“Música Contemporânea Portuguesa para Guitarra”
Sábado | 10 de Outubro | Teatro Cinema de Fafe
21:30h | Entradas Grátis | (lotação limitada)
Apresentação do CD
Música Contemporânea Portuguesa para Guitarra
José Teixeira e Luís Miguel Leite.
Participação especial dos compositores:
Fernando Lapa, Hugo Vasco Reis, Ricardo Barceló e Sérgio Azevedo!
Neste seu primeiro álbum, os músicos, José Teixeira e Luís Leite apostaram na edição de obras do repertório contemporâneo português para guitarra . Este álbum, será colocado em circulação através das lojas da especialidade e da disponibilização digital mas também através de futuros recitais de Apresentação/Divulgação do CD. A captação áudio e mistura ficou ao encargo do Hugo Vasco Reis compositor e músico reconhecido no panorama musical português e enquanto que a masterização foi entregue ao grande mestre, António Manuel Pinheiro da Silva considerado unanimemente como um dos melhores engenheiros de som em Portugal. A divulgação radiofónica será realizada através da parceria com a Antena 2 através de spots publicitários e entrevistas. Mariana Santiago ficará encarregue de toda a vertente multimédia e audiovisual do projeto. Este projeto mostra-se original e necessário na medida em que potencializa o trabalho de compositores reconhecidos no panorama cultural português como é o caso de Tiago Cutileiro, António Pinho Vargas, Sérgio Azevedo, Vitor Rua, Fernando Lapa, Paulo Ferreira-Lopes, Victor Castro, José Mesquita Lopes, Hugo Vasco Reis, Carlos Gutkin e Ricardo Barceló. A difusão de repertório português contemporâneo para guitarra é pertinente visto que este raramente é interpretado e editado. O projecto tem como antecedente concertos em várias cidades do país, continente e ilhas. É de salientar que durante o ano de 2019 e 2020 foram feitas estreias de obras dos compositores editados no CD, como: “Micro Images” for Guitar de Hugo Vasco Reis, Micro-Estudo nº 1 e Estudo nº 5 de Ricardo Barceló e a mais recente estreia da obra dedicada aos dois intérpretes Post Hoc Ergo Propter Hoc (para suporte digital, vídeo, duas guitarras eléctricas e performance) de Vítor Rua. Este caminho levado a cabo por estes embaixadores da música escrita para guitarra em Portugal tem sido aplaudido e valorizado pelos próprios compositores, público e organizações ligadas à promoção da música contemporânea portuguesa. Estes músicos tem um papel preponderante na interpretação descentralizada deste tipo de repertório, normalmente apenas interpretado nos grandes centros culturais como Porto e Lisboa.
JOSÉ TEIXEIRA,
LUIS MIGUEL LEITE, EM PRIMEIRO LUGAR, QUERO AGRADECER A VOSSA DISPONIBILIDADE E AMABILIDADE ACEDENDO PARTICIPAR
NESTA ENTREVISTA/CONVERSA.
VEM UM CD A CAMINHO! O VOSSO PRIMEIRO ÁLBUM
“MÚSICA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA PARA GUITARRA”, SERÁ APRESENTADO
NO PRÓXIMO DIA 10 DE OUTUBRO, NO TEATRO CINEMA DE FAFE,
PODEM POR FAVOR EXPLICAR AOS NOSSOS LEITORES A VOSSA VISÃO DO QUE AI VEM?
Luís Miguel Leite (LML): Vem aí um álbum dividido por dois
intérpretes a solo (Luís Miguel Leite e José Teixeira) com obras de compositores portugueses atuais.
Obras que vão desde 1990 a 2017, ou seja, nossas contemporâneas. O álbum foi
gravado em Fafe no auditório do município pelo Hugo
Vasco Reis, que é também um dos compositores presentes nas faixas. A masterização
ficou a cargo do grande António Pinheiro da Silva, considerado um dos
melhores engenheiros de som português. Tivemos como parceria de multimédia a nossa amiga Mariana Santiago, uma excelente
profissional, e entregamos o Design do CD à Inês Durão que fez um trabalho incrível.
Procuramos reunir uma equipa muito boa! Quisemos lançar um álbum memorável,
penso que está num bom caminho. Este álbum tem parcerias com a Antena 2 e o
Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa. Aproveito para convidar todos os leitores a
estarem presentes na estreia! Vamos ter a honra de contar com a presença de alguns compositores a comentarem
tópicos pertinentes do projeto.
José Teixeira (JT): Vêm aí o culminar de meses de trabalho, um CD original e
pertinente no panorama da música nacional. Não existem muitos álbuns em
Portugal exclusivamente dedicados a obras para guitarra clássica, menos ainda
com obras de compositores que escrevem atualmente para o nosso instrumento em
Portugal. Foi um prazer enorme levar este projeto" à vante"
QUAIS
AS TUAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS MUSICAIS?
LML: Ora bem, para além da música erudita que é basicamente o meu trabalho,
gosto um pouco de tudo… Gosto de todo tipo de música desde que seja bem
feita e de qualidade, de música tradicional a música clássica
contemporânea… Tenho
claro um gosto particular por alguns cantores como é o caso do Rod Stewart (tenho
uma coleção enorme de álbuns dele no meu quarto), Bruce Sprignsteen, John
Denver, Jorge Ferreira… No que refere à música erudita é complicado alistar referências… na realidade ao longos dos
anos aprendi a gostar de tudo!
JT: Normalmente os nossos professores, que nos acompanham durante
anos e anos de ensino são grandes referências, no meu caso o professor Carlos
Lima que me acompanhou durante o período escolar e mais tarde o professor
Ricardo Barceló já na Universidade do Minho com quem conclui a licenciatura e
com quem continuo a trabalhar no mestrado. Existem também grandes intérpretes
portugueses como o Pedro Rodrigues e o Júlio Guerreiro, que além de músicos
soberbos dedicam-se também muito à música contemporânea escrita em
Portugal.
QUAIS
OS MÚSICOS QUE MAIS TE INFLUENCIARAM?
LML: Demasiados! Do meu colega de academia ao
top mundial. Há uma pessoa que considero muito importante, Ricardo Barceló. Foi meu professor de guitarra durante uns 14
anos. Aprendi tudo com ele! Aliás, se não fosse ele hoje talvez não teria
ingressado nesta carreira de músico/guitarrista.
JT: É difícil selecionar, pois sofremos
muitas influências de um sem número de músicos ... Mas posso revelar que o Luís
foi uma das pessoas responsáveis por eu ter prosseguido os estudos musicais no
ensino secundário por ser exemplo muito positivo do que era estudar música e
leva-la a sério.
QUAL A TUA OPINIÃO DA MÚSICA QUE SE FAZ NA ACTUALIDADE?
LML: Respeito, desde que seja feita com coração
e com profissionalismo, respeito. Admito que no mundo da música ligeira há algumas
que me incomodam. Por outro lado, acho que a música erudita hoje em dia está muito
rica, há muitos compositores excelentes com uma criatividade enorme.
JT: Atualmente acho que existe um paradoxo enorme na produção
musical. Cada vez assistimos a músicos com maior formação, maior conhecimento e
grande talento responsáveis por projetos brutais, mas por outro lado penso que
a facilidade de fazer música atualmente também dá lugar a muitos projetos menos
bons ...
CORONA VIRUS É ?
LML: Não sei bem o que é … Sei que veio trazer para os
profissionais de música demasiadas
complicações.
Mas, mesmo assim, temos que nos adaptar.
JT: É algo muito negativo, que nos fez repensar muito a forma como
vivemos. No meio artístico foi um tormento, que infelizmente veio para
ficar.
COMO TENS PASSADO ESTES MESES EM
CONFINAMENTO?
LML: Como passei: infelizmente em casa como toda a gente (ahah). Fez-me muito bem.
Passei um tempo com a minha família muito bom! Aprendi a cozinhar e a dar valor
às pequenas coisas que o dia a dia nos dá. Nos dias de hoje, evito sair para
longe e locais com muita gente… mas faço uma vida normal.
JT: Os primeiros meses foram os mais difíceis, mas ajuda ter um
instrumento em casa e muita prática pra por em dia (ahahaha). Agora gradualmente
estamos a retomar tudo o que ficou suspenso e torna-se mais fácil suportar a
maldita pandemia.
A POSSIBILIDADE DE SERES INFECTADO ASSUSTA-TE? ATÉ QUE PONTO?
LML: Não penso muito nisso… Já me assustou mais. Gosto
de cumprir com todas as normas… Estou a aprender a viver com esta nova
realidade.
JT: Assusta sempre um pouco, nunca sabemos como se irá manifestar em
nós o vírus. Mas sem dúvida que a principal preocupação sendo infetado é ser o
eventual responsável pela sua transmissão a pessoas mais frágeis ou idosas,
como são os nossos pais ou avós por exemplo.
O PALCO
TRAZ FELICIDADE ? O QUE
PODE ESTRAGAR A FELICIDADE EM PALCO?
LML: Por
vezes fico demasiado ansioso para subir a palco. Adoro quando acabo o concerto,
aí sinto-me realizado e naturalmente feliz.
JT: Já me trouxe mais! Penso que à medida que evoluímos temos sempre uma
responsabilidade maior que por vezes não nos permite viver a experiência em
palco de forma plena. Mas quando consigo colocar tudo isso de parte e usufruir
é sem dúvida uma sensação maravilhosa, indescritível.
ESTE PROJETO MOSTRA-SE ORIGINAL E NECESSÁRIO NA MEDIDA EM QUE POTENCIALIZA O TRABALHO DE
COMPOSITORES RECONHECIDOS NO PANORAMA CULTURAL PORTUGUÊS COMO É O CASO DE TIAGO
CUTILEIRO, ANTÓNIO PINHO VARGAS, SÉRGIO AZEVEDO, VÍTOR
RUA, FERNANDO LAPA, PAULO FERREIRA-LOPES, VICTOR CASTRO, JOSÉ MESQUITA LOPES, HUGO VASCO
REIS, CARLOS GUTKIN E RICARDO BARCELÓ. FOI
FACIL REUNIR TODOS ESTES NOMES, NUM ÁLBUM DE VOSSA AUTORIA?
LML: Sim
foi fácil, são todos muito acessíveis! É fantástico podermos
trabalhar uma obra com contacto constante com o seu compositor.
JT: No meu caso, trabalho obras gravadas neste CD já há alguns anos,
nessa medida facilitou o processo de amadurecimento que é necessário, a meu
ver, para fazer um registo fonográfico. Claro que a disparidade quanto ao
carácter e ao estilo das obras torna o trabalho do intérprete mais difícil no
que diz respeito ao papel interpretativo. Se me permitem o exemplo é como
encararmos várias personagens ao invés de uma só, que exigem uma flexibilidade
interpretativa que nos permita adaptarmo-nos a cada obra e fazer-lhe jus.
ADORAS?
LML: Ter
uma vida boémia… gosto de beber uns copos, jantar fora,
estar com amigos, etc… Adoro conviver, também adoro estar em casa sem fazer nada a ver um filme ou uma
série. Adoro praticar
guitarra. Adoro cantar música tradicional e popular!
JT: Uma boa cerveja e uma boa conversa, se estivermos entre amigos melhor ainda!
DETESTAS?
LML: Estar mal com alguém. Não ser valorizado ou ser ignorado. Detesto acordar
cedo. Detesto não ter dinheiro na carteira. Detesto estar de ressaca, mas mesmo
assim não aprendo… Detesto não ser correspondido
sentimentalmente. Detesto andar deprimido.
JT: O elitismo, a presunção... Cada um desempenha a sua função, e se
o fizer bem deve ser valorizado por isso, independentemente de tudo o resto.
APAIXONADO VAIS ATÉ ONDE?
LML: Sou
daqueles que vai até ao “fim do mundo”. Já tive
apaixonado algumas vezes, penso que não fiz as coisas certas, mas se voltar a
acontecer acho que dessa vez será diferente…
JT: Vou onde for preciso, mas sem nunca perder muito a cabeça.
GOSTAS
DE FUTEBOL ? QUAL O TEU CLUBE ?
LML: Gosto demasiado de ver o Porto a jogar. Vibro bastante. Se houver um jogo
importante ao fim-de-semana ando super ansioso a semana toda para que chegue o
dia… Fico aborrecido quando perde.
JT: Gosto de futebol e sou adepto do Futebol Clube do Porto. Acho um
excelente escape e sigo com alguma atenção, por norma sem muitos fanatismos (ahahah).
ACREDITAS
EM DEUS?
LML: Sim. Sou cristão católico. Vem de família… Às vezes dou por mim a rezar
quando algo não corre bem.
JT: Não acredito em Deus, mas respeito muito a fé de todos. Acho que
é importante ter fé, não necessariamente numa pessoa ou figura específica.
Podemos ter fé ás vezes no nosso próprio caminho, ou no nosso objetivo de vida.
Pelo menos é assim que gosto de pensar…
FAFE É?
LML: Fafe é “Hollywood”. Cidade muito boa de se
viver. Gosto muito. Nunca pensei em sair daqui… e acho que não vou sair.
Culturalmente muito forte e com uma enorme quantidade de músicos e
profissionais de música admiráveis.
JT: Concordo com o Luís, Fafe é Hollywood, como dizia o grande
Damião!
AOS TEUS AMIGOS DIZES, VISITA FAFE
PORQUE?
LML: Come-se muito bem, é tranquilo e o Café Situs é top!
JT: Principalmente pelo carácter das suas gentes. E claro, pela sua
vitela!
MUITO
OBRIGADO PELO TEMPO E CARINHO DEDICADO AOS NOSSOS LEITORES, UMA MENSAGEM PARA ELES ?
LML: Obrigado ao Jornal de Fafe e um especial
obrigado para ti (Paulo Matos) por esta interessante entrevista. Aos leitores
queria despedir-me deixando uma pequena mensagem: Façam por ouvir e acompanhar
sempre a música que se faz na nossa terra, na nossa região e no nosso país. Nós precisamos disso.
JT: Fica uma mensagem de
bem-haja às nossas gentes e também um agradecimento especial a ti Paulo, e ao
Jornal de Fafe pelo trabalho que tem desenvolvido. Deixo também ficar o convite aos leitores do jornal para nos
fazerem companhia no próximo dia 10, dentro das possibilidades de lotação da
sala e também o convite adquirirem uma cópia do nosso álbum e gastarem algum
tempo a ouvir este tipo de música, algo menos convencional, mas muito
interessante!
VIDEO:
Música Contemporânea Portuguesa para Guitarra - Apresentação
Paulo Matos
Jornal de Fafe | 08/10/2020
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