segunda-feira, 30 de novembro de 2020

PSD CRIA COMISSÃO AUTÁRQUICA PARA PREPARAR ELEIÇÕES DO PRÓXIMO ANO


Maria Manuel Gonçalves, Vice-presidente do PSD coordena a Comissão Autárquica

Em paralelo com a Comissão Executiva do Conselho Estratégico Autárquico, que tem o objetivo

criar o programa eleitoral do partido, o PSD cria agora a Comissão Autárquica para começar a

preparar as eleições do próximo ano, constituída por sete dirigentes.

A decisão foi tomada pela Comissão Política do PSD-Fafe, lidera por Rui Novais da Silva que

reuniu na semana passada e dando deste modo o início para com a escolhas dos membros

para a comissão que vai preparar o processo autárquico do partido.

Esta Comissão será constituída por uma equipa de sete pessoas, que será responsável pela

elaboração de toda a coordenação da campanha e processo eleitoral nas autárquicas de 2021.

Integram esta Comissão a Vice-presidente Maria Manuel Gonçalves, do Secretário-geral Paulo

Marinho, o tesoureiro Hélder Pereira, a advogada Ânia Teixeira, o Presidente da Junta de

Freguesia de Quinchães Pedro Mota, o economista João Moniz Rebelo e o líder da JSD, Pedro

Magalhães.

A Comissão, segundo Maria Manuel Gonçalves, irá “começar já a trabalhar com as Freguesias”

na preparação das autárquicas e pretende lançar brevemente um candidato “dando assim

inicio ao ciclo de apresentações”, mas devido à pandemia “não será através de apresentação

publica, para já”, como tinham previsto inicialmente no planeamento autárquico que

definiram no início do mandato.

“Numa primeira fase, esta comissão trabalhará com os representantes das Freguesias e irá

acompanhar quotidianamente as atividades das diversas candidaturas”, refere Maria Manuel

Gonçalves

A Direção de Comunicação está entregue a Honorato Silva que conta com a colaboração de

Clara Paredes Castro, Sofia Pereira, Diogo Vieira.

O PADRÃO DA INDEPENDÊNCIA


São muitas as cidades vilas e freguesias de Portugal que conservam Padrões da Independência, marcos comemorativos erigidos em 1940, ano das grandes comemorações dos cententenários: 800 anos da Independência de Portugal (1140) e dos 300 anos da sua Restauração (1640). Um duplo centenário que o Estado Novo de Oliveira Salazar enalteceu com as mais diversas manifestações, um pouco por todo o país.

Ao mesmo tempo que foram levantados os padrões alusivos à independência, em 1940, Portugal assistiu a inúmeras manifestações culturais de índole regional e ao arranque de um número considerável de obras de fomento, de assistência, de instrução e outras, que materializaram os festejos maiores da nação portuguesa naquele período.

Em Fafe, as comemorações dos centenários da independência nacional extravasou a festa: foi apresentada a primeira bandeira com as armas da vila, e inaugurados edifícios públicos; dos Correios, do abastecimento de água e da Escola da Feira Velha, para além da apresentação pública do Padrão da Independência.




A 880 anos da independência de Portugal e 380 anos da sua restauração, lembramos o Padrão fafense dos centenários, erigido no Parque 1º de Dezembro de 1640, ali em frente da antiga Estação de Caminhos de Ferro.

A primeira pedra do Padrão da Independência ocorreu em sexta-feira, 17 de Maio de 1940, por iniciativa da Comissão de Festas a Nossa Senhora de Antime (Festas da Vila). Ao acto, assistiram “centenas”de populares, autoridades e o Corpo de Bombeiros Voluntários de Fafe. A banda de Revelhe abrilhantou, “subindo ao ar uma girândola, na ocasião da colocação da pedra. Discursaram alusivamente o Pe. Manuel Basto (Santa Cruz), Dr. António Martins de Freitas, presidente da Câmara Municipal e Dr. José de Barros.”

No âmbito das Festas da vila em honra da Senhora de Antime, há 80 anos, em segunda-feira, dia 15 de Julho de 1940 as autoridades da época procederam à inauguração do “Padrão Comemorativo dos Centenários”, (1140 e 1640) erigido no jardim fronteiro à antiga Estação de Caminho de Ferro (Parque 1º de Dezembro).

 

 

«É obra da Câmara Municipal e da Comissão das Festas da Vila e Centenárias nesse ano Áureo. A gravura representa o Cruzeiro da Independência e o ilustre Pároco da vila de Fafe Rev.º Snr. Manuel Domingues Basto, solenemente paramentado, deitando-lhe a bênção, após a qual fez um eloquente discurso recamado de flores, de vibrações pátrias. Além de milhares de pessoas, assistem os Snrs. Sub-Secretário do Ministro das Obras Públicas Engenheiro Espregueira Mendes, Governador Civil Dr. José Joaquim d’Oliveira, Presidentes da Câmara Dr. António Freitas e da Comissão Concelhia da União Nacional Dr. José Barros e outras pessoas de representação.»

 Fonte: Almanaque Ilustrado de Fafe, 1941, p. 95

 

Fafe tem sabido conservar este padrão, testemunho histórico da confirmação da nossa independência nacional em 1 de Dezembro de 1640.

Um memorial que passa ao lado de muitos fafenses, talvez pelo desconhecimento do seu significado.

Agora que o espaço envolvente foi requalificado, está bonito, porque não colocar ali uma placa interpretativa deste importante memorial?

 



 

domingo, 29 de novembro de 2020

“UM OUTRO OLHAR” – PAULO CASTRO, O COMERCIANTE QUE PROPÕE A PRIMAVERA AOS SEUS CLIENTES


BOM DIA CARO PAULO, DESDE JÁ, AGRADEÇO – TE POR TERES DISPONIBILIDADE EM PARTICIPAR NESTA ENTREVISTA. TENHO VINDO A ACOMPANHAR O TEU PERCURSO PROFISSIONAL E CONFESSO QUE O TEU PERFIL DE EMPRESÁRIO DE SUCESSO, QUE ESTARÁ SEMPRE ASSOCIADO A UMA CASA COMERCIAL TÃO NOBRE DA NOSSA CIDADE, SENSIBILIZOU-ME A SERES O PRÓXIMO COMERCIANTE, A TE CONVIDAR PARA A NOSSA ENTREVISTA. NESTE SENTIDO, A MINHA PRIMEIRA PERGUNTA É DA PRAXE E É MAIS PESSOAL.

GOSTAVA QUE ME PARTILHASSES AS TUAS ORIGENS E O TEU PERCURSO ESCOLAR E FORMATIVO.

Nasci e cresci no concelho de Fafe, freguesia de São Gens, mais especificamente no lugar de Ruivães. Sendo oriundo de uma família com tradições cristãs, fui para o SVD (Seminário Verbo Divino) em Guimarães aos 9 anos, onde completei o ciclo. Após terminar o ciclo, fui para Fátima fazer o complementar. Com os meus 16 anos, regressei a Fafe para terminar o 11º ano.

 

O FACTO DO TEU PAI TER SIDO UM EMPREENDEDOR DE SUCESSO, ESTE ADN FAMILIAR JÁ ESTAVA EM TI PARA TE TORNARES TAMBÉM EMPREENDEDOR?

Com a abertura da loja “Casa Primavera” em 28 de maio de 1968, posso dizer que cresci e vivi na loja. Nos meus tempos livres, principalmente nas férias escolares, desde sempre a frequentei e fui ajudando segundo as necessidades. Basicamente, o meu ADN esteve desde o inicio lá.

 

NESTE SENTIDO A EMPRESA QUE DIRIGES ATUALMENTE, FOI CRIADA EM 1968 PELO TEU PAI, CONTA-NOS MAIS SOBRE A TRAJETÓRIA DA TUA EMPRESA ATÉ À DATA DE HOJE, PARTILHANDO AS SUAS ATIVIDADES, OS SEUS PRODUTOS E SERVIÇOS E SUA DIMENSÃO EM TERMOS DE MERCADO.

A Casa Primavera tentou sempre manter a sua identidade até aos dias de hoje.

Em 1999/2000 surgiu uma grande mudança na imagem da nossa loja, nomeadamente com a candidatura a um projeto de reabilitação comercial, no qual ainda nos dias de hoje o nosso estabelecimento mantém essas linhas. Esta renovação permitiu-nos uma maior qualidade de exposição dos nossos produtos e melhorar o nosso serviço de apoio aos nossos clientes, que desde a primeira hora é sempre o nosso principal objetivo.

Perante as adversidades dos dias de hoje, em 2020, a Casa Primavera tem como objetivo acompanhar a evolução do dia à dia. Assim, este ano tivemos uma maior aposta na divulgação dos nossos produtos online, sobretudo nas nossas redes sociais

 


QUAIS SÃO AS DIFICULDADES QUE ENCONTRAS NA GESTÃO DO DIA A DIA DA TUA EMPRESA?

Hoje em dia, a grande dificuldade é a concorrência por grandes grupos económicos que gerem o mercado, assim, temos que nos manter sempre atualizados em termos de modelos de negócio e adaptarmo-nos todos os dias.

Com o intuito de acompanhar a evolução, a aposta nas nossas redes sociais é importante na divulgação dos nossos produtos. O nosso principal objetivo foi, é e será sempre manter uma qualidade de serviço de qualidade e excelente para os nossos clientes.

 

QUAIS SÃO AS MAIORES SATISFAÇÕES E DESILUSÕES QUE TIVESTE, ATÉ AGORA, COM A TUA EMPRESA?

Os eventos mais marcantes na nossa empresa e os quais me deixam muito orgulhoso foi a comemoração dos 25 anos e, mais tarde, dos 50 anos, com o meu pai ao lado, fundador da empresa.

A maior desilusão é a falta de clientes que sentimos diariamente. Na minha opinião, o nosso poder local tem muita responsabilidade uma vez que criou circulares urbanas de forma a retirar os veículos do centro da cidade e das zonas industriais onde se concentram uma grande parte da população. Devido a este facto, as pessoas quando terminam o trabalho não é cómodo passarem no centro da cidade, local onde sempre estivemos e ainda estamos. As pessoas que são nossas clientes só vêm ao centro ou em caso de necessidade ou para tratar de assuntos de interesse pessoal.

 

QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS DESAFIOS PARA A TUA EMPRESA?

Com as dificuldades que ultrapassamos e com as medidas impostas pelo governo na difícil circulação das pessoas, neste momento o objetivo passa por desenvolver e cimentar o nome da nossa loja através das nossas redes sociais (Facebook e Instagram) com ajuda de pessoas especializadas e profissionais na área.

Complementarmente, no próximo ano, a partir do mês de janeiro, vamos também entrar na nova plataforma desenvolvida pelo nosso município, que permitirá ainda aos nossos clientes realizem através dessa plataforma as suas compras.

 


QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS MAIS IMPORTANTES PARA A TUA EMPRESA? ISTO É, QUE IMPORTÂNCIA DÁS ÀS RELAÇÕES EXTERNAS NA TUA EMPRESA? E PARA TI COMO EMPRESÁRIO, QUAIS SÃO OS CONTACTOS MAIS IMPORTANTES? FORNECEDORES, CLIENTES, PESSOAS INFLUENTES?

Desde sempre a Casa Primavera foi conhecida por ser uma loja com produtos de qualidade. Com reabilitação da loja, em 1999/2000 fomos introduzindo produtos com nome no mercado (Impetus, Dim, Condor, Selmark, Dorian Gray, Pili Carrera), sempre com o principal intuito de apresentar valor e satisfação aos nossos clientes.

 

COMO TE VÊS COMO PESSOA? COMO LIDAS COM O FRACASSO E O SUCESSO?

Quando se erro penso que devemos tirar sempre uma lição, assim, vejo o insucesso como uma nova oportunidade para fazer melhor e crescer.

Por outro lado, o sucesso é algo que pretendemos sempre obter e ter o reconhecimento. Penso que o caminho é sempre dar o melhor de nós todos os dias e sermos uma pessoa humilde, correta e trabalhadora.

 

CONSEGUES CONCILIAR, NO TEU DIA-A-DIA, A VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL?

Nem sempre é fácil conciliar o dia a dia com a minha vida pessoal, mais concretamente em separar o lado pessoal do lado profissional. Como a minha esposa a trabalha comigo, por vezes, não é fácil abstrair um pouco do trabalho porque há sempre imprevistos e assuntos a resolver. Mas este desafio faz parte do dia-a-dia de quem tem um negócio e é responsável pela sua gestão.

 

NO TEU PERCURSO DE EMPRESÁRIO, QUERES PARTILHAR UM MOMENTO ÚNICO POSITIVO OU NEGATIVO OU ATÉ ANEDÓTICO QUE TE MARCOU?

Tenho uma história muito curiosa e engraçada que aconteceu há alguns anos. Uma cliente entrou na loja, e olhou para um lado e para o outro e perguntei: O que deseja? Com um ar simpático a senhora, já com alguma idade responde: Um copo vinho!

De facto, achei muita piada a esta história porque é algo que não estamos habituados a ser questionados e a nossa loja desde sempre foi conhecida por ser uma loja de retalhos e não um café, sabendo que existia duas lojas desse género próximas.

 

SE TIVESSES UM CONSELHO A DAR A UM JOVEM EMPREENDEDOR PERANTE O ESTADO ATUAL DA ECONOMIA, QUAL SERIA?

Não quero ser egoísta, mas, nos dias de hoje, perante a pandemia que enfrentamos não é fácil dar uma resposta concreta. Estamos a viver numa incerteza enorme, quer social quer económica.

 


FINALMENTE, TRANSITANDO A NOSSA ENTREVISTA PARA UMA PARTE MAIS PESSOAL, PRETENDIA SABER QUAL É TUA OPINIÃO, SOBRE O FUTURO DO COMÉRCIO DE RUA EM FAFE, AS SUAS FRAGILIDADES E SUAS POTENCIALIDADES?

Com a abertura nos últimos anos das médias superfícies e da circular urbana em Fafe, o desenvolvimento económico do comércio local tem vindo a diminuir, mas a tendência está a mudar pelo evolução das lojas comerciais que tornara mais atrativo o centro ao público. No entanto com a pandemia, as pessoas estão a dar novamente valor ao comércio de rua.

Penso que estamos aptos e prontos a dar uma boa resposta às necessidades. Somos reconhecidos e considerados por sermos mais simpáticos com qualquer cliente, onde o atendimento é personalizado perante a situação de cada cliente.

 

A TUA LOJA É UMA DAS MAIS ANTIGAS DO CONCELHO DE FAFE E PELO QUE TENHO CONHECIMENTO, TENS TAMBÉM UMA LOJA ONLINE NAS REDES SOCIAIS. EU SOU UM DEFENSOR DA INOVAÇÃO NA TRADIÇÃO E PARA TAL PRETENDIA TE PROPOR O SEGUINTE DESAFIO. AMANHÃ, É LANÇADO UMA 2ª EDIÇÃO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO FAFENSE, QUAL SERIA O PROJETO OU MEDIDA QUE SUBMETARIAS A VOTO NA ÁREA DO COMÉRCIO DE RUA E DAS SUAS LOJAS TRADICIONAIS?

Em Fafe há ainda muitas coisas que faltam e que não facilitam muito o comércio de rua.

No Inverno, o que me chama mais atenção é a falta de iluminação no centro da cidade. Na minha opinião, temos um centro escuro e que não é apelativo às compras.

No verão, sendo Fafe uma cidade interior e muito quente, criar em algumas zonas um sistema de pulverização de água, seria uma ideia interessante para refrescar o ambiente.

Há ainda outras medidas que poderiam ser implementas como parques de estacionamento gratuitos para clientes e lojistas. Isto permitiria não haver incómodo e o medo de fazer as compras e, no final, encontrarem uma multa de estacionamento. Outra medida seria, reformular a forma de estacionamento e acrescentar mais lugares disponíveis.

Haver música ambiente todo ano seria algo diferente e interessante de implementar que permitira criar mais ambiente à nossa cidade. Por exemplo, na época natalícia a música ambiente no centro da cidade é algo que gosto muito.

Por fim, aconselho os nossos políticos fafenses a rever esta situação e a implementar medidas para o desenvolvimento do nosso comércio local, que sempre foi algo deu ser à cidade de Fafe.

 


FINALMENTE, TENHO AS SEGUINTES PERGUNTAS E PEÇO-TE UMA PALAVRA OU FRASE DE RESPOSTA PARA CADA UMA DELAS:

HOBBIES?

Gosto de ver um bom filme e gosto de acompanhar qualquer desporto, sobretudo futebol.

LOCAL DE FÉRIAS PREFERIDO?

Algarve

ADORAS?

Conhecer e visitar Portugal. Temos muitas cidades e locais que a generalidade dos portugueses não conhecem. Cidades com muita história e cultura e uma gastronomia das melhores do mundo. Temos ainda locais na natureza que já foram premiados e dos mais bonitos do mundo.

Fafe é um dos melhores sítios a descobrir e penso que (por vezes) nós próprios não damos o devido valor.  

DETESTAS?

Hipocrisia

QUAL É TUA MÚSICA PREFERIDA?

ABBA- dancing Queen

QUAL FOI O FILME QUE TE MARCOU?

Titanic

PRATO PREFERIDO?

A nossa vitela assada

RESTAURANTE PREFERIDO?

Gosto de comer nos restaurantes da nossa cidade e ajudar os meus colegas.

DESPORTO PREFERIDO?

Futebol

QUAL É O TEU CLUBE?

A.D. FAFE

SE NÃO FOSSES EMPRESÁRIO, ERAS?

Militar

SE TIVESSES A OPORTUNIDADE DE MUDAR ALGO NO TEU PERCURSO PROFISSIONAL, SERIA O QUÊ?

Não mudaria nada.

O QUE REPRESENTA FAFE PARA TI?

Cidade onde nasci e pretendo continuar a trabalhar e viver.

SE AMANHÃ, FOSSES UM ELEITO POLÍTICO LOCAL, QUE MEDIDAS NO SETOR ECONÓMICO OU NOUTRO IMPLEMENTARIAS?

Seria um político fora da caixa, com um mandato junto da população, interagir, ouvir e resolver os problemas com a maior brevidade possível.

Não gosto de ser político de política, mas político de trabalho.

Na minha opinião, os políticos deveriam ser pessoas já com experiência de trabalho e não pessoas que nunca trabalharam na área e não sabem a verdadeira realidade e as dificuldades da vida.

QUAL É A TUA REGRA DE OURO?

Humildade, responsabilidade e empenho

HÁ ALGO MAIS QUE GOSTARIAS DE DIZER, QUE NÃO FOI ABORDADO?

Queria apenas agradecer ao jornal Blog de Fafe e a tí Filipe por esta oportunidade que me deram para esta conversa.



Casa Primavera on-line:

https://instagram.com/casa_primavera_fafe?igshid=13ndb7kajc7i8

https://www.facebook.com/Casa-Primavera-Fafe-581237708745037/


Casa Primavera em vídeo:




sábado, 28 de novembro de 2020

JOSÉ RIBEIRO: o eterno socialista de Fafe!

 

JOSÉ RIBEIRO: o eterno socialista de Fafe!

 


O cenário político em Fafe começa a definir-se quanto a candidaturas às próximas autárquicas. Poderia escrever sobre este assunto, mas não seria sensato deixar umas palavras sobre José Ribeiro, atual presidente da Assembleia Municipal.

Fui, talvez, após as eleições de 2013 o que mais reivindiquei mudanças e refrescamento do partido e isso passaria por afastar José Ribeiro, entendia eu, na altura. Achava que estava “gasta” a imagem de José Ribeiro!

Apesar de algumas divergências, José Ribeiro convidou-me para o Secretariado do PS Fafe, em 2015. Que trabalho notório fizemos e percebi que a experiência de José Ribeiro, conciliada com a maturidade de alguns elementos e a irreverência de outros, deu resultado! Nunca se trabalhou, nos últimos anos, como naqueles dois anos pelo PS! Até que aconteceu, anedoticamente, a novela de 2017. José Ribeiro incomodou muita gente e continua a incomodar! Não se lhe podem atribuir culpas nesse processo, porque estive lá e assisti!

Em 2017, continuei a achar que ele iria prejudicar a candidatura do Fafe Sempre…Porra, como me enganei! Quando estive com ele no terreno comecei a aperceber-me que, afinal, as pessoas gostavam dele! Não o achavam “ultrapassado” como eu, e muitos, achavam! Pedi-lhe desculpa pela minha errada interpretação sobre ele! Ganhou as eleições para a Assembleia Municipal nas urnas e pelos deputados municipais! Termina a carreira política em grande! Isso ninguém lhe tira.



Fica para a história como um presidente que sentiu o concelho de Fafe e não se aproveitou dele! Recordo os dias em que ele era presidente do município e, à porta da sede do PS (reuniões da JS), o víamos sair da Câmara por volta da meia noite! E perguntava eu, espantado, porque andava ali a essa hora? Diziam-me os meus camaradas: “-ele trabalha até esta hora para despachar os ofícios. Mas ele não os assina apenas, os lê para saber o que se passa.” Nas várias conversas pessoais que tive com ele percebi a sua integridade e honestidade! A forma como ele geria o município e isso era visível em obras e na questão financeira! Para o encontrar era fácil. Em qualquer rua nos cruzávamos com ele e sempre nos atendia!



O Rally voltou ao Norte graças a José Ribeiro. O Rally Fafe Sprint fez com que Portugal e o Mundo vissem Fafe da forma como era conhecida e há muito esquecida! Sempre que um carro do WRC passar por Fafe, é um agradecimento a José Ribeiro!




Goste-se, ou não, de José Ribeiro…ele marcou gerações de fafenses e temos de estar gratos a um homem que muito fez por Fafe e pelo seu partido! Frontal, sincero e sem falsidades! Um verdadeiro socialista!

OBRIGADO JOSÉ RIBEIRO!

Gil Soares

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Reúne-se a família


Tal como há muito se cochichava, a grande família socialista apresentar-se-á unida nas eleições autárquicas do próximo ano.

Conhecendo o PS Fafe como conheço ainda guardo algumas reservas mas, se nada se alterar, com a elaboração das listas, por exemplo, podemos ter um resultado histórico em termos de distribuição de mandatos pelas forças concorrentes à eleição. Também nas juntas de freguesia terá de ser feito o mesmo trabalho de reconciliação (se é que não está já feito) algo que acredito que seja um pouco mais difícil porque aqui as coisas são mais fulanizadas e os interesses são menos poderosos.

Perante este cenário acredito que vá haver uma abstenção histórica não apenas porque já se saber quem vai ganhar mas muito também porque uma parte do eleitorado se sentirá órfã. Neste último caso estou a pensar nos mais indefectíveis dos IPF's e nalguns mais ressentidos do Fafe Sempre que não verão com bons olhos esta marcha-atrás deixando pelo caminho aqueles que foram expulsos do partido na sequência dos acontecimentos de 2017. 

Duas figuras históricas do PS Fafe terão, ainda, um papel a desempenhar, uma palavra a dizer. Laurentino Dias e José Ribeiro. O primeiro já publicou um artigo de opinião onde desanca a nova ordem do partido em Fafe. O segundo mantém-se em silêncio mas, não tenho dúvidas, a solução não lhe agrada e não ficará parado.

Desengane-se quem julgue que este é um assunto arrumado. Aguardemos novos capítulos desta novela fafense. 

Ricardo Gonçalves 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

NOTA À IMPRENSA - Eleições JSD FAFE

 

No passado dia 20 de novembro, os militantes da Juventude Social Democrata de Fafe elegeram a sua Comissão Política e Mesa do Plenário para o biénio 2020/2022. 

Numa eleição diferente do habitual, que cumpriu todas as normas estabelecidas pela DGS, Pedro Magalhães foi reeleito Presidente da JSD Fafe. A Comissão Política, que se apresentou sob o mote “Um Futuro Presente”, assegura estar preparada para os desafios que se avizinham já em 2021. “Avizinham-se tempos de mudança com consequências diretas na vida dos jovens fafenses. As nossas propostas para este mandato visam precisamente minimizar as mesmas, nunca negligenciando as lutas que temos vindo a travar nos últimos anos, desde a estimulação do empreendedorismo, passando pelo lazer, cultura, ação social e educação”. 

ÁGUAVIVA - DO BAILE AO FADO, OS 35 ANOS DO GRUPO MAIS "INTERNACIONAL" DE FAFE

Fomos conhecer melhor o grupo Água Viva, com uma agradável "conversa" com o José Carlos Moreira: "Com vinte anos, ou seja, há quarenta e cinco anos, inscrevi me no grupo Nuno Álvares, como coralista, mais tarde passei para o Elmo 74,que era uma das atividades do grupo, na parte musical. Cantei no coral e no Elmo 74,durante mais ou menos 12 anos. Por essa altura, comecei também, juntamente com Marina, a cantar umas cá canções com a viola, tendo na altura animado vários eventos. Entretanto o Maurício que andava na academia Atalaia, se não estou em erro, ainda as aulas eram na casa da cultura se não estou enganado. Como ele andava a prender piano, eu lembrei me de lhe comprar teclado, começamos a ensaiar músicas populares e outras dos anos setenta e começamos os três a fazer espetáculos já com cachet. Mais tarde juntou se o outro meu filho Henrique e a Teresa, que também tinham muito jeito para cantar e o Henrique tocava viola e então formamos o grupo água viva. Como grupo água viva, percorremos o país principalmente nas zonas norte e trás os montes, também fizemos várias incursões ao estrangeiro, tais como França, Itália, Suíça, Espanha, tivemos vários convites para irmos ao Brasil, mas nunca fomos, pois era complicado e a Marina trabalhava e eu também. Tivemos o água viva, cerca de 12 anos, depois acabei por vender o grupo ao Maurício e ao Ricardo da Fafe música, mas só funcionou três anos e o Maurício decidiu acabar com o grupo, dedicando se apenas a fazer som. Pelo meio tive outros projetos, com um rapaz de Guimarães, pai do guitarrista Manuel oliveira, formamos o trio módecima, com o qual fizemos vários espetáculos, era um projeto mais intimista, com duas violas, uma caixa de ritmos e três vozes, era giro. Também pelo meio destas peripécias, como era da PSP, cheguei andar a aprender música, e fazia espetáculos para os comandos, tais como o dia da PSP, festas de natal, etc. Por fim, ficamos eu e a Marina, como Duo ÁguaViva, mas também esse projeto já acabou. Agora, como toco um pouco de guitarra portuguesa e também canto uns fados e gosto de fado, formei um grupo de fados, ao qual dei o nome de água-viva. Ainda fizemos vários espetáculos, em restaurantes, para as câmaras, etc, mas foi pouco tempo, pois entretanto apareceu esta pandemia e temos estado Parados."
SR JOSÉ CARLOS MOREIRA , EM PRIMEIRO LUGAR, QUERO AGRADECER A SUA DISPONIBILIDADE E AMABILIDADE ACEDENDO PARTICIPAR NESTA ENTREVISTA/CONVERSA. AGORA O GRUPO ÀGUA VIVA PASSOU A UM NOVO REGISTO, O FADO, DESDE A FUNDAÇÃO ATÉ AQUI, OS AGUA VIVA EXISTEM FAZ QUANTOS ANOS? COMO SURGIRAM OS ÁGUAVIVA?

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Quando o Património nos permite sonhar...

 

O MENINO DO MOINHO

Havia junto a um rio um moinho muito velho, onde morava um Menino. Todos os dias, o Menino saía bem de manhãzinha para procurar alguma comida nos campos e nas fruteiras da região.

            Um dia, apareceu-lhe um agricultor muito mau que o viu a cortar um cacho de uvas e correu-o com um cajado. O Menino correu ferido por entre o centeio e só parou quando conseguiu chegar ao rio, perto do seu moinho. Não tendo forças para avançar caiu prostrado no chão.
            De repente, um jovem apareceu por entre uns arbustos à procura de uma bola e deparou-se com o Menino. Ajudou-o a levantar-se e perguntou-lhe se precisava de alguma coisa e o que tinha acontecido. O Menino contou-lhe que fora agredido quando pegava num cacho de uvas para comer. Era muito pobre, vivia sozinho num moinho abandonado junto ao rio da aldeia, porque ficara órfão e não tinha ninguém para cuidar de si. Por isso não ia à Escola e não conhecia ninguém.
            Ao ouvir isto, António de repente disse:
            - Sou teu amigo! Quero ajudar-te a conseguir tudo o que os outros têm.
            A partir daquele dia, os dois amigos tornaram-se protetores um do outro. António, que vivia bem, guardava sempre comida para levar ao seu amigo depois das refeições e ambos corriam e saltavam no bosque junto ao rio. O Menino começou a aprender umas letras com o amigo e a ajudar António nas composições da Escola, porque tinha muita imaginação. As histórias sobre as fadas, musas e adivinhas, que o Menino inventava para o amigo, encantavam todos os meninos na Escola da aldeia. Todos queriam saber quem era o Menino com tanta criatividade.
            Enquanto isso, as notas do António começaram a ser muito boas e, no dia em que conseguiu o melhor resultado da turma, convidou os colegas para conhecer o Menino. Todos foram muito entusiasmados e passaram uma tarde a jogar à bola, a nadar no rio e a ouvir as histórias do Menino...
            O Menino do Moinho não estava mais sozinho. Tinha já muitos amigos que brincavam com ele e lhe ofereciam roupas. Alimentos e até cadernos para ingressar na Escola.
 Mas, o Natal estava próximo. Era altura de pedir as prendinhas e o Menino pediu que lhe desse cada vez mais amigos. António nesse ano não pediu nada para si, pediu antes uma família como a sua para o Menino...
Ao acordar, numa manhã toda branquinha, cheinha de neve, António foi ver o que o Pai Natal lhe deixou no sapatinho. Ao entrar na sala, olhou para junto da lareira e viu seus pais e seu grande amigo sentados em volta da mesa de família. O Menino não estava mais sozinho, não tinha apenas amigos que o ajudavam, mas uma família de verdade, para lhe dar os melhores presentes, o carinho e o amor de verdade.

 Pedro Sousa, in Caderno Cultural do Jornal Povo de Fafe

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O MANIFESTO FAFENSE

É mesmo isto que nos falta! Um manifesto. Sim, estou a falar de cultura. Não daquela que vem nos livros, que está exposta em galerias ou se reflete em luzes de néon, mas daquela que é daqui mesmo… só nossa! A cultura popular, fafense, única e irrepetível. A que nos dá o tom, o sabor e a cor…. a cultura que se faz num momento de vida. É dessa que temos de falar, não da cultura que se confunde com a etiqueta, com o erudito, com a elite ou que é quase sinónimo de civilização. Cultura desta que vos falo é herança, manifestação, informação, criação, dinamismo… humanização!

É isso que sinto quando olho para o nosso quarteirão da cultura, que parece ir perdendo as linhas que o desenham do Santo Velho ao Santo Novo, que passa na Biblioteca e se passeia até ao rosa do Arquivo, que parece manter os museus numa incubadora, que procura emoldurar o Teatro numa viela estreita e que estica as suas raízes até à Estátua da Justiça, a clamar precisamente por ela! Essa mesma que continua estranhamente escondida, sem abertura digna, à passadeira vermelha que um dia lhe será devida. Desço para olhar as arcadas do centro, as claraboias dos edifícios, as paredes que respiram história nos azulejos e sinto que estamos a perder memória. Vejo a pronúncia acentuada a diluir-se, os cânticos das colheitas que já se ouvem ao fundo, as lendas que se perdem para o mundo, as receitas que nem nos papeis amarelados sobrevivem, as expressões dos nossos avós a serem já de bisavós, e, com tudo isto, vejo esvair-se a identidade de todos nós. É desta cultura que estou a falar. A que corremos o risco de perder, se não formos a geração que quer correr o risco de a ganhar. 

E é por tudo isso que vos digo… que o que nos faz falta, é um manifesto!
Um texto feito pela comunidade e que a convoque para uma ação, que seja persuasivo, evocativo da nossa realidade, que enuncie em 10 pontos a nossa cultura, os seus desafios, a ação exigida. Os 10 mandamentos que nos vinculem a uma ideia de futuro. Feito agora, no presente! Imperativo, factual, direto e assumido! 

Que grande legado deixaria este bramido às futuras gerações. Que arrojo teríamos nós ao criarmos o 1.º Grande Manifesto Cultural Local. Só nosso... feito com gente daqui, pensado para gente que queremos que continue por cá e projetado para aqueles que ainda estarão para vir. Um manifesto que agora começo, na esperança que alguém, um dia o queira ver continuado.

Clara Paredes Castro


MANIFESTO FAFENSE
24 de novembro de 2020

Caros conterrâneos de hoje e amanhã!
De Fafe lançamos ao mundo, este nosso manifesto. Com Fafe, ninguém fanfe!

É preciso…  


(...to be continued...) 



Foto: Jesus Martinho 




segunda-feira, 23 de novembro de 2020

PSD reage a candidatura de Antero Barbosa pelo PS

 


No passado domingo, foi notícia pelos órgãos da comunicação local e nacional, que Antero Barbosa será o candidato do Partido Socialista à Câmara de Fafe. Raúl Cunha concorre à Assembleia Municipal. E Parcídio Summavielle, actual vice-presidente da autarquia, também faz parte da negociação e deverá manter-se na lista para a vereação. Com este acordo, será extinto o movimento ‘Fafe Sempre‘ e também deixa de existir o ‘Independentes por Fafe’.


Rui Novais da Silva, Presidente do Partido Social Democrata de Fafe, através das redes sociais, reagiu no imediato considerando que o PSD é a única força política que se “mantém fiel aos seus valores e leal aos seus eleitores”, apresentando-se nas próximas eleições autárquicas “pelo interesse de Fafe e dos Fafenses, e não pelo poder. A única alternativa a um grupo que quer o pensamento único e o poder a qualquer custo”, afirma.

Rui Novais da Silva aproveitou este anúncio para lançar uma mensagem aos Fafenses da atuação do PSD nas autárquicas  e apelando à confiança:  “Connosco, Fafe não será uma cidade que tudo centraliza e que tudo asfixia, não será uma cidade de alguns e apenas para alguns. Será de todos!
Nós temos um projeto e temos valores: queremos fazer de Fafe uma cidade de emprego, uma cidade de investimento e de trabalho! Queremos que Fafe seja aquilo que os Fafenses querem: que recupere a sua identidade e venha a ser uma cidade de oportunidades, a cidade do século XXI”, avisou.

As autárquicas deverão realizar-se em Outubro do próximo ano.

Escola Conde de Ferreira a mais antiga do concelho

                   

A Escola Conde de Ferreira, localizada na Rua Montenegro, em Fafe, é uma das 120 “casas de ensino” que Joaquim Ferreira dos Santos, (1º Conde de Ferreira) legou ao país na segunda metade do século XIX.

Sem descendência, o benemérito deixou em testamento a quantia de cento e quarenta e quatro mil réis para obras de beneficência: «Quero que os meus testamenteiros mandem construir e mobilar 120 casas para escolas primárias para ambos os sexos nas terras que forem cabeça de concelho, sendo todas por uma mesma planta e com acomodações para vivenda do professor, não excedendo o custo de cada casa e mobília a quantia de um conto e duzentos mil réis...» Ditou o rico portuense, “brasileiro” de torna-viagem, que faleceu aos 84 anos, em 24 de Março de 1866 (data inscrita na sineira do edifício).

A pequena Escola, com duas salas que comportavam cerca de sessenta alunos e os seus exíguos cómodos para o professor, foi solenemente inaugurada no dia 2 de Novembro de 1868, ficando propriedade da Câmara Municipal de Fafe até aos nossos dias.

Em 1875 a Escola tinha 30 crianças, todas do sexo masculino. Neste ano a C.M.F. reparou um tecto em estuque. Em 1896 efectuou obras de conservação e em 1914 foram gastos, pela autarquia, cinquenta mil réis em infraestruturas e na instalação eléctrica.

Este histórico e emblemático estabelecimento de ensino foi desactivado pelo Município no final do ano lectivo 2005/2006, sendo reabilitada uma década depois para sede da Banda Filarmónica de Revelhe.

 

 




Antes da reabilitação













 

domingo, 22 de novembro de 2020

“UM OUTRO OLHAR” – RICARDO CARVALHO, O PROFESSOR COMERCIANTE QUE TOCA VÁRIOS INSTRUMENTOS

 


Boa tarde ricardo, desde já, agradeço – te por teres disponibilidade em participar nesta entrevista. NA véspera das compras de natal antecipadas, tomei a iniciativa de convidar, nas próximas semanas, vários comerciantes de diferentes setores. 

tenho vindo a acompanhar o teu percurso profissional, e confesso que o teu perfil de empresário de sucesso, que está sempre associado ÀS novas tendencias de MERCADO musical, sensibilizaram-me a seres o primeiro comerciante deste ciclo até ao natal, a te convidar para a nossa entrevista. Neste sentido, a minha primeira pergunta é da praxe e é mais pessoal.

Gostava que me partilhasses as tuas origens, o teu percurso escolar e formativo. Gostavas de estudar? Tens alguém na tua família ou amigos como modelo empreendedor?

Caríssimo, é sempre um prazer ter a oportunidade de conversar contigo.

Ora, não tenho nenhum segredo, o meu percurso académico foi normal fiz a primária no P3, depois frequentei o colégio de S. Gonçalo em Amarante  até ao 6º ano, vim para Fafe fazer o 7º e 8º, ingresso no seminário Franciscano em Leiria no 9º e 10º ano retorno a Fafe à secundária fazer o 11º e 12º, vou para o conservatório de Música Calouste Gulbenkien em Braga, faço 2 profissionalizações em serviço ao grupo de recrutamento 250 ( educação Musical 2º ciclo) e 610 ( Música 3º ciclo), uma pós graduação em pedagogia do e-learning e finalmente o mestrado em pedagogia do e-learning, um termo tão na moda atualmente, mas daria uma nova e longa entrevista, porque de ensino à distância isto que se praticou nos últimos tempos não teve nada….

Não gostava muito de estudar mas lá me fui safando…

Na família não tenho nenhum exemplo empreendedor, nem nenhum amigo em quem me inspirasse.


Como TE surgiu a ideia de ser empreendedor?

Bem, consegui depois de terminar o secundário ser trabalhador estudante, e realmente enquanto tirava o curso de música, sempre trabalhei, portanto consegui independência financeira muito cedo, o que me levou a ser um pouco “ Tio Patinhas” e juntar algum dinheiro.

Ora um dia numa montagem de palco, num grupo musical que tocava, chamado “ Banda Jovem”, estava eu a montar uns par 64 e por baixo a segurar na escada estava o meu atual sócio, Daniel Ribeiro, o qual questionei se tinha 10000.00€ para montarmos uma loja de música, pois sabia que o Sr. Aníbal, que monta uma loja em nome individual, mas que já a tinha apelidado de Fafmusica, estava na disponibilidade para a vender, ora a minha/ nossa ( do meu sócio) é a música, que me disse que não tinha o dinheiro, mas que se arranjava…. Ora na altura com 20 anos de idade não faltaram vozes críticas que a empresa, Fafmusica instrumentos musicais lda, criada oficialmente em setembro de 1999, não duraria 2/3 meses, ora mais de 20 anos depois cá estamos…. Fafe tem esta particularidade….



A empresa que diriges atualmente, foi criada em 1999, conta-nos mais sobre a trajetória da tua empresa até à data de hoje, partilhando as suas atividades, os seus produtos e serviços e sua dimensão em termos de mercado.

Começamos por ser uma loja de instrumentos musicais, que tinha uma pequena escola de música, começamos num espaço com 30mt², fomos crescendo e acompanhando o mercado, passamos para uma loja de 100mt² e atualmente estamos num local com 1000mt².

Ora o mundo muda diariamente, tal como referi começamos por ser uma pequena loja de instrumentos musicais com escola de música, mas o mercado foi mudando e tivemos que nos adaptar a ele, e atualmente somos referência nacional e internacional no comércio de som, luz, vídeo e instrumentos musicais. Ora isto só foi possível graças a muito trabalho, seriedade, e principalmente graças ao online, isto no que toca ao comércio.

Paralelamente continuamos com a nossa escola de música, onde quem quer aprende ao seu ritmo e o que gostaria ou gosta de ouvir e tocar, sem um plano rígido de aprendizagem, com um programa a cumprir, enfim uma aprendizagem ao ritmo do aluno.

Fomos obrigados a voltar à estrada e gerimos alugueres de som, luz e vídeo profissional, com clientes e artistas espalhados por todo o Portugal.

Temos também um gabinete de projetos/ instalação na área das sonorizações de qualquer espaço, e obras de referência pelo País, como:

-Tribunal de Viana do Castelo (sistema de vídeo conferência, sistema de conferência, integração de sistema de gravação na plataforma Citus.)
-Tribunal de Leiria (sistema de vídeo conferência, sistema de conferência, integração de sistema de gravação na plataforma Citus.)
-Paços do Concelho de Fafe (Sonorização do espaço, sistema de conferência, sistema de gravação, aplicação de mistura digital e operação por Ipad)
- APPACDM de Lisboa (montagem da Rádio)
-SLB departamento de basquetebol  (Sonorização portátil de jogos)
-Instituto Politécnico de Viana do Castelo (fornecimento e montagem de todo o material áudio do curso de multimédia e aplicação em estúdio de gravação)
-Escola superior Agrária de Ponte de Lima ( Montagem e instalação de todo o sistema de som e conferência do Auditório)
-Freguesia de S. Domingos Benfica, Lisboa ( fornecimento de todo o sistema de som interior e exterior)
-Freguesia de S. Vicente, Lisboa ( fornecimento de todo o sistema de som de Espetáculos dessa freguesia)
-Grupo Sol Verde ( fornecimento de todo o sistema de som das salas de espetáculo deste grupo tanto no norte como no sul)
-Município da Ponta do Sol, Madeira ( Fornecimento e instalação do sistema de cinema ao ar livre do Município).
-Museu do Palácio do Raio em Braga ( fornecimento e instalação de sistema de som endereçável por zonas de conteúdos distintos de todo o museu.)
-Lojas Vodafone
-Lojas Norte Moda
-Auditório Universidade de Lisboa
-Casa das Artes de Famalicão
-Teatro Rivoli
- IPL Leiria
-Rádio escola Município de Vizela
- Teatro de Felgueiras
-IPL de Lisboa, Escola superior de teatro e cinema

Entre muito outros que poderia aqui enumerar, mas não vos quero maçar com portfólios.

Paralelamente a estas instalações, também somos certificados em EN-54 no EVAC nas marcas Bosch, FBT, Fonestar e TOA, uma área de negócio ligada à proteção contra incêndio, ou seja, o vulgo som ambiente que toda a gente ouve nos shoppings, por exemplo, e que não sabe que aquilo além do som ambiente é um sistema de proteção contra incêndio….

Para concluir, temos também a produção de espetáculos, onde geralmente entregamos ao cliente o produto chave na mão sem ele se incomodar com nada, costumo dizer, em tom de brincadeira, só tem o incómodo de pagar a fatura no fim….

Portanto podes ver que tenho um dia sempre muito calmo…


Quais são as dificuldades que encontras na gestão do dia a dia da tua empresa?

As dificuldades são geralmente oportunidades… que frase tão bonita e batida, não?

Bem falando agora a sério, a nossa empresa, no comércio, tem uma presença muito forte na internet, que atualmente é a nossa porta de exportação e aqui a “guerra” é muito dura, temos de estar em constante evolução, atualização de preços, negociações de contratos permanentes, pois o cliente troca-nos por 1€ de diferença. Estar sempre atento ao mercado e aos colegas de empresas similares também é importante, pois como também faço alguma contratação pública tenho de estar atento a quem está na luta, se estou a comprar bem, como posso marcar a diferença.

Hoje os desafios são cada vez mais “always on” e à velocidade da luz, portanto perceber o mercado e atualizarmo-nos constantemente é obrigatório e uma constante e, portanto, estar na vanguarda, e um paço à frente é o nosso maior desafio.

Quais são as maiores satisfações e desilusões que tiveste, até agora, com a tua empresa?

A Minha empresa não tem desilusões, o que me desilude é o sistema em Português, não sei se me faço entender, uma empresa nasce, com o aval e o risco dos seus sócios, uma empresa cresce com o risco e trabalho dos empresários/ colaboradores e dos sócios, as empresas têm responsabilidade social da obrigação dos seus sócios, fazemos negócios e trabalhamos com riscos constantes, e o estado recebe.

O que mais me satisfaz é ver o crescimento progressivo e sustentável que consegui fazer na minha empresa.


Quais são os próximos desafios para a tua empresa?

Continuar o crescimento internacional, cimentar mercados e ser uma empresazita de Fafe que é uma referência nacional e internacional.

Como te vês como pessoa? Como lidas com o fracasso e o sucesso?

Sou um otimista e bem-disposto nato, costumo dizer que não adianta andar maldisposto durante o dia pois o dia vai acontecer e vai ter de passar, portanto é melhor que seja alegre e divertido.

Com o fracasso e sucesso lido muito bem, são coisas normais do dia a dia, portanto só lhes dou a importância QB.

Consegues conciliar, no teu dia-a-dia, a vida profissional e pessoal?

Bem... isso é bravo… a minha vida profissional depende de mim, mas com o pilar de casa, ou seja, uma não está dissociada da outra, quero dizer que só com uma boa equipa em casa, com mulher e filhos em sintonia comigo é que consigo estar focado no trabalho, e isso os amores da minha vida conseguem fazer, apoiar e não “estorvar”, para que tudo corra pelo melhor.



Se tivesses um conselho a dar a um jovem empreendedor perante o estado atual da Economia, qual seria?

Acredita na tua ideia e luta contra tudo e contra todos, porque se tu acreditas e trabalhares muito, ela vai acontecer, mesmo que só te deem 2/3 meses de vida.

Finalmente, transitando a nossa entrevista para uma parte mais pessoal, pretendia saber qual é tua opinião, sobre o futuro da cultura em fafe, as suas fragilidades e suas potencialidades?

Eh pá, agora estás a apertar comigo…é uma das perguntas que não gostaria de responder, mas só digo que não avizinho bons tempos por diversos fatores, portanto daria uma entrevista só com esta pergunta, ou uma tertúlia, quero dizer,  desafio-te, depois do vírus desaparecer a criares um painel desta área que esteja disposto a fazer uma análise, séria, sobre esta questão, e terei todo o gosto em participar seja de que forma for.



Finalmente, tenho as seguintes perguntas e peço-te uma palavra ou frase de resposta para cada uma delas:

Hobbies?

Andar de bicicleta/ Mota

Local de Férias preferido?

Sapiões

Adoras?

Estar sozinho

Detestas?

Vigaristas

Descreva o teu dia perfeito quando não estás a trabalhar

Férias em Família

Qual é tua música preferida?

Não tenho

qual foi o filme que te marcou?

Não tenho

Prato preferido?

Tudo o que leve massa

Restaurante preferido?

Não tenho

PODES ME PARTILHAR 3 coisas que estão na tua lista de desejos?

Criar um empreendimento turístico de casas de madeira, fazer um cruzeiro, reformar-me.

Desporto preferido?

Ciclismo

Qual é o teu clube?

Futebol Clube do Porto 

Se não fosses empresário, eras?

Professor

Se tivesses a oportunidade de mudar algo no teu percurso profissional, seria o quê?

Não mudava nada

O que representa Fafe para ti?

A minha Terra.

Se amanhã, fosses um eleito político local, que medidas no setor económico ou noutro implementarias?

Não me leves a mal, mas também prefiro não responder, pois quando me envolvi num projeto com medidas e atividades concretas de futuro para Fafe, que faria de nós um exemplo a nível nacional, numa outra empresa que tenho, acabou tudo em tribunal… deixo-te só um pensamento não dormiria descansado enquanto houvesse um Fafense sem teto, sem trabalho e, mais grave ainda, com fome.

Qual é a tua regra de Ouro?

Honestidade e Seriedade.

Há algo mais que gostarias de dizer, que não foi abordado?

Parabéns a ti pela Iniciativa e obrigado pela oportunidade!