quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Sábado | 10 de Outubro | Teatro Cinema de Fafe | 21:30h - Apresentação do CD

“Música Contemporânea Portuguesa para Guitarra”

Sábado | 10 de Outubro | Teatro Cinema de Fafe
21:30h | Entradas Grátis | (lotação limitada)

Apresentação do CD
Música Contemporânea Portuguesa para Guitarra
José Teixeira e Luís Miguel Leite.

Participação especial dos compositores:
Fernando Lapa, Hugo Vasco Reis, Ricardo Barceló e Sérgio Azevedo!


Neste seu primeiro álbum, os músicos,  José Teixeira e Luís Leite apostaram na edição de obras do repertório contemporâneo português para guitarra . Este álbum, será colocado em circulação através das lojas da especialidade e da disponibilização digital mas também através de futuros recitais de Apresentação/Divulgação do CD. A captação áudio e mistura ficou ao encargo do Hugo Vasco Reis compositor e músico reconhecido no panorama musical português e enquanto que a masterização foi  entregue ao grande mestre, António Manuel Pinheiro da Silva considerado unanimemente como um dos melhores engenheiros de som em Portugal. A divulgação radiofónica será realizada através da parceria com a Antena 2 através de spots publicitários e entrevistas. Mariana Santiago ficará encarregue de toda a vertente multimédia e audiovisual do projeto. Este projeto mostra-se original e necessário na medida em que potencializa o trabalho de compositores reconhecidos no panorama cultural português como é o caso de Tiago Cutileiro, António Pinho Vargas, Sérgio Azevedo, Vitor Rua, Fernando Lapa, Paulo Ferreira-Lopes, Victor Castro, José Mesquita Lopes, Hugo Vasco Reis, Carlos Gutkin e Ricardo Barceló. A difusão de repertório português contemporâneo para guitarra é pertinente visto que este raramente é interpretado e editado. O projecto tem como antecedente concertos em várias cidades do país, continente e ilhas. É de salientar que durante o ano de 2019 e 2020 foram feitas estreias de obras dos compositores editados no CD, como: “Micro Images” for Guitar de Hugo Vasco Reis, Micro-Estudo nº 1 e Estudo nº 5 de Ricardo Barceló e a mais recente estreia da obra dedicada aos dois intérpretes Post Hoc Ergo Propter Hoc (para suporte digital, vídeo, duas guitarras eléctricas e performance) de Vítor Rua. Este caminho levado a cabo por estes embaixadores da música escrita para guitarra em Portugal tem sido aplaudido e valorizado pelos próprios compositores, público  e organizações ligadas à promoção da música contemporânea portuguesa. Estes músicos tem um papel preponderante na interpretação descentralizada deste tipo de repertório,  normalmente apenas  interpretado nos grandes centros culturais como Porto e Lisboa.
JOSÉ TEIXEIRA, LUIS MIGUEL LEITE, EM PRIMEIRO LUGAR, QUERO AGRADECER A VOSSA  DISPONIBILIDADE E AMABILIDADE ACEDENDO PARTICIPAR NESTA ENTREVISTA/CONVERSA.
VEM UM CD A CAMINHO! O VOSSO PRIMEIRO ÁLBUM SICA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA PARA GUITARRA, SERÁ APRESENTADO NO PRÓXIMO DIA 10 DE OUTUBRO, NO TEATRO CINEMA DE FAFE, PODEM POR FAVOR EXPLICAR AOS NOSSOS LEITORES A VOSSA VISÃO DO QUE AI VEM?
Luís Miguel Leite (LML): Vem aí um álbum dividido por dois intérpretes a solo (Luís Miguel Leite e José Teixeira) com obras de compositores portugueses atuais. Obras que vão desde 1990 a 2017, ou seja, nossas contemporâneas. O álbum foi gravado em Fafe no auditório do município pelo Hugo Vasco Reis, que é também um dos compositores presentes nas faixas. A masterização ficou a cargo do grande  António Pinheiro da Silva, considerado um dos melhores engenheiros de som português. Tivemos como parceria de multimédia a nossa amiga Mariana Santiago, uma excelente profissional, e entregamos o Design do CD à Inês Durão que fez um trabalho incrível. Procuramos reunir uma equipa muito boa! Quisemos lançar um álbum memorável, penso que está num bom caminho. Este álbum tem parcerias com a Antena 2 e o Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa. Aproveito para convidar todos os leitores a estarem presentes na estreia! Vamos ter a honra de contar com a  presença de alguns compositores a comentarem tópicos pertinentes do projeto.
José Teixeira (JT): Vêm aí o culminar de meses de trabalho, um CD original e pertinente no panorama da música nacional. Não existem muitos álbuns em Portugal exclusivamente dedicados a obras para guitarra clássica, menos ainda com obras de compositores que escrevem atualmente para o nosso instrumento em Portugal. Foi um prazer enorme levar este projeto" à vante"
QUAIS AS TUAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS MUSICAIS?
LML: Ora bem, para além da música erudita que é basicamente o meu trabalho, gosto um pouco de tudo…  Gosto de todo tipo de música desde que seja bem feita e de qualidade, de música tradicional a música clássica contemporânea… Tenho claro um gosto particular por alguns cantores como é o caso do Rod Stewart (tenho uma coleção enorme de álbuns dele no meu quarto), Bruce Sprignsteen, John Denver, Jorge Ferreira… No que refere à música erudita é complicado alistar referências… na realidade ao longos dos anos aprendi a gostar de tudo!
JT: Normalmente os nossos professores, que nos acompanham durante anos e anos de ensino são grandes referências, no meu caso o professor Carlos Lima que me acompanhou durante o período escolar e mais tarde o professor Ricardo Barceló já na Universidade do Minho com quem conclui a licenciatura e com quem continuo a trabalhar no mestrado. Existem também grandes intérpretes portugueses como o Pedro Rodrigues e o Júlio Guerreiro, que além de músicos soberbos dedicam-se também muito à música contemporânea escrita em Portugal. 
QUAIS OS MÚSICOS QUE MAIS TE INFLUENCIARAM?
LML: Demasiados! Do meu colega de academia ao top mundial. Há uma pessoa que considero muito importante, Ricardo Barceló. Foi meu professor de guitarra durante uns 14 anos. Aprendi tudo com ele! Aliás, se não fosse ele hoje talvez não teria ingressado nesta carreira de músico/guitarrista.
JT: É difícil selecionar, pois sofremos muitas influências de um sem número de músicos ... Mas posso revelar que o Luís foi uma das pessoas responsáveis por eu ter prosseguido os estudos musicais no ensino secundário por ser exemplo muito positivo do que era estudar música e leva-la a sério.
QUAL A TUA OPINIÃO DA MÚSICA QUE SE FAZ NA ACTUALIDADE?
LML: Respeito, desde que seja feita com coração e com profissionalismo, respeito. Admito que no mundo da música ligeira há algumas que me incomodam. Por outro lado, acho que a música erudita hoje em dia está muito rica, há muitos compositores excelentes com uma criatividade enorme.
JT: Atualmente acho que existe um paradoxo enorme na produção musical. Cada vez assistimos a músicos com maior formação, maior conhecimento e grande talento responsáveis por projetos brutais, mas por outro lado penso que a facilidade de fazer música atualmente também dá lugar a muitos projetos menos bons ...
CORONA VIRUS É ?
LML:  Não sei bem o que é … Sei que veio trazer para os profissionais de música demasiadas complicações. Mas, mesmo assim, temos que nos adaptar.
JT: É algo muito negativo, que nos fez repensar muito a forma como vivemos. No meio artístico foi um tormento, que infelizmente veio para ficar. 
COMO TENS PASSADO ESTES MESES EM CONFINAMENTO?
LML: Como passei: infelizmente em casa como toda a gente (ahah). Fez-me muito bem. Passei um tempo com a minha família muito bom! Aprendi a cozinhar e a dar valor às pequenas coisas que o dia a dia nos dá. Nos dias de hoje, evito sair para longe e locais com muita gente… mas faço uma vida normal.
JT: Os primeiros meses foram os mais difíceis, mas ajuda ter um instrumento em casa e muita prática pra por em dia (ahahaha). Agora gradualmente estamos a retomar tudo o que ficou suspenso e torna-se mais fácil suportar a maldita pandemia.
A POSSIBILIDADE DE SERES INFECTADO ASSUSTA-TE? ATÉ QUE PONTO?
LML: Não penso muito nisso… Já me assustou mais. Gosto de cumprir com todas as normas… Estou a aprender a viver com esta nova realidade. 
JT: Assusta sempre um pouco, nunca sabemos como se irá manifestar em nós o vírus. Mas sem dúvida que a principal preocupação sendo infetado é ser o eventual responsável pela sua transmissão a pessoas mais frágeis ou idosas, como são os nossos pais ou avós por exemplo. 
O PALCO TRAZ FELICIDADE ? O QUE PODE ESTRAGAR A FELICIDADE EM PALCO?
LML: Por vezes fico demasiado ansioso para subir a palco. Adoro quando acabo o concerto, aí sinto-me realizado e naturalmente feliz.
JT: Já me trouxe mais! Penso que à medida que evoluímos temos sempre uma responsabilidade maior que por vezes não nos permite viver a experiência em palco de forma plena. Mas quando consigo colocar tudo isso de parte e usufruir é sem dúvida uma sensação maravilhosa, indescritível.  


ESTE PROJETO MOSTRA-SE ORIGINAL E NECESSÁRIO NA MEDIDA EM QUE POTENCIALIZA O TRABALHO DE COMPOSITORES RECONHECIDOS NO PANORAMA CULTURAL PORTUGUÊS COMO É O CASO DE TIAGO CUTILEIRO, ANTÓNIO PINHO VARGAS, SÉRGIO AZEVEDO, VÍTOR RUA, FERNANDO LAPA, PAULO FERREIRA-LOPES, VICTOR CASTRO, JOSÉ MESQUITA LOPES, HUGO VASCO REIS, CARLOS GUTKIN E RICARDO BARCELÓ. FOI FACIL REUNIR TODOS ESTES NOMES, NUM ÁLBUM DE VOSSA AUTORIA?
LML: Sim foi fácil, são todos muito acessíveis! É fantástico podermos trabalhar uma obra com contacto constante com o seu compositor.
JT: No meu caso, trabalho obras gravadas neste CD já há alguns anos, nessa medida facilitou o processo de amadurecimento que é necessário, a meu ver, para fazer um registo fonográfico. Claro que a disparidade quanto ao carácter e ao estilo das obras torna o trabalho do intérprete mais difícil no que diz respeito ao papel interpretativo. Se me permitem o exemplo é como encararmos várias personagens ao invés de uma só, que exigem uma flexibilidade interpretativa que nos permita adaptarmo-nos a cada obra e fazer-lhe jus. 
ADORAS?
LML: Ter uma vida boémia… gosto de beber uns copos, jantar fora, estar com amigos, etc… Adoro conviver, também adoro estar em casa sem fazer nada a ver um filme ou uma série. Adoro praticar guitarra. Adoro cantar música tradicional e popular!
JT: Uma boa cerveja e uma boa conversa, se estivermos entre amigos melhor ainda!
DETESTAS?
LML: Estar mal com alguém. Não ser valorizado ou ser ignorado. Detesto acordar cedo. Detesto não ter dinheiro na carteira. Detesto estar de ressaca, mas mesmo assim não aprendo… Detesto não ser correspondido sentimentalmente. Detesto andar deprimido.
JT: O elitismo, a presunção... Cada um desempenha a sua função, e se o fizer bem deve ser valorizado por isso, independentemente de tudo o resto.
APAIXONADO VAIS ATÉ ONDE?
LML: Sou daqueles que vai até ao fim do mundo”. Já tive apaixonado algumas vezes, penso que não fiz as coisas certas, mas se voltar a acontecer acho que dessa vez será diferente…
JT: Vou onde for preciso, mas sem nunca perder muito a cabeça.


GOSTAS DE FUTEBOL ? QUAL O TEU CLUBE ?
LML: Gosto demasiado de ver o Porto a jogar. Vibro bastante. Se houver um jogo importante ao fim-de-semana ando super ansioso a semana toda para que chegue o dia… Fico aborrecido quando perde.
JT: Gosto de futebol e sou adepto do Futebol Clube do Porto. Acho um excelente escape e sigo com alguma atenção, por norma sem muitos fanatismos (ahahah).
ACREDITAS EM DEUS?
LML: Sim. Sou cristão católico. Vem de família… Às vezes dou por mim a rezar quando algo não corre bem.  
JT: Não acredito em Deus, mas respeito muito a fé de todos. Acho que é importante ter fé, não necessariamente numa pessoa ou figura específica. Podemos ter fé ás vezes no nosso próprio caminho, ou no nosso objetivo de vida. Pelo menos é assim que gosto de pensar… 
FAFE É?
LML: Fafe é “Hollywood”. Cidade muito boa de se viver. Gosto muito. Nunca pensei em sair daqui… e acho que não vou sair. Culturalmente muito forte e com uma enorme quantidade de músicos e profissionais de música admiráveis.
JT: Concordo com o Luís, Fafe é Hollywood, como dizia o grande Damião!
AOS TEUS AMIGOS DIZES, VISITA FAFE PORQUE?
LML: Come-se muito bem, é tranquilo e o Café Situs é top!
JT: Principalmente pelo carácter das suas gentes. E claro, pela sua vitela!
MUITO OBRIGADO PELO TEMPO E CARINHO DEDICADO AOS NOSSOS LEITORES, UMA MENSAGEM PARA ELES ?
LML: Obrigado ao Jornal de Fafe e um especial obrigado para ti (Paulo Matos) por esta interessante entrevista. Aos leitores queria despedir-me deixando uma pequena mensagem: Façam por ouvir e acompanhar sempre a música que se faz na nossa terra, na nossa região e no nosso país. Nós precisamos disso. 
JT: Fica uma mensagem de bem-haja às nossas gentes e também um agradecimento especial a ti Paulo, e ao Jornal de Fafe pelo trabalho que tem desenvolvido. Deixo também ficar o convite aos leitores do jornal para nos fazerem companhia no próximo dia 10, dentro das possibilidades de lotação da sala e também o convite adquirirem uma cópia do nosso álbum e gastarem algum tempo a ouvir este tipo de música, algo menos convencional, mas muito interessante!




VIDEO:
Música Contemporânea Portuguesa para Guitarra - Apresentação


Paulo Matos
Jornal de Fafe | 08/10/2020

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