a produzir joias apenas em metais nobres (essencialmente prata). Somos uma empresa pequena, o mercado on-line continua a ser a nossa plataforma de eleição mas temos também a marca presente em oito pontos de venda em Portugal e um em Espanha. 

Produzimos todo o tipo de joias, desde brincos, anéis, pulseiras, colares, alianças, anéis de noivado, etc, lançamos 1 a 2 coleções por ano e fazemos também peças personalizadas. As nossas joias são inspiradas na Natureza e no universo feminino e totalmente produzidas por nós no nosso atelier em Fafe. 



Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia do teu negócio?

Produzir peças em metais preciosos – a prata é a nossa principal matéria prima – requer uma serie de fases, nomeadamente a certificação de todas as peças pela INCM (Imprensa Nacional Casa da Moeda) que faz com que o processo produtivo entre idealizar as peças, produzir e colocar no mercado seja demorado.

 

Quais são as maiores satisfações e desilusões que tivestes desde 2008 com a tua atividade?

Ser joalheira/ter uma profissão artística em Portugal é ter uma profissão que requer muita dedicação, esforço e trabalho. A maior satisfação…ver as pessoas na rua com uma joia Telma Mota Jewellery.

 

Quais são os próximos desafios para a tua empresa?

Consolidar a marca no mercado on-line e a internacionalização.



Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

O fracasso e o sucesso fazem parte da vida, vamos aprendendo a lidar com os dois. No geral considero-me uma pessoa calma, apaixonada pelo que faz. Tento sempre lidar com o sucesso sem levantar os pés do chão e retirar do fracasso tudo o que dele possa aprender.

 

Consegues conciliar, no teu dia a dia, a vida profissional e pessoal?

“Escolhe um trabalho que gostes e não trabalharás um dia na vida” - é mentira, trabalhamos o dobro ou o triplo mas a o trabalho não tem aquela carga pesada e negativa quando gostamos realmente do que fazemos, por isso sim é para mim, fácil de conciliar.

 

No teu percurso de empresária, queres partilhar um momento único positivo ou negativo ou até anedótico que te marcou? 

O meu percurso teve muitos momentos positivos e também momentos menos bons. Todos são importantes, os positivos porque são sempre um reconhecimento do nosso trabalho, como por ex, ter tido no ano passado 10 peças selecionadas no TrendSpot (espaço tendências) da Porto Joia (a maior feira internacional de joalharia realizada em Portugal), e os negativos ou menos bons porque nos fazem melhorar onde somos mais frágeis.


Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Ser persistente, dedicado e trabalhar muito. Iniciar um negócio do zero é difícil e só se consegue com muito amor pelo que fazemos e muito trabalho, mas devemos sempre seguir e lutar pelos nossos sonhos. 



A crise atual associada à Pandemia COVID-19, afetou-te na tua forma de trabalhar? na competitividade da tua atividade, nas relações com os clientes? De forma negativa ou positiva?

A pandemia de Covid-19 afetou-nos a todos na verdade. No caso da minha empresa, não afetou tanto a relação com os clientes porque 80 a 90% do contacto é feito on-line, mas afetou a atividade de uma forma geral porque todos os eventos foram cancelados, as lojas que revendem as nossas peças estiveram fechadas durante um grande período de tempo e, claro, se as pessoas saem menos de casa, têm menos eventos sociais, também têm necessidade de consumir menos.

Por outro lado, talvez o lado positivo é que hoje as pessoas optam mais pelas compras on-line que é onde a minha empresa está mais posicionada.


Vamos passar para uma parte mais pessoal da entrevista, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Ler, cinema, cozinhar.

 

Local de Férias preferido?

O próximo, aquele que ainda não fui.

 

Adoras?

Viajar e conhecer novos lugares e culturas. Apesar de não o fazer tanto quanto gostaria é uma das coisas que gosto muito de fazer.

 

Detestas?

Falsidade.

 

Prato preferido?

Adoro cozinhar e experimentar novas receitas por isso não tenho um prato preferido. Gosto de vários ;)

 

Restaurante preferido?

Italiano é sempre uma boa opção.

 

Desporto preferido? Qual é o teu clube?

Não tenho.

 

Se não fosses empresária, eras?

Joalheira ;) Adoro o que faço e não me via a fazer outra coisa.

 


O que representa Fafe para ti?

Fafe é a minha cidade, foi onde cresci, estudei, onde tenho a minha família. É a minha casa.

 

Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Não mudava nada. As fases boas e menos boas por que passamos fazem de nós o que somos pessoal e profissionalmente, fazem-nos crescer e melhorar.

 

Se amanhã, fosses uma eleita político local, que medidas no setor econômico ou outro, implementavas?

Não é, de todo, o sitio onde me vejo no futuro, mas se isso acontecesse tentaria criar mecanismos de apoio aos jovens empresários e de apoio social para os mais desfavorecidos.  


Qual é a tua regra de Ouro?

Manter-me fiel a mim própria e por tudo o que sou em cada peça que faço.


Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Não tenho nada mais a acrescentar, apenas agradecer-te por esta entrevista e desejar-te felicidades neste teu projeto e convidar os leitores a conhecer a Telma Mota Jewellery – www.telmamota.com


Vídeo Promocional da marca Telma Mota Jewellery



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